O total de mortos em ataques contra seções eleitorais subiu para 20 pessoas hoje na Nigéria, segundo dia de votação para escolher um novo presidente e deputados para a Assembleia Nacional. A votação foi prorrogada por causa de problemas de leitura dos títulos de eleitor com identificação biométria, informou o sítio Africa Review.
Cerca de 300 das 150 mil seções eleitorais enfrentaram problemas. O presidente Goodluck Jonathan foi um dos que tiveram de ser identificados visualmente. Isso atrasou a votação em várias mesas e levou a um segundo dia de votação.
Depois do fechamento das urnas, previsto para hoje à noite, os resultados devem ser conhecidos em 48 horas. O presidente, um cristão iorubá sulista, enfrenta o ex-ditador Muhamadu Buhari, um muçulmano hauçá-fulane nortista, num sinal da divisão do país. As pesquisas indicam um resultado apertado e uma divisão correspondente na Assembleia Nacional.
Historicamente há um revezamento na Presidência entre muçulmanos, que são a maioria, e cristãos. A regra mudou por causa da morte do presidente Umaru Yar'Adua de problemas cardíacos em 2010. Jonathan assumiu como vice. Foi reeleito em 2011 e só teve direito a tentar a segunda reeleição porque em 2007 concorrera a vice-presidente.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques à votação. O principal suspeito é a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que luta para impor a lei islâmica à Nigéria, hoje o país mais rico e mais populoso da África. Há outro grupo rebelde no Sul do país, a região produtora de petróleo, o Movimento pela Emancipação do Delta do Rio Níger, que ameaça voltar à luta armada se Buhari vencer.
O general com um passado linha-dura não é do tipo que costuma negociar com rebeldes. Deve combater duramente qualquer rebelião.
Até agora, a violência política é muito menor do que nas eleições de 2011, quando 1,1 mil pessoas foram mortas durante a votação e nos dias seguintes ao anúncio do resultado. O vencedor da eleição presidencial deve ser conhecido nesta segunda-feira. Antes disso, a oposição denuncia fraude e protesta nas ruas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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