Três semanas depois da morte do amigo e aliado, o principal líder da oposição na Rússia, Alexei Navalny, se recusa a aceitar a versão oficial de que foi uma conspiração de muçulmanos chechenos descontentes com o apoio de Boris Nemtsov aos jornalistas do Charlie Hebdo: "Excluo totalmente a possibilidade de que este assassinato tenha sido cometido sem a autorização do poder."
Em entrevista ao jornal francês Le Monde, Navalny acrescentou: "Tendo estado eu mesmo sob a vigilância do Serviço Federal de Segurança [antigo KGB], como estava Boris Nemtsov, é impossível que não tenham visto o assassino nem a preparação do assassinato." O presidente russo, Vladimir Putin, foi diretor do SFS antes de chegar ao Kremlin.
Mesmo sem uma ordem direta do Kremlin, Navalny está convencido de que deve ter havido uma sugestão de alguém do círculo íntimo do poder na Rússia para o senhor da guerra e presidente da república da Chechênia, Ramzan Kadirov: "Esperamos sua ajuda contra a quinta coluna."
Navalny lembrou uma cerimônia realizada num estádio em Grozni, a capital chechena, em 28 de dezembro de 2014. Kadirov exortou 20 mil homens em armas a "tomar iniciativas" e a "seguir as ordens de Putin".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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