Por unanimidade, o Conselho de Ministros do Exterior da União Europeia declarou hoje que a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) é uma organização terrorista por considerá-la responsável por um ataque terrorista contra um ônibus de turistas israelenses no ano passado, na Bulgária.
A partir de agora, nenhum cidadão europeu poderá contribuir legalmente para o Hesbolá e as autoridades europeias não poderão manter contatos oficiais com a organização. O Conselho Judaico do Reino Unido pediu que a classificação seja estendida ao partido político do grupo.
Em Israel, a ministra da Justiça, Tzipi Livni, encarregada das negociações de paz com os palestinos, saudou a medida: "Finalmente, depois de anos de discussões e deliberações, eles fracassaram na tentativa de se apresentar como um partido político legítmimo."
A UE resistia às pressões dos Estados Unidos para enquadrar o Hesbolá como terrorista por medo de que ajudasse a desestabilizar o Líbano, onde a milícia faz parte da coalizão de governo. Um dos países que relutavam era a Alemanha.
Antes da votação, o ministro do Exterior alemão, Guido Westerwelle, admitiu que o ataque contra o balneário búlgaro de Burgas, no Mar Negro, em que cinco turistas israelenses morreram era a prova que faltava: "Temos de responder a isso, e a resposta é colocar o braço militar do Hesbolá na lista negra".
Na capital libanesa, o deputado Walid Sukarieh repudiou a decisão, acusando a Europa de "abandonar sua independência" para apoiar uma posição dos EUA: "O Hesbolá não realiza ataques terroristas nem na Europa nem fora da Europa. É um movimento de resistência que luta para liberar terras ocupadas pelo inimigo israelense".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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