O Partido Popular Cambojano, do primeiro-ministro Hun Sen, venceu as eleições deste domingo no Camboja e terá 68 deputados, 22 a menos do que na atual legislatura, no Parlamento de 123 cadeiras.
Em segundo lugar, ficou o Partido do Resgate Nacional do Camboja, com 55 deputados, que rejeitou o resultado oficial.
Hun Sen está no poder desde que o regime genocida do Khmer Vermelho foi derrubado por uma invasão vietnamita em 9 de janeiro de 1979 depois da matar 1 a 2 milhões de pessoas.
Com pouco mais de 20 anos, Hun Sen aderiu ao Khmer Vermelho, que fazia uma guerra de guerrilhas contra a ditadura do general Lon Nol, instalado no poder pelos Estados Unidos em 1970, em plena Guerra do Vietnã (1962-75).
Duas semanas antes da queda de Saigon, em 16 de abril de 1975, o Khmer tomou o poder no Camboja, instaurando um regime de terror que instituiu política de Ano Zero, tentando apagar o passado, com trágicas consequências.
Durante a ditadura de Pol Pot e do Khmer Vermelho, apoiado pela China, Hun Sen mudou para o lado dos vietnamitas, apoiados pela União Soviética. Em 1980, depois da invasão vietnamita, Hun Sun tornou-se ministro do Exterior.
Nesse cargo, teve papel importante nas negociações de paz realizadas em consequência do degelo na Guerra Fria promovido pelo líder soviético Mikhail Gorbachev. Em 1985, ele se tornou primeiro-ministro. De 1993 a 1997, dividiu o poder como príncipe Norodom Ranariddh, filho do rei Norodon Sihanuk, mas o afastou num golpe para retomar o poder absoluto, que mantém até hoje.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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