Sob a inspiração do movimento Tamarod (Rebelde), responsável pelas manifestações de massa que levaram à queda do presidente do Egito, a oposição da Tunísia já se organiza para seguir o exemplo.
Os líderes do Tamarod tunisiano acusam o partido governante Nahda de querer criar um Estado islâmico que restringe as liberdades individuais enquanto não consegue resolver os problemas econômicos do país, as mesmas acusações que o governo da Irmandade Muçulmana sofria no Egito.
Como no Egito, na Tunísia e também na Turquia, uma classe média urbana e cosmopolita foi às ruas para lutar pela democracia, mas quem venceu as eleições foram partidos conservadores de base religiosa com grande apoio nas zonas rurais, gerando um impasse político.
Este é um desafio que as transições democráticas nos países árabes terão de enfrentar. Neste momento em que alguns se apressam em declarar o fim da Primavera Árabe, cabe destacar que a democracia é um processo. Não vai surgir do dia para a noite. Levou um golpe hoje, mas sua trajetória nunca seria linear.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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