A rede terrorista Al Caeda planeja uma série de atentados terrorista contra a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) em resposta à sua intervenção na guerra civil da Síria ao lado da ditadura de Bachar Assad. O estranho é que o alerta tenha vindo da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.
Oficialmente, os funcionários do governo dos EUA estão proibidos de manter contato direto com o Hesbolá, considerado uma organização terrorista pelo Departamento de Estado americano. A informação foi passada pelo chefe do escritório da CIA em Beirute aos serviços secretos libaneses na expectativa de que chegasse à milícia xiita.
Com a interceptação de ligações telefônicas, a CIA conseguiu mapear as células d'al Caeda ao longo da fronteira com o Líbano do lado sírio e até mesmo em Beirute, pintando um quadro ao mesmo tempo realista e assustador, revela a empresa jornalísta McClatchy Newspapers, editora do jornal The Miami Herald.
Na Síria, um dos grupos jihadistas mais ativos na luta contra o governo Assad é a Frente al-Nusra, que sofreu grandes perdas com a derrota dos rebeldes na Batalha de Kussair, uma cidade estratégica junto à fronteira do Líbano.
Quando um carro-bomba explodiu num bairro xiita do Sul de Beirute controlado pelo Hesbolá, em 9 de julho de 2013, a ação foi vista como uma resposta dos grupos jihadistas sunitas derrotados em Kussair, onde a intervenção da milícia libanesa foi decisiva. A julgar pelo alerta da CIA, não será um ato isolado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário