domingo, 29 de março de 2015

Intervenção da Arábia Saudita destrói Força Aérea do Iêmen

Nos três primeiros dias de bombardeios aéreos, a intervenção militar de 10 países árabes liderada pela Arábia Saudita destruiu a Força Aérea e os centros de comando e controle do Iêmen, num duro golpe contra os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, noticiou hoje o jornal The Washington Post citando militares sauditas. É a preparação clássica para uma invasão por terra.

Em nota divulgada ontem à noite pela Agência de Imprensa Saudita, o general brigadeiro Ahmed ben Hassan Assiri declarou que os rebeldes "não têm mais" aviões de combate. Eles foram usados para bombardear o palácio presidencial de Áden, onde se instalou o presidente deposto Abed Rabbo Mansur Hadi depois de ser libertado da prisão domiciliar em Saná há pouco mais de um mês.

Com a ofensiva rebelde, Hadi fugiu para a Arábia Saudita. Apesar da intervenção militar, os hutis continuam o assalto ao porto de Áden, onde a situação foi descrita por um político como um "grande caos". Há filas nos postos de gasolina e muitas famílias tentando escapar da guerra civil iemenita. Nos últimos dias, 61 pessoas foram mortas e outras 500 feridas em Áden e arredores.

Os bombardeios aéreos da aliança saudita visaram ontem as estradas ligando a capital, Saná, à província de Saada, principal reduto dos hutis, o porto e o aeroporto de Hodeida.

Ontem, o ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que governou o país por 32 anos até 2011, quando foi derrubado pela revolta da Primavera Árabe, propôs uma trégua. Unidades militares leais a Saleh lutam ao lado dos rebeldes.

Durante uma reunião de cúpula da Liga Árabe em Charm al-Cheikh, no Egito, o novo sultão Salman, da Arábia Saudita, prometeu manter a intervenção militar no Iêmen "até a volta da estabilidade", com a devolução do poder a Hadi. O novo rei saudita manifesta assim a intenção de combater o expansionismo do Irã no Oriente Médio, aumentando o risco de mais conflitos entre sunitas e xiitas, a exemplo do que já acontece no Bahrein, no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria.

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