Em meio às negociações para desarmar o programa nuclear iraniano, pela primeira vez em muitos anos, o Irã e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) foram excluídas da lista de ameaças terroristas, anunciou hoje o diretor nacional de inteligência, James Clapper, ao apresentar seu relatório anual ao Senado dos Estados Unidos. Era uma exigência do regime iraniano.
A versão pública da Avaliação das Ameaças no Mundo dos serviços secretos dos EUA alega que o Irã está ajudando a combater extremistas muçulmanos sunitas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, mas advertiu que o apoio iraniano a comunidades xiitas aumenta o risco de violência sectária no Oriente Médio.
Os EUA lideram as negociações entre as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha com o Irã, que devem chegar a um anteprojeto de acordo até o fim de março de 2015.
Enquanto o Irã exige o fim das sanções internacionais, o outro lado quer o congelamento do programa nuclear iraniano e um regime de inspeções rigoroso para fiscalizar o acordo. A República Islâmica seria autorizada a manter um número limitado de centrífugas para uso civil. Não seria proibida de enriquecer urânio.
O anúncio deve irritar ainda mais o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que há duas semanas acusou o Irã em discurso no Congresso dos Estados Unidos de ser um grande financiador do terrorismo internacional. Apesar da manobra eleitoreira, Netanyahu corre risco de perder as eleições de hoje em Israel.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 17 de março de 2015
EUA retiram Irã e Hesbolá da lista de ameaças terroristas
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