A Turquia repudiou a declaração do secretário de Estado americano, John Kerry, admitindo que será preciso negociar com o ditador Bachar Assad o fim da guerra civil na Síria, declarou o ministro do Exterior turco, Mevlut Cavusoglu.
Ontem, quando o conflito completou quatro anos com mais de 220 mil mortes e 11 milhões de refugiados interna e externamente, Kerry disse que a paz passa pelo diálogo com Assad. Para a Turquia, a afirmação dá legitimidade ao governo sírio.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considera a saída de Assad uma precondição para a paz na Síria. Esta posição era compartilhada pelos Estados Unidos e a União Europeia. Com a ascensão do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, visto como uma ameaça maior ao Ocidente pelo potencial de ataque de voluntários europeus que voltam para casa, a situação mudou.
Desde que os EUA entraram na guerra contra o Estado Islâmico, em setembro de 2014, a Turquia exige a queda de Assad, que considera responsável pelo caos na região, para participar da aliança.
Os críticos da ditadura síria alegam que o EI foi responsável por apenas 3% das 220 mil mortes na Síria. Ao bombardear a população civil de áreas rebeladas com todo o poder de suas Forças Armadas, o governo Assad seria muito mais responsável pela tragédia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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