Um bisturi inteligente criado por cientistas do Imperial College de Londres conseguiu diagnosticar tecidos cancerosos em 91 pacientes com 100% de precisão, informa hoje a revista acadêmica Science Translational Medicine.
"Estes resultados comprovam que o bisturi eletrônico pode ser utilizado numa ampla variedade de procedimentos cirúrgicos contra o câncer", declarou o Dr. Zoltan Takats, chefe da equipe de pesquisadores do Imperial College.
Nos cânceres com tumores sólidos, a remoção é o tratamento mais comum. Como era impossível determinar com precisão quais os tecidos doentes, o cirurgião optava por tirar um pedaço maior de tecido. Mesmo assim, não tinha garantia de ter completado o serviço.
Uma de cada cinco mulheres operadas por câncer de seio tinha de ser submetida a uma segunda cirurgia. Com o bisturi eletrônico, isso pode mudar. Se não restarem células cancerígenas, o risco de volta da doença diminui.
O bisturi eletrônico "dá resultados quase instantaneamente, permitindo aos cirurgiões fazer operações com um grau de precisão que era impossível antes", acrescentou o Dr. Takats. "Acreditamos que tenha o potencial de reduzir os índices de reincidência dos tumores e aumentar as chances de sobrevivência dos pacientes".
É mais um avanço da eletrocirurgia, uma tecnologia médica desenvolvida a partir dos anos 1920s. Os bisturis elétricos usam uma corrente elétrica para aquecer o tecido rapidamente e cortá-lo com perda de sangue menor. Ao fazer isso, vaporizam o tecido. O vapor é absorvido e examinado. Pode conter informações valiosas para a medicina.
Para inventar o bisturi eletrônico, a equipe liderada pelo Dr. Takats ligou um bisturi elétrico a um espectômetro de massa, um instrumento capaz de identificar as substâncias químicas presentes numa mistura.
A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional de Pesquisas de Saúde do Reino Unido, o Conselho Europeu de Pesquisas, o Centro Imperial de Pesquisas Biomédicas e o Escritório Nacional de Ciência e Tecnologia da Hungria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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