A milícia islamita Boko Haram fez vários ataques contra eleitores que queriam votar nas eleições presidencial e parlamentares realizadas hoje na Nigéria, matando pelo menos 15 pessoas, informou a agência de notícias Reuters.
Nos dois primeiros ataques, em Ngalda, no estado de Yobe, e em Woru, no estado de Gombe, pistoleiros abriram fogo contra eleitores que estavam a caminho das seções eleitorais.
Inicialmente previstas para 14 de fevereiro, as eleições foram adiadas para 28 de março de 2015 por causa da violência política. Nesse período, o Exército da Nigéria lançou uma operação contra o Kobo Haram em conjunto com países vizinhos que também foram atacados: Camarões, Chade e Níger.
O grupo Boko Haram, cujo nome significa "não à educação ocidental", quer impor a lei islâmica na África Ocidental. Ao aderir à luta armada, em 2009, deflagrou uma guerra civil onde pelo menos 12 mil pessoas foram mortas.
No Sudeste, a principal região de exploração de petróleo do maior produtor da África, uma bomba escondida em baixo de um carro explodiu junto a uma seção eleitoral da região de Ogui, no estado de Enugu, revelou a agência oficial de notícias chinesa Nova China. Um esquadrão antibombas desarmou quatro bombas na mesma área, onde outros grupos rebeldes não religiosos costumam atuar.
O presidente Goodluck Jonathan, um cristão sulista, tenta a reeleição pelo Partido Democrático Popular (PDP), que está no poder desde a primeira eleição pós-democratização do país, em 1999. É acusado de incompetência no combate à insurgência islamita no Norte do país, majoritariamente muçulmano. A seu favor, tem o forte crescimento econômico que fez da Nigéria o país rico da África.
Com a insurgência, aumentam as chances do candidato da oposição, o ex-ditador Muhamadu Buhari (1983-85), do Congresso de Todos os Progressistas (APC) um muçulmano nortista que deixou o poder odiado por ter tentado impor uma campanha de disciplina e boas maneiras. Desde então, perdeu várias eleições presidenciais e aceitou o resultado democraticamente.
As pesquisas preveem um resultado apertado.
As autoridades eleitorais nigerianas estenderam o prazo de votação até amanhã alegando problemas técnicos em títulos de eleitor com identificação biométrica em algumas zonas eleitorais. Nas últimas eleições parlamentares e presidencial, em 2011, a violência política causou mais de 1,1 mil mortes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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