domingo, 15 de março de 2015

Guerra civil síria faz quatro anos sem expectativa de paz

Faz quatro anos hoje que a violenta repressão da ditadura de Bachar Assad às manifestações da Primavera Árabe deflagrou a mais sangrenta guerra civil em andamento hoje no mundo. Desde 15 de março de 2011, mais de 220 mil pessoas foram mortas e mais de 11 milhões - mais da metade da população - fugiram de suas casas no país antes conhecido como Síria.

Cerca de 3,9 milhões de sírios se refugiaram no exterior, principalmente no Líbano, na Turquia e na Jordânia. Mais de 12 milhões de sírios precisam de ajuda de emergência. É a maior tragédia humanitária no mundo.

A ofensiva do Estado Islâmico do Iraque e do Levante levou a guerra civil síria para o Iraque no ano passado. Quase todos os grupos em luta na Síria são acusados de crimes de guerra, mas as maiores atrocidades estão sendo cometidas pelo Estado Islâmico, que ameaça erradicar os cristãos e outros grupos étnicos e religiosos que não compactuem com sua versão extremista do islamista.

Com suas execuções espetaculares e por recrutar e média mil voluntários ocidentais por mês, o Estado Islâmico passou a ser vista como uma ameaça maior ao Ocidente, embora seja responsável por cerca de 3% do total de mortos no conflito sírio.

Ao bombardear sua própria população em áreas dominadas por rebeldes, o governo Assad mata muito mais e cometeu vários crimes de guerra contra populações civis desarmadas, inclusive ataques com armas químicas. Como passou a ser visto como mal menor, os Estados Unidos e a Europa, que acusavam o ditador de ter perdido a legimitidade para governar o Iraque, já admitem negociar com ele.

Nesses quatro anos, por quatro vezes o veto da China e da Rússia, a pretexto de evitar uma intervenção militar como a que derrubou Muamar Kadafi na Líbia, paralisou a ação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. As duas grandes potências autoritárias se negaram a condenar a Síria. Afinal, dão-se o direito de se massacrar os seus próprios povos.

Até mesmo a ajuda humanitária internacional só chegou a zonas rebeladas recentemente por causa do desacerto no Conselho de Segurança da ONU. Essa inação agravou o conflito, radicalizando a ponto da rebeldes lutarem entre si. O governo Assad perdeu o controle sobre o país e só a partir de setembro, com os bombardeios dos EUA contra o Estado Islâmico, retomou a iniciativa militar no Norte do país.

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