Na segunda votação, meramente protocolar porque o regime chavista tem ampla maioria, a Assembleia Nacional da Venezuela aprovou uma nova Lei Habilitante, autorizando o presidente Nicolás Maduro a governar por decreto durante nove meses, mais do que os seis pedidos inicialmente.
Maduro pediu os poderes especiais a pretexto de enfrentar a "guerra econômica" e proteger o país contra a "ameaça imperialista" representada pelos Estados Unidos depois que o presidente Barack Obama baixou decreto impondo sanções a sete altos funcionários do governo venezuelano acusados de violações dos direitos humanos.
Sob séria crise econômica, com inflação acima de 70% ao ano, desabastecimento e moeda em queda livre, Maduro acusa as elites locais e os EUA de articular uma conspiração para derrubá-lo. Provocando, um general americano comentou: "E alguém quer assumir a responsabilidade por aquela bagunça?"
Como o governo tem amplo controle sobre o Parlamento, os críticos consideram a medida desnecessária, uma manobra para dar mais poderes ao presidente para reprimir e criminalizar a oposição, acusando-a de traição à pátria, além de possivelmente adiar as eleições parlamentares previstas para 2015.
O finado caudilho Hugo Chávez usou três vezes a Lei Habilitante. Maduro já teve esses poderes durante um ano, em 2013. Não ajudou em nada a evitar o caos econômico onde a Venezuela se encontra.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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