Em meio ao caos da guerra civil na Síria, grupos rebeldes lutam entre si pelo controle das áreas liberadas. Neste domingo, depois de cinco dias de confrontos, os curdos libertaram um líder do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Cham), um ramo da rede terrorista Al Caeda, dentro de um acordo de cessar-fogo entre os dois grupos.
Os curdos lutam para conquistar uma parte da Síria para juntá-la à região autônoma curda do Norte do Iraque na esperança de criar o Curdistão, um país independente que reivindicaria áreas da Turquia, onde vive o maior número de curdos, e do Irã.
Desde a dissolução do Império Otomano, no fim da Primeira Guerra Mundial, os curdos sonham em ter seu próprio país, que hoje teria 40 milhões de habitantes. Tiveram sua primeira oportunidade de fato, depois de décadas de luta armada na Turquia e massacres no Iraque, quando os Estados Unidos derrubaram Saddam Hussein.
O virtual colapso do Estado no Iraque, que persiste em larga medida até hoje, favorece a autonomia curda, contestada pelo governo central do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki.
Na Turquia, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan abriu negociações de paz com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que abandonou a luta armada. Isso exigiria uma autonomia relativa para regiões curdas.
Já os jihadistas ligados a Al Caeda chamam de Cham a Síria e o Líbano, que os europeus batizaram de Levante por ficar no extremo leste do Mar Mediterrâneo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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