O desemprego nos 19 países da Zona do Euro caiu de 11,4% em fevereiro para 11,3% em janeiro de 2015. É a menor taxa desde maio de 2012. Em fevereiro de 2014, estava em 11,8%revelou hoje o Eurostat, o escritório oficial de estatísticas da União Europeia.
Na União Europeia como um todo, de 28 países, o índice ficou em 9,8% em fevereiro, em contraste com 9,9% em janeiro de 2015 e 10,5% em fevereiro de 2014.
A menor taxa no continente é da Alemanha (4,8%), seguida pela Áustria (5,3%). O desemprego é maior na Grécia (26%) e na Espanha (23,2%). Nos últimos 12 meses, houve queda em 22 países-membros da UE e alta em seis.
Entre os jovens, as menores taxas estão na Alemanha (7,2%), Áustria (9%) e Dinamarca (10%). A situação é pior na Grécia (51,2%), Espanha (50,7), Croácia (46,4%) e Itália (42,6%).
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 31 de março de 2015
Procurador morre em sequestro em tribunal da Turquia
Dois suspeitos de pertencer a um grupo armado de extrema esquerda e um procurador tomado como refém morreram hoje quando as forças de segurança da Turquia atacaram um tribunal em Istambul, a maior cidade do país, noticiou o jornal turco Hurriyet. Os sequestradores morreram no local e o procurador Mehmet Selim Kiraz, no hospital.
Os rebeldes do Partido Frente Popular de Libertação divulgaram uma foto do procurador sob a mira de um revólver. Como além de tiros houve explosões no assalto da polícia de choque, acredita-se que os agentes tenham usado explosivos.
"Negociamos durante seis horas", alegou o chefe de polícia de Istambul, Selami Altinok. "As forças de segurança entraram em ação depois de serem ouvidos tiros enquanto os terroristas negociavam por telefone."
O presidente Recep Tayyip Erdogan elogiou as forças de segurança e disse que o procurador foi baleado cinco vezes, três delas na cabeça. Kiraz estava encarregado do processo sobre a morte de Berkin Elvan, um dos ativistas que ocuparam o Parque Guézi, em 2013, para defender uma das últimas áreas verdes do centro da cidade.
A organização de extrema esquerda exigia uma confissão pública dos oficiais suspeitos da morte de Elvan, seu julgamento num "tribunal popular" e a libertação de todos os presos nas manifestações de protestos e em memória do jovem morto.
Os rebeldes do Partido Frente Popular de Libertação divulgaram uma foto do procurador sob a mira de um revólver. Como além de tiros houve explosões no assalto da polícia de choque, acredita-se que os agentes tenham usado explosivos.
"Negociamos durante seis horas", alegou o chefe de polícia de Istambul, Selami Altinok. "As forças de segurança entraram em ação depois de serem ouvidos tiros enquanto os terroristas negociavam por telefone."
O presidente Recep Tayyip Erdogan elogiou as forças de segurança e disse que o procurador foi baleado cinco vezes, três delas na cabeça. Kiraz estava encarregado do processo sobre a morte de Berkin Elvan, um dos ativistas que ocuparam o Parque Guézi, em 2013, para defender uma das últimas áreas verdes do centro da cidade.
A organização de extrema esquerda exigia uma confissão pública dos oficiais suspeitos da morte de Elvan, seu julgamento num "tribunal popular" e a libertação de todos os presos nas manifestações de protestos e em memória do jovem morto.
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Iraque anuncia retomada de Tikrit do Estado Islâmico
Com o apoio das forças áereas dos Estados Unidos e aliados e de milícias xiitas, as forças de segurança do Iraque recapturaram hoje a cidade de Tikrit, terra natal do falecido ditador Saddam Hussein, depois de uma batalha de quatro semanas contra a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, anunciou hoje em Bagdá o governo iraquiano.
Em pronunciamento na televisão estatal, o primeiro-ministro Heidar al-Abadi afirmou que as forças governistas chegaram ao centro da cidade, onde hastearam a bandeira do Iraque no quartel-general, enquanto suas tropas continuam atacando os bolsões de resistência dos jihadistas nos bairros da periferia.
Se a reconquista se confirmar, será a maior vitória do governo iraquiano desde que uma ofensiva do Estado Islâmico tomou Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, em junho de 2014, e proclamou a fundação de um califado nos territórios tomados no Iraque e na Síria.
"A experiência de sucesso em Tikrit será repetida em outras áreas", previu o chefe de governo. Tikrit era a segunda maior cidade iraquiana em poder dos terroristas. Fica na estrada entre Bagdá e Mossul. Sua retomada é essencial para uma ofensiva para libertar Mossul prevista para os próximos meses.
Desde setembro do ano passado, os Estados Unidos entraram na guerra atacando o EI com bombardeios aéreos, sem usar tropas terrestres. Os combates em terra são realizados pelas forças de segurança do Iraque, guerrilheiros curdos, milícias tribais sunitas e milícias xiitas iraquianas coordenadas pela Guarda Revolucionária do Irã.
Em pronunciamento na televisão estatal, o primeiro-ministro Heidar al-Abadi afirmou que as forças governistas chegaram ao centro da cidade, onde hastearam a bandeira do Iraque no quartel-general, enquanto suas tropas continuam atacando os bolsões de resistência dos jihadistas nos bairros da periferia.
Se a reconquista se confirmar, será a maior vitória do governo iraquiano desde que uma ofensiva do Estado Islâmico tomou Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, em junho de 2014, e proclamou a fundação de um califado nos territórios tomados no Iraque e na Síria.
"A experiência de sucesso em Tikrit será repetida em outras áreas", previu o chefe de governo. Tikrit era a segunda maior cidade iraquiana em poder dos terroristas. Fica na estrada entre Bagdá e Mossul. Sua retomada é essencial para uma ofensiva para libertar Mossul prevista para os próximos meses.
Desde setembro do ano passado, os Estados Unidos entraram na guerra atacando o EI com bombardeios aéreos, sem usar tropas terrestres. Os combates em terra são realizados pelas forças de segurança do Iraque, guerrilheiros curdos, milícias tribais sunitas e milícias xiitas iraquianas coordenadas pela Guarda Revolucionária do Irã.
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Negociação nuclear com o Irã é prorrogada até amanhã
As negociações das cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia), a Alemanha e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano, que deveriam chegar a um acordo preliminar hoje, foram estendidas até quarta-feira, em Lausanne, na Suíça, informou o jornal The Washington Post. É um sinal de que os dois lados acreditam num acordo.
"Fizemos progressos suficientes nos últimos dias para valer a pena continuar até quarta-feira", declarou a porta-voz do Departamento de Estado americano. "Ainda há muitas questões difíceis."
Apesar da reaproximação entre os Estados Unidos e o Irã, há muitos pontos de desacordo. No fim de semana, o ministro do Exterior e principal negociar iraniano, Mohamed Javad Zarif, recuou da proposta de enviar todo o urânio enriquecido no Irã para armazenamento na Rússia.
O Irã insiste no direito de usar a energia nuclear para fins pacíficos, enquanto os países árabes vizinhos e Israel não confiam no regime fundamentalista iraniano. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursou contra o acordo no Congresso dos EUA, em 3 de março, lembrando que a Coreia do Norte fez vários acordos, violou todos e fez a bomba atômica. Nesta reta final das negociações, a França e o Reino Unido defendem os interesses dos países mais céticos.
No passado, o regime iraniano mentiu ao esconder seus dois principais centros de enriquecimento de urânio, em Fordo e Natanz.
Pela proposta em discussão, o Irã seria autorizado a conservar 6 mil das 19 mil centrífugas que têm hoje. A república islâmica exige ainda o direito de continuar fazendo pesquisas atômicas. Já estaria a um ano da capacidade nuclear militar. Um acordo congelaria o programa por dez anos.
Outro aspecto fundamental é a fiscalização. Na semana passada, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o japonês Yukiya Amano, acusou a república dos aiatolás de rejeitar inspeções de surpresa.
Em troca do desarmamento nuclear, o Irã exige o fim imediato das sanções internacionais que pesam sobre a economia do país. Até agora, as grandes potências só concordam com uma retirada gradual das sanções, se a ditadura teocrática iraniana cumprir o acordo, que tem apoio popular de 59% nos EUA.
O prazo final para um acordo definitivo é 30 de junho de 2015. Com ou sem acordo, há o risco de uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio. Outros candidatos a potências regionais, como a Arábia Saudita, o Egito e a Turquia não vão querer ficar atrás do Irã, que financia milícias xiitas no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria.
"Fizemos progressos suficientes nos últimos dias para valer a pena continuar até quarta-feira", declarou a porta-voz do Departamento de Estado americano. "Ainda há muitas questões difíceis."
Apesar da reaproximação entre os Estados Unidos e o Irã, há muitos pontos de desacordo. No fim de semana, o ministro do Exterior e principal negociar iraniano, Mohamed Javad Zarif, recuou da proposta de enviar todo o urânio enriquecido no Irã para armazenamento na Rússia.
O Irã insiste no direito de usar a energia nuclear para fins pacíficos, enquanto os países árabes vizinhos e Israel não confiam no regime fundamentalista iraniano. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursou contra o acordo no Congresso dos EUA, em 3 de março, lembrando que a Coreia do Norte fez vários acordos, violou todos e fez a bomba atômica. Nesta reta final das negociações, a França e o Reino Unido defendem os interesses dos países mais céticos.
No passado, o regime iraniano mentiu ao esconder seus dois principais centros de enriquecimento de urânio, em Fordo e Natanz.
Pela proposta em discussão, o Irã seria autorizado a conservar 6 mil das 19 mil centrífugas que têm hoje. A república islâmica exige ainda o direito de continuar fazendo pesquisas atômicas. Já estaria a um ano da capacidade nuclear militar. Um acordo congelaria o programa por dez anos.
Outro aspecto fundamental é a fiscalização. Na semana passada, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o japonês Yukiya Amano, acusou a república dos aiatolás de rejeitar inspeções de surpresa.
Em troca do desarmamento nuclear, o Irã exige o fim imediato das sanções internacionais que pesam sobre a economia do país. Até agora, as grandes potências só concordam com uma retirada gradual das sanções, se a ditadura teocrática iraniana cumprir o acordo, que tem apoio popular de 59% nos EUA.
O prazo final para um acordo definitivo é 30 de junho de 2015. Com ou sem acordo, há o risco de uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio. Outros candidatos a potências regionais, como a Arábia Saudita, o Egito e a Turquia não vão querer ficar atrás do Irã, que financia milícias xiitas no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria.
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Indiana recua da lei que permitiria discriminar homossexuais
O governador do estado de Indiana, Mike Pence, fez um apelo aos deputados da Assembleia Legislativa estadual para que emendem a Lei de Restauração da Liberdade Religiosa aprovada na semana passada para deixar claro que a legislação "não dá às empresas o direito de negar serviços a ninguém", noticiou hoje o jornal The Washington Post.
"Precisamos focar especificamente nesta percepção de que a lei dá uma licença para discriminar", declarou o governador em entrevista coletiva hoje em Indianápolis. Ele destacou que, mais do que um esclarecimento, é necessária "uma correção".
Com base na chamada "objeção de consciência", empresários com profundas convicções religiosas poderiam se negar a atender consumidores homossexuais. Para o movimento gay, é uma reação de estados conservadores à aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Com base na chamada "objeção de consciência", empresários com profundas convicções religiosas poderiam se negar a atender consumidores homossexuais. Para o movimento gay, é uma reação de estados conservadores à aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A lei foi duramente criticada nos Estados Unidos e em outros países democráticos, inclusive pelo diretor-presidente da Apple, Tim Cook, primeiro diretor de uma grande empresa a assumir sua homossexualidade no exercício do cargo, pelo risco de discriminar gays, lésbicas e transgêneros em nome da consciência religiosa.
Na Califórnia e em outros estados importantes, começaram a ser articulados movimentos de boicote a Indiana. Os prefeitos de Chicago, Portland, São Francisco e Seattle proibiram os funcionários públicos de viajar a serviço para Indiana. Nove diretores-presidentes de empresas do estado enviaram ontem carta ao governador pedindo a mudança na lei. A National Collegiatte Athletic Association, a entidade máxima do esporte universitário dos EUA ameaça retirar sua sede de Indianápolis.
"As pessoas não querem isso", alegou Adam Talbot, da Campanha pelos Direitos Humanos, que se opõe à lei. "As pessoas não precisam disso. Pensam que é perigoso."
Apesar dos protestos, o governador falou em problemas de "percepção" e não do risco de discriminação, alegando que o objetivo da lei é garantir a "liberdade religiosa": "Esta lei foi projetada para garantir a vitalidade da liberdade religiosa no estado. Não dá a ninguém o direito de discriminar."
Num gesto oportunista, o ex-governador da Flórida Jeb Bush declarou apoio à lei. O filho do ex-presidente George Herbert Walker Bush (1989-93) e irmão do ex-presidente George Walker Bush (2001-9), aspirante à candidatura do Partido Republicano à Presidência dos EUA em 2016, não é considerado suficientemente conservador pela ala mais direitista do partido.
Num gesto oportunista, o ex-governador da Flórida Jeb Bush declarou apoio à lei. O filho do ex-presidente George Herbert Walker Bush (1989-93) e irmão do ex-presidente George Walker Bush (2001-9), aspirante à candidatura do Partido Republicano à Presidência dos EUA em 2016, não é considerado suficientemente conservador pela ala mais direitista do partido.
Oposição vence pela primeira vez eleição presidencial na Nigéria
O presidente Goodluck Jonathan telefonou há pouco para o candidato oposicionista Muhamadu Buhari e o cumprimentou pela vitória na eleição presidencial do último fim de semana na Nigéria, informa a televisão americana CNN. É a primeira transferência de poder democrática à oposição na história do mais rico e mais populoso país da África. O Partido Democrático Popular, de Jonathan, estava no poder desde a primeira eleição democrática depois da última ditadura, em 1999.
A Nigéria votou para presidente num momento de prosperidade econômica, com crescimento de 6% a 8% nos últimos anos, o que a levou a ultrapassar a África do Sul como maior economia da África. Mas o país, dividido entre uma maioria muçulmana predominante no Norte e uma minoria cristã no Sul, enfrenta uma violenta rebelião da milícia terrorista Boko Haram no Nordeste.
Ontem à noite, os resultados davam uma vantagem de mais de 2 milhões de votos a favor do ex-ditador Buhari, um muçulmano nortista do povo hauçá-fulane de 72 anos. No fim, ele ganhou em 20 estados e na capital, e o presidente, em 16. O oposicionista teve 54% dos votos contra 45% para o presidente.
Buhari governou o país como ditador de 1983 a 1985 e deixou o poder extremamente impopular por causa de uma campanha para impor disciplina e boas maneiras aos nigerianos. Depois da democratização, disputou e perdeu as eleições de 2003, 2007 e 2011 - e aceitou o resultado.
Jonathan, um cristão iorubá sulista de 57 anos, chegou ao poder como vice do presidente Umaru Yar'Adua, que morreu do coração em 2010. Foi reeleito em 2011. Como só tinha concorrido a presidente uma vez, pôde se candidatar a uma segunda reeleição.
General da reserva, Buhari deve agir com dureza contra os grupos rebeldes. Além do Boko Haram, que luta para impor a lei islâmica na África Ocidental e age principalmente no Nordeste da Nigéria, há no Sul o Movimento pela Emancipação do Delta do Níger, a principal região produtora de petróleo e uma das bases eleitorais de Jonathan.
Como a trégua e a anistia negociada pelo governo Jonathan estão se esgotando, o movimento ameaça retomar a luta armada. Mas o simples fato de Jonathan ligar para Buhari reconhecendo a derrota é um avanço significativo para a democracia na África. Nas eleições anteriores, mais de 1,1 mil pessoas morreram em conflitos causados pela rejeição ao resultado oficial.
Uma ampla vitória de Buhari talvez tenha sido o melhor para a estabilidade da Nigéria. Jonathan seria mais do mesmo, um governo manchado pelo compadrismo, a corrupção e a fraqueza no combate ao Boko Haram. Com a arrecadação reduzida pela queda nos preços do petróleo, Buhari assume em 29 de maio de 2015 para um mandato de quatro anos com uma longa lista de problemas a resolver.
Para evitar o recrudescimento da guerrilha no Delta do Níger, terá de manter os programas e benefícios sociais do governo Jonathan. Ao mesmo tempo, o novo presidente planeja investir maciçamente em educação na sua região, o Norte, para dar aos jovens uma alternativa além da violência.
O Brasil tem uma relação histórica e cultural com a Nigéria. Seus maiores povos, hauçás e iorubás, inimigos mortais na África, o que só agora a democracia começa a superar, se aliaram no Brasil para lutar contra a escravidão. Da Nigéria, veio o candomblé, a religião dos orixás, herança cultural do povo iorubá.
A Nigéria votou para presidente num momento de prosperidade econômica, com crescimento de 6% a 8% nos últimos anos, o que a levou a ultrapassar a África do Sul como maior economia da África. Mas o país, dividido entre uma maioria muçulmana predominante no Norte e uma minoria cristã no Sul, enfrenta uma violenta rebelião da milícia terrorista Boko Haram no Nordeste.
Ontem à noite, os resultados davam uma vantagem de mais de 2 milhões de votos a favor do ex-ditador Buhari, um muçulmano nortista do povo hauçá-fulane de 72 anos. No fim, ele ganhou em 20 estados e na capital, e o presidente, em 16. O oposicionista teve 54% dos votos contra 45% para o presidente.
Buhari governou o país como ditador de 1983 a 1985 e deixou o poder extremamente impopular por causa de uma campanha para impor disciplina e boas maneiras aos nigerianos. Depois da democratização, disputou e perdeu as eleições de 2003, 2007 e 2011 - e aceitou o resultado.
Jonathan, um cristão iorubá sulista de 57 anos, chegou ao poder como vice do presidente Umaru Yar'Adua, que morreu do coração em 2010. Foi reeleito em 2011. Como só tinha concorrido a presidente uma vez, pôde se candidatar a uma segunda reeleição.
General da reserva, Buhari deve agir com dureza contra os grupos rebeldes. Além do Boko Haram, que luta para impor a lei islâmica na África Ocidental e age principalmente no Nordeste da Nigéria, há no Sul o Movimento pela Emancipação do Delta do Níger, a principal região produtora de petróleo e uma das bases eleitorais de Jonathan.
Como a trégua e a anistia negociada pelo governo Jonathan estão se esgotando, o movimento ameaça retomar a luta armada. Mas o simples fato de Jonathan ligar para Buhari reconhecendo a derrota é um avanço significativo para a democracia na África. Nas eleições anteriores, mais de 1,1 mil pessoas morreram em conflitos causados pela rejeição ao resultado oficial.
Uma ampla vitória de Buhari talvez tenha sido o melhor para a estabilidade da Nigéria. Jonathan seria mais do mesmo, um governo manchado pelo compadrismo, a corrupção e a fraqueza no combate ao Boko Haram. Com a arrecadação reduzida pela queda nos preços do petróleo, Buhari assume em 29 de maio de 2015 para um mandato de quatro anos com uma longa lista de problemas a resolver.
Para evitar o recrudescimento da guerrilha no Delta do Níger, terá de manter os programas e benefícios sociais do governo Jonathan. Ao mesmo tempo, o novo presidente planeja investir maciçamente em educação na sua região, o Norte, para dar aos jovens uma alternativa além da violência.
O Brasil tem uma relação histórica e cultural com a Nigéria. Seus maiores povos, hauçás e iorubás, inimigos mortais na África, o que só agora a democracia começa a superar, se aliaram no Brasil para lutar contra a escravidão. Da Nigéria, veio o candomblé, a religião dos orixás, herança cultural do povo iorubá.
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Buhari abre vantagem na Nigéria com metade dos votos apurados
Com a metade dos votos apurados, num resultado parcial com 18 dos 36 estados da Nigéria, o ex-ditador Muhamadu Buhari, abriu uma vantagem de mais de 2 milhões de votos sobre o atual presidente, Goodluck Jonathan, informou o jornal britânico The Guardian.
Buhari, do Congresso de Todos os Progressistas (APC), tinha ontem 8.520.436 votos contra 6.448.210 para Jonathan, do Partido Democrático Popular (PMP). A se confirmar esta vantagem, Jonathan será o primeiro presidente em exercício do país mais rico e mais populoso da África a perder uma eleição presidencial.
Cerca de 69 milhões dos 177 milhões de nigerianos estavam aptos para votar. O comparecimento às urnas foi maior nos redutos do oposicionista.
Apesar do forte crescimento de 6%-8% ao ano nos últimos anos, o governo sofreu com a insurgência da milícia extremista muçulmana Boko Haram, que deflagrou em 2009 uma guerra civil com mais de 12 mil mortes, sendo mais de mil só neste início de ano. Pelo menos 40 pessoas foram mortas durante a votação, quando os rebeldes atacaram eleitores a caminho das urnas.
Jonathan, cristão, sulista e iorubá, estaria sendo considerado nas urnas menos capaz do que o general Buhari, um ex-ditador linha-dura, muçulmano e nortista do povo hauçá-fulane, para derrotar o Boko Haram.
Ao mesmo tempo, o Movimento pela Emancipação do Delta do Rio Níger, a principal região petrolífera do maior produtor africano e uma das bases de Jonathan, ameaça retomar a luta armada se o atual presidente for derrotado.
Em 2011, quando Jonathan venceu Buhari, mais de 1,1 mil pessoas foram mortas na violência pós-eleitoral. Na segunda-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro do Exterior britânico, Philip Hammond, manifestaram preocupação com possíveis fraudes, manipulação dos resultados e conflitos.
O resultado final deve ser anunciado nesta terça-feira. Para evitar um segundo turno, o candidato mais votado precisa de 25% dos votos em dois terços dos 36 estados nigerianos e na capital, Abuja. Jonathan ganhou em Abuja e Buhari em Kano.
A maior cidade do país, Lagos, a ex-capital, um reduto de Jonathan, ainda não divulgou sua apuração. É a maior esperança de recuperação do presidente.
Buhari, do Congresso de Todos os Progressistas (APC), tinha ontem 8.520.436 votos contra 6.448.210 para Jonathan, do Partido Democrático Popular (PMP). A se confirmar esta vantagem, Jonathan será o primeiro presidente em exercício do país mais rico e mais populoso da África a perder uma eleição presidencial.
Cerca de 69 milhões dos 177 milhões de nigerianos estavam aptos para votar. O comparecimento às urnas foi maior nos redutos do oposicionista.
Apesar do forte crescimento de 6%-8% ao ano nos últimos anos, o governo sofreu com a insurgência da milícia extremista muçulmana Boko Haram, que deflagrou em 2009 uma guerra civil com mais de 12 mil mortes, sendo mais de mil só neste início de ano. Pelo menos 40 pessoas foram mortas durante a votação, quando os rebeldes atacaram eleitores a caminho das urnas.
Jonathan, cristão, sulista e iorubá, estaria sendo considerado nas urnas menos capaz do que o general Buhari, um ex-ditador linha-dura, muçulmano e nortista do povo hauçá-fulane, para derrotar o Boko Haram.
Ao mesmo tempo, o Movimento pela Emancipação do Delta do Rio Níger, a principal região petrolífera do maior produtor africano e uma das bases de Jonathan, ameaça retomar a luta armada se o atual presidente for derrotado.
Em 2011, quando Jonathan venceu Buhari, mais de 1,1 mil pessoas foram mortas na violência pós-eleitoral. Na segunda-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro do Exterior britânico, Philip Hammond, manifestaram preocupação com possíveis fraudes, manipulação dos resultados e conflitos.
O resultado final deve ser anunciado nesta terça-feira. Para evitar um segundo turno, o candidato mais votado precisa de 25% dos votos em dois terços dos 36 estados nigerianos e na capital, Abuja. Jonathan ganhou em Abuja e Buhari em Kano.
A maior cidade do país, Lagos, a ex-capital, um reduto de Jonathan, ainda não divulgou sua apuração. É a maior esperança de recuperação do presidente.
Reino Unido fará eleições mais imprevisíveis da história recente
A pedido do primeiro-ministro conservador David Cameron, a rainha Elizabeth II dissolveu ontem a Câmara dos Comuns e convocou para 7 de maio de 2015 as eleições gerais mais imprevisíveis da história do Reino Unido depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
O bipartidarismo clássico do modelo de Westminster está em xeque. Como o país adota o sistema de voto distrital em turno único, um candidato pode se eleger com pouco mais de 30% dos votos. Margaret Thatcher e Tony Blair nunca obtiveram maioria absoluta de votos, mas tinham maiorias de mais de cem deputados na Câmara dos Comuns.
Nas últimas eleições, em 2010, o líder conservador Cameron conseguiu derrotar o Partido Trabalhista do então primeiro-ministro Gordon Brown, mas não conseguiu maioria absoluta no Parlamento. Governou em aliança com o Partido Liberal-Democrata, do vice-primeiro-ministro Nick Clegg.
Esse terceiro partido historicamente sempre foi prejudicado pelo sistema eleitoral britânico, que favorece o voto útil. O líder do terceiro partido não tem chance de ser primeiro-ministro. Seu percentual de deputados na Câmara é sempre muito inferior ao percentual de votos. Com o desgaste de governar sem ter a chefia do governo, os liberais-democratas devem perder espaço.
Há novos atores em jogo na política britânica. O Partido da Independência do Reino Unido, de ultradireita, favorável a sair da União Europeia, foi o mais votado nas eleições para o Parlamento Europeu no ano passado. Sob a liderança de Nigel Farage, este partido fundado em 1993 e até há pouco marginal vai tomar votos à direita dos conservadores.
Por outro lado, o Partido Trabalhista, liderado por Ed Miliband, que não é considerado muito confiável nas pesquisas de opinião depende da bancada da Escócia para ter maioria no Parlamento de Westminster. O Partido Nacional Escocês perdeu o plebiscito sobre a independência no ano passado, mas, sob a nova liderança de Nicola Sturgeon, deve tomar cadeiras dos trabalhistas, que defenderam a União.
E o Partido Verde, que sempre obtém melhores resultados nas eleições para o Parlamento Europeu, também são uma força importante na nova situação política no Reino Unido, sob a liderança de Natalie Bennett.
Assim, em vez de três partidos maiores, serão seis a embaralhar a política britânica na disputa pelas 650 cadeiras da Câmara dos Comuns do Parlamento de Westminster, que se orgulha de ser o mais antigo ainda em atividade.
O bipartidarismo clássico do modelo de Westminster está em xeque. Como o país adota o sistema de voto distrital em turno único, um candidato pode se eleger com pouco mais de 30% dos votos. Margaret Thatcher e Tony Blair nunca obtiveram maioria absoluta de votos, mas tinham maiorias de mais de cem deputados na Câmara dos Comuns.
Nas últimas eleições, em 2010, o líder conservador Cameron conseguiu derrotar o Partido Trabalhista do então primeiro-ministro Gordon Brown, mas não conseguiu maioria absoluta no Parlamento. Governou em aliança com o Partido Liberal-Democrata, do vice-primeiro-ministro Nick Clegg.
Esse terceiro partido historicamente sempre foi prejudicado pelo sistema eleitoral britânico, que favorece o voto útil. O líder do terceiro partido não tem chance de ser primeiro-ministro. Seu percentual de deputados na Câmara é sempre muito inferior ao percentual de votos. Com o desgaste de governar sem ter a chefia do governo, os liberais-democratas devem perder espaço.
Há novos atores em jogo na política britânica. O Partido da Independência do Reino Unido, de ultradireita, favorável a sair da União Europeia, foi o mais votado nas eleições para o Parlamento Europeu no ano passado. Sob a liderança de Nigel Farage, este partido fundado em 1993 e até há pouco marginal vai tomar votos à direita dos conservadores.
Por outro lado, o Partido Trabalhista, liderado por Ed Miliband, que não é considerado muito confiável nas pesquisas de opinião depende da bancada da Escócia para ter maioria no Parlamento de Westminster. O Partido Nacional Escocês perdeu o plebiscito sobre a independência no ano passado, mas, sob a nova liderança de Nicola Sturgeon, deve tomar cadeiras dos trabalhistas, que defenderam a União.
E o Partido Verde, que sempre obtém melhores resultados nas eleições para o Parlamento Europeu, também são uma força importante na nova situação política no Reino Unido, sob a liderança de Natalie Bennett.
Assim, em vez de três partidos maiores, serão seis a embaralhar a política britânica na disputa pelas 650 cadeiras da Câmara dos Comuns do Parlamento de Westminster, que se orgulha de ser o mais antigo ainda em atividade.
segunda-feira, 30 de março de 2015
Pesticidas diminuem quantidade de espermatozoides
O consumo de frutas e legumes com resíduos de agrotóxicos altera a qualidade do sêmen humano, diminuindo a quantidade de espermatozoides, concluiu um estudo pioneiro publicado hoje na revista científica Human Reproduction, publicação oficial da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia.
Na pesquisa inédita, 155 homens de 18 a 55 anos deixaram 338 amostras de sêmen num centro de fertilidade entre 2007 e 2012 dentro de um programa de estudos sobre meio ambiente e reprodução humana. A dieta era avaliada com base em questionários preenchidos regularmente. Os níveis de pesticida foram os determinados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos: alto, moderado e baixo.
Quem comeu muitas frutas e legumes com altos níveis de contaminação por pesticidas teve uma contagem de espermatozoides até 49% menor e 32% menos espermatozoides bem formados do que homens que consumiram vegetais não envenenados.
"Estas descobertas não devem desencorajar o consumo de frutas e legumes em geral", observou o médico Jorge Navarro, professor assistente de nutrição e epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, um dos coordenadores do estudo. "Ele indica que estratégias com objetivo específico de evitar os resíduos de pesticidas, como consumir produtos orgânicos ou evitar vegetais com grande quantidade de resíduos, são o caminho a seguir."
Os homens foram divididos em quatro grupos: quem comia mais ou menos vegetais com altos níveis de pesticidas, e dois grupos com quem comia mais ou menos vegetais com nível de pesticidas baixo ou moderado.
No grupo que comia mais frutas e legumes com alto nível de agrotóxicos, os homens emitiam em média 86 milhões de espermatozoides por ejaculação, enquanto a média nos sujeitos a menos pesticidas era de 171 milhões de espermatozoides.
Na pesquisa inédita, 155 homens de 18 a 55 anos deixaram 338 amostras de sêmen num centro de fertilidade entre 2007 e 2012 dentro de um programa de estudos sobre meio ambiente e reprodução humana. A dieta era avaliada com base em questionários preenchidos regularmente. Os níveis de pesticida foram os determinados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos: alto, moderado e baixo.
Quem comeu muitas frutas e legumes com altos níveis de contaminação por pesticidas teve uma contagem de espermatozoides até 49% menor e 32% menos espermatozoides bem formados do que homens que consumiram vegetais não envenenados.
"Estas descobertas não devem desencorajar o consumo de frutas e legumes em geral", observou o médico Jorge Navarro, professor assistente de nutrição e epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, um dos coordenadores do estudo. "Ele indica que estratégias com objetivo específico de evitar os resíduos de pesticidas, como consumir produtos orgânicos ou evitar vegetais com grande quantidade de resíduos, são o caminho a seguir."
Os homens foram divididos em quatro grupos: quem comia mais ou menos vegetais com altos níveis de pesticidas, e dois grupos com quem comia mais ou menos vegetais com nível de pesticidas baixo ou moderado.
No grupo que comia mais frutas e legumes com alto nível de agrotóxicos, os homens emitiam em média 86 milhões de espermatozoides por ejaculação, enquanto a média nos sujeitos a menos pesticidas era de 171 milhões de espermatozoides.
Deputados alemães criticam Grécia por pedir ajuda à Rússia
Deputados da União Democrata-Cristã (CDU), partido liderado pela chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, advertiram o governo esquerdista da Grécia a fazer as reformas econômicas necessárias em vez de pedir ajuda à Rússia para pagar a dívida pública, reportou hoje a revista alemã Der Spiegel.
O deputado Günther Kirchbaum, um dos principais porta-vozes da CDU para questões europeias, cobrou do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, um plano concreto de reformas para equilibrar a economia do país, onde a corrupção e a sonegação fiscal sabotam a máquina pública.
Durante visita oficial a Moscou, o ministro da Energia da Grécia, Panagiotis Lafazanis, negocia hoje cooperação energética e ajuda financeira, revelou a agência de notícias russa Sputnik.
Por causa do impacto econômico diferente em cada país, a União Europeia está dividida em relação às sanções à Rússia para punir o Kremlin pela intervenção militar na Ucrânia. O governo Vladimir Putin corteja Chipre, a Grécia e a Hungria para que votem contra novas sanções.
Depois de seis anos de crise e depressão econômica, a Coligação de Esquerda Radical (Syriza) ganhou as eleições parlamentares de 25 de janeiro de 2015 prometendo acabar com o rigoroso programa de ajuste fiscal imposto pela UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE), e renegociar a dívida grega. Sob pressão da Alemanha e dos outros 17 países-membros da Zona do Euro, está sendo obrigada a encarar a realidade.
O deputado Günther Kirchbaum, um dos principais porta-vozes da CDU para questões europeias, cobrou do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, um plano concreto de reformas para equilibrar a economia do país, onde a corrupção e a sonegação fiscal sabotam a máquina pública.
Durante visita oficial a Moscou, o ministro da Energia da Grécia, Panagiotis Lafazanis, negocia hoje cooperação energética e ajuda financeira, revelou a agência de notícias russa Sputnik.
Por causa do impacto econômico diferente em cada país, a União Europeia está dividida em relação às sanções à Rússia para punir o Kremlin pela intervenção militar na Ucrânia. O governo Vladimir Putin corteja Chipre, a Grécia e a Hungria para que votem contra novas sanções.
Depois de seis anos de crise e depressão econômica, a Coligação de Esquerda Radical (Syriza) ganhou as eleições parlamentares de 25 de janeiro de 2015 prometendo acabar com o rigoroso programa de ajuste fiscal imposto pela UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE), e renegociar a dívida grega. Sob pressão da Alemanha e dos outros 17 países-membros da Zona do Euro, está sendo obrigada a encarar a realidade.
Arábia Saudita critica Rússia por armar ditadura da Síria
Durante a reunião de cúpula da Liga Árabe realizada no último fim de semana em Charm al-Cheikh, no Egito, o ministro do Exterior da Arábia Saudita, Saud al-Faissal, criticou a Rússia por armar a ditadura de Bachar Assad, na Síria.
Assad declara estar recebendo armas russas com base em contratos assinados antes da guerra civil síria, iniciada em 15 de março de 2011.
O chanceler saudita pressionou Moscou a parar de vender armas a Assad para "melhorar as relações com o mundo árabe".
A intervenção militar no Iêmen contra os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, marca uma nova postura mais afirmativa do governo saudita depois da ascensão ao trono do rei Salman com a morte do rei Abdala, em 23 de janeiro de 2015.
Assad declara estar recebendo armas russas com base em contratos assinados antes da guerra civil síria, iniciada em 15 de março de 2011.
O chanceler saudita pressionou Moscou a parar de vender armas a Assad para "melhorar as relações com o mundo árabe".
A intervenção militar no Iêmen contra os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, marca uma nova postura mais afirmativa do governo saudita depois da ascensão ao trono do rei Salman com a morte do rei Abdala, em 23 de janeiro de 2015.
Somalilândia cede aeroporto para ataque a hutis no Iêmen
O governo da Somalilândia, uma região do Norte da Somália que funciona como um país independente embora isso não seja reconhecido internacionalmente, cedeu o Aeroporto de Berbera para ser usado como base para os aviões da Força Aérea do Sudão que participam da aliança liderada pela Arábia Saudita para combater os rebelde hutis no Iêmen.
A Arábia Saudita interveio no Iêmen com bombardeios aéreos na semana passada para conter a ofensiva dos rebeldes hutis, que são xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, para tomar o porto de Áden, a segunda cidade mais importante do país, que fica na entrada do Mar Vermelho.
Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália não tem um governo nacional estável. Enquanto o Sul do país vive no caos e na anarquia, com um governo provisório que não controla o território nem com a ajuda de uma força internacional de paz da União Africana, o Norte, correspondente à antiga Somália Britânica, se organizou na Somalilândia.
A Arábia Saudita interveio no Iêmen com bombardeios aéreos na semana passada para conter a ofensiva dos rebeldes hutis, que são xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, para tomar o porto de Áden, a segunda cidade mais importante do país, que fica na entrada do Mar Vermelho.
Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália não tem um governo nacional estável. Enquanto o Sul do país vive no caos e na anarquia, com um governo provisório que não controla o território nem com a ajuda de uma força internacional de paz da União Africana, o Norte, correspondente à antiga Somália Britânica, se organizou na Somalilândia.
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Dois homens atacam a Agência de Segurança Nacional dos EUA
Um homem foi morto e outro ferido depois que eles tentaram furar uma barreira de segurança que protege o Forte Meade, em Maryland, perto de Washington, onde fica a sede da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, informou o jornal The Washington Post.
A polícia atirou contra os dois homens quando o carro em iam se aproximava da entrada do forte. O caso está sendo investido pelo FBI, a polícia federal dos EUA, que no momento não fala em terrorismo.
"A cena dos tiros está controlada e não acreditamos que haja relações com o terrorismo", declarou Amy Thorensen, porta-voz do FBI. Os dois homens estavam vestidos como mulheres e levavam drogas no carro.
Onze mil militares e 29 mil civis trabalham no Forte Meade.
A polícia atirou contra os dois homens quando o carro em iam se aproximava da entrada do forte. O caso está sendo investido pelo FBI, a polícia federal dos EUA, que no momento não fala em terrorismo.
"A cena dos tiros está controlada e não acreditamos que haja relações com o terrorismo", declarou Amy Thorensen, porta-voz do FBI. Os dois homens estavam vestidos como mulheres e levavam drogas no carro.
Onze mil militares e 29 mil civis trabalham no Forte Meade.
domingo, 29 de março de 2015
Direita republicana tem ampla vitória eleitoral na França
A União por um Movimento Popular (UMP), de centro-direita, liderada pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, e seus aliados foram os grandes vencedores do segundo turno das eleições departamentais, realizado hoje na França, derrotando não só o governo socialista mas também a ultradireitista Frente Nacional, que é fascista e contra a União Europeia.
Do controle dos conselhos gerais de 41 101 departamentos franceses, a direita republicana pulou para 67, enquanto a esquerda liderada pelo PS, do presidente François Hollande, caiu de 61 para 34 departamentos e a neofascista FN, que sonhava em ser o maior partido da França, não venceu em nenhum, informa o jornal francês Le Monde.
Em percentual de votação, a direita republicana recebeu hoje 45% dos votos válidos, as várias esquerdas, 32% e a FN, 23%. Entre as esquerda, desgastado pela crise econômica, o Partido Socialista ficou em 16%. A abstenção foi de 50,01%.
Mesmo sem ganhar, a FN passou de um para 60 conselheiros. Sua líder, Marine Le Pen, saudou o avanço como "um passo crucial do movimento patriótico rumo ao poder."
Seu partido ficou em segundo na votação geral no primeiro turno, com 26% do total, depois de levar 25% nas eleições do ano passado para o Parlamento Europeu. Isso garantiria sua presença no segundo turno de uma eleição presidencial, o que seu pai conseguiu em 2002 com apenas 17% dos votos.
Para o ex-presidente Sarkozy, candidatíssimo à próxima eleição presidencial, em 2017, "a transição está em marcha", mas o primeiro-ministro socialista Manuel Valls acredita que a derrota da esquerda é apenas uma "perturbação passageira".
A primeira mudança pós-eleitoral deve ser uma tentativa de atrair os verdes e os ecologistas para o governo.
Do controle dos conselhos gerais de 41 101 departamentos franceses, a direita republicana pulou para 67, enquanto a esquerda liderada pelo PS, do presidente François Hollande, caiu de 61 para 34 departamentos e a neofascista FN, que sonhava em ser o maior partido da França, não venceu em nenhum, informa o jornal francês Le Monde.
Em percentual de votação, a direita republicana recebeu hoje 45% dos votos válidos, as várias esquerdas, 32% e a FN, 23%. Entre as esquerda, desgastado pela crise econômica, o Partido Socialista ficou em 16%. A abstenção foi de 50,01%.
Mesmo sem ganhar, a FN passou de um para 60 conselheiros. Sua líder, Marine Le Pen, saudou o avanço como "um passo crucial do movimento patriótico rumo ao poder."
Seu partido ficou em segundo na votação geral no primeiro turno, com 26% do total, depois de levar 25% nas eleições do ano passado para o Parlamento Europeu. Isso garantiria sua presença no segundo turno de uma eleição presidencial, o que seu pai conseguiu em 2002 com apenas 17% dos votos.
Para o ex-presidente Sarkozy, candidatíssimo à próxima eleição presidencial, em 2017, "a transição está em marcha", mas o primeiro-ministro socialista Manuel Valls acredita que a derrota da esquerda é apenas uma "perturbação passageira".
A primeira mudança pós-eleitoral deve ser uma tentativa de atrair os verdes e os ecologistas para o governo.
Intervenção da Arábia Saudita destrói Força Aérea do Iêmen
Nos três primeiros dias de bombardeios aéreos, a intervenção militar de 10 países árabes liderada pela Arábia Saudita destruiu a Força Aérea e os centros de comando e controle do Iêmen, num duro golpe contra os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, noticiou hoje o jornal The Washington Post citando militares sauditas. É a preparação clássica para uma invasão por terra.
Em nota divulgada ontem à noite pela Agência de Imprensa Saudita, o general brigadeiro Ahmed ben Hassan Assiri declarou que os rebeldes "não têm mais" aviões de combate. Eles foram usados para bombardear o palácio presidencial de Áden, onde se instalou o presidente deposto Abed Rabbo Mansur Hadi depois de ser libertado da prisão domiciliar em Saná há pouco mais de um mês.
Com a ofensiva rebelde, Hadi fugiu para a Arábia Saudita. Apesar da intervenção militar, os hutis continuam o assalto ao porto de Áden, onde a situação foi descrita por um político como um "grande caos". Há filas nos postos de gasolina e muitas famílias tentando escapar da guerra civil iemenita. Nos últimos dias, 61 pessoas foram mortas e outras 500 feridas em Áden e arredores.
Os bombardeios aéreos da aliança saudita visaram ontem as estradas ligando a capital, Saná, à província de Saada, principal reduto dos hutis, o porto e o aeroporto de Hodeida.
Ontem, o ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que governou o país por 32 anos até 2011, quando foi derrubado pela revolta da Primavera Árabe, propôs uma trégua. Unidades militares leais a Saleh lutam ao lado dos rebeldes.
Durante uma reunião de cúpula da Liga Árabe em Charm al-Cheikh, no Egito, o novo sultão Salman, da Arábia Saudita, prometeu manter a intervenção militar no Iêmen "até a volta da estabilidade", com a devolução do poder a Hadi. O novo rei saudita manifesta assim a intenção de combater o expansionismo do Irã no Oriente Médio, aumentando o risco de mais conflitos entre sunitas e xiitas, a exemplo do que já acontece no Bahrein, no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria.
Em nota divulgada ontem à noite pela Agência de Imprensa Saudita, o general brigadeiro Ahmed ben Hassan Assiri declarou que os rebeldes "não têm mais" aviões de combate. Eles foram usados para bombardear o palácio presidencial de Áden, onde se instalou o presidente deposto Abed Rabbo Mansur Hadi depois de ser libertado da prisão domiciliar em Saná há pouco mais de um mês.
Com a ofensiva rebelde, Hadi fugiu para a Arábia Saudita. Apesar da intervenção militar, os hutis continuam o assalto ao porto de Áden, onde a situação foi descrita por um político como um "grande caos". Há filas nos postos de gasolina e muitas famílias tentando escapar da guerra civil iemenita. Nos últimos dias, 61 pessoas foram mortas e outras 500 feridas em Áden e arredores.
Os bombardeios aéreos da aliança saudita visaram ontem as estradas ligando a capital, Saná, à província de Saada, principal reduto dos hutis, o porto e o aeroporto de Hodeida.
Ontem, o ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que governou o país por 32 anos até 2011, quando foi derrubado pela revolta da Primavera Árabe, propôs uma trégua. Unidades militares leais a Saleh lutam ao lado dos rebeldes.
Durante uma reunião de cúpula da Liga Árabe em Charm al-Cheikh, no Egito, o novo sultão Salman, da Arábia Saudita, prometeu manter a intervenção militar no Iêmen "até a volta da estabilidade", com a devolução do poder a Hadi. O novo rei saudita manifesta assim a intenção de combater o expansionismo do Irã no Oriente Médio, aumentando o risco de mais conflitos entre sunitas e xiitas, a exemplo do que já acontece no Bahrein, no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria.
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Egito anuncia criação de força militar conjunta árabe
Diante do que chamou de "ameaças sem precedentes", no fim de uma reunião de cúpula de dois dias da Liga Árabe realizada em Charm al-Cheikh para discutir a guerra civil no Iêmen, o ditador do Egito, marechal Abdel Fattah al-Sissi, anunciou a formação de um exército árabe unido como uma força de reação rápida para enfrentar problemas de segurança no Oriente Médio, noticiou hoje a televisão pública britânica BBC.
O exército árabe unido terá 40 mil soldados de elite, aviões, navios de guerra e veículos de combate e de transporte de tropas, acrescentaram oficiais egípcios. É improvável que todos os 22 países árabes contribuam. A participação será voluntária. Serão necessários alguns meses para organizar a força conjunta.
A Liga Árabe não esclareceu se a força será usada no Iêmen, onde a Arábia Saudita lidera uma intervenção militar de 10 países contra os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã. Decidiu manter a intervenção até que "os rebeldes se retirem e entreguem as armas".
"O Iêmen está à beira do abismo, exigindo ações árabes e internacionais efetivs depois que todos os meios para atingir uma solução pacífica para acabar com o golpe huti e restaurar a legitimidade", declarou o comunicado final da Liga Árabe.
Apesar da ofensiva huti, da intervenção saudita e do fechamento de vários portos, as exportações de gás natural liquefeito continuam. A Marinha saudita, que resgatou diplomatas estrangeiros no porto de Áden, está escoltando os navios-tanques. A companhia petrolífera francesa Total fechou o escritório na capital, Saná, ocupada desde setembro pelos hutis, mas declarou que suas operações não foram afetadas.
O exército árabe unido terá 40 mil soldados de elite, aviões, navios de guerra e veículos de combate e de transporte de tropas, acrescentaram oficiais egípcios. É improvável que todos os 22 países árabes contribuam. A participação será voluntária. Serão necessários alguns meses para organizar a força conjunta.
A Liga Árabe não esclareceu se a força será usada no Iêmen, onde a Arábia Saudita lidera uma intervenção militar de 10 países contra os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã. Decidiu manter a intervenção até que "os rebeldes se retirem e entreguem as armas".
"O Iêmen está à beira do abismo, exigindo ações árabes e internacionais efetivs depois que todos os meios para atingir uma solução pacífica para acabar com o golpe huti e restaurar a legitimidade", declarou o comunicado final da Liga Árabe.
Apesar da ofensiva huti, da intervenção saudita e do fechamento de vários portos, as exportações de gás natural liquefeito continuam. A Marinha saudita, que resgatou diplomatas estrangeiros no porto de Áden, está escoltando os navios-tanques. A companhia petrolífera francesa Total fechou o escritório na capital, Saná, ocupada desde setembro pelos hutis, mas declarou que suas operações não foram afetadas.
Total de mortos nas eleições na Nigéria sobe para 20 pessoas
O total de mortos em ataques contra seções eleitorais subiu para 20 pessoas hoje na Nigéria, segundo dia de votação para escolher um novo presidente e deputados para a Assembleia Nacional. A votação foi prorrogada por causa de problemas de leitura dos títulos de eleitor com identificação biométria, informou o sítio Africa Review.
Cerca de 300 das 150 mil seções eleitorais enfrentaram problemas. O presidente Goodluck Jonathan foi um dos que tiveram de ser identificados visualmente. Isso atrasou a votação em várias mesas e levou a um segundo dia de votação.
Depois do fechamento das urnas, previsto para hoje à noite, os resultados devem ser conhecidos em 48 horas. O presidente, um cristão iorubá sulista, enfrenta o ex-ditador Muhamadu Buhari, um muçulmano hauçá-fulane nortista, num sinal da divisão do país. As pesquisas indicam um resultado apertado e uma divisão correspondente na Assembleia Nacional.
Historicamente há um revezamento na Presidência entre muçulmanos, que são a maioria, e cristãos. A regra mudou por causa da morte do presidente Umaru Yar'Adua de problemas cardíacos em 2010. Jonathan assumiu como vice. Foi reeleito em 2011 e só teve direito a tentar a segunda reeleição porque em 2007 concorrera a vice-presidente.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques à votação. O principal suspeito é a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que luta para impor a lei islâmica à Nigéria, hoje o país mais rico e mais populoso da África. Há outro grupo rebelde no Sul do país, a região produtora de petróleo, o Movimento pela Emancipação do Delta do Rio Níger, que ameaça voltar à luta armada se Buhari vencer.
O general com um passado linha-dura não é do tipo que costuma negociar com rebeldes. Deve combater duramente qualquer rebelião.
Até agora, a violência política é muito menor do que nas eleições de 2011, quando 1,1 mil pessoas foram mortas durante a votação e nos dias seguintes ao anúncio do resultado. O vencedor da eleição presidencial deve ser conhecido nesta segunda-feira. Antes disso, a oposição denuncia fraude e protesta nas ruas.
Cerca de 300 das 150 mil seções eleitorais enfrentaram problemas. O presidente Goodluck Jonathan foi um dos que tiveram de ser identificados visualmente. Isso atrasou a votação em várias mesas e levou a um segundo dia de votação.
Depois do fechamento das urnas, previsto para hoje à noite, os resultados devem ser conhecidos em 48 horas. O presidente, um cristão iorubá sulista, enfrenta o ex-ditador Muhamadu Buhari, um muçulmano hauçá-fulane nortista, num sinal da divisão do país. As pesquisas indicam um resultado apertado e uma divisão correspondente na Assembleia Nacional.
Historicamente há um revezamento na Presidência entre muçulmanos, que são a maioria, e cristãos. A regra mudou por causa da morte do presidente Umaru Yar'Adua de problemas cardíacos em 2010. Jonathan assumiu como vice. Foi reeleito em 2011 e só teve direito a tentar a segunda reeleição porque em 2007 concorrera a vice-presidente.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques à votação. O principal suspeito é a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que luta para impor a lei islâmica à Nigéria, hoje o país mais rico e mais populoso da África. Há outro grupo rebelde no Sul do país, a região produtora de petróleo, o Movimento pela Emancipação do Delta do Rio Níger, que ameaça voltar à luta armada se Buhari vencer.
O general com um passado linha-dura não é do tipo que costuma negociar com rebeldes. Deve combater duramente qualquer rebelião.
Até agora, a violência política é muito menor do que nas eleições de 2011, quando 1,1 mil pessoas foram mortas durante a votação e nos dias seguintes ao anúncio do resultado. O vencedor da eleição presidencial deve ser conhecido nesta segunda-feira. Antes disso, a oposição denuncia fraude e protesta nas ruas.
sábado, 28 de março de 2015
Intervenção saudita no Iêmen pode durar seis meses
A intervenção militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen foi planejada inicialmente para durar um mês, mas pode se estender por cinco ou seis, revelou hoje a agência Reuters citando como fonte um diplomata da região do Golfo Pérsico.
Os países árabes atacam os rebeldes hutis, que são zaiditas, um dos ramos do xiismo, e recebem apoio do Irã. A expectativa das monarquias petroleiras do Golfo é de uma resposta de extremistas xiitas no Bahrein, no Líbano e no Leste da Arábia Saudita.
Até agora, a intervenção se limita a bombardeios aéreos, mas a televisão saudita Al Arabiya informou que 150 mil soldados foram mobilizados para um possível invasão terrestre. A Marinha saudita está resgatando diplomatas no porto de Áden, alvo da ofensiva rebelde que motivou a intervenção.
O ataque da aliança árabe vai continuar até que o Iêmen retome um processo de transição política mediado pelas Nações Unidas.
O maior risco é de um agravamento dos conflitos entre sunitas e xiitas capaz de levar a uma conflagração generalizada no Oriente Médio. Eles já lutam entre si no Bahrein, no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria.
A intervenção saudita visa a impedir a consolidação de um regime xiita hostil ao sul do país. O Egito defendeu a formação de um exército árabe unido para enfrentar as ameaças de segurança no Oriente Médio.
Os países árabes atacam os rebeldes hutis, que são zaiditas, um dos ramos do xiismo, e recebem apoio do Irã. A expectativa das monarquias petroleiras do Golfo é de uma resposta de extremistas xiitas no Bahrein, no Líbano e no Leste da Arábia Saudita.
Até agora, a intervenção se limita a bombardeios aéreos, mas a televisão saudita Al Arabiya informou que 150 mil soldados foram mobilizados para um possível invasão terrestre. A Marinha saudita está resgatando diplomatas no porto de Áden, alvo da ofensiva rebelde que motivou a intervenção.
O ataque da aliança árabe vai continuar até que o Iêmen retome um processo de transição política mediado pelas Nações Unidas.
O maior risco é de um agravamento dos conflitos entre sunitas e xiitas capaz de levar a uma conflagração generalizada no Oriente Médio. Eles já lutam entre si no Bahrein, no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria.
A intervenção saudita visa a impedir a consolidação de um regime xiita hostil ao sul do país. O Egito defendeu a formação de um exército árabe unido para enfrentar as ameaças de segurança no Oriente Médio.
Boko Haram ataca seções eleitorais no Nordeste da Nigéria
A milícia islamita Boko Haram fez vários ataques contra eleitores que queriam votar nas eleições presidencial e parlamentares realizadas hoje na Nigéria, matando pelo menos 15 pessoas, informou a agência de notícias Reuters.
Nos dois primeiros ataques, em Ngalda, no estado de Yobe, e em Woru, no estado de Gombe, pistoleiros abriram fogo contra eleitores que estavam a caminho das seções eleitorais.
Inicialmente previstas para 14 de fevereiro, as eleições foram adiadas para 28 de março de 2015 por causa da violência política. Nesse período, o Exército da Nigéria lançou uma operação contra o Kobo Haram em conjunto com países vizinhos que também foram atacados: Camarões, Chade e Níger.
O grupo Boko Haram, cujo nome significa "não à educação ocidental", quer impor a lei islâmica na África Ocidental. Ao aderir à luta armada, em 2009, deflagrou uma guerra civil onde pelo menos 12 mil pessoas foram mortas.
No Sudeste, a principal região de exploração de petróleo do maior produtor da África, uma bomba escondida em baixo de um carro explodiu junto a uma seção eleitoral da região de Ogui, no estado de Enugu, revelou a agência oficial de notícias chinesa Nova China. Um esquadrão antibombas desarmou quatro bombas na mesma área, onde outros grupos rebeldes não religiosos costumam atuar.
O presidente Goodluck Jonathan, um cristão sulista, tenta a reeleição pelo Partido Democrático Popular (PDP), que está no poder desde a primeira eleição pós-democratização do país, em 1999. É acusado de incompetência no combate à insurgência islamita no Norte do país, majoritariamente muçulmano. A seu favor, tem o forte crescimento econômico que fez da Nigéria o país rico da África.
Com a insurgência, aumentam as chances do candidato da oposição, o ex-ditador Muhamadu Buhari (1983-85), do Congresso de Todos os Progressistas (APC) um muçulmano nortista que deixou o poder odiado por ter tentado impor uma campanha de disciplina e boas maneiras. Desde então, perdeu várias eleições presidenciais e aceitou o resultado democraticamente.
As pesquisas preveem um resultado apertado.
As autoridades eleitorais nigerianas estenderam o prazo de votação até amanhã alegando problemas técnicos em títulos de eleitor com identificação biométrica em algumas zonas eleitorais. Nas últimas eleições parlamentares e presidencial, em 2011, a violência política causou mais de 1,1 mil mortes.
Nos dois primeiros ataques, em Ngalda, no estado de Yobe, e em Woru, no estado de Gombe, pistoleiros abriram fogo contra eleitores que estavam a caminho das seções eleitorais.
Inicialmente previstas para 14 de fevereiro, as eleições foram adiadas para 28 de março de 2015 por causa da violência política. Nesse período, o Exército da Nigéria lançou uma operação contra o Kobo Haram em conjunto com países vizinhos que também foram atacados: Camarões, Chade e Níger.
O grupo Boko Haram, cujo nome significa "não à educação ocidental", quer impor a lei islâmica na África Ocidental. Ao aderir à luta armada, em 2009, deflagrou uma guerra civil onde pelo menos 12 mil pessoas foram mortas.
No Sudeste, a principal região de exploração de petróleo do maior produtor da África, uma bomba escondida em baixo de um carro explodiu junto a uma seção eleitoral da região de Ogui, no estado de Enugu, revelou a agência oficial de notícias chinesa Nova China. Um esquadrão antibombas desarmou quatro bombas na mesma área, onde outros grupos rebeldes não religiosos costumam atuar.
O presidente Goodluck Jonathan, um cristão sulista, tenta a reeleição pelo Partido Democrático Popular (PDP), que está no poder desde a primeira eleição pós-democratização do país, em 1999. É acusado de incompetência no combate à insurgência islamita no Norte do país, majoritariamente muçulmano. A seu favor, tem o forte crescimento econômico que fez da Nigéria o país rico da África.
Com a insurgência, aumentam as chances do candidato da oposição, o ex-ditador Muhamadu Buhari (1983-85), do Congresso de Todos os Progressistas (APC) um muçulmano nortista que deixou o poder odiado por ter tentado impor uma campanha de disciplina e boas maneiras. Desde então, perdeu várias eleições presidenciais e aceitou o resultado democraticamente.
As pesquisas preveem um resultado apertado.
As autoridades eleitorais nigerianas estenderam o prazo de votação até amanhã alegando problemas técnicos em títulos de eleitor com identificação biométrica em algumas zonas eleitorais. Nas últimas eleições parlamentares e presidencial, em 2011, a violência política causou mais de 1,1 mil mortes.
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Rebeldes islamitas tomam maior parte da cidade síria de Idlibe
Depois de quatro dias de batalha, milícias extremistas muçulmanas, inclusive a Frente al-Nusra, ligada à rede terrorista Al Caeda, tomaram a maior parte da cidade de Idlibe, no Nordeste da Síria, que estava em poder da ditadura de Bachar Assad, noticiou a agência Reuters.
A cidade, de 100 mil habitantes (165 mil antes da guerra), fica perto da estrada de ferro de importância estratégica que liga a capital, Damasco, a Alepo, a maior cidade síria, e da província de Latakia, um dos redutos do governo Assad.
O ataque a Idlibe é uma contraofensiva rebelde à ofensiva lançada pelo governo no Sul do país em fevereiro de 2015.
Em novembro de 2011, oito meses depois do início da guerra civil síria, o Exército da Síria Livre atacou a cidade, tomada em fevereiro de 2012. O governo recuperou-a numa contraofensiva em março do mesmo ano.
Um novo ataque coordenado de várias forças rebeldes começou em janeiro de 2013. Dois meses depois, a cidade foi recapturada, mas, desta vez, por um grupo jihadista chamado Jaish al-Fatah (Exército da Conquista).
O governo recuperou Idlibe. Agora, está ameaçado de perder a cidade novamente. Os jihadistas, inclusive da Jaich al-Fatah, já ocupam vários bairros.
Mais de 220 mil pessoas foram mortas em quatro da guerra civil na Síria, a maior tragédia deflagrada pela Primaveria Árabe. Mais de 11 milhões fugiram de casa. Destes, quase 4 milhões saíram do país. A China e a Rússia vetaram quatro resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, rejeitando qualquer condenação à ditadura de Assad.
sexta-feira, 27 de março de 2015
Inflação nula ameaça economia japonesa com volta da recessão
Pela primeira vez desde maio de 2013, o núcleo do índice crescimento de preços ao consumidor ficou em zero no Japão, mostrando mais uma vez as dificuldades do primeiro-ministro Shinzo Abe para combater a estagnação e a deflação.
No mês passado, a taxa anual ficou em 0,2%. A inflação zero é atribuída ao fraco consumo doméstico e à queda nos preços internacionais do petróleo. O núcleo da inflação exclui os preços mais voláteis de alimentos frescos. O índice amplo ficou em 2,2%.
Em fevereiro de 2015, na comparação anual, o consumo doméstico foi 0,4% inferior em termos nominais e de -2,9% em termos reais, no décimo-terceiro mês consecutivo de baixa. Ainda assim, melhorou em relação aos -5,1% da janeiro de 2015. A renda doméstica subiu 1,9% em termos nominais, mas caiu 0,7% em termos reais.
A abeconomia, as políticas do primeiro-ministro para recuperar a economia, sofreu um duro golpe em 1º de abril do ano passado, quando o governo aumentou de 5% para 8% um imposto sobre consumo, refreando o apetite dos consumidores.
O Banco do Japão, banco central do país, faz no momento o maior programa de alívio quantitativo do mundo, anunciado em abril de 2013. Desde então, está comprando títulos para colocar em circulação mais ienes, no valor total de US$ 1,4 trilhão. A meta é chegar a uma inflação de 2% ao ano.
No mês passado, a taxa anual ficou em 0,2%. A inflação zero é atribuída ao fraco consumo doméstico e à queda nos preços internacionais do petróleo. O núcleo da inflação exclui os preços mais voláteis de alimentos frescos. O índice amplo ficou em 2,2%.
Em fevereiro de 2015, na comparação anual, o consumo doméstico foi 0,4% inferior em termos nominais e de -2,9% em termos reais, no décimo-terceiro mês consecutivo de baixa. Ainda assim, melhorou em relação aos -5,1% da janeiro de 2015. A renda doméstica subiu 1,9% em termos nominais, mas caiu 0,7% em termos reais.
A abeconomia, as políticas do primeiro-ministro para recuperar a economia, sofreu um duro golpe em 1º de abril do ano passado, quando o governo aumentou de 5% para 8% um imposto sobre consumo, refreando o apetite dos consumidores.
O Banco do Japão, banco central do país, faz no momento o maior programa de alívio quantitativo do mundo, anunciado em abril de 2013. Desde então, está comprando títulos para colocar em circulação mais ienes, no valor total de US$ 1,4 trilhão. A meta é chegar a uma inflação de 2% ao ano.
Turquia critica Irã e defende intervenção militar no Iêmen
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan acusou ontem o Irã de tentar dominar o Oriente Médio, perturbando seu país, a Arábia Saudita e outras monarquias do Golfo Pérsico, noticiou hoje o jornal turco Hürriyet Daily News.
Com visita a Teerã marcada para o início do próximo mês, Erdogan foi logo mandando o recado: "O Irã está tentando controlar a região. Isto pode ser permitido? Já começa a irritar a nós, à Arábia Saudita e aos países do Golfo Pérsico. Isto não é tolerável e o Irã precisa saber."
A Turquia é majoritariamente sunita. Dá apoio logístico e de inteligência à intervenção militar liderada pela Arábia Saudita, que há três dias bombardeia posições dos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, no Iêmen, à frente de uma aliança de dez países árabes. Cerca de 150 mil soldados foram mobilizados para uma possível invasão por terra ao país árabe mais pobre.
O Egito e o Paquistão apoiam a ação saudita. O governo egípcio pode entrar na guerra. Já o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, declarou que só vai intervir se a Arábia Saudita for atacada.
Erdogan exigiu a retirada de forças iranianas do Iraque, da Síria e do Iêmen. Seu argumento é que as guerras civis estão se tornando conflitos sectários entre sunitas e xiitas: "O Irã tem de mudar sua visão. Têm de retirar suas forças e respeitar a integridade territorial destes países."
Os ataques ao Irã pressionam os Estados Unidos às vésperas de 31 de março de 2015, prazo para um acordo preliminar nas negociações nucleares entre as grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia), a Alemanha e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano e impedir o país de fabricar a bomba atômica.
Se o Irã tiver armas atômicas, poderá deflagrar uma corrida nuclear no Oriente Médio. Outros candidatos a potências regionais, especialmente a Arábia Saudita e a Turquia, não vão querer ficar para trás.
Com visita a Teerã marcada para o início do próximo mês, Erdogan foi logo mandando o recado: "O Irã está tentando controlar a região. Isto pode ser permitido? Já começa a irritar a nós, à Arábia Saudita e aos países do Golfo Pérsico. Isto não é tolerável e o Irã precisa saber."
A Turquia é majoritariamente sunita. Dá apoio logístico e de inteligência à intervenção militar liderada pela Arábia Saudita, que há três dias bombardeia posições dos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, no Iêmen, à frente de uma aliança de dez países árabes. Cerca de 150 mil soldados foram mobilizados para uma possível invasão por terra ao país árabe mais pobre.
O Egito e o Paquistão apoiam a ação saudita. O governo egípcio pode entrar na guerra. Já o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, declarou que só vai intervir se a Arábia Saudita for atacada.
Erdogan exigiu a retirada de forças iranianas do Iraque, da Síria e do Iêmen. Seu argumento é que as guerras civis estão se tornando conflitos sectários entre sunitas e xiitas: "O Irã tem de mudar sua visão. Têm de retirar suas forças e respeitar a integridade territorial destes países."
Os ataques ao Irã pressionam os Estados Unidos às vésperas de 31 de março de 2015, prazo para um acordo preliminar nas negociações nucleares entre as grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia), a Alemanha e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano e impedir o país de fabricar a bomba atômica.
Se o Irã tiver armas atômicas, poderá deflagrar uma corrida nuclear no Oriente Médio. Outros candidatos a potências regionais, especialmente a Arábia Saudita e a Turquia, não vão querer ficar para trás.
Copiloto escondeu doença mental da Lufthansa
A polícia da Alemanha encontrou documentos na casa do copiloto Andreas Lubitz, que derrubou de propósito um avião da companhia aérea alemã Germanwings, subsidiária da Lufthansa, há três dias matando as 150 pessoas a bordo, revelou o promotor encarregado do caso. Ele deveria estar de licença para tratamento de saúde.
Enquanto o mundo se pergunta por que ele decidiu cometer um homicídio em massa ao se suicidar, soube-se que a doença não é depressão. Lubitz, de 28 anos, teria sofrido um surto de depressão quando estava para se formar como piloto, em 2009, revelou o jornal sensacionalista alemão Bild. Agora o problema seria outro.
Entre os documentos, haveria um atestado médico e um formulário para requerer afastamento temporário da função para tratamento rasgado e jogado no lixo. Lubitz não estaria em condições psicológicas para pilotar.
O jornal sensacionalista alemão também revelou que o copiloto tinha cancelado o casamento, sem esclarecer as razões.
Nos Alpes franceses, onde o Airbus 320 caiu durante um voo de Barcelona, na Espanha, para Dusseldorf, na Alemanha, dez helicópteros continuam resgatando restos humanos e da aeronave. O choque foi tão violento que o avião e as pessoas foram reduzidos a fragmentos.
Quando o piloto saiu da cabine para ir ao banheiro, Lubitz trancou a porta por dentro, ativou o mecanismo para baixar o avião até a altitude mínima, de 30 metros. As montanhas daquela região tem de 2 a 3 mil metros de altura.
Enquanto o mundo se pergunta por que ele decidiu cometer um homicídio em massa ao se suicidar, soube-se que a doença não é depressão. Lubitz, de 28 anos, teria sofrido um surto de depressão quando estava para se formar como piloto, em 2009, revelou o jornal sensacionalista alemão Bild. Agora o problema seria outro.
Entre os documentos, haveria um atestado médico e um formulário para requerer afastamento temporário da função para tratamento rasgado e jogado no lixo. Lubitz não estaria em condições psicológicas para pilotar.
O jornal sensacionalista alemão também revelou que o copiloto tinha cancelado o casamento, sem esclarecer as razões.
Nos Alpes franceses, onde o Airbus 320 caiu durante um voo de Barcelona, na Espanha, para Dusseldorf, na Alemanha, dez helicópteros continuam resgatando restos humanos e da aeronave. O choque foi tão violento que o avião e as pessoas foram reduzidos a fragmentos.
Quando o piloto saiu da cabine para ir ao banheiro, Lubitz trancou a porta por dentro, ativou o mecanismo para baixar o avião até a altitude mínima, de 30 metros. As montanhas daquela região tem de 2 a 3 mil metros de altura.
Nigéria anuncia destruição do quartel-general do Boko Haram
Na véspera das eleições nacionais, o Exército da Nigéria anunciou ter tomado hoje a cidade de Gwoza e destruído o quartel-general da milícia terrorista Boko Haram, que luta para impor sua versão extremista do islamismo à África Ocidental, informa o sítio de notícias turco World Bulletin.
Pelas redes sociais, as Forças Armadas nigerianas declararam: "Hoje de manhã as tropas capturaram Gwoza, destruindo o quartel-general do califado autoproclamado pelos terroristas. Vários terroristas foram mortos ou capturados.
O presidente Goodluck Jonathan, candidato à reeleição, é um cristão sulista acusado de não ter feito o esforço necessário para derrotar a insurgência que causou pelo menos 12 mil mortes desde 2009. Na reta final da campanha, lançou uma ofensiva conjunta com os exércitos de Camarões, do Chade e do Níger, países vizinhos também atacados pelo Boko Haram.
Seu adversário é o ex-ditador Muhamadu Buhari (1983-85), um muçulmano nortista que teria melhor condições de combater a rebelião na região mais pobre do país, o Norte, majoritariamente islâmico.
Pelas redes sociais, as Forças Armadas nigerianas declararam: "Hoje de manhã as tropas capturaram Gwoza, destruindo o quartel-general do califado autoproclamado pelos terroristas. Vários terroristas foram mortos ou capturados.
O presidente Goodluck Jonathan, candidato à reeleição, é um cristão sulista acusado de não ter feito o esforço necessário para derrotar a insurgência que causou pelo menos 12 mil mortes desde 2009. Na reta final da campanha, lançou uma ofensiva conjunta com os exércitos de Camarões, do Chade e do Níger, países vizinhos também atacados pelo Boko Haram.
Seu adversário é o ex-ditador Muhamadu Buhari (1983-85), um muçulmano nortista que teria melhor condições de combater a rebelião na região mais pobre do país, o Norte, majoritariamente islâmico.
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Elefantes são massacrados na República Democrática do Congo
Pelo menos 68 foram mortos por traficantes de marfim ou grupos rebeldes nos últimos dois meses no Parque Nacional da Garamba, na República Democrática do Congo, um dos mais antigos da África, denunciou o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW), citado pelo jornal digital americano The Huffington Post.
"Tivemos um grupo de sudaneses que invadiu o parque, dividiu-se em pequenos grupos e matou 30 elefantes em 15 dias", reconheceu o diretor de preservação do parque, Jean-Marc Froment.
São apenas 150 guardas florestais para patrulhar uma área de 13 mil quilômetros quadrados. Por isso, os cerca de 1,7 mil elefantes do parque estão seriamente ameaçados. São presas fáceis para guerrilheiros e traficantes que invadem a área a partir dos países vizinhos.
De abril de 2014 a janeiro de 2015, 131 elefantes foram encontrados mortos no Parque da Garamba, declarou o Projeto Basta, que acusa o senhor da guerra Joseph Kony, líder do Exército de Resistência do Senhor caçado há dois anos por crimes contra a humanidade, militares renegados do Exército do Congo e traficantes de marfim do Sudão e do Sudão do Sul.
Em alguns casos, os animais foram caçados de helicópteros enquanto outros homens em terra serravam as presas de marfim das carcaças.
Na Ásia, o quilo do marfim vale de R$ 1.600 a R$ 2.080. Uma presa pode render até US$ 175 mil (R$ 402,5 mil). As presas também podem ser trocadas por munição, por 18 mil balas, afirmou Sasha Lejnev, diretor associado do Projeto Basta.
No ano passado, 41 países assinaram a Declaração de Londres, prometendo ajudar a proteger espécies ameaçadas como o elefante. Quinze não tomaram a menor providência, observa o IFAW. Para o diretor do Programa do Elefante, Jason Bell, "é estarrecedor que países como Camarões, o Chade e a República Democrática do Congo, que tem populações de elefantes sob grande ameaça de caça por causa do marfim não tenham feito absolutamente nada para reduzir a matança."
"Tivemos um grupo de sudaneses que invadiu o parque, dividiu-se em pequenos grupos e matou 30 elefantes em 15 dias", reconheceu o diretor de preservação do parque, Jean-Marc Froment.
São apenas 150 guardas florestais para patrulhar uma área de 13 mil quilômetros quadrados. Por isso, os cerca de 1,7 mil elefantes do parque estão seriamente ameaçados. São presas fáceis para guerrilheiros e traficantes que invadem a área a partir dos países vizinhos.
De abril de 2014 a janeiro de 2015, 131 elefantes foram encontrados mortos no Parque da Garamba, declarou o Projeto Basta, que acusa o senhor da guerra Joseph Kony, líder do Exército de Resistência do Senhor caçado há dois anos por crimes contra a humanidade, militares renegados do Exército do Congo e traficantes de marfim do Sudão e do Sudão do Sul.
Em alguns casos, os animais foram caçados de helicópteros enquanto outros homens em terra serravam as presas de marfim das carcaças.
Na Ásia, o quilo do marfim vale de R$ 1.600 a R$ 2.080. Uma presa pode render até US$ 175 mil (R$ 402,5 mil). As presas também podem ser trocadas por munição, por 18 mil balas, afirmou Sasha Lejnev, diretor associado do Projeto Basta.
No ano passado, 41 países assinaram a Declaração de Londres, prometendo ajudar a proteger espécies ameaçadas como o elefante. Quinze não tomaram a menor providência, observa o IFAW. Para o diretor do Programa do Elefante, Jason Bell, "é estarrecedor que países como Camarões, o Chade e a República Democrática do Congo, que tem populações de elefantes sob grande ameaça de caça por causa do marfim não tenham feito absolutamente nada para reduzir a matança."
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quinta-feira, 26 de março de 2015
França cresceu 0,4% em 2015
A França, a quinta maior economia do mundo e a segunda da Europa, cresceu apenas 0,4% em 2014, a mesma taxa de 2013, mas o poder de compra das famílias subiu 1,1% no ano passado depois de ficar estagnado no ano anterior, revelou hoje o Insee (Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos).
No último trimestre de 2014, o avanço foi de apenas 0,1%. O consumo privado aumentou 0,6% no ano e 0,2% no fim do ano. O investimento caiu 1,6% no ano, mas registrou alta de 0,7% entre empresas não financeiras. O investimento das famílias baixou 5,9%. Está diretamente relacionado à compra da casa própria.
As exportações francesas cresceram 2,9% em 2014 depois de uma alta de 2,4% em 2013.
O déficit público caiu de 4,1% para 4% do produto interno bruto. Foi menor do que esperado. O pacto de sustentabilidade feito pelos 19 países que usam o euro como moeda limita em 3% o déficit público.
No último trimestre de 2014, o avanço foi de apenas 0,1%. O consumo privado aumentou 0,6% no ano e 0,2% no fim do ano. O investimento caiu 1,6% no ano, mas registrou alta de 0,7% entre empresas não financeiras. O investimento das famílias baixou 5,9%. Está diretamente relacionado à compra da casa própria.
As exportações francesas cresceram 2,9% em 2014 depois de uma alta de 2,4% em 2013.
O déficit público caiu de 4,1% para 4% do produto interno bruto. Foi menor do que esperado. O pacto de sustentabilidade feito pelos 19 países que usam o euro como moeda limita em 3% o déficit público.
Deputados americanos querem armar curdos contra Estado Islâmico
Deputados da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos apresentaram um projeto de lei para que os Estados Unidos armem diretamente os guerrilheiros curdos que estão combatendo a milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou a agência Associated Press.
Na opinião dos membros da comissão, os curdos estão em nítida inferioridade em relação aos jihadistas. Ontem, a pedido do governo do Iraque, os EUA e aliados fizeram bombardeios aéreos contra posições do Estado Islâmico na cidade de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein, deposto e morto por uma invasão americana.
Desde setembro, os EUA lideram uma aliança de 60 países contra o Estado Islâmico, mas nenhuma grande potência ofereceu soldados para a operação terrestre necessária para retomar os territórios ocupados pelos jihadistas. O Egito falou em organizar um exército de países árabes, mas a proposta ainda não evoluiu.
Na opinião dos membros da comissão, os curdos estão em nítida inferioridade em relação aos jihadistas. Ontem, a pedido do governo do Iraque, os EUA e aliados fizeram bombardeios aéreos contra posições do Estado Islâmico na cidade de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein, deposto e morto por uma invasão americana.
Desde setembro, os EUA lideram uma aliança de 60 países contra o Estado Islâmico, mas nenhuma grande potência ofereceu soldados para a operação terrestre necessária para retomar os territórios ocupados pelos jihadistas. O Egito falou em organizar um exército de países árabes, mas a proposta ainda não evoluiu.
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Presidente deposto do Iêmen chega à Arábia Saudita
O presidente deposto do Iêmen, Abed Rabbo Mansur Hadi, chegou hoje a Riade, a capital da Arábia Saudita, que interveio militarmente ontem no país para conter o avanço dos rebeldes hutis, xiitas zaiditas, rumo ao porto de Áden, a segunda maior cidade do mais pobre país árabe.
Diante da ofensiva rebelde, Hadi deixou ontem o palácio presidencial em Áden. Não se sabia se ele ainda estava no país.
Ao anunciar a operação ontem à noite em Washington, o embaixador saudita nos Estados Unidos alegou estar defendendo o governo legítimo do Iêmen, informou o jornal The Washington Post. O ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que caiu em 2012 na Primavera, depois de governar o Iêmen do Norte e o Iêmen, unificado em 1990, por 33 anos, está do lado dos rebeldes.
A intervenção militar deve ser vista no contexto maior do conflito entre sunitas, apoiados pela Arábia Saudita e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico, e xiitas apoiados pelo Irã. Há conflitos políticos entre as duas principais correntes do islamismo no Iraque, na Síria, no Líbano, no Bahrein e no Iêmen. Com medo de ficar cercada por regimes xiitas hostis, os sauditas decidiram atacar os hutis.
O Egito e o Sudão anunciaram hoje sua adesão à intervenção militar liderada pela Arábia Saudita. Pelo menos 18 pessoas morreram nos bombardeios aéreos.
Com o ataque, o preço do petróleo tipo Brent subiu US$ 2,36 para US$ 58,84 por barril. A guerra chega perto do estreito de entrada do Mar Vermelho, a Arábia Saudita pode precisar aumentar o preço para financiar a guerra e há o risco de uma conflagração generalizada entre sunitas e xiitas se o Irã resolver defender seus aliados hutis.
Diante da ofensiva rebelde, Hadi deixou ontem o palácio presidencial em Áden. Não se sabia se ele ainda estava no país.
Ao anunciar a operação ontem à noite em Washington, o embaixador saudita nos Estados Unidos alegou estar defendendo o governo legítimo do Iêmen, informou o jornal The Washington Post. O ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que caiu em 2012 na Primavera, depois de governar o Iêmen do Norte e o Iêmen, unificado em 1990, por 33 anos, está do lado dos rebeldes.
A intervenção militar deve ser vista no contexto maior do conflito entre sunitas, apoiados pela Arábia Saudita e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico, e xiitas apoiados pelo Irã. Há conflitos políticos entre as duas principais correntes do islamismo no Iraque, na Síria, no Líbano, no Bahrein e no Iêmen. Com medo de ficar cercada por regimes xiitas hostis, os sauditas decidiram atacar os hutis.
O Egito e o Sudão anunciaram hoje sua adesão à intervenção militar liderada pela Arábia Saudita. Pelo menos 18 pessoas morreram nos bombardeios aéreos.
Com o ataque, o preço do petróleo tipo Brent subiu US$ 2,36 para US$ 58,84 por barril. A guerra chega perto do estreito de entrada do Mar Vermelho, a Arábia Saudita pode precisar aumentar o preço para financiar a guerra e há o risco de uma conflagração generalizada entre sunitas e xiitas se o Irã resolver defender seus aliados hutis.
Copiloto derrubou deliberadamente o avião da Germanwings
Ao ouvir o registro das gravações de bordo, os investigadores do acidente que matou 150 pessoas há dois dias nos Alpes franceses concluíram que o copiloto derrubou o avião de propósito depois de trancar a porta da cabine quando o piloto saiu. O mais provável é que Andreas Lubitz, de 28 anos, tenha cometido suicídio.
O Airbus 320 da Germanwings, uma subsdiária da Lufthansa, considerada uma das melhores companhias aéreas do mundo, ia de Barcelona, na Espanha, para Dusseldorf, na Alemanha, com 144 passageiros e seis tripulantes. Pouco mais de meia hora depois da decolagem, o avião perdeu altitude durante oito minutos até desaparecer dos radares e se espatifar nas montanhas.
A caixa-preta com as gravações de bordo revelou que o piloto deixou a cabine, trancada pelo copiloto. Desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, os aviões têm mecanismos para trancar a cabine por dentro e impedir que os passageiros a invadam.
Andreas Lubitz se aproveitou disso para dar seu mergulho fatal, desprezando sua própria vida e das passageiros, entre os quais havia dois bebês e 16 estudantes de uma escola secundária alemã. Em princípio, ele não é suspeito de terrorismo.
Os passageiros aparentemente anteviram a tragédia iminente. Houve uma gritaria a bordo antes do choque fatal.
Como o Airbus estava em operação há 24 anos e tinha sido transferido da Lufthansa para a subsidiária que oferece voos mais baratos, inicialmente houve a suspeita de que pudesse ter havido um problema mecânico. Ontem, o diretor-presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, declarou que a companhia nunca tinha perdido um avião em pleno voo.
Várias companhias aéreas anunciaram que vão passar a manter pelo menos duas pessoas dentro da cabine todo o tempo para não dar chance a um piloto desequilibrado de provocar tamanha tragédia.
O Airbus 320 da Germanwings, uma subsdiária da Lufthansa, considerada uma das melhores companhias aéreas do mundo, ia de Barcelona, na Espanha, para Dusseldorf, na Alemanha, com 144 passageiros e seis tripulantes. Pouco mais de meia hora depois da decolagem, o avião perdeu altitude durante oito minutos até desaparecer dos radares e se espatifar nas montanhas.
A caixa-preta com as gravações de bordo revelou que o piloto deixou a cabine, trancada pelo copiloto. Desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, os aviões têm mecanismos para trancar a cabine por dentro e impedir que os passageiros a invadam.
Andreas Lubitz se aproveitou disso para dar seu mergulho fatal, desprezando sua própria vida e das passageiros, entre os quais havia dois bebês e 16 estudantes de uma escola secundária alemã. Em princípio, ele não é suspeito de terrorismo.
Os passageiros aparentemente anteviram a tragédia iminente. Houve uma gritaria a bordo antes do choque fatal.
Como o Airbus estava em operação há 24 anos e tinha sido transferido da Lufthansa para a subsidiária que oferece voos mais baratos, inicialmente houve a suspeita de que pudesse ter havido um problema mecânico. Ontem, o diretor-presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, declarou que a companhia nunca tinha perdido um avião em pleno voo.
Várias companhias aéreas anunciaram que vão passar a manter pelo menos duas pessoas dentro da cabine todo o tempo para não dar chance a um piloto desequilibrado de provocar tamanha tragédia.
quarta-feira, 25 de março de 2015
Arábia Saudita bombardeia rebeldes hutis no Iêmen
A Arábia Saudita e nove países aliados da região do Golfo Pérsico, intervieram militarmente hoje no Iêmen para conter a ofensiva dos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, rumo ao porto de Áden, para onde fugiu o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi depois de ser libertado da prisão domiciliar. Lá, tentou formar um governo paralelo.
A televisão saudita Al Arabiya noticiou que 100 aviões e 150 mil soldados participam da operação, o que indica que deve haver uma invasão terrestre.
Os bombardeios aéreos se concentram em instalações militares e tropas em movimento, anunciou o embaixador saudita nos Estados Unidos. Na sua ofensiva em direção à segunda maior cidade do país, os hutis tomaram uma base militar que era usada até a semana passada por comandos de operações especiais dos EUA. O presidente deposto fugiu do palácio presidencial de Áden.
Com a intervenção, fica evidente a intenção da Arábia Saudita de conter o expansionismo do Irã, que apoia grupos xiitas no Iraque, na Síria, no Líbano, no Bahrein e no Iêmen. Há uma guerra indireta entre estas duas potências regionais do Oriente Médio.
Hadi é um aliado importante dos EUA. O governo Obama usava o Iêmen como base para seus aviões não tripulados (drones) atacarem as bases da rede Al Caeda na Península Arábica, que se refugiou no país para escapar da repressão saudita.
A televisão saudita Al Arabiya noticiou que 100 aviões e 150 mil soldados participam da operação, o que indica que deve haver uma invasão terrestre.
Os bombardeios aéreos se concentram em instalações militares e tropas em movimento, anunciou o embaixador saudita nos Estados Unidos. Na sua ofensiva em direção à segunda maior cidade do país, os hutis tomaram uma base militar que era usada até a semana passada por comandos de operações especiais dos EUA. O presidente deposto fugiu do palácio presidencial de Áden.
Com a intervenção, fica evidente a intenção da Arábia Saudita de conter o expansionismo do Irã, que apoia grupos xiitas no Iraque, na Síria, no Líbano, no Bahrein e no Iêmen. Há uma guerra indireta entre estas duas potências regionais do Oriente Médio.
Hadi é um aliado importante dos EUA. O governo Obama usava o Iêmen como base para seus aviões não tripulados (drones) atacarem as bases da rede Al Caeda na Península Arábica, que se refugiou no país para escapar da repressão saudita.
Rebeldes tomam cidade no Sul da Síria próxima à Jordânia
Vários grupos rebeldes unidos, inclusive a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda tomaram hoje a cidade de Bosra al-Sham, no Sul da Síria, a 10 quilômetros da fronteira com a Jordânia, que estava em poder da ditadura de Bachar Assad, noticiaram as agências France Presse e Associated Press.
O governo sírio ainda não admitiu oficialmente a perda da cidade, que foi capital da província romana da Arábia, era rota das caravanas que iam para Meca, na Arábia Saudita, e é considerada patrimônio histórico e cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
É a primeira vez em quatro anos de guerra civil na Síria que Bosra al-Sham, situada na província de Derá, cai em poder dos rebeldes. "Hoje é um dia feliz", declarou o rebelde Ahmed Massalma. Bosra al-Sham foi totalmente liberada."
Dez mil rebeldes participaram o assalto à cidade, onde o principal hotel e sítios históricos foram destruídos e saqueados. Bosra al-Sham é uma cidade predominantemente sunita de 30 mil habitantes.
No Norte da Síria, os rebeldes lançaram uma ofensiva contra Idlibe, mas aparentemente o governo resiste. Mais de 220 mil pessoas foram mortas no país desde o início da guerra civil, em 15 de março de 2011.
O governo sírio ainda não admitiu oficialmente a perda da cidade, que foi capital da província romana da Arábia, era rota das caravanas que iam para Meca, na Arábia Saudita, e é considerada patrimônio histórico e cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
É a primeira vez em quatro anos de guerra civil na Síria que Bosra al-Sham, situada na província de Derá, cai em poder dos rebeldes. "Hoje é um dia feliz", declarou o rebelde Ahmed Massalma. Bosra al-Sham foi totalmente liberada."
Dez mil rebeldes participaram o assalto à cidade, onde o principal hotel e sítios históricos foram destruídos e saqueados. Bosra al-Sham é uma cidade predominantemente sunita de 30 mil habitantes.
No Norte da Síria, os rebeldes lançaram uma ofensiva contra Idlibe, mas aparentemente o governo resiste. Mais de 220 mil pessoas foram mortas no país desde o início da guerra civil, em 15 de março de 2011.
Oligarca deixa governo regional na Ucrânia
Num sinal de divisão entre os homens mais poderosos da Ucrânia, sob pressão do presidente Petro Porochenko, o magnata Igor Kolomoiski renunciou ao cargo de governador da província de Dniepropetrovsk.
O banco PrivatBank, de Kolomoiski, é acionista minoritário na empresa de geração de energia elétrica Ukrnafta, cercada em 22 de março de 2015 em Kiev por homens armados supostamente leais a ele. Foi uma demonstração de força.
O oligarca estaria cobrando mais participação no governo de Petro Porochenko, outro magnata, que era conhecido como o rei do chocolate antes de ser eleito presidente depois da revolução que derrubou Viktor Yanukovich, aliado da Rússia.
Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, anexou a região da Crimeia e fomentou uma revolta das populações de origem russa do Leste da Ucrânia com o objetivo de desastabilizar a ex-república soviética.
O banco PrivatBank, de Kolomoiski, é acionista minoritário na empresa de geração de energia elétrica Ukrnafta, cercada em 22 de março de 2015 em Kiev por homens armados supostamente leais a ele. Foi uma demonstração de força.
O oligarca estaria cobrando mais participação no governo de Petro Porochenko, outro magnata, que era conhecido como o rei do chocolate antes de ser eleito presidente depois da revolução que derrubou Viktor Yanukovich, aliado da Rússia.
Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, anexou a região da Crimeia e fomentou uma revolta das populações de origem russa do Leste da Ucrânia com o objetivo de desastabilizar a ex-república soviética.
Rebeldes hutis rejeitam negociações de paz de Doha
Os rebeldes hutis, que tomaram a capital do Iêmen progressivamente a partir de setembro de 2014, não vão participar das negociações de paz a serem realizadas ainda neste mês em Doha, no Catar, porque este país apoia o presidente deposto, Abed Rabbo Mansur Hadi, revelou hoje o jornal The Yemen Post citando como fonte o porta-voz huti Mohamed Abdulsalam.
Ele acusou a Arábia Saudita e o Catar de financiaram a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para fugir da repressão saudita.
Hoje os hutis avançaram em direção a Áden, a antiga capital do Iêmen do Sul, antes da unificação do país, em 1990, prenderam o ministro da Defesa do governo deposto e obrigaram Hadi a fugir da cidade.
Ele acusou a Arábia Saudita e o Catar de financiaram a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para fugir da repressão saudita.
Hoje os hutis avançaram em direção a Áden, a antiga capital do Iêmen do Sul, antes da unificação do país, em 1990, prenderam o ministro da Defesa do governo deposto e obrigaram Hadi a fugir da cidade.
Nigéria fecha fronteiras para eleições do próximo sábado
O presidente Goodluck Jonathan mandou fechar as fronteiras da Nigéria a partir da meia-noite de hoje para conter a violência durante as eleições de 28 de março de 2015 em que é candidato à reeleição. Cerca de mil pessoas foram mortas nas últimas eleições nacionais na Nigéria, em 2011.
Jonathan chega às eleições enfraquecido pela revolta do grupo terrorista muçulmano Boko Haram no Norte e Nordeste do país, que matou 12 mil pessoas desde que aderiu à luta armada, em 2009. Na semana passada, prometeu recuperar todos os territórios tomados pela milícia. Ontem, foi noticiado que ao abandonar a cidade de Damask, os jihadistas sequestraram 400 pessoas.
O favorito no sábado é o ex-ditador Mohamed Buhari, um ex-general muçulmano nortista que teria maior apoio político para combater a insurgência.
Jonathan chega às eleições enfraquecido pela revolta do grupo terrorista muçulmano Boko Haram no Norte e Nordeste do país, que matou 12 mil pessoas desde que aderiu à luta armada, em 2009. Na semana passada, prometeu recuperar todos os territórios tomados pela milícia. Ontem, foi noticiado que ao abandonar a cidade de Damask, os jihadistas sequestraram 400 pessoas.
O favorito no sábado é o ex-ditador Mohamed Buhari, um ex-general muçulmano nortista que teria maior apoio político para combater a insurgência.
terça-feira, 24 de março de 2015
EUA vão manter 9,8 mil soldados no Afeganistão
Os Estados Unidos vão manter 9,8 mil soldados no Afeganistão até o fim de 2015, desacelerando a retirada, anunciou o presidente Barack Obama há pouco, em entrevista coletiva na Casa Branca ao lado do presidente afegão, Achraf Ghani Ahmadzai.
A expectativa anterior era que ficassem 5,5 mil soldados e não em missões de combate, apenas para treinar as forças de segurança locais. A retirada total fica adiada para 2017.
O principal motivo é a infiltração do Estado Islâmico, que estabeleceu uma base no Oeste do Afeganistão em janeiro para agir neste país e no Paquistão. Ontem, foi anunciado um acordo entre a Milícia dos Talebã e a minoria xiita hazara para proteger os xiitas do EI.
Obama destacou que o Afeganistão está assumindo a responsabilidade pelos combates, citando como prova o número de soldados e policiais mortos e feridos: "Queremos ter certeza de que estamos fazendo todo o possível para treinar as forças afegãs. Assim, não teremos de voltar."
A Guerra do Afeganistão, iniciada em 7 de outubro de 2001 para punir os responsáveis pelos atentados terroristas de 11 de setembro daquele ano, é a mais longa da história dos EUA.
A expectativa anterior era que ficassem 5,5 mil soldados e não em missões de combate, apenas para treinar as forças de segurança locais. A retirada total fica adiada para 2017.
O principal motivo é a infiltração do Estado Islâmico, que estabeleceu uma base no Oeste do Afeganistão em janeiro para agir neste país e no Paquistão. Ontem, foi anunciado um acordo entre a Milícia dos Talebã e a minoria xiita hazara para proteger os xiitas do EI.
Obama destacou que o Afeganistão está assumindo a responsabilidade pelos combates, citando como prova o número de soldados e policiais mortos e feridos: "Queremos ter certeza de que estamos fazendo todo o possível para treinar as forças afegãs. Assim, não teremos de voltar."
A Guerra do Afeganistão, iniciada em 7 de outubro de 2001 para punir os responsáveis pelos atentados terroristas de 11 de setembro daquele ano, é a mais longa da história dos EUA.
Talebã vão proteger xiitas do Estado Islâmico no Afeganistão
A Milícia dos Estudantes (Talebã) do Afeganistão concordou em proteger a minoria hazara, que é xiita, do grupo terrorista Estado Islâmico, declarou Abdul Khalik Yakubi, um dos anciões da comunidade hazara, depois de um encontro no leste da província de Ghasni, noticiou ontem a agência Reuters.
O acordo revela a preocupação dos Talebã com a penetração do Estado Islâmico no Afeganistão em sua disputa com a rede terrorista Al Caeda para conquistar a lealdade dos jihadistas do mundo inteiro.
Em 13 de janeiro de 2015, um vídeo divulgado na Internet anunciou o estabelecimento do Estado Islâmico do Afeganistão e do Paquistão na região de Coraçone, no oeste afegão. Na gravação, um ex-porta-voz dos Talebã do Paquistão, Chahidullah Chahid, apresentou os nomes dos comandantes do EI responsáveis pelas ações nos dois países.
Na época, os Talebã afegãos denunciaram infiltração do EI como um golpe publicitário do governo do Afeganistão e das potênciais ocidentais. A guerra interna enfraquece os principais grupos jihadistas, mas aumenta a tentação de realizar ataques espetaculares na Europa e nos Estados Unidos como parte da luta.
O presidente Barack Obama recebeu hoje na Casa Branca o presidente afegão, Achraf Ghani Ahmadzai, para discutir a segurança no país. Ghani deve pedir que os EUA mantenham uma força maior do que anunciado anteriormente para evitar o que aconteceu no Iraque depois da retirada americana.
Os EUA devem manter uma força de 9,8 mil soldados até o fim de 2015 e talvez uma força especial de combate ao terrorismo de 2 mil homens que já está em atuação.
O acordo revela a preocupação dos Talebã com a penetração do Estado Islâmico no Afeganistão em sua disputa com a rede terrorista Al Caeda para conquistar a lealdade dos jihadistas do mundo inteiro.
Em 13 de janeiro de 2015, um vídeo divulgado na Internet anunciou o estabelecimento do Estado Islâmico do Afeganistão e do Paquistão na região de Coraçone, no oeste afegão. Na gravação, um ex-porta-voz dos Talebã do Paquistão, Chahidullah Chahid, apresentou os nomes dos comandantes do EI responsáveis pelas ações nos dois países.
Na época, os Talebã afegãos denunciaram infiltração do EI como um golpe publicitário do governo do Afeganistão e das potênciais ocidentais. A guerra interna enfraquece os principais grupos jihadistas, mas aumenta a tentação de realizar ataques espetaculares na Europa e nos Estados Unidos como parte da luta.
O presidente Barack Obama recebeu hoje na Casa Branca o presidente afegão, Achraf Ghani Ahmadzai, para discutir a segurança no país. Ghani deve pedir que os EUA mantenham uma força maior do que anunciado anteriormente para evitar o que aconteceu no Iraque depois da retirada americana.
Os EUA devem manter uma força de 9,8 mil soldados até o fim de 2015 e talvez uma força especial de combate ao terrorismo de 2 mil homens que já está em atuação.
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Irã rejeita inspeções nucleares de surpresa e complica negociações
A uma semana do fim do prazo previsto para um acordo preliminar, o Irã rejeitou um pedido do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, para realização de inspeções de supresa nas instalações nucleares do país, informou hoje o jornal libanês The Daily Star. As inspeções sem aviso prévio são uma das exigências das grandes potências que negociam o desarmamento do programa nuclear iraniano.
Em texto publicado hoje no sítio da televisão estatal do Irã, o porta-voz iraniano para a questão nuclear, Behrouz Kamalvandi, foi citado dizendo que as inspeções de surpresa são "ilegais".
As negociações das cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha com a República Islâmica do Irã devem ser concluídas até 30 de junho de 2015. A expectativa é chegar a um acordo preliminar até 31 de março. Mas está cada vez mais difícil.
Como o Irã insiste no direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, será autorizado a manter um número limitado de centrífugas e de reatores nucleares em atividade. Para ter a certeza de que não enriquecerá urânio ao teor necessário para fazer a bomba atômica nem produzirá plutônio, as grandes potências consideram essencial realizar inspeções de surpresa.
Apesar da recusa, o regime fundamentalista do Irã está interessado no acordo. As autoridades iranianas fecharam no mês passado um jornal semanal linha-dura de propriedade do deputado Hamid Rassai acusado de criticar o presidente Hassan Rouhani por "fazer concessões demais" nas negociações.
"O órgão de fiscalização da imprensa fechou o semanário Noh-e Day por publicar matérias que contradizem a política nuclear do país", noticiou uma agência oficial, citada pela Reuters.
Em janeiro, o jornal disse que "cada passo dado pelo [ministro do Exterior, Mohamed] Zarif durante a caminhada [com o secretário de Estado americano, John Kerry, ao redor do Lago Genebra] destruiu cem quilos da reserva de urânio enriquecido".
Desde novembro de 2013, o Irã congelou as atividades do programa nuclear para ajudar nas negociações. O maior objetivo iraniano é acabar com as sanções que pesam sobre a economia do país.
Ontem, foi revelado que o serviço secreto de Israel espionou os EUA em busca de elementos para bombardear as negociações. Como disse em 3 de março em discurso no Congresso americano, o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu não acredita na boa fé na república dos aiatolás e teme que um acordo facilite o caminho até a bomba atômica.
Em texto publicado hoje no sítio da televisão estatal do Irã, o porta-voz iraniano para a questão nuclear, Behrouz Kamalvandi, foi citado dizendo que as inspeções de surpresa são "ilegais".
As negociações das cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha com a República Islâmica do Irã devem ser concluídas até 30 de junho de 2015. A expectativa é chegar a um acordo preliminar até 31 de março. Mas está cada vez mais difícil.
Como o Irã insiste no direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, será autorizado a manter um número limitado de centrífugas e de reatores nucleares em atividade. Para ter a certeza de que não enriquecerá urânio ao teor necessário para fazer a bomba atômica nem produzirá plutônio, as grandes potências consideram essencial realizar inspeções de surpresa.
Apesar da recusa, o regime fundamentalista do Irã está interessado no acordo. As autoridades iranianas fecharam no mês passado um jornal semanal linha-dura de propriedade do deputado Hamid Rassai acusado de criticar o presidente Hassan Rouhani por "fazer concessões demais" nas negociações.
"O órgão de fiscalização da imprensa fechou o semanário Noh-e Day por publicar matérias que contradizem a política nuclear do país", noticiou uma agência oficial, citada pela Reuters.
Em janeiro, o jornal disse que "cada passo dado pelo [ministro do Exterior, Mohamed] Zarif durante a caminhada [com o secretário de Estado americano, John Kerry, ao redor do Lago Genebra] destruiu cem quilos da reserva de urânio enriquecido".
Desde novembro de 2013, o Irã congelou as atividades do programa nuclear para ajudar nas negociações. O maior objetivo iraniano é acabar com as sanções que pesam sobre a economia do país.
Ontem, foi revelado que o serviço secreto de Israel espionou os EUA em busca de elementos para bombardear as negociações. Como disse em 3 de março em discurso no Congresso americano, o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu não acredita na boa fé na república dos aiatolás e teme que um acordo facilite o caminho até a bomba atômica.
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Rebeldes da Al Caeda lutam com governo sírio pela cidade de Idlibe
Vários grupos armados extremistas muçulmanos, inclusive a Frente al-Nusra, um ramo da rede terrorista Al Caeda, lançaram uma nova ofensiva para tomar a cidade de Idlibe, na Síria, em poder de forças da ditadura de Bachar Assad, noticiou hoje o jornal libanês The Daily Star.
Os rebeldes estão bombardeando posições do Exército, mas ainda não tentaram penetrar na cidade.
Em mensagem divulgada na Internet, eles anunciaram estar "nas muralhas de Idlibe" e "ter decidido libertar esta cidade boa". A mensagem aconselha os moradores a não sair de casa nos próximos dias.
Os rebeldes estão bombardeando posições do Exército, mas ainda não tentaram penetrar na cidade.
Em mensagem divulgada na Internet, eles anunciaram estar "nas muralhas de Idlibe" e "ter decidido libertar esta cidade boa". A mensagem aconselha os moradores a não sair de casa nos próximos dias.
Airbus cai na França com 150 pessoas e ninguém sobrevive
Um avião Airbus 320 da companhia aérea alemã Germanwings caiu hoje nas montanhas dos Alpes na região da Alta Provença, na França, quando ia de Barcelona, na Espanha, para Dusseldorf, na Alemanha, com 144 passageiros e seis tripulantes. Não há sobreviventes.
A maioria dos mortos (67) era alemã e espanhola (46). Dezesseis passageiros eram jovens estudantes alemães que voltavam de um programa de estudos na Espanha.
O Airbus perdeu altitude a partir das 10h47 (6h47 em Brasília), caiu durante oito minutos, e desapareceu dos radares às 10h53 (6h53 em Brasília), espatifando-se numa região remota, de difícil acesso. Serão necessários dias para recolher os corpos.
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, sobrevoou a área e viu os destroços. As autoridades francesas já recuperaram uma das caixas-pretas com o registro das informações sobre o voo.
A Germanwings, com sede em Colônia, na Alemanha, é uma subsidiária da Lufthansa que oferece voos mais baratos, mas promete a qualidade e eficiência da engenharia e da manutenção da Lufthansa, considerada uma das companhias mais seguras do mundo.
Nenhuma possibilidade está descartada, inclusive a hipótese de terrorismo. A tripulação não enviou nenhum sinal de problemas. Foi o sistema de controle aéreo que deu o alerta sobre o acidente. O governo dos Estados Unidos declarou não haver até o momento nenhum indício de terrorismo.
A maioria dos mortos (67) era alemã e espanhola (46). Dezesseis passageiros eram jovens estudantes alemães que voltavam de um programa de estudos na Espanha.
O Airbus perdeu altitude a partir das 10h47 (6h47 em Brasília), caiu durante oito minutos, e desapareceu dos radares às 10h53 (6h53 em Brasília), espatifando-se numa região remota, de difícil acesso. Serão necessários dias para recolher os corpos.
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, sobrevoou a área e viu os destroços. As autoridades francesas já recuperaram uma das caixas-pretas com o registro das informações sobre o voo.
A Germanwings, com sede em Colônia, na Alemanha, é uma subsidiária da Lufthansa que oferece voos mais baratos, mas promete a qualidade e eficiência da engenharia e da manutenção da Lufthansa, considerada uma das companhias mais seguras do mundo.
Nenhuma possibilidade está descartada, inclusive a hipótese de terrorismo. A tripulação não enviou nenhum sinal de problemas. Foi o sistema de controle aéreo que deu o alerta sobre o acidente. O governo dos Estados Unidos declarou não haver até o momento nenhum indício de terrorismo.
segunda-feira, 23 de março de 2015
Ultraconservador é o primeiro a lançar candidatura à Casa Branca
Em discurso na Universidade da Liberdade, uma instituição cristã do estado da Virgínia fundada pelo pregador fundamentalista Jerry Falwell, o senador ultradireitista Ted Cruz lançou hoje sua pré-candidatura à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano prometendo acabar com o programa de saúde pública do governo Barack Obama e até mesmo com a Receita Federal americana.
Cruz, de 44 anos, de origem cubana, nasceu em Calgary, no Canadá, o que pode complicar suas pretensões. A Constituição dos EUA exige que o presidente tenha nascido no país. Em 2013, ele renunciou à cidadania canadense.
Filho de de mãe americana e pai cubano, Cruz foi educado nas universidades de elite de Harvard e Princeton. Em 2012, foi eleito para o Senado pelo estado do Texas com o apoio do movimento radical de direita Festa do Chá.
Ted Cruz é contra a universalização da cobertura de saúde, contra o aborto, contra o casamento gay, contra as negociações nucleares com o Irã, contra causas ambientais, a favor do apoio incondicional a Israel e da guerra contra o terrorismo. Ele não acredita que o homem seja responsável pelo aquecimento global.
No seu discurso, Cruz conclamou a direita religiosa a se mobililizar para assumir o controle do partido e do país. Em 34 minutos, o senador texano usou 40 vezes o verbo "imaginem", mas num sentido completamente diferente da música de John Lennon.
"Imaginem uma nova América", declarou o senador. "Imaginem um presidente que honra a Constituição e que sob nenhuma circunstância deixe o Irã ter armas nucleares." E seguiu defendendo o fim da Receita Federal, a adoção de uma alíquota única e baixa para o imposto de renda, e uma guerra mais decidida contra o Estado Islâmico.
Para o jornal The Washington Post, sua pré-candidatura testa os limites do conservadorismo americano. Já o governador da Califórnia, o considerada "inapto" para ocupar a Casa Branca.
O lançamento de sua candidatura coloca uma pressão à direita sobre o governador da Wisconsin, Scott Walker, e o ex-governador da Flórida Jeb Bush, filho do ex-presidente George Herbert Walker Bush e irmão do ex-presidente George Walker Bush.
No momento, Cruz é o oitavo colocado nas pesquisas sobre os possíveis candidatos republicanos, lideradas por Jeb Bush. O descendente de imigrantes cubano mais bem-cotado é o senador Marco Rubio, da Flórida, outro favorito da ala mais direitista do partido.
Numa reação à candidatura do ultraconservador, Jeb apoiou na semana passada uma proposta indecorosa para dar aos comerciantes o direito de se recusar a atender clientes homossexuais por motivos religiosos.
Em visita a Atlanta, na Geórgia, Jeb não chegou a apoiar um projeto neste sentido tramitando no legislativo estadual, mas manifestou simpatia.
O problema das eleições primárias nos EUA é que os ativistas envolvidos costumam ser os mais radicais de seus partidos, empurrando-os muito à direita ou à esquerda. Isso acaba atrapalhando a campanha eleitoral quando chega a hora de conquistar o eleitorado de centro, sem filiação partidária.
A favorita à Casa Branca, com 44% das preferências, é a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton, do Partido Democrata. Enquanto Cruz discursava em Richmond, na Virgínia, Hillary falava no Centro para o Progresso Americano, em Washington, defendendo mais investimentos em infraestrutura urbana e formação profissional.
Cruz, de 44 anos, de origem cubana, nasceu em Calgary, no Canadá, o que pode complicar suas pretensões. A Constituição dos EUA exige que o presidente tenha nascido no país. Em 2013, ele renunciou à cidadania canadense.
Filho de de mãe americana e pai cubano, Cruz foi educado nas universidades de elite de Harvard e Princeton. Em 2012, foi eleito para o Senado pelo estado do Texas com o apoio do movimento radical de direita Festa do Chá.
Ted Cruz é contra a universalização da cobertura de saúde, contra o aborto, contra o casamento gay, contra as negociações nucleares com o Irã, contra causas ambientais, a favor do apoio incondicional a Israel e da guerra contra o terrorismo. Ele não acredita que o homem seja responsável pelo aquecimento global.
No seu discurso, Cruz conclamou a direita religiosa a se mobililizar para assumir o controle do partido e do país. Em 34 minutos, o senador texano usou 40 vezes o verbo "imaginem", mas num sentido completamente diferente da música de John Lennon.
"Imaginem uma nova América", declarou o senador. "Imaginem um presidente que honra a Constituição e que sob nenhuma circunstância deixe o Irã ter armas nucleares." E seguiu defendendo o fim da Receita Federal, a adoção de uma alíquota única e baixa para o imposto de renda, e uma guerra mais decidida contra o Estado Islâmico.
Para o jornal The Washington Post, sua pré-candidatura testa os limites do conservadorismo americano. Já o governador da Califórnia, o considerada "inapto" para ocupar a Casa Branca.
O lançamento de sua candidatura coloca uma pressão à direita sobre o governador da Wisconsin, Scott Walker, e o ex-governador da Flórida Jeb Bush, filho do ex-presidente George Herbert Walker Bush e irmão do ex-presidente George Walker Bush.
No momento, Cruz é o oitavo colocado nas pesquisas sobre os possíveis candidatos republicanos, lideradas por Jeb Bush. O descendente de imigrantes cubano mais bem-cotado é o senador Marco Rubio, da Flórida, outro favorito da ala mais direitista do partido.
Numa reação à candidatura do ultraconservador, Jeb apoiou na semana passada uma proposta indecorosa para dar aos comerciantes o direito de se recusar a atender clientes homossexuais por motivos religiosos.
Em visita a Atlanta, na Geórgia, Jeb não chegou a apoiar um projeto neste sentido tramitando no legislativo estadual, mas manifestou simpatia.
O problema das eleições primárias nos EUA é que os ativistas envolvidos costumam ser os mais radicais de seus partidos, empurrando-os muito à direita ou à esquerda. Isso acaba atrapalhando a campanha eleitoral quando chega a hora de conquistar o eleitorado de centro, sem filiação partidária.
A favorita à Casa Branca, com 44% das preferências, é a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton, do Partido Democrata. Enquanto Cruz discursava em Richmond, na Virgínia, Hillary falava no Centro para o Progresso Americano, em Washington, defendendo mais investimentos em infraestrutura urbana e formação profissional.
62% querem prisão perpétua e não morte para terrorista de Boston
Apesar do trauma causado pelo atentado terrorista contra a Maratona de Boston em 2013, em que três pessoas morreram e outras 260 saíram feridas, 62% dos moradores preferem a prisão perpétua à pena de morte para Djokhar Tsarnaev. Outros 27% querem a pena capital, indica uma pesquisa divulgada hoje.
Djokhar, um imigrante muçulmano de origem russa, teria sido aliciado pelo irmão mais velho, Tamerlan Tsarnaev, que morreu em confronto com a polícia dois dias depois do ataque.
Djokhar, um imigrante muçulmano de origem russa, teria sido aliciado pelo irmão mais velho, Tamerlan Tsarnaev, que morreu em confronto com a polícia dois dias depois do ataque.
UE negocia normalização das relações com Cuba
A comissária de Comércio Exterior da União Europeia, a ex-chanceler italiana Federica Mogherini, chegou hoje a Havana para discutir a normalização das relações com o regime comunista de Cuba.
A visita de dois dias é uma consequência da reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba, anunciada em dezembro pelos presidente Barack Obama e Raúl Castro, que prometeram um reatamento das relações depois de mais de 50 anos.
A visita de dois dias é uma consequência da reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba, anunciada em dezembro pelos presidente Barack Obama e Raúl Castro, que prometeram um reatamento das relações depois de mais de 50 anos.
Arábia Saudita convida primeiro-ministro do Iraque a visitar o país
O novo rei Salman convidou o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, a visitar a Arábia Saudita pela primeira vez desde que foi nomeado chefe de governo, noticiou hoje a agência Reuters citando fontes do governo de Bagdá.
O convite é um sinal da reaproximação entre os dois países, que neste momento enfrentam um inimigo comum: o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Mas as tensões permanecem, sobretudo por causa das relações com o Irã, aliado de Abadi.
Comandantes da Guerra Revolucionária do Irã participam da guerra contra o Estado Islâmico coordenando as operações de milícias xiitas. Depois que a milícia terrorista tomou Mossul e Tikrit, temendo uma ameaça a Bagdá, o grão-aiatolá Ali al-Sistani, principal clérigo xiita iraquiano, baixou uma fatwa (decreto religioso) convocando os xiitas para a guerra.
A exemplo de outros participantes nas guerras do Oriente Médio, as milícias xiitas iraquianas são conhecidas por sua brutalidade. Os abusos e as violações dos direitos humanos ameaçam alienar ainda mais a comunidade sunita iraquiana, que perdeu o poder com a queda do ditador Saddam Hussein na intervenção militar americana, em 2003.
Por causa da rivalidade entre a Arábia Saudita e o Irã, há o risco de uma conflagração generalizada entre sunitas e xiitas. As duas principais correntes do Islã se enfrentam no Iraque, na Síria, no Líbano, no Iêmen e no Bahrein.
O convite é um sinal da reaproximação entre os dois países, que neste momento enfrentam um inimigo comum: o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Mas as tensões permanecem, sobretudo por causa das relações com o Irã, aliado de Abadi.
Comandantes da Guerra Revolucionária do Irã participam da guerra contra o Estado Islâmico coordenando as operações de milícias xiitas. Depois que a milícia terrorista tomou Mossul e Tikrit, temendo uma ameaça a Bagdá, o grão-aiatolá Ali al-Sistani, principal clérigo xiita iraquiano, baixou uma fatwa (decreto religioso) convocando os xiitas para a guerra.
A exemplo de outros participantes nas guerras do Oriente Médio, as milícias xiitas iraquianas são conhecidas por sua brutalidade. Os abusos e as violações dos direitos humanos ameaçam alienar ainda mais a comunidade sunita iraquiana, que perdeu o poder com a queda do ditador Saddam Hussein na intervenção militar americana, em 2003.
Por causa da rivalidade entre a Arábia Saudita e o Irã, há o risco de uma conflagração generalizada entre sunitas e xiitas. As duas principais correntes do Islã se enfrentam no Iraque, na Síria, no Líbano, no Iêmen e no Bahrein.
Tribos sunitas combatem avanço dos hutis no Iêmen
Com a ajuda de milícias tribais, forças leais ao presidente Abed Rabbo Mansur Hadi, apoiado pela Arábia Saudita, tentam conter o avanço dos rebeldes hutis, que são xiitas zaiditas, rumo ao porto de Áden, no Sul do Iêmen, noticiou hoje a agência Reuters.
Ontem, os hutis tomaram Taiz, a terceira maior cidade do Iêmen. Em reunião de emergência, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou por unanimidade as "ações unilaterais" dos rebeldes, como o bombardeio ao aeroporto e ao palácio presidencial de Áden, acusando-os de desestabilizar o país e deixá-lo à beira de uma guerra civil.
Desde que foi libertado da prisão domiciliar imposta pelos rebeldes, há um mês, o presidente deposto fugiu da capital, Saná, para Áden, ex-capital do antigo Iêmen do Sul, onde tenta organizar um governo paralelo para resistir.
Na província central de Baida, os hutis enfrentam milícias tribais possivelmente ligadas à rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para fugir da repressão saudita.
Os Estados Unidos usavam o país como base para atacar Al Caeda e teriam abandonado equipamentos militares no valor de US$ 500 milhões ao fechar a embaixada e retirar todo seu pessoal do país. No momento, a orientação do Departamento de Estado é que todos os americanos saiam do Iêmen.
Ontem, os hutis tomaram Taiz, a terceira maior cidade do Iêmen. Em reunião de emergência, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou por unanimidade as "ações unilaterais" dos rebeldes, como o bombardeio ao aeroporto e ao palácio presidencial de Áden, acusando-os de desestabilizar o país e deixá-lo à beira de uma guerra civil.
Desde que foi libertado da prisão domiciliar imposta pelos rebeldes, há um mês, o presidente deposto fugiu da capital, Saná, para Áden, ex-capital do antigo Iêmen do Sul, onde tenta organizar um governo paralelo para resistir.
Na província central de Baida, os hutis enfrentam milícias tribais possivelmente ligadas à rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para fugir da repressão saudita.
Os Estados Unidos usavam o país como base para atacar Al Caeda e teriam abandonado equipamentos militares no valor de US$ 500 milhões ao fechar a embaixada e retirar todo seu pessoal do país. No momento, a orientação do Departamento de Estado é que todos os americanos saiam do Iêmen.
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Socialistas vencem eleições na Andaluzia
Com 35,4% dos votos, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de centro-esquerda, venceu as eleições na região da Andaluzia sob a liderança regional de Susana Díaz, anunciou hoje o jornal espanhol El País.
O Partido Popular, de direita, pagou o preço do desgaste pelos cortes de gastos e aumentos de impostos para combater a crise econômica que elevou o desemprego acima de 25% da população em idade de trabalhar e acima de 50% entre os jovens. Ficou em segundo, com 26,7% dos votos, enquanto o novo partido esquerdista Podemos teve 14,8% e o novo partido liberal Cidadãos recebeu 9%.
As eleições municipais e regionais estão sendo examinadas como prévias das eleições nacionais previstas para dezembro de 2015.
Em 2011, sob a crise das dívidas públicas da periferia da Zona do Euro, o PP do atual primeiro-ministro Mariano Rajoy derrotou o governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero. Desde então, houve um forte desgaste dos partidos tradicionais e surgiram novas opções.
O Podemos acompanha as negociações do governo de esquerda radical da Grécia com o Grupo do Euro. Hoje a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, recebe em Berlim o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. Quer manter a Grécia na Eurozona, mas não está disposta a abrir mão dos princípios adotados no socorro aos países com problemas para saldar suas dívidas.
O Partido Popular, de direita, pagou o preço do desgaste pelos cortes de gastos e aumentos de impostos para combater a crise econômica que elevou o desemprego acima de 25% da população em idade de trabalhar e acima de 50% entre os jovens. Ficou em segundo, com 26,7% dos votos, enquanto o novo partido esquerdista Podemos teve 14,8% e o novo partido liberal Cidadãos recebeu 9%.
As eleições municipais e regionais estão sendo examinadas como prévias das eleições nacionais previstas para dezembro de 2015.
Em 2011, sob a crise das dívidas públicas da periferia da Zona do Euro, o PP do atual primeiro-ministro Mariano Rajoy derrotou o governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero. Desde então, houve um forte desgaste dos partidos tradicionais e surgiram novas opções.
O Podemos acompanha as negociações do governo de esquerda radical da Grécia com o Grupo do Euro. Hoje a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, recebe em Berlim o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. Quer manter a Grécia na Eurozona, mas não está disposta a abrir mão dos princípios adotados no socorro aos países com problemas para saldar suas dívidas.
domingo, 22 de março de 2015
Fundador de Cingapura e pai do modelo asiático morre aos 91 anos
O fundador de Cingapura e primeiro-ministro de 1959 e 1990, Lee Kuan Yew, morreu hoje aos 91 anos. Ao transformar um pequeno entreposto colonial num dos países mais ricos do mundo, ele criou o modelo sociopolítico asiático. A renda média por habitante passou de US$ 550 nos anos 1950s para US$ 80 mil por ano em 2013. Seu porto é o segundo mais movimentado do mundo.
Sob a inspiração do filósofo chinês Confúcio, o modelo asiático combina autoritarismo, disciplina e valores morais rígidos com desenvolvimento científico e tecnológico, eficiência econômica e administrativa. Há uma renúncia à liberdade individual em troca da prosperidade e da harmonia social. É antidemocrático e antiliberal politicamente, mas a favor da economia de mercado.
Um dos personagens mais importantes do extraordinário desenvolvimento da Ásia nas últimas décadas, Lee Kuan Yew era filho de uma família chinesa rica que se mudou da província de Cantão para Cingapura em 1863, quando a cidade era uma colônia e sede da maior base naval do Império Britânico no Leste da Ásia.
Lee nasceu em 1923 como súdito da coroa britânica. Seus avós perderam a fortuna durante a Grande Depressão (1929-39). O pai virou um pequeno comerciante pobre.
A primeira língua de Lee era o inglês. Só depois de entrar na política, ele aprendeu chinês, malaio e tamil. Primeiro colocado numa espécie de vestibular realizado na Malaia Britânica, ele estava pronto para fazer universidade na Inglaterra em 1939, quando estourou a Segunda Guerra Mundial. Teve de adiar seus planos.
Em 1942, o Exército Imperial do Japão tomou Cingapura. "Os três anos e meio da ocupação japonesa foram os mais importantes da minha vida", contou Lee em suas memórias. "Eles me deram lições vívidas sobre o comportamento e as sociedades humanas, suas motivações e seus impulsos... Vi todo um sistema social desabar de repente diante de um Exército de ocupação totalmente impiedoso."
Com a guerra, Lee Kuan Yew entendeu que o Império Britânico não continuaria a dominar Cingapura eternamente e sentiu necessidade de entrar na política
Depois da guerra, ele finalmente foi estudar na Grã-Bretanha. Ficou um período curto na London School of Economics e foi para Universidade de Cambridge, onde se tornou socialista, se casou com Kwa Geok Choo se formou em direito com distinção e louvor. Em 1950, tornou-se advogado.
De volta a Cingapura, entrou na política em plena descolonização do pós-guerra e, em 1954, criou o Partido de Ação Popular (PAP). Em 1955, uma nova Constituição ampliou o número de membros eleitos do Conselho Legislativo, que passaram a ser 25 de um total de 32 cadeiras.
Nas eleições, a Frente Trabalhista, dos antigos aliados de Lee, elegeu 13 deputados e o PAP só três. Entre eles, Lee Kuan Yew, vencedor num distrito habitado por chineses pobres.
Em 1956, Lee voltou a Londres com parte de uma delegação interessada em negociar a autonomia da colônia, sem sucesso. As negociações foram retomadas em 1957. No ano seguinte, houve o acordo: Cingapura passava a ser uma cidade-estado dentro da Comunidade Britânica.
Em maio de 1959, com uma plataforma anticolonialista e anticomunista que propunha reformas sociais e uma possível união com a Malásia, o partido de Lee conquistou 43 das 51 cadeiras. Ele se negou a formar o governo até a libertação de esquerdistas de seu partido presos desde 1956.
Aos 35 anos, Lee Kuan Yew foi empossado como primeiro-ministro de Cingapura em 5 de junho de 1959. Dois anos depois, a ala esquerdista saiu do partido para fundar a Frente Socialista e Lee afastou os últimos comunistas.
Um de seus sonhos era formar uma federação ligando a ilha de Cingapura à Malásia por considerar "uma Cingapura independente um absurdo político, econômico e geográfico". Em 31 de agosto de 1963, depois de um referendo realizado no ano anterior, Cingapura formou uma federação com a Malásia. Lee manteve o controle sobre o Parlamento cingapureano.
Em 1964, Lee cometeu o erro de disputar as eleições nacionais da Malásia com seu partido em que 75% eram de origem chinesa, gerando tensão e violência entre chineses e malaios. Estes suspeitavam que Lee quisesse se tornar primeiro-ministro.
Depois de uma votação de 126-0 no Parlamento da Malásia, a federação foi dissolvida. Em 9 de agosto de 1965, a República de Cingapura se tornava um país independente dentro da Comunidade Britânica sob a liderança de Lee Kuan Yew.
Como a Frente Socialista passou a boicotar as eleições a partir de 1966, o PAP elegeu todos os deputados nas eleições de 1968, 1972, 1976 e 1980, dando plenos poderes a Lee para impor seu modelo. Para um pequeno país sobre, precisava de uma economia forte, moderna e industrializada.
O governo incentivou o investimento estrangeiro e acordos entre empresas e sindicatos para garantir a paz social com base nos valores confucionistas de cooperação, disciplina, austeridade e respeito à autoridade e à família.
Lee e o primeiro-ministro ministro malasiano Mahathir Mohamed passaram a chamá-los de "valores da Ásia", apresentando-os como alternativa ao liberalismo e à permissividade do Ocidente.
Cingapura censura, usa punições físicas (um jovem americano que riscou um carro propositalmente foi condenado a chibatadas) e pune o uso de drogas pela simples presença de substâncias proibidas no sangue, sem necessidade de apreensão. É proibido mascar chiclete.
"Por que deveríamos importar este hábito ocidental nojento?", argumentava Lee Kuan Yew para defender a medida.
No fim dos anos 1980s, Cingapura tinha a segunda maior renda per capita do Leste da Ásia, atrás apenas do Japão, e se tornara o maior centro financeiro do Sudeste Asiático. Em novembro de 1990, no mesmo mês de sua admiradora Margaret Thatcher, Lee Kuan Yew renunciou à chefia do governo.
Seu sucessor, Goh Chok Tong nomeou Lee ministro sênior do governo de Cingapura, onde ele continuou a exercer atividades políticas como um grande conselheiro e uma espécie de pai da pátria, um estadista e um oráculo a ser consultado em momentos de crise.
Em 2004, Goh passou o poder para Lee Hsien Loong, filho do grande arquiteto do milagre cingaporeano, que foi "ministro mentor" do governo até novembro de 2011.
Sob a inspiração do filósofo chinês Confúcio, o modelo asiático combina autoritarismo, disciplina e valores morais rígidos com desenvolvimento científico e tecnológico, eficiência econômica e administrativa. Há uma renúncia à liberdade individual em troca da prosperidade e da harmonia social. É antidemocrático e antiliberal politicamente, mas a favor da economia de mercado.
Um dos personagens mais importantes do extraordinário desenvolvimento da Ásia nas últimas décadas, Lee Kuan Yew era filho de uma família chinesa rica que se mudou da província de Cantão para Cingapura em 1863, quando a cidade era uma colônia e sede da maior base naval do Império Britânico no Leste da Ásia.
Lee nasceu em 1923 como súdito da coroa britânica. Seus avós perderam a fortuna durante a Grande Depressão (1929-39). O pai virou um pequeno comerciante pobre.
A primeira língua de Lee era o inglês. Só depois de entrar na política, ele aprendeu chinês, malaio e tamil. Primeiro colocado numa espécie de vestibular realizado na Malaia Britânica, ele estava pronto para fazer universidade na Inglaterra em 1939, quando estourou a Segunda Guerra Mundial. Teve de adiar seus planos.
Em 1942, o Exército Imperial do Japão tomou Cingapura. "Os três anos e meio da ocupação japonesa foram os mais importantes da minha vida", contou Lee em suas memórias. "Eles me deram lições vívidas sobre o comportamento e as sociedades humanas, suas motivações e seus impulsos... Vi todo um sistema social desabar de repente diante de um Exército de ocupação totalmente impiedoso."
Com a guerra, Lee Kuan Yew entendeu que o Império Britânico não continuaria a dominar Cingapura eternamente e sentiu necessidade de entrar na política
Depois da guerra, ele finalmente foi estudar na Grã-Bretanha. Ficou um período curto na London School of Economics e foi para Universidade de Cambridge, onde se tornou socialista, se casou com Kwa Geok Choo se formou em direito com distinção e louvor. Em 1950, tornou-se advogado.
De volta a Cingapura, entrou na política em plena descolonização do pós-guerra e, em 1954, criou o Partido de Ação Popular (PAP). Em 1955, uma nova Constituição ampliou o número de membros eleitos do Conselho Legislativo, que passaram a ser 25 de um total de 32 cadeiras.
Nas eleições, a Frente Trabalhista, dos antigos aliados de Lee, elegeu 13 deputados e o PAP só três. Entre eles, Lee Kuan Yew, vencedor num distrito habitado por chineses pobres.
Em 1956, Lee voltou a Londres com parte de uma delegação interessada em negociar a autonomia da colônia, sem sucesso. As negociações foram retomadas em 1957. No ano seguinte, houve o acordo: Cingapura passava a ser uma cidade-estado dentro da Comunidade Britânica.
Em maio de 1959, com uma plataforma anticolonialista e anticomunista que propunha reformas sociais e uma possível união com a Malásia, o partido de Lee conquistou 43 das 51 cadeiras. Ele se negou a formar o governo até a libertação de esquerdistas de seu partido presos desde 1956.
Aos 35 anos, Lee Kuan Yew foi empossado como primeiro-ministro de Cingapura em 5 de junho de 1959. Dois anos depois, a ala esquerdista saiu do partido para fundar a Frente Socialista e Lee afastou os últimos comunistas.
Um de seus sonhos era formar uma federação ligando a ilha de Cingapura à Malásia por considerar "uma Cingapura independente um absurdo político, econômico e geográfico". Em 31 de agosto de 1963, depois de um referendo realizado no ano anterior, Cingapura formou uma federação com a Malásia. Lee manteve o controle sobre o Parlamento cingapureano.
Em 1964, Lee cometeu o erro de disputar as eleições nacionais da Malásia com seu partido em que 75% eram de origem chinesa, gerando tensão e violência entre chineses e malaios. Estes suspeitavam que Lee quisesse se tornar primeiro-ministro.
Depois de uma votação de 126-0 no Parlamento da Malásia, a federação foi dissolvida. Em 9 de agosto de 1965, a República de Cingapura se tornava um país independente dentro da Comunidade Britânica sob a liderança de Lee Kuan Yew.
Como a Frente Socialista passou a boicotar as eleições a partir de 1966, o PAP elegeu todos os deputados nas eleições de 1968, 1972, 1976 e 1980, dando plenos poderes a Lee para impor seu modelo. Para um pequeno país sobre, precisava de uma economia forte, moderna e industrializada.
O governo incentivou o investimento estrangeiro e acordos entre empresas e sindicatos para garantir a paz social com base nos valores confucionistas de cooperação, disciplina, austeridade e respeito à autoridade e à família.
Lee e o primeiro-ministro ministro malasiano Mahathir Mohamed passaram a chamá-los de "valores da Ásia", apresentando-os como alternativa ao liberalismo e à permissividade do Ocidente.
Cingapura censura, usa punições físicas (um jovem americano que riscou um carro propositalmente foi condenado a chibatadas) e pune o uso de drogas pela simples presença de substâncias proibidas no sangue, sem necessidade de apreensão. É proibido mascar chiclete.
"Por que deveríamos importar este hábito ocidental nojento?", argumentava Lee Kuan Yew para defender a medida.
No fim dos anos 1980s, Cingapura tinha a segunda maior renda per capita do Leste da Ásia, atrás apenas do Japão, e se tornara o maior centro financeiro do Sudeste Asiático. Em novembro de 1990, no mesmo mês de sua admiradora Margaret Thatcher, Lee Kuan Yew renunciou à chefia do governo.
Seu sucessor, Goh Chok Tong nomeou Lee ministro sênior do governo de Cingapura, onde ele continuou a exercer atividades políticas como um grande conselheiro e uma espécie de pai da pátria, um estadista e um oráculo a ser consultado em momentos de crise.
Em 2004, Goh passou o poder para Lee Hsien Loong, filho do grande arquiteto do milagre cingaporeano, que foi "ministro mentor" do governo até novembro de 2011.
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FN vai ao 2º turno em 52% das eleições departamentais na França
A ultradireitista Frente Nacional não é o maior partido político da França, como afirmou na campanha. Ficou em segundo lugar em total de votos no primeiro turno das eleições departamentais, realizado neste domingo. Mas foi primeira em 233 cantões e vai para o segundo turno, disputado no próximo domingo, em 1,1 mil ou 52% dos cantões que formam os 60 departamentos franceses.
"A direita na cabeça, a esquerda resiste e a FN em alta", resumiu a manchete do jornal francês Libération.
Por causa da crise econômica e do desgaste do governo socialista do presidente François Hollande, a direita obteve uma ampla vitória. A União por um Movimento Popular (UMP), de centro-direita, liderada pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, ficou em primeiro com 30% dos votos.
Com 25,7%, superando o desempenho das eleições para o Parlamento Europeu no ano passado, a FN se firma como uma grande força da política francesa, batendo o Partido Socialista, que teve 21,8% dos votos. A Frente de Esquerda recebeu 6,5% e os verdes foram votados por apenas 1,9% dos franceses. Esses números foram corrigidos ao longo da apuração.
Os resultados parciais deixaram a UMP em primeiro lugar em 41% dos cantões. Em segundo, está o PS, à frente em 27,5% dos cantões. A FN liderou em 14,5% dos cantões.
A abstenção foi de 49% em eleições que os franceses não entendem direito. Os departamentos estão entre os municípios e o governo central, mas não têm a autonomia dos estados do Brasil ou dos Estados Unidos. Dentro da reforma do Estado para cortar os gastos públicos, o governo socialista está propondo fusões para reduzir o número de cantos. Saboia e Alta Saboia seriam unidas num só.
Suas atribuições se concentram na área da ação social (ajuda a crianças, famílias, idosos e deficientes, proteção materno-infantil e planejamento familiar), saúde e prevenção, planejamento habitacional, planejamento de transportes intradepartamentais, transporte interurbano, transporte escolar fora das cidades, pequenos portos e aeroportos regionais, canais e vias navegáveis.
Desde 1986, os departamentos são responsáveis pela construção, reconstrução, ampliação, reforma, fornecimento de equipamentos e funcionamento dos colégios e alojamentos estudantis, as escolas técnicas e as instalações esportivas em escolas. Também têm competência nas áreas de energia, meio ambiente e telecomunicações.
"A direita na cabeça, a esquerda resiste e a FN em alta", resumiu a manchete do jornal francês Libération.
Por causa da crise econômica e do desgaste do governo socialista do presidente François Hollande, a direita obteve uma ampla vitória. A União por um Movimento Popular (UMP), de centro-direita, liderada pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, ficou em primeiro com 30% dos votos.
Com 25,7%, superando o desempenho das eleições para o Parlamento Europeu no ano passado, a FN se firma como uma grande força da política francesa, batendo o Partido Socialista, que teve 21,8% dos votos. A Frente de Esquerda recebeu 6,5% e os verdes foram votados por apenas 1,9% dos franceses. Esses números foram corrigidos ao longo da apuração.
Os resultados parciais deixaram a UMP em primeiro lugar em 41% dos cantões. Em segundo, está o PS, à frente em 27,5% dos cantões. A FN liderou em 14,5% dos cantões.
A abstenção foi de 49% em eleições que os franceses não entendem direito. Os departamentos estão entre os municípios e o governo central, mas não têm a autonomia dos estados do Brasil ou dos Estados Unidos. Dentro da reforma do Estado para cortar os gastos públicos, o governo socialista está propondo fusões para reduzir o número de cantos. Saboia e Alta Saboia seriam unidas num só.
Suas atribuições se concentram na área da ação social (ajuda a crianças, famílias, idosos e deficientes, proteção materno-infantil e planejamento familiar), saúde e prevenção, planejamento habitacional, planejamento de transportes intradepartamentais, transporte interurbano, transporte escolar fora das cidades, pequenos portos e aeroportos regionais, canais e vias navegáveis.
Desde 1986, os departamentos são responsáveis pela construção, reconstrução, ampliação, reforma, fornecimento de equipamentos e funcionamento dos colégios e alojamentos estudantis, as escolas técnicas e as instalações esportivas em escolas. Também têm competência nas áreas de energia, meio ambiente e telecomunicações.
sábado, 21 de março de 2015
EUA e aliados fazem dez ataques aéreos contra o Estado Islâmico
Os Estados Unidos e seus aliados fizeram hoje dez bombardeios aéreos contra a milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, três na Síria e sete no Iraque, anunciou a ForçaTarefa Conjunta.
Na Síria, os três ataques foram contra posições dos jihadistas perto da cidade curda de Kobane, palco de uma batalha de meses vencida pelos guerrilheiros curdos com a cobertura aérea da aliança liderada pelos EUA. No Iraque, os alvos foram Kirkuk, Mossul e Ramadi.
As missões aéreas visam a enfraquecer o Estado Islâmico no momento em que o Exército do Iraque e milícias xiitas tentam retomar a cidade de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein, deposto e morto pela invasão americana de 2003. Como é um reduto sunita e a batalha agora se trava casa a casa dentro da cidade, não há ataques aéreos para não jogar a população local contra o governo central, majoritariamente xiita.
Tikrit fica no caminho entre a capital, Bagdá, e Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, tomada pelo Estado Islâmico em junho do ano passado. Uma ofensiva para reconquistar Mossul é esperada ainda nesta primavera que começa hoje no Hemisfério Norte.
Na Síria, os três ataques foram contra posições dos jihadistas perto da cidade curda de Kobane, palco de uma batalha de meses vencida pelos guerrilheiros curdos com a cobertura aérea da aliança liderada pelos EUA. No Iraque, os alvos foram Kirkuk, Mossul e Ramadi.
As missões aéreas visam a enfraquecer o Estado Islâmico no momento em que o Exército do Iraque e milícias xiitas tentam retomar a cidade de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein, deposto e morto pela invasão americana de 2003. Como é um reduto sunita e a batalha agora se trava casa a casa dentro da cidade, não há ataques aéreos para não jogar a população local contra o governo central, majoritariamente xiita.
Tikrit fica no caminho entre a capital, Bagdá, e Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, tomada pelo Estado Islâmico em junho do ano passado. Uma ofensiva para reconquistar Mossul é esperada ainda nesta primavera que começa hoje no Hemisfério Norte.
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Supremo Líder e presidente do Irã divergem sobre acordo nuclear
A República Islâmica do Irã manda sinais contraditórios sobre as negociações com as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) para desarmar o programa nuclear iraniano. Enquanto o presidente Hassan Rouhani acredita que um anteprojeto de acordo possa ser feito até o fim deste mês, o Supremo Líder, aiatolá Ali Khamenei, acusou os Estados Unidos de "coação", informa a agências Reuters.
Depois de negar mais uma vez que o regime dos aiatolás esteja desenvolvendo armas atômicas, Khamenei manifestou desconfiança em relação às intenções dos EUA ao negociar.
O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou haver um "progresso genuíno" rumo a um acordo, mas insistiu que o Irã deve tomar "decisões difíceis". A França mostrou ceticismo. Para o ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, qualquer acordo precisa incluir garantias de que o Irã não terá armas atômicas.
Diante das repetidas ressalvas feitas pelo Líder Supremo, fica evidente que a reaproximação entre EUA e Irã ainda não gerou a confiança necessária, especialmente entre a linha-dura representada por Khamenei e a Guarda Revolucionária Iraniana, o braço armado do regime teocrático dos aiatolás. Rouhani está mais interessado no fim das sanções e no desenvolvimento econômico, enquanto Khamenei prefere continuar demonizando os EUA e acusando-o por todos os males do país.
As negociações devem levar a um acordo preliminar até o fim de março e um acordo definitivo até 30 de junho de 2015.
Depois de negar mais uma vez que o regime dos aiatolás esteja desenvolvendo armas atômicas, Khamenei manifestou desconfiança em relação às intenções dos EUA ao negociar.
O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou haver um "progresso genuíno" rumo a um acordo, mas insistiu que o Irã deve tomar "decisões difíceis". A França mostrou ceticismo. Para o ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, qualquer acordo precisa incluir garantias de que o Irã não terá armas atômicas.
Diante das repetidas ressalvas feitas pelo Líder Supremo, fica evidente que a reaproximação entre EUA e Irã ainda não gerou a confiança necessária, especialmente entre a linha-dura representada por Khamenei e a Guarda Revolucionária Iraniana, o braço armado do regime teocrático dos aiatolás. Rouhani está mais interessado no fim das sanções e no desenvolvimento econômico, enquanto Khamenei prefere continuar demonizando os EUA e acusando-o por todos os males do país.
As negociações devem levar a um acordo preliminar até o fim de março e um acordo definitivo até 30 de junho de 2015.
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Estado Islâmico destrói mosteiro do século 4 no Iraque
Na sua obsessão de destruir monumentos históricos da era pré-islâmica, a milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante atacou o Mosteiro dos Mártires São Behnam e sua irmã Sara, da Igreja Católica Siríaca ou da Síria, noticiou o jornal inglês The Independent. É uma construção do século 4 depois de Cristo situada perto de Beth Khdeda, no Norte do Iraque.
O Estado Islâmico tomou o mosteiro em junho de 2014, na mesma ofensiva em que ocupou Mossul, a segunda maior cidade iraquiana. Imediatamente, os jihadistas removeram todas as cruzes e expulsaram os monges, mas respeitaram as edificações históricas.
Há dois dias, começaram a aparecer em sítios do EI na Internet as imagens de explosões no mosteiro. Não se sabe quando ocorreram. O mosteiro sobreviveu a ataques de Nadir Shah, o xá do Irã, entre 1743 e 1790, e guarda uma das mais importantes bibliotecas síriacas do mundo. É outro patrimônio cultural da humanidade ameaçado pela fúria terrorista.
Além de expulsar os cristãos, a milícia está destruindo arrasando e vandalizando igrejas e monumentos religiosos e históricos, como as cidades assírias de Nimrod, Nínive, a selêucida Hatra, e o Museu de Mossul. Quer reescrever a história apagando toda referência que não seja à sua visão extremista do islamismo.
O Estado Islâmico tomou o mosteiro em junho de 2014, na mesma ofensiva em que ocupou Mossul, a segunda maior cidade iraquiana. Imediatamente, os jihadistas removeram todas as cruzes e expulsaram os monges, mas respeitaram as edificações históricas.
Há dois dias, começaram a aparecer em sítios do EI na Internet as imagens de explosões no mosteiro. Não se sabe quando ocorreram. O mosteiro sobreviveu a ataques de Nadir Shah, o xá do Irã, entre 1743 e 1790, e guarda uma das mais importantes bibliotecas síriacas do mundo. É outro patrimônio cultural da humanidade ameaçado pela fúria terrorista.
Além de expulsar os cristãos, a milícia está destruindo arrasando e vandalizando igrejas e monumentos religiosos e históricos, como as cidades assírias de Nimrod, Nínive, a selêucida Hatra, e o Museu de Mossul. Quer reescrever a história apagando toda referência que não seja à sua visão extremista do islamismo.
sexta-feira, 20 de março de 2015
Gen. Petraeus: Irã é ameaça maior do que Estado Islâmico
O Estado Islâmico já está "a caminho da derrota", pelo menos no Iraque, e a maior ameaça à instabilidade do Oriente Médio hoje é o Irã e as milícias xiitas, adverte o general da reserva David Petraeus, comandante militar dos Estados Unidos no Iraque durante o reforço de tropas ordenado pelo então presidente George W. Bush.
Ao participar do Fórum de Suleimânia, um encontro de acadêmicos, intelectuais e líderes políticos realizado na Universidade Americana do Iraque em Suleimânia, na região do Curdistão iraquiano, o general fez sua mais ampla análise das guerras no Iraque e na Síria, observa o jornal The Washington Post, que submeteu uma série de questões respondidas por escrito por Petraeus.
"O Estado Islâmico está a caminho da derrota, pelo menos no Iraque, graças aos esforços iraquianos, regionais e internacionais", argumentou. "A maior ameaça agora é que milícias xiitas tomem o território em poder do Estado Islâmico com o apoio do Irã. A maior ameaça à estabilidade do Iraque a longo prazo e ao equilíbrio regional como um todo não é o Estado Islâmico, são as milícias xiitas, muitas apoiadas - e algumas guiadas - pelo Irã."
Numa posição claramente contrária às negociações nucleares entre o Irã e as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações lideradas pelo governo Barack Obama, o general Petraeus alegou que "o atual regime iraniano não é nosso aliado no Oriente Médio. É no fim das contas parte do problema e não da solução. Quanto mais os iranianos forem dominantes na região, mais inflamado será o radicalismo sunita que alimenta a ascensão de grupos como o Estado Islâmico."
Suas posições estão muito mais próximas do Partido Republicano dos EUA e do primeiro-ministro reeleito de Israel, Benjamin Netanyahu.
Quando era comandante militar dos EUA no Iraque, o general enfrentou milícias xiitas supervisionadas pelo general iraniano Kassem Suleimani, comandante da força Al Quods (o nome árabe de Jerusalém), o braço da Guarda Revolucionária Iraniana para ações no exterior. O mesmo general comanda as milícias xiitas hoje no Iraque. Isso incomoda o general David Petraeus.
A solução política para a expansão do Estado Islâmico no Iraque, alerta Petraeus, está em dar poder à comunidade sunita para que ela tenha interesse no sucesso do governo de Bagdá e não o contrário. Os dois subcomandantes militares do EI no Iraque e na Síria eram oficiais do Exército do falecido ditador Saddam Hussein, dissolvido depois da invasão americana de 2003.
Não basta que o Exército do Iraque e milícias xiitas derrotem o EI no Iraque, entende o general. É preciso que milícias tribais sunitas participem da guerra para serem vistas como "libertadoras e não conquistadoras": "A derrota do Daech [acrônimo árabe para o EI] exige não apenas atacá-lo no campo de batalha. Exige simultaneamente a reconciliação com os sunitas."
Pela mesma razão, as atrocidades cometidas por milícias xiitas favorecem o Estado Islâmico, que se apresenta como defensor do sunismo.
Na visão de Petraeus, lembrando o trágico acidente nuclear de 1986 na Ucrânia, a Síria é "um Chernobil geopolítico. Até ser tampado, vai continuar expelindo uma radioatividade desestabilizadora e o extremismo ideológico por toda a região".
Ao participar do Fórum de Suleimânia, um encontro de acadêmicos, intelectuais e líderes políticos realizado na Universidade Americana do Iraque em Suleimânia, na região do Curdistão iraquiano, o general fez sua mais ampla análise das guerras no Iraque e na Síria, observa o jornal The Washington Post, que submeteu uma série de questões respondidas por escrito por Petraeus.
"O Estado Islâmico está a caminho da derrota, pelo menos no Iraque, graças aos esforços iraquianos, regionais e internacionais", argumentou. "A maior ameaça agora é que milícias xiitas tomem o território em poder do Estado Islâmico com o apoio do Irã. A maior ameaça à estabilidade do Iraque a longo prazo e ao equilíbrio regional como um todo não é o Estado Islâmico, são as milícias xiitas, muitas apoiadas - e algumas guiadas - pelo Irã."
Numa posição claramente contrária às negociações nucleares entre o Irã e as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações lideradas pelo governo Barack Obama, o general Petraeus alegou que "o atual regime iraniano não é nosso aliado no Oriente Médio. É no fim das contas parte do problema e não da solução. Quanto mais os iranianos forem dominantes na região, mais inflamado será o radicalismo sunita que alimenta a ascensão de grupos como o Estado Islâmico."
Suas posições estão muito mais próximas do Partido Republicano dos EUA e do primeiro-ministro reeleito de Israel, Benjamin Netanyahu.
Quando era comandante militar dos EUA no Iraque, o general enfrentou milícias xiitas supervisionadas pelo general iraniano Kassem Suleimani, comandante da força Al Quods (o nome árabe de Jerusalém), o braço da Guarda Revolucionária Iraniana para ações no exterior. O mesmo general comanda as milícias xiitas hoje no Iraque. Isso incomoda o general David Petraeus.
A solução política para a expansão do Estado Islâmico no Iraque, alerta Petraeus, está em dar poder à comunidade sunita para que ela tenha interesse no sucesso do governo de Bagdá e não o contrário. Os dois subcomandantes militares do EI no Iraque e na Síria eram oficiais do Exército do falecido ditador Saddam Hussein, dissolvido depois da invasão americana de 2003.
Não basta que o Exército do Iraque e milícias xiitas derrotem o EI no Iraque, entende o general. É preciso que milícias tribais sunitas participem da guerra para serem vistas como "libertadoras e não conquistadoras": "A derrota do Daech [acrônimo árabe para o EI] exige não apenas atacá-lo no campo de batalha. Exige simultaneamente a reconciliação com os sunitas."
Pela mesma razão, as atrocidades cometidas por milícias xiitas favorecem o Estado Islâmico, que se apresenta como defensor do sunismo.
Na visão de Petraeus, lembrando o trágico acidente nuclear de 1986 na Ucrânia, a Síria é "um Chernobil geopolítico. Até ser tampado, vai continuar expelindo uma radioatividade desestabilizadora e o extremismo ideológico por toda a região".
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Presidente da Nigéria promete derrotar Boko Haram em um mês
Depois de uma guerra civil marcada por atrocidades que matou de 12 a 15 mil pessoas nos últimos seis anos, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, declarou ontem que o Exército vai recuperar todas as regiões em poder da milícia extremista muçulmana Boko Haram dentro de um mês.
Em entrevista à televisão pública britânica BBC, Jonathan, candidato à reeleição em 28 de março de 2015, afirmou: "Eles estão ficando mais fracos dia a dia", mas admtiu que a resposta do governo à insurgência terrorista foi lenta.
O presidente nigeriano apoiou o jornal francês Charlie Hebdo depois do ataque terrorista de janeiro deste ano, mas ficou calado no primeiro momento e ficou impotente diante do rapto de mais de 200 meninas há 11 meses. Na entrevista, manifestou a esperança de que elas estejam vivas.
Com o apoio dos exércitos de Camarões, do Chade e do Níger para fechar as rotas de fuga dos terroristas através da fronteira, o Exército da Nigéria anunciou a retomada na atual ofensiva de 11 dos 14 distritos em poder do Boko Haram, libertando 36 cidades e vilas. Em Ngala, que os militares dizem ter reconquistado, 11 pessoas foram mortas ontem pelos jihadistas.
Sob pressão, neste mês, o Boko Haram declarou lealdade ao Estado Islâmico, que estende seus tentáculos pela África e o Oriente Médio, tentando fazer alianças com grupos terroristas ligados à rede Al Caeda. Como o Boko Haram já havia proclamado seu próprio Estado Islâmico, a declaração foi vista como um sinal de fraqueza.
O governo nigeriano já cantou vitória antes contra o Boko Haram, que significa "repúdio à educação ocidental" e tenta impor sua visão sectária do islamismo na África Ocidental. Desta vez, está mais perto da realidade. Mas é improvável que uma crise política e social tão profunda, nascida em regiões miseráveis do país mais rico da África, desapareça de uma hora para outra
Em entrevista à televisão pública britânica BBC, Jonathan, candidato à reeleição em 28 de março de 2015, afirmou: "Eles estão ficando mais fracos dia a dia", mas admtiu que a resposta do governo à insurgência terrorista foi lenta.
O presidente nigeriano apoiou o jornal francês Charlie Hebdo depois do ataque terrorista de janeiro deste ano, mas ficou calado no primeiro momento e ficou impotente diante do rapto de mais de 200 meninas há 11 meses. Na entrevista, manifestou a esperança de que elas estejam vivas.
Com o apoio dos exércitos de Camarões, do Chade e do Níger para fechar as rotas de fuga dos terroristas através da fronteira, o Exército da Nigéria anunciou a retomada na atual ofensiva de 11 dos 14 distritos em poder do Boko Haram, libertando 36 cidades e vilas. Em Ngala, que os militares dizem ter reconquistado, 11 pessoas foram mortas ontem pelos jihadistas.
Sob pressão, neste mês, o Boko Haram declarou lealdade ao Estado Islâmico, que estende seus tentáculos pela África e o Oriente Médio, tentando fazer alianças com grupos terroristas ligados à rede Al Caeda. Como o Boko Haram já havia proclamado seu próprio Estado Islâmico, a declaração foi vista como um sinal de fraqueza.
O governo nigeriano já cantou vitória antes contra o Boko Haram, que significa "repúdio à educação ocidental" e tenta impor sua visão sectária do islamismo na África Ocidental. Desta vez, está mais perto da realidade. Mas é improvável que uma crise política e social tão profunda, nascida em regiões miseráveis do país mais rico da África, desapareça de uma hora para outra
Triplo atentado do Estado Islâmico deixa 142 mortos no Iêmen
Um triplo atentado terrorista suicida contra duas mesquitas xiitas zaiditas da capital do Iêmen, Saná, matou pelo menos 142 pessoas, informou há pouco o jornal francês Le Monde. A milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do atentado, dois dias depois de atacar o Museu do Bardo, na Tunísia, onde 23 pessoas foram mortas.
A primeira bomba explodiu dentro da mesquita de Bader, no sul da cidade, durante as orações da sexta-feira, a folga religiosa semanal dos muçulmanos. Quando a multidão fugia, outro homem-bomba se detonou na entrada do prédio. A terceira explosão aconteceu na mesquita de Al-Hashahush, no norte de Saná.
O Estado Islâmico também reivindicou um quarto ataque diante de uma mesquita em Saada, a região do antigo Iêmen do Norte de origem da milícia xiita huti, apoiada pelo Irã. Este grupo ocupou Saná progressivamente desde setembro de 2014 e dissolveu o governo em fevereiro de 2015.
Fruto de uma dissidência da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, o ramo mais forte da rede, o Estado Islâmico considera os xiitas alvos prioritários, enquanto a Al Caeda prefere atacar alvos ocidentais e os regimes autoritários apoiados pelo Ocidente.
Com a queda do governo sunita, os Estados Unidos fecharam a embaixada em Saná, prejudicando o programa de ataques a Al Caeda com aviões não tripulados. Na fura rápida, os americanos deixaram para trás US$ 500 milhões em armas, munições e equipamentos militares que podem cair nas mãos dos rebeldes hutis ou dos terroristas.
Ontem, um avião de guerra bombardeou o palácio presidencial de Áden, a antiga capital do Iêmen do Sul, onde o ex-presidente Abed Rabbo Mansur Hadi está refugiado desde que foi libertado da prisão domiciliar em Saná, em 21 de fevereiro, na tentativa de formar um governo paralelo. Ele deixou o palácio, mas não saiu do país, informaram assessores da Presidência.
À noite, houve combates ao redor do aeroporto de Áden, onde unidades de forças especiais comandadas pelo general rebelde Abdel Hafedh al-Sakkaf, atacaram os "comitês de resistência popular" leais ao presidente deposto. Todos os voos foram suspensos.
Mais pobre dos países árabes, unificado em 1990, o Iêmen está radicalmente dividido. Os rebeldes hutis, da minoria xiita zaidita, dominam o antigo Iêmen do Norte, enquanto o ex-presidente tenta manter sua base no poder no Iêmen do Sul, com o apoio da Arábia Saudita e das monarquias petroleiras sunitas do Golfo Pérsico.
A primeira bomba explodiu dentro da mesquita de Bader, no sul da cidade, durante as orações da sexta-feira, a folga religiosa semanal dos muçulmanos. Quando a multidão fugia, outro homem-bomba se detonou na entrada do prédio. A terceira explosão aconteceu na mesquita de Al-Hashahush, no norte de Saná.
O Estado Islâmico também reivindicou um quarto ataque diante de uma mesquita em Saada, a região do antigo Iêmen do Norte de origem da milícia xiita huti, apoiada pelo Irã. Este grupo ocupou Saná progressivamente desde setembro de 2014 e dissolveu o governo em fevereiro de 2015.
Fruto de uma dissidência da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, o ramo mais forte da rede, o Estado Islâmico considera os xiitas alvos prioritários, enquanto a Al Caeda prefere atacar alvos ocidentais e os regimes autoritários apoiados pelo Ocidente.
Com a queda do governo sunita, os Estados Unidos fecharam a embaixada em Saná, prejudicando o programa de ataques a Al Caeda com aviões não tripulados. Na fura rápida, os americanos deixaram para trás US$ 500 milhões em armas, munições e equipamentos militares que podem cair nas mãos dos rebeldes hutis ou dos terroristas.
Ontem, um avião de guerra bombardeou o palácio presidencial de Áden, a antiga capital do Iêmen do Sul, onde o ex-presidente Abed Rabbo Mansur Hadi está refugiado desde que foi libertado da prisão domiciliar em Saná, em 21 de fevereiro, na tentativa de formar um governo paralelo. Ele deixou o palácio, mas não saiu do país, informaram assessores da Presidência.
À noite, houve combates ao redor do aeroporto de Áden, onde unidades de forças especiais comandadas pelo general rebelde Abdel Hafedh al-Sakkaf, atacaram os "comitês de resistência popular" leais ao presidente deposto. Todos os voos foram suspensos.
Mais pobre dos países árabes, unificado em 1990, o Iêmen está radicalmente dividido. Os rebeldes hutis, da minoria xiita zaidita, dominam o antigo Iêmen do Norte, enquanto o ex-presidente tenta manter sua base no poder no Iêmen do Sul, com o apoio da Arábia Saudita e das monarquias petroleiras sunitas do Golfo Pérsico.
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quinta-feira, 19 de março de 2015
Grécia enfrenta corrida bancária e descontentamento com governo
Cerca de 58% dos gregos acreditam que a Coligação de Esquerda Radical (Syriza) não está cumprindo suas promessas de campanha e 50,5% não estão satisfeitos com as negociações da Grécia com a União Europeia, enquanto os bancos enfrentam uma corrida bancária, com saques de centenas de milhões de euros ontem, noticiou hoje o sítio de notícias Greek Reporter.
As ações dos bancos caíram 8% na Bolsa de Valores de Atenas ontem, quando foram sacados entre 350 a 400 milhões de euros depois que o presidente do Grupo do Euro admitiu a possibilidade de impor controles de capitais à Grécia.
O governo grego aprovou ontem uma lei para dar ajuda humanitária aos mais necessitados, inclusive um auxílio habitacional de 30 mil euros por ano e ajuda alimentar. Seus parceiros da Zona do Euro, especialmente a Alemanha, perguntam de onde vai sair o dinheiro.
A Grécia voltou a crescer no ano passado (0,8%) depois de seis anos de depressão em que sua economia encolheu 25%, sob pressão de medidas de austeridade para equilibrar as contas públicas em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros aprovados pela UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE).
Com a gravidade da crise, os partidos tradicionais foram varridos numa eleição em 25 de janeiro de 2015 e a esquerda radical chegou ao poder. Embora tenha recuado de suas propostas iniciais de renegociação da dívida pública grega, o governo insiste em medidas compensatórias para ajudar os mais prejudicados pelo ajuste fiscal.
O governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras precisa apresentar ao Grupo do Euro uma lista completa de reformar para ajustar a receita e as despesas públicas.
As ações dos bancos caíram 8% na Bolsa de Valores de Atenas ontem, quando foram sacados entre 350 a 400 milhões de euros depois que o presidente do Grupo do Euro admitiu a possibilidade de impor controles de capitais à Grécia.
O governo grego aprovou ontem uma lei para dar ajuda humanitária aos mais necessitados, inclusive um auxílio habitacional de 30 mil euros por ano e ajuda alimentar. Seus parceiros da Zona do Euro, especialmente a Alemanha, perguntam de onde vai sair o dinheiro.
A Grécia voltou a crescer no ano passado (0,8%) depois de seis anos de depressão em que sua economia encolheu 25%, sob pressão de medidas de austeridade para equilibrar as contas públicas em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros aprovados pela UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE).
Com a gravidade da crise, os partidos tradicionais foram varridos numa eleição em 25 de janeiro de 2015 e a esquerda radical chegou ao poder. Embora tenha recuado de suas propostas iniciais de renegociação da dívida pública grega, o governo insiste em medidas compensatórias para ajudar os mais prejudicados pelo ajuste fiscal.
O governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras precisa apresentar ao Grupo do Euro uma lista completa de reformar para ajustar a receita e as despesas públicas.
Ex-presidentes do Iêmen lutam pelo aeroporto de Áden
Tropas e milícias leais ao ex-presidente Abed Rabbo Mansur Hadi cercaram e tomaram hoje de manhã o aeroporto de Áden, no Iêmen, em combate contra as forças do ex-presidente Ali Abdala Saleh, que apoio a deposição de Hadi pelos rebeldes hutis, da minoria xiita zaidita.
Depois de ser libertado da prisão domiciliar imposta pelos hutis, Hadi fugiu para Áden, a antiga capital do Iêmen do Sul, antes da unificação do Iêmen, em 1990, onde tenta criar um governo paralelo que pode levar a uma nova divisão do mais pobre dos países árabes.
Os hutis têm o apoio do Irã, enquanto a Arábia Saudita e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico apoiam os sunitas.
Os Estados Unidos, que apoiavam Hadi e tinham um programa de aviões não tripulados para atacar as bases da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica no Iêmen, admitiram ontem não saber o que aconteceu com US$ 500 milhões em armas e equipamentos que mantinham no país. Podem ter caído nas mãos dos rebeldes hutis ou, pior ainda, da rede Al Caeda,
Depois de ser libertado da prisão domiciliar imposta pelos hutis, Hadi fugiu para Áden, a antiga capital do Iêmen do Sul, antes da unificação do Iêmen, em 1990, onde tenta criar um governo paralelo que pode levar a uma nova divisão do mais pobre dos países árabes.
Os hutis têm o apoio do Irã, enquanto a Arábia Saudita e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico apoiam os sunitas.
Os Estados Unidos, que apoiavam Hadi e tinham um programa de aviões não tripulados para atacar as bases da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica no Iêmen, admitiram ontem não saber o que aconteceu com US$ 500 milhões em armas e equipamentos que mantinham no país. Podem ter caído nas mãos dos rebeldes hutis ou, pior ainda, da rede Al Caeda,
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