quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Fed corta taxa de juros para 4,5% ao ano

O Comitê do Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, cortou hoje em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros da maior economia do mundo, para 4,5% ao ano.

É a segunda queda em duas reuniões do Fed, depois de um longo período de manutenção da taxa em 5,25% ao ano. O corte é uma tentativa da autoridade monetária de evitar uma recessão nos EUA, apesar da crise no setor habitacional e do aperto de crédito.

Como observou The Wall St. Journal Online, o Fed não usou nenhum truque. Fez o que o mercado esperava. Sinalizou a determinação de agir para impedir uma crise maior. Sob a presidência de Ben Bernanke, o Fed mantém sua política monetária ativista como no tempo de Alan Greenspan.

Em resposta, o Índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais ações, subiu 137,54 pontos (1%), para 13.930,01 pontos.

Leia a nota oficial do Fed.

Obesidade dá tanto risco de câncer quanto fumar

A obesidade provoca um risco de contrair câncer tão grande quanto fumar, adverte hoje o Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer, num importante relatório sobre as relações entre a doença e o estilo de vida civilizado.

Outros fatores de risco importantes, além do excesso de gordura, são o consumo de álcool, bebidas açucaradas, lanches rápidos, carne vermelha e carnes processadas, como embutidos e defumados. Ser magro, não tomar bebidas alcoólicas e fazer exercício todos os dias reduzem as chances de pegar a doença, conclui o estudo.

Os homens que bebem mais de duas doses em média por dia e mulheres que bebem mais de uma dose diária em média têm risco de câncer ampliado.

Um índice de massa corporal até 25 é considerado saudável. Acima disso, a pessoa tem excesso de peso. Esse índice é calculado dividindo-se o peso do corpo em quilos pelo quadrado da altura em metros.

Leia mais no site da BBC e confira a íntegra do relatório Alimentação, Nutrição, Avitidade Física e a Prevenção do Câncer.

Petróleo bate novo recorde a US$ 94 por barril

O preço do petróleo atingiu novo recorde hoje na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, chegando a US$ 94.

As causas são a queda de 3,3 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto dos Estados Unidos, que caíram para 312,7 milhões de barris em 26 de outubro, a desvalorização do dólar e a expectativa do mercado que o Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, corte sua taxa básica de juros para estimular o crescimento econômico.

Terroristas de Madri são condenados a 40 mil anos

A Justiça da Espanha condenou hoje 21 dos 28 denunciados pelos três atentados terroristas quase simultâneos contra três estações de trem de Madri, que mataram 191 pessoas, em 11 de março de 2004.

Os três principais réus foram condenados a 40 mil anos. Mas nenhum ficará na cadeia mais de 40 anos, o máximo previsto na legislação do país. Um dos principais acusados, o egípcio Rabei Osman, suspeito de ser um dos mentores, foi absolvido por falta de provas.

Na sentença, o juiz afirma não ter encontrado qualquer prova de envolvimento do grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade), inicialmente apontado como responsável pelo governo conservador do primeiro-ministro José María Aznar. O atentado foi cometido por um grupo terrorista muçulmano inspirado pela rede Al Caeda, de Ossama ben Laden.

Três dias depois, os conservadores perderam as eleições porque a opinião pública sentiu-se enganada. O novo primeiro-ministro, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, retirou as tropas espanholas da guerra do Iraque.

EUA crescem 3,9% surpreendendo o mercado

A maior economia do mundo ignorou a recessão no setor habitacional e cresceu a um ritmo anual de 3,9% no terceiro trimestre do ano, o melhor desempenho em um ano e meio, anunciou hoje o Departamento do Comércio dos Estados Unidos. O mercado previra uma expansão de 3,4%.

Foi um crescimento bem distribuído, com forte participação de conumidores, exportações, investimentos em capital, gastos militares e estoques. O setor habitacional continua sendo o principal entrave à expansão da economia dos EUA, mas registrou um aumento nas construções em setembro.

"O crescimento foi substancialmente mais forte do que esperado. A economia chega ao final do ano num ritmo muito melhor do que previsto", comentou o economista Stephen Gallagher, analista do banco francês Société Générale nos EUA.

Outra pesquisa indicou que as empresas americanas contrataram 106 mil trabalhadores a mais do que demitiram em outubro

Apesar da alta nos preços dos produtos primários, especialmente do petróleo, o índice de preços amplo cresceu a uma taxa anualizada de 0,8%, a mais baixa em nove anos. Desde o governo John Kennedy (1961-63), a inflação para o consumidor não está tão baixa.

Essa foi a grande surpresa do relatório. O índice de preços ao consumidor ficou em 1,7% ao ano, e o núcleo do índice, excluídos os preços de energia e de alimentos, em 1,8%, dentro da meta informal perseguida pelo Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, que é de 1% a 2% ao ano.

Os analistas acreditam que o forte crescimento do produto interno bruto (PIB) não impedirá que o Comitê do Mercado Aberto do Fed corte sua taxa básica de juros, hoje em 4,75% ao ano, em 0,25 pontos percentuais. Mas alguns economistas, como John Ryding, do banco de investimentos Bear Sterns, entende que o argumento para diminuir os juros ficou mais fraco.

A decisão será anunciada em algumas horas.

Cem monges reiniciam protestos em Mianmar

Num desafio renovado à ditadura militar de Mianmar (antiga Birmânia), pela primeira vez depois das manifestações de rua duramente reprimidas no mês passado, supostamente com centenas de mortos, cem monges budistas voltaram a marchar pelo centro de Yangum, maior cidade do país.

A Voz Democrática da Birmânia, uma rádio de oposição sediada na Noruega, anunciou que os monges mantêm suas reivindicações: redução nos preços dos combustíveis, reconciliação nacional e libertação de todos os presos políticos, inclusive a líder oposicionista Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 1991.

O enviador especial das Nações Unidas, Ibrahim Gambari, volta a Mianmar em 3 de novembro. Esse é um dos motivos da retomada das manifestações de protesto.

Bush admitiu que Blair ficasse fora da guerra

Na última hora, diante de um informe da Embaixada dos Estados Unidos em Londres de que o governo Tony Blair poderia cair, o presidente George Walker Bush disse ao primeiro-ministro britânico que o Reino Unido poderia não participar da invasão do Iraque. Blair declinou, alegando que seria patético, revela um novo livro sobre seu governo.

Bush recebeu o informe poucos antes da votação sobre a guerra na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico. Ficou tão preocupado que ligou pessoalmente para Blair dando-lhe a possibilidade de não ir à guerra.

Nove dias antes da votação decisiva, 139 deputados trabalhistas rebeldes ameaçavam negar a autorização para o Reino Unido entrar na Guerra do Iraque. Para surpresa da então assessora de Segurança Nacional e hoje secretária de Estado, Condoleezza Rice, Bush lhe disse que os britânicos poderiam não participar da invasão e assumir um papel menos controvertido depois.

Os diplomatas americanos ouviram de muitos deputados britânicos que não poderiam aprovar a guerra sem o aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde Bush e Blair não conseguir maioria para dar um caráter legal à invasão, nos termos da Carta da ONU

No livro Blair Unbound, de Anthony Seldon, Peter Snowdon e Daniel Collings, dá o seguinte depoimento: "Lembro-me de estar no Salão Oval [da Casa Branca]. O presidente disse: 'Não podemos deixar que o governo britânico caia por causa da decisão de ir à guerra. Tenho de dizer a Tony que ele não precisa fazer isso'."

Rice sugeriu que ela ligasse para David Manning, principal assessor de Blair para política externa. Bush achou que não havia tempo. Resolveu falar pessoalmente com o primeiro-ministro britânico.

- Quero lhe dizer que minha última opção é a queda de seu governo. Não quero que isso aconteça sob quaisquer circunstâncias - disse Bush no telefone.

- Você sabe, George, qualquer que seja sua decisão, estarei com você - respondeu Blair.

A assessores, o primeiro-ministro confidenciou que recuar àquela altura seria "patético".

O livro diz ainda que o então secretário de Estado americano, Colin Powell, e o ministro do Exterior britânico, Jack Straw, tentaram convencer Blair a persuadir Bush a desistir da guerra. "No final, Blair sempre apoiava o presidente", conta Powell.

Leia mais no jornal inglês The Independent.

PetroChina pretende levantar US$ 8,9 bilhões

Com o lançamento de suas ações na Bolsa de Valores de Xangai, a companhia estatal de petróleo e gás PetroChina pretende levantar US$ 8,9 bilhões, um recorde para uma oferta pública inicial na República Popular da China.

A empresa comunicou oficialmente na segunda-feira à noite à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde já é cotada, que suas ações serão lançadas em Xangai a 16,7 iuãs (US$ 2,39).

Desconfiança do consumidor abala o dólar

A moeda dos Estados Unidos caiu a seu nível mais baixo diante do euro por causa da queda na confiança do consumidor americano a seu nível mais baixo em dois anos. Uma das principais razões é o medo do desemprego.

Outra notícia ruim: o Índice Case-Shiller, que monitora os preços da casa própria em 20 cidades, registrou uma queda de 4,4% em agosto. Nas grandes cidades, a queda foi a maior em 16 anos.

Em Nova Iorque, o euro foi vendido a US$ 1,4441 depois que o índice de confiança do consumidor do Conference Board caiu de 99,5 em setembro para 95,6 em outubro, o pior em dois anos, quando o mercado esperava 99.

Pela manhã, o dólar subiu, na expectativa de que o Comitê do Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, mantenha sua taxa básica de juros em 4,75%, ou pelo menos que esta possibilidade tem tanta chance de ser anunciada hoje quanto um corte de 0,25 ponto percentual, para 4,5%.

O petróleo caiu US$ 3,15 para US$ 90,38 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque porque o corte nos juros que estimularia o crescimento da maior economia do mundo. Já o ouro caiu 0,6% para US$ 784,05, depois de atingir na segunda-feira a cotação mais alta em 28 anos: US$ 794.

Com a previsão de que o Banco da Inglaterra deve manter sua taxa básica de juros inalterada, a libra esterlina se valorizou, atingindo sua cotação mais alta em relação ao dólar em 26 anos: US$ 2,0694.

Israel ameaça fazer grande operação em Gaza

Israel aumentou suas ameaças de invadir a Faixa de Gaza, dominada desde junho pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), para acabar com os ataques de foguetes contra seu território. Desde que Israel retirou-se unilateralmente de Gaza em setembro de 2005, tem realizado operações de comando e bombardeios aéreos sem impedir os ataques palestinos.

"A cada dia que passa, estamos mais perto de realizar uma grande operação em Gaza", advertiu o ministro da Defesa e ex-primeiro-ministro Ehud Barak. "Estamos nos preparando e ficaríamos felizes se as circunstâncias mudassem".

O governo israelense, que controla as fronteiras da Faixa de Gaza, cortou o suprimento de gás. A União Européia protestou denunciando a punição coletiva de 1,5 milhão de palestinos que vivem na estreita faixa arenosa junto ao Mar Mediterrâneo, numa das maiores densidades populacionais do mundo.

"Dissemos aos israelenses que estão errados ao adotar essas medidas", protestou o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, durante encontro com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, hoje no Cairo. "Não aceitamos essa punição coletiva".

Já o governo do Reino Unido manifestou sua "profunda preocupação" com o corte no suprimento de gás para os palestinos em Gaza: "Continuamos firmemente comprometidos com a segurança de Israel e reconhecemos o direito de Israel de agir em sua defesa. Mas as medidas tomadas por Israel em resposta a extremistas violentos deve ser consistente com o direito internacional humanitário e não causar sofrimento a civis inocentes", declararam em nota conjunto o ministro do Exterior, David Miliband, e o ministro para o Desenvolvimento Internacional, Douglas Alexander.

China entra no mercado financeiro da África

Em outro sinal da ofensiva chinesa para garantir acesso aos recursos naturais da África, o Banco de Desenvolvimento da China fez uma sociedade com o United Bank of Africa, um dos maiores bancos da Nigéria, que pretende expandir seus negócios para 12 países africanos.

A parceria selada no mês passado ainda não foi anunciada oficialmente. Aumenta a capacidade da China de financiar projetos de infra-estrutura na África Ocidental.

Na semana passada, o Banco Industrial e Comercial da China, outro banco estatal chinês, anunciou a compra de uma participação de 20% no Standard Bank, da África do Sul, por US$ 5,56 bilhões.

As exportações africanas para a China cresceram mais de 40% entre 2001 e 2006, superando as importações da China. De 2000 a 2006, China fez investimentos diretos de US$ 6,6 bilhões no continente. Isso inclui ajuda direta, empréstimos subsidiados e garantias de crédito.

Um artigo do Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a ajuda oficial ao desenvolvimento, incluindo assistência técnica, tenha sido de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão por ano em 2004 e 2005.

Além disso, instituições financeiras estatais chinesas oferecem crédito preferencial. A África é responsável por um terço dos negócios de médio e longo prazos da Corporação de Exportação e Garantia de Crédito da China.

Um fator central é a sede da China por petróleo. Hoje, grupos chineses têm menos de 2% das reservas comprovadas de gás e petróleo da África. O acesso das empresas chinesas a financiamento barato vai aumentar seu sucesso em leilões.

A questão, comenta a coluna Lex, do FT, é se as relações serão baseadas no "benefício mútuo" proposto por Chu Enlai há quatro décadas na política externa da República Popular da China. Pesquisas do Banco Mundial indicam que o investimento chinês é mais frugal do que o indiano. As companhias chinesas costumam empregar locais mas compram máquinas na China.

Leia mais no Financial Times.

Washington Post ataca Cristina Kirchner

No editorial 'Nova Presidente, Velho Ciclo', o jornal americano de Washington Post acusa o casal Kirchner de práticas antidemocráticas e o acusa de não ter aprendido as duras lições da História da Argentina.

O Post admite que Cristina Fernández de Kirchner foi eleita por causa do aumento da renda da maioria dos argentinos nos últimos quatro anos. Comenta que a situação do país é bem melhor que na vez anterior em que uma mulher sucedeu ao marido na Casa Rosada.

Em 1974, com a morte do general Juan Domingo Perón, a viúva, María Estela Martínez de Perón, a Isabelita, assumiu a presidência da Argentina em meio a uma catástrofe econômica e uma guerra civil que levaram ao golpe militar de 24 de março de 1976.

"A democracia tem mais de um quarto de século, os militares estão confinados aos quartéis e os movimentos revolucionários violentos são uma lembrança distante. Mas a Argentina - e o partido peronista da Srª Fernández de Kirchner - ainda não aprenderam as lições da história do país. Isto pode tornar os próximos anos mais turbulentos", prevê o principal jornal de Washington.

"No século passado", prossegue o Post, "a Argentina viveu sob ciclos econômicos de euforia e depressão de acordo com os preços de suas exportações agrícolas, pela inclinação de seus governos por políticas populistas e por suas resistência em jogar pelas regras do mercado financeiro global. A euforia sob Kirchner seguiu-se ao colapso devastador de 2001, seguindo um padrão usual: foi alimentado pela alta nos preços da carne, do trigo e da soja da Argentina, da firmeza do Sr. Kirchner com os credores internacionais, grandes gastos públicos, e o controle dos preços de energia e de alimentos. O resultado previsível foi o desinvestimento no setor de energia, que já causou apagãos, e a inflação crescente, que provavelmente é duas vezes maior do que a estimativa oficial de 9% ao ano."

O casal K é acusado de manipular os índices de inflação e de pressionar os supermercados para eleger Cristina, "que fez campanha sem participar de um debate nem dar nenhuma entrevista coletiva à imprensa", constata o Post estarrecido com a democracia argentina.

"Ela pode", conclui o jornal, "usar seu mandato para administrar o remédio amargo que a economia precisa - inclusive altas de preços de energia e de juros, a valorização da moeda e a reconciliação com o Fundo Monetário Internacional, que dá o aval para a retomada do investimento estrangeiro. Ou ela pode seguir as políticas de seu marido até a próxima quebra. A Srª Fernández de Kirchner é uma política experiente com mais interesse no mundo exterior do que seu predecessor. Mas será uma grata surpresa se ela evitar repetir a História."

Leia a íntegra do editorial do Washington Post.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Número de mortos no Iraque cai bastante

O total de soldados americanos e civis iraquianos mortos na Guerra do Iraque diminuiu significativamente nos últimos meses, mas o comando militar dos Estados Unidos reluta em afirmar que seja um declínio consistente e definitivo.

Em outubro, 37 soldados dos EUA foram mortos no Iraque, o menor número desde março de 2006, quando morreram 31 militares americanos no país ocupado. O total de civis iraquianos mortos caiu de 1.990 em janeiro para 844 em setembro.

As execuções bárbaras também diminuíram. O número de corpos mutilados de pessoas torturadas até a morte recolhidos nas ruas de Bagdá baixou de 428 em agosto para 301 em setembro e 151 até agora em outubro.

Tanto o governo do Iraque quanto os EUA atribuíram a queda na mortandade como um sinal do sucesso da nova estratégia anunciada em janeiro pelo presidente George Walker Bush. As principais razões da redução da violência são três:

• o reforço de 30 mil soldados americanos para aumentar a segurança em Bagdá e nas províncias sunitas rebeldes de Ambar e Diala;

• a trégua do Exército Mehdi, a milícia xiita controlada pelo aiatolá radical Muktada al-Sader, que seria responsável por atrocidades contra os sunitas e milícias xiitas rivais; e

• a derrota da Al Caeda no Iraque, com o apoio líderes sunitas locais que não querem o terrorismo dos jihadistas seguidores de Ossama ben Laden na sua comunidade.

"Estamos quase lá", declarou o subcomandante militar americano no Iraque, general Raymond Odierno. "Estamos em vantagem mas ainda não sei se é irreversível".

Com maior apoio dos EUA, a polícia e o Exército do Iraque estariam melhorando seu desempenho. Mas o deputado sunita Saleh Mutlak, um dos maiores críticos do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, alerta que a segurança pode se deteriorar de novo: "Está melhorando mas minha sensação é que essa melhora é temporária por causa da maior concentração de forças dos EUA e do Iraque".

Mutlak também não acredita que al Caeda esteja vencida: "Al Caeda é muito forte. Está mais fraca em algumas regiões, mas esta fraqueza reflete a consciência do povo iraquiano, especialmente os sunitas, de que al Caeda não é boa para eles."

O deputado sunita atribuiu a melhora da segurança no Iraque "especialmente à resistência, que percebeu que é mais importante lugar contra a presença de iranianos no Iraque do que combater os americanos".

Inauguração da fábrica da Botnia é iminente

Um dia depois da eleição presidencial na Argentina, a empresa finlandesa Botnia pediu a autorização final ao governo do Uruguai para colocar em funcionamento sua fábrica de papel e celulose em Fray Bentos, na margem oriental do Rio Uruguai. A reação dos moradores na cidade argentina de Gualeguaychú, do outro lado do rio, apoiados pelo presidente Néstor Kirchner, provocou o conflito conhecido como 'guerra das papeleiras'.

É uma das heranças indigestas que o presidente deixa para sua mulher, Cristina Fernández de Kirchner, eleita presidente da Argentina no último domingo, 28 de outubro.

Em abril do ano passado, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, ameaçou abandonar o Mercosul, diante da incapacidade do bloco regional de resolver o problema. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a falar sobre o assunto com a presidente da Finlândia, Tarja Halonen. Mas Kirchner vetou a mediação do Mercosul, preferindo apelar para o rei Juan Carlos II, da Espanha, a antiga potência.

A presidente eleita, Cristina Kirchner, pretende esperar a decisão da Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda. O governo Néstor Kirchner recorreu ao tribunal internacional alegando violação do Estatuto do Rio Uruguai, que dispõe sobre o uso compartilhado do rio que divide os dois países.

Jihadistas estrangeiros são mais violentos no Afeganistão

Os guerrilheiros muçulmanos estrangeiros são mais violentos, incontroláveis e extremistas que os talebã que governaram o Afeganistão de 1996 a 2001. Seu número crescente cria um problema adicional, constatam comandantes militares americanos e afegãos.

A maioria dos mujahedin que se apresentam espontaneamente para combater a invasão liderada pelos Estados Unidos vem do Paquistão, do Usbequistão, da Chechênia e de países árabes.

Leia mais no jornal The New York Times.

Comitês de bairro retomam força em Cuba

Os Comitês de Defesa da Revolução, mecanismo usado pelo regime comunista cubano para controlar a sociedade, perseguir e enquadrar dissidentes, perderam força e prestígio. Mas agora que o comandante Fidel Castro está afastado do poder há mais de um ano, com problemas de saúde, e seu irmão Raúl Castro tenta consolidar sua posição de novo líder, estão sendo reativados, observa hoje o jornal americano The Washington Post.

A polícia tem pressionado os líderes dos CDRs a fornecer mais informações e investigar mais a vida de suspeitos. No começo do ano, a televisão estatal cubana denunciou diversos comitês por não manterem suas rondas de quarteirão 24 horas por dia.

Leia mais em The Washington Post.

Dólar cai com expectativa de corte de juros nos EUA

O euro bateu novo recorde diante do dólar, sendo cotado na segunda-feira a US$ 1,4438, enquanto a onça de 28,35 gramas de ouro atingiu US$ 800, sua maior cotação em 28 anos.

A moeda americana se desvalorizou um pouco mais diante da expectativa de que o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, reduza sua taxa básica de 4,75% para 4,5% ao ano, estimulando a recuperação da maior economia do mundo, abalada pela crise no setor de crédito para compra da casa própria.

Um dólar mais fraco aumenta a competitividade das exportações americanas. Mas pode gerar inflação na medida em que os produtos importados custarão mais. Aí o Fed seria obrigado a elevar de novo as taxas de juros, encarecendo o preço do dinheiro na hora da retomada.

AIEA pede que Irã abra programa nuclear

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o embaixador egípcio Mohamed ElBaradei, considerou na segunda-feira "lamentável" que o Irã não tenha suspendido o enriquecimento de urânio e a construção de um novo reator nuclear. Cabe ao Irã, alertou ElBaradei, resolver o conflito abrindo seu programa nuclear a inspeções internacionais para dissipar suspeitas.

A AIEA, órgão da ONU, está na terceira rodada de negociações com o Irã em torno das centrífugas P-1 e P-2, usadas para enriquecer urânio. Em baixos teores, o urânio enriquecido em baixos teores serve para produção de energia; em alto grau, vira carga de bomba atômica de urânio, como a de Hiroxima. O Irã também está fazendo um reator nuclear para produzir plutônio, carga da bomba de Nagasaque.

No domingo, em defesa da solução diplomática, ElBaradei alegou não ter provas de que o Irã está desenvolver armas nucleares. Quando visitei a agência, em Viena, em 1998, disseram que o Irã estaria desenvolvendo um programa nuclear, e não o Iraque. Não havia indícios contra Saddam Hussein, como o diretor-geral da AIEA deixou claro em seus depoimentos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas nas audiências sobre as inspeções internacionais no Iraque.

Em novembro, ElBaradei apresentará relatório ao Conselho de Segurança sobre o programa nuclear iraniano. Sua declaração pede abertura. É improvável que o Irã concorde em abrir suas instalações nucleares.

O presidente Mahmoud Ahmadinejad está sendo acusado de todos os lados pela crise econômica, o que o enfraquece politicamente. Mas o projeto nuclear é uma decisão estratégica. Começou por ordem do aiatolá Ruhollah Khomeini, em 1987.

Khomeini era contra a bomba atômica, que considerava antiislâmica, por matar todos indiscriminadamente. Mudou de idéia durante a Guerra Irã-Iraque, quando o país era arrasado na 'guerra das cidades'.

Então o mais provável é que o Irã negocie para ganhar tempo, sem real intenção de abrir mão de um programa estratégico para o regime dos aiatolás.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Petróleo bate novo recorde a US$ 93,80 por barril

O preço do barril de petróleo fechou hoje na cotação recorde em termos nominais de US$ 93,80 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque porque a companhia estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) suspendeu 20% de sua produção por causa de uma ameaça de furacão no Golfo do México.

A essa problema se soma a tensão crescente no Oriente Médio por causa dos confrontos entre o Exército da Turquia e guerrilheiros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e das novas sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irã, além das ameaças de bombardeio aéreo contra o programa nuclear iraniano, suspeito de fabricar bombas atômicas.

Nos últimos 12 meses, os preços do petróleo subiram 50%.

"Maconha não é droga", diz Schwarzenegger

Para justificar o uso da substância entorpecente nos anos 70, o ex-ator, Arnold Schwarzenegger, agora governador da Califórnia, afirmou que "a maconha não é uma droga".

Em entrevista à revista GQ, o ator de Conan, o Bárbaro e O Exterminador do Futuro afirmou: "Nunca usei nenhuma droga". Quando o repórter lembrou de uma foto de Arnie fumando um baseado na revista sobre musculação Pumping Iron, o governador não se rendeu: "Aquilo não é uma droga, é uma folha. Meu vício era malhar, acredite-me."

Schwarzenegger, que foi campeão de fisiculturismo antes de virar ator de Hollywood, se recusou a condenar os políticos que usaram drogas mas se negam a assumir o fato publicamente: "O que você prefere? Um político que usou drogas mas não fala e toma boas decisões para um país? Ou um político que conta tudo mas toma decisões erradas."

Cristina Kirchner vence eleição na Argentina

A senadora e primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner é a primeira mulher eleita para presidir a Argentina. Os resultados parciais indicam que Cristina obteve 44% dos votos, o dobro da segunda colocada, Elisa Carrió, que reconheceu a derrota.

Num tom que evita o triunfalismo, Cristina prometeu governar para todos os argentinos, estendendo a mão para a classe média urbana que optou por candidatos de oposição.

Para vencer no primeiro turno, Cristina precisava 45% dos votos ou 40% e uma vantagem de 10 pontos sobre a segunda colocada.

ATUALIZAÇÃO: apuradas todas as urnas, a senadora e primeira-dama teve 44,91% dos votos contra 22,95% para Elisa Carrió. O ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, que renegociou a dívida argentina depois do calote de 2001, ficou em terceiro com 16,89% dos votos válidos.

EUA e aliados matam mais 80 talebã

Pelo menos 80 rebeldes da milícia dos Talebã foram mortos sábado em violentos combates em duas províncias do Sul do Afeganistão.

A batalha perto de Musa Cala, na província de Helmand - maior região produtora de papoula - foi a quinta grande batalha na região desde 1º de setembro. Ao todo, mais de 250 talebã foram mortos, num sinal evidente de que as forças dos Estados Unidos e do Reino Unido querem retomar o controle da região das mãos dos rebeldes.

O último combate começou quando os talebã atacaram uma patrulha conjunta americano-afegã com foguetes e metralhadoras. As forças lideradas pelos EUA pediram apoio de aviões de guerra e o confronto terminou com "quase sete dúzias de talebã mortos", anunciou domingo de manhã o comando militar americano em Cabul.

Este é o ano mais violento no Afeganistão desde 2001, quando o país foi invadido pelos EUA para vingar os atentados de 11 de setembro, já que o governo dos talebã abrigava a rede terrorista Al Caeda, responsável pelos ataques contra Nova Iorque e Washington. Mais de 5,2 mil pessoas foram mortas na guerra.

domingo, 28 de outubro de 2007

Cresce tráfico de cocaína via Venezuela

Os cartéis do tráfico de cocaína da Colômbia estão se associando a oficiais corruptos das Forças Armadas da Venezuela para usar o país como via para enviar a droga para os Estados Unidos e a Europa, maiores mercados consumidores.

Por causa das más relações entre o presidente Hugo Chávez e o governo George W. Bush, que apoiou o golpe de abril de 2002 na Venezuela, a Agência de Combate às Drogas dos EUA está proibida de atuar no país, facilitando a vida das máfias da cocaína.

A Venezuela não produz a folha de coca nem cocaína, mas sempre foi usada como rota do tráfico. Só que a quantidade de cocaína exportada via Venezuela cresceu três vezes entre 2003 e 2006, alarmando o governo americano, como informa hoje o jornal The Washington Post.

Cristina deve ser eleita presidente da Argentina

A senadora e primeira-dama Cristina Kirchner deve ser eleita hoje para presidir a Argentina como sucessora de seu próprio marido, o presidente Néstor Kirchner.

Nas últimas pesquisas, divulgadas na sexta-feira, Cristina tinha uma vantagem de 25 pontos percentuais sobre a segunda colocada, Elisa Carrió. Com 46% dos votos, como indica a pesquisa, Cristina estaria eleita independentemente do percentual da segunda colocada nesta corrida para a Casa Rosada liderada por mulheres.

Cristina Kirchner teria 46,7% dos votos, Elisa Carrió ficaria com 21,8%; Roberto Lavagna tinha o apoio de 14,3%, e Alberto Rodríguez Saá, tem 8,4%. Os indecisos eram 8,6%.

Para ganhar no primeiro turno na Argentina, um candidato precisa 45% dos votos válidos ou 40% desde que tenha uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.

Criador defende o Consenso de Washington

Ao comentar a situação econômica argentina, o autor intelectual do chamado Consenso de Washington, o economista americano John Williamson, defendeu a disciplina fiscal e a forte acumulação de reservas pelo Banco Central como forma de enfrentar as turbulências do mercado financeiro internacional.

Em 1989, Williamson elaborou uma espécie de Dez Mandamentos. Essa receita passou a ser usada por organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial como critério de boa governança para concessão de empréstimos a países em desenvolvimento.

Seus principais pontos são:
• disciplina fiscal, o Estado não deve gastar mais do que arrecada;
• gasto público concentrado em saúde e educação;
• reforma tributária;
• taxas de juros positivas, acima da inflação;
• taxas de câmbio competitivas, para gerar saldo comercial;
• política comercial liberal;
• maior abertura ao capital estrangeiro;
• privatização de empresas públicas;
• desregulamentação;
• garantia de cumprimento dos contratos, com uma Justiça eficiente;
• e proteção à propriedade privada.

Dezoito anos depois, ele acredita que a fórmula continua válida e ainda está sendo aplicado tanto nos Estados Unidos como na América Latina.

Williamson ainda não vê indícios decisivos do impacto da crise no mercado imobiliário americano sobre a economia real: "A desaceleração nos EUA já tinha começado. Mas é bom que o Federal Reserve (banco central) injete liquidez no mercado. Também não há sinal claro de impacto nos países em desenvolvimento, com exceção dos vizinhos à Europa."

Ele vê uma América Latina dividida por "modelos de desenvolvimento" diferentes, na Venezuela, na Bolívia e no Equador, em contraste com Brasil, Chile e Peru, do outro lado, com a Argentina, sempre querendo ser diferente, no meio.

O presidente Néstor Kirchner pratica uma disciplina fiscal. É contra a privatização, controla a taxa de câmbio e os preços, proíbe exportações, por exemplo, de trigo, para evitar uma alta do preço no mercado argentino. Mas adota uma política fiscal equilibrada, que sempre balança nos anos eleitorais.

Leia a íntegra da entrevista do pai do Consenso de Washington no jornal argentino La Nación.

sábado, 27 de outubro de 2007

Presos-fantasmas são esquecidos pela CIA

Há mais de um ano, o presidente George Walker Bush afirmou que as prisões mantidas no exterior pela Agência Central de Intligência (CIA) estavam vazias e que 14 presos perigosos da luta contra o terror tinham sido levados para a base naval americana de Guantânamo, em Cuba.

Mas pelo menos 30 "presos-fantasmas" sumiram dos registros oficiais dos Estados Unidos, denuncia hoje o jornal The Washington Post.

Cristina mudará política ou apenas o estilo?

A senadora e primeira-dama Cristina Fernández de Kircher deve ser a primeira mulher eleita para presidir a Argentina. É favorita para ganhar a eleição amanhã, no primeiro turno.

Em entrevista ao JB Online, comento as expectativas sobre o que muda e o que será diferente em relação ao governo Néstor Kircher, os problemas econômicos argentinos e a relação com o Brasil.

Confira no Jornal do Brasil Online.

Petróleo passa de US$ 92 por barril

Com o aumento das tensões no Oriente Médio por causa das novas sanções contra o Irã e os ataques da Turquia contra guerrilheiros curdos no Norte do Iraque, o barril de petróleo chegou a ser vendido a US$ 92,22, caindo depois para US$ 91,44, US$ 0,98 acima do fechamento de quinta-feira, na bolsa Mercantil de Nova Iorque.

Também pesaram a desvalorização do dólar e a ameaça de que os estoques sejam escassos, caso o inverno que se aproxima no Hemisfério Norte seja rigoroso.

Irã promete contra-atacar EUA

O comandante da Guarda Revolucionária do Irã, principal alvo das novas sanções anunciadas quinta-feira pelo presidente George Walker Bush, ameaçou ontem contra-atacar ferozmente os Estados Unidos, caso os americanos tentam destruir o programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas nucleares.

A maior parte do governo do Irã não acredita num ataque, que não teria apoio internacional por causa do fracasso dos Estados Unidos na ocupação do Iraque e ainda provocaria nova disparada nos preços do petróleo, além de US$ 100 por barril.

Mas o general Mohammed Ali Jafari mostrou-se disposto a resistir: "A República Islâmica tem a fortaleza e o poder da fé de seu povo. A este poder se unem a experiência, o conhecimento e a tecnologia no campo da defesa. O inimigo sabe que não pode cometer nenhum erro algum. Assim essas ameaças são somente exageros. Responderemos a qualquer ataque con um ataque mais decisivo."

O novo negociar iraniano para a questão nuclear, Said Jalili, também desprezou o impacto das sanções americanas: "Vivemos há 28 anos sob sanções dos EUA".

Para Yahya Rahim Safavi, ex-comandante da Guerra Revolucionária e atual assessor do supremo Líder Espiritual, Ali Khamenei, o homem-forte do regime dos aiatolás, "sem estar em guerra, o preço do barril do petróleo está chegando a US$ 100. Com uma guerra no Golfo Pérsico, chegaria a US$ 200."

O ministro do Interior, Mostafa Pourmohammandi, também não acredita na probabilidade de um bombardeio americano: "Os EUA sabem que podem decidir quando começar um ataque, mas não quando terminar. Um ataque levará ao colapso dos EUA". Esse exagero trai um excesso de confiança.

Putin brinca de Guerra Fria

No seu estilo autoritário e fanfarrão, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, comparou a instalação de radares e interceptadores na Polônia e na República Tcheca, dentro do escudo de defesa antimísseis dos Estados Unidos, com a crise dos mísseis em Cuba. Fez uma frase de efeito para a platéia, mas é um desafio inconseqüente. A realidade é completamente diferente.

A crise dos mísseis soviéticos em Cuba foi o pior momento da Guerra Fria. Nunca o mundo esteve tão perto de uma guerra nuclear entre as superpotências.

Em 14 de outubro de 1962, um avião-espião americano U-2, igual ao de Francis Gary Powers quando caiu na União Soviética em 1960, fotografou mísseis e silos de mísseis soviéticos que seriam instalados em Cuba.

Esses mísseis dariam uma vantagem estratégica, ou melhor, equilibrariam o jogo. Quando a URSS lançou o Sputnik, em 4 de outubro de 1957, deixou claro que seriam capaz de lançar um foguete capaz de atingir diretamente o território americano. Mas, talvez por uma questão burocrática, a URSS não tenha tirado vantagem dessa supremacia no início da era espacial.

As Forças de Foguetes Estratégicos estavam subordinadas ao Exército Vermelho, a arma dominante nas Forças Armadas soviéticas. O Exército estava preocupado com uma guerra na Europa, que lhe parecia o principal cenário da Guerra Fria.

Então, em 1962, os EUA tinham supremacia em mísseis balísticos intercontinentais. Podiam lançar um primeiro ataque. Os arsenais nucleares das superpotências ainda não eram redundantes.

Em estratégia nuclear, as duas questões centrais são:

• As forças nucleares são simplesmente dissuasórias ou lançariam o primeiro ataque, tomarariam a iniciativa de empregar armas atômicas?

• Em caso de sofrer um primeiro ataque, há condições de responder ao inimigo para causar um dano semelhante ou maior?

Uma plataforma nuclear em Cuba daria à URSS um salto no confronto estratégico com os EUA. Tinha condições de lançar um primeiro ataque de um país que fica a 145 quilômetros dos EUA. Não era uma postura defensiva.

O presidente John F. Kennedy criou um Conselho de Guerra. Lá, nasceram as expressões 'pombas' e 'falcões' em política internacional. As pombas queriam negociar; os falcões queriam invadir Cuba e derrubar Fidel Castro de quebra.

Kennedy impôs um bloqueio naval a Cuba. Aquele, sim, foi um bloqueio. O embargo econômico não é um bloqueio. Durante a crise dos mísseis, os EUA ameaçavam abordar qualquer navio que fosse para Cuba para inspecionar e ver se não possuía equipamento ou material nuclear.

A tensão aumentou e os EUA preparavam-se para invadir Cuba quando um repórter e agente soviético advertiu o Kremlin. Finalmente o líder comunista Nikita Kruschev concordou com a retirada total dos mísseis. Em troca, os EUA removeram simbolicamente mísseis de curto alcance na Turquia, para dar uma idéia de equivalência, mas eram mísseis obsoletos que seriam desativados de qualquer maneira. E o governo americano se comprometeu a não invadir Cuba.

Em 27 de outubro, dia em que a crise acabou um míssil antiaéreo instalado tardiamente em Cuba derrubou um avião-espião U-2. Naquela época, não havia satélite. A espionagem era feita de aviões. Se a burocracia soviética se coordenasse para primeiro instalar os mísseis antiaéreos e depois expor os mísseis nucleares, talvez os americanos não tivessem descoberto.

No mesmo dia, um navio soviético quase atacou o bloqueio a Cuba feito pela Marinha dos EUA. Mas Kennedy e Kurschev já tinham se acertado. Uma das conseqüências da crise dos mísseis foi a instalação de uma linha direta entre a Casa Branca e o Kremlin para negociar crises internacionais.

A partir daí, a política de "coexistência pacífica" torna-se uma realidade. Ela acelera a ruptura entre a URSS e a China comunista, alimentando o radicalismo que levou à Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), um período trágico da História da China. Os automóveis andavam no sinal vermelho e paravam no verde. As universidades foram fechadas e os professores enviados a zonas rurais para serem reeducados como "bons camponeses".

Dois anos depois do início da crise dos mísseis, em 16 de outubro de 1964, o camponês ucraniano Nikita Kruschev foi deposto da liderança do Partido Comunista soviética. Seu lugar foi ocupado por uma troika formada por Alexei Kossiguin, Nikolai Podgorny e Leonid Brejnev. Este último se firmaria como dirigente máximo da URSS até sua morte em 1982, um longo período de estagnação que condenou o comunismo à falência.

Não há nada que Putin possa fazer contra um escudo de defesa antimísseis dos EUA. Esse projeto é filho da Iniciativa de Defesa Estratégica, o programa Guerras nas Estrelas, lançado pelo hollywoodiano presidente Ronald Reagan em 1983.

Quando Reagan o lançou, num lance agressivo de marketing, a URSS já sabia que não teria condições de competir com os EUA numa corrida armamentista dominada pelas últimas tecnologias de computação. Mikhail Gorbachev (1985-91), o futuro líder dos últimos anos da URSS, visitava o Canadá como ministro da Agricultura em busca de idéias para reformar a economia soviética.

Putin sabe que também não tem como competir. Blefa na tentativa de ganhar no grito. Teme que um escudo antimísseis dê uma vantagem estratégica aos EUA de lançar um ataque sem poderem ser contra-atacados.

Até agora, não há tecnologia de defesa antimísseis totalmente segura. Os EUA estão preocupados diante da possibilidade de que em breve qualquer país de porte médio, como o Irã. seja capaz de desenvolver armas nucleares e mísseis de longo alcance para atacarem quem quiserem. Se um país atrasado como o Paquistão pode, qualquer um pode.

Se existe a possibilidade de deter alguns mísseis, uma chuva de mísseis nucleares com ogivas múltiplas como a Rússia seria capaz de lançar, seria impossível de controlar.

Em retaliação, Putin ameaça modernizar seu arsenal nuclear e voltar mísseis de médio alcance, abolidos no acordo Reagan-Gorbachev de 1987, apontados para a Europa Oriental. Mas não vai atacar a União Européia, parceira comercial importante que não ser mais uma vez palco de uma guerra entre russos e americanos.

Putin joga para a platéia e para o eleitorado, para as eleições legislativas deste fim de ano e as eleições presidenciais de março.

Quando perguntaram a Gorbachev o que ele achava do que George Bush, pai, estava dizendo na campanha eleitoral de 1988, o líder soviético respondeu: "Ele me ligou e disse para não me importar com o que ele diria na campanha".

Eleição é assim. Engana-se o povo com promessas inatingíveis ou bravatas inconseqüentes. Os estrategistas ficam atentos à ação de possíveis inimigos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Justiça do Chile anula processo contra Pinochets

A Justiça do Chile anulou o processo contra a a viúva e filhos do falecido ditador Augusto Pinochet (1973-1990) por malversação de fundos públicos.

O Tribunal de Recursos de Santiago aceitou a apelação feita em nome de Lucía Iriart, viúva do ditador, e seus filhos Marco Antonio, Lucía, Verónica e Jacqueline, além de vários colaboradores. Ficaram de fora o filho mais velho do ditador, Augusto Pinochet Iriart, e alguns colaboradores, por não terem recorrido.

A defesa alegou que só quem exerce função pública pode ser processado por malversação de fundos públicos. Mas a acusação recorreu e o caso deve parar na Corte Suprema.

Ataque ao Irã criaria caos no mercado de petróleo

Um bombardeio dos Estados Unidos ou de Israel para tentar destruir o programa nuclear do Irã provocaria um caos tão grande no mercado de petróleo que muitos analistas acreditam que isso possa inibir o ataque, apesar das novas sanções aprovadas pelo presidente George Walker Bush.

Ontem, Bush defendeu as sanções e a atitude agressiva de seu governo "para evitar a Terceira Guerra Mundial". Mas a pequena margem da oferta em relação à procura no mercado internacional de petróleo pode provocar nova escalada de preços muito além de US$ 100 por barril.

Com o anúncio das sanções contra a Guarda Revolucionária do Irã e três bancos estatais, o preço do barril chegou a US$ 91,90 ontem na negociação eletrônica, depois do fechamento das operações da Bolsa Mercantil de Nova Iorque.

O Irã produz 4 milhões de barris por dia, o que faz os EUA alegarem que por isso não precisa de energia nuclear para fins pacíficos; exporta 2,5 milhões de barris.

A Arábia Saudita, maior produtor a exportador mundial, é o único país que teria condições de aumentar sua produção para compensar uma possível suspensão das exportações iranianas - e justamente em 2,5 milhões de barris.

Mas esse raciocínio simplesmente matemático ignora os riscos da retaliação iraniana. O Irã poderia bloquear a passagem do Estreito de Ormuz, por onde passa o petróleo do Golfo Pérsico, atacar os campos de petróleo no Sul do Iraque ou fazer seus aliados xiitas na região sabotarem a produção iraquiana.

Leia mais no jornal The Washington Post.

Espanha rescinde contrato da OHL

Depois de seis desmoronamentos em 10 dias, a Espanha vai rescindir o contrato da empresa OHL, que ganhou várias licitações para explorar rodovias no Brasil por propor a cobrança de pedágios muito mais baratos. Na manhã de hoje, desabou um trecho de 10 metros de plataforma sob a qual está sendo construído um túnel para trens de alta velocidade.

"A segurança deve prevalecer acima de tudo", declarou a vice-primeira ministra espanhola María Tereza Fernández de la Vega. "O governo tem a obrigação de resolver o problema".

Lucro da Microsoft sobe 23%

O lucro da Microsoft, maior empresa de informática do mundo, cresceu 23% no último trimestre, com faturamento de US$ 13,76 bilhões, alta de 27%. É o maior crescimento trimestral desde 1999.

As vendas do sistema operacional Windows e do Office passaram de US$ 8,2 bilhões. O faturamento da divisão de jogos da Microsoft praticamente dobrou. Refazendo as contas, a companhia aumentou sua expectativa de resultado positivo.

Preços caem no Japão pelo oitavo mês seguido

O núcleo do índice de preços ao consumidor caiu em setembro pelo oitavo mês consecutivo no Japão, indicando que a deflação que contribuiu para a estagnação do país nos anos 90 ainda não está superada. A queda foi de 0,1% em relação a setembro de 2006.

Diante de dados de que os preços ficaram estáveis em outubro na Grande Tóquio, economistas previram que a curva está se invertendo. Em breve, o Japão voltaria a ter inflação.

Até o final do ano, é altamente improvável que o Banco do Japão aumente sua taxa básica de juros, hoje em 0,5% ao ano.

A expectativa de queda de preços leva o consumidor a adiar as compras, reduzindo o volume de encomendas à indústria, com risco de provocar uma recessão. Esse fantasma ainda assombra a segunda maior economia do mundo, produzindo cerca de US$ 5 trilhões por ano.

Índia será quinto maior mercado consumidor

Nos próximos 20 anos, a classe média indiana vai crescer de 5% para 40% da população do país de 50 para 583 milhões de pessoas, criando o quinto maior mercado consumidor do mundo.

O McKinsey Global Institute fez essas projeções estimando um crescimento médio de 7,3%, inferior aos cerca de 9% registrados hoje. Também vai mudar o padrão de consumo, para produtos mais sofisticados e eletroeletrônicos.

Petróleo bate recorde a US$ 91,90 por barril

Na negociação eletrônico, depois do fechamento da Bolsa Mercantil de Nova Iorque, o preço do barril de petróleo atingiu a cotação recorde de US$ 91,90.

A imposição pelos Estados Unidos de sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear e as declarações da Argélia e da Venezuela contra um aumento de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) provocaram a alta.

Os EUA adotaram medidas contra as finanças de comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana, tropa de elite do regime dos aiatolás, e os diretores de três bancos estatais. Analistas internacionais duvidam do sucesso das sanções contra um país rico em petróleo, no momento em que os preços do produto batem recordes.

Uma retaliação do Irã, reduzindo ou suspendendo a exportação, ou bloqueando o Estreito de Ormuz, teria um impacto forte sobre a economia mundial, jogando o preço do petróleo para mais de US$ 100 por barril.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Ordens de bens duráveis caem nos EUA

Pelo segundo mês consecutivo, em setembro, as encomendas de produtos industriais duráveis caíram nos Estados Unidos além da expectativa do mercado, anunciou hoje o Departamento do Comércio. A queda nas encomendas do setor de defesa superou a demanda por bens de capital.

Ao todo, as encomendas de bens duráveis foram 1,7% menores em agosto, depois de uma baixa de 5,3% em setembro. Os analistas de mercado previam uma queda de 1,1%.

Os detalhes do relatório revelam dados mais encorajadores. As ordens de bens capital cresceram 0,4%, com forte demanda de máquinas industriais. Já as ordens do setor de defesa foram 39% menores. Excluindo-as os pedidos de bens duráveis à indústria aumentaram 0,7%.

"São ganhos modestos, comentou Stephen Gallagher, economista do banco francês Société Générale. "Mas num ambiente em que as empresas estão preocupadas com a perspectiva econômica e um possível aperto de crédito, ainda vemos um aumento de ordens do setor privado. Esses números não alteram muito a expectativa de um crescimento de 3% a 3,3% no terceiro semestre, o que será anunciado na próxima semana."

Confira aqui o relatório completo do Departamento do Comércio dos EUA.

Sarkozy quer cobrar imposto de violadores de Quioto

Depois de denunciar um "dumping ecológico", o presidente da França, Nicolas Sarkozy, propôs hoje à União Européia a imposição de uma taxa sobre produtos de países que não respeitam o Protocolo de Quioto, acordo internacional que visa a congelar a emissão dos gases responsáveis pelo aquecimento da Terra nos níveis do começo dos anos 90.

Suu Kyi vai encontrar militares

A líder da oposição em Mianmar (antiga Birmânia), Aung San Suu Kyi, que passou a maior parte dos últimos 18 anos, desde que voltou ao país, em prisão domiciliar, deixou sua casa hoje para conversar com a Junta Militar que governa o país.

Recuperação econômica dá vitória a Cristina


A poucos dias da eleição presidencial do próximo domingo, 28 de outubro, na Argentina, as pesquisas indicam uma vitória da senadora e primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner na corrida à Casa Rosada já no primeiro turno.

Seu marido, o presidente Néstor Kirchner, a indicou porque Cristina não se desgastou com os escândalos de seu governo. Mas é a recuperação econômica sob Kirchner que garante a vitória da candidata oficial, depois do colapso da dolarização iniciada sob Carlos Menem (1989-99), que arrasou a economia argentina e derrubou o governo Fernando de la Rúa (1999-2001).

O segundo colapso da economia argentina sob um presidente da União Cívical Radical (UCR) – o primeiro foi a hiperinflação de Raúl Alfonsín (1983-89) – destroçou o adversário tradicional do peronismo, que se apresenta hoje como a única força política capaz de governar a Argentina. Isto torna a eleição chata e desinteressante. Como não há uma oposição capaz de disputar o poder, o clima é de apatia.

Na Argentina, para ganhar no primeiro turno, é preciso receber 45% dos votos válidos ou 40% e uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.



Em pesquisa divulgada pelo jornal La Nación, Cristina tem 40,9% e uma vantagem de 26,4 pontos sobre a segunda colocada, a esquerdista Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, que tem 14,5%, enquanto que o ex-ministro da Economia que negociou o fim do calote, Roberto Lavagna, de Uma Nação Avançada, obteve 10,8%, e Alberto Rodríguez Saá subiu para 7,2%.

Mais uma vez, a economia decide. Como observa Oliver Galak, de La Nación, "o clima é de continuísmo mas não há triunfalismo oficialista nem adesão ideológica. A economia será determinante".

Desde que Kirchner chegou ao poder, há quatro anos e meio, a pobreza caiu de 54% para 23,4%, a miséria de 27,7% para 8,2% e o desemprego de 17,8% para 7,7%. A massa salarial cresceu 89,4% e o consumo nos supermercados já supera os 50%.

A economia argentina se expandiu a um ritmo anual de mais de 8%. Este ano as exportações devem passar de US$50 bilhões.

PROBLEMAS
A recuperação não foi tão espetacular quanto a queda, a pior de qualquer economia avançada. Cristina herderá do governo Néstor Kirchner uma série de problemas: inflação, descontrole dos gastos públicos, falta de confiança, falta de regras claras, excesso de subsídios e crise energética.

O crescimento de preços é estimado por economistas independentes em 20% ao ano, o dobro do índice oficial de inflação do Instituto de Estatísticas e Censos (Indec), acusado de manipulação eleitoreira. Mais grave ainda para os analistas: a inflação argentina foi de 11% no ano passado e está se acelerando.

“Há um núcleo da inflação que não vai cair automaticamente, ligado a uma crescente expansão da demanda num contexto de progressivo esgotamento da capacidade produtiva”, afirma Camilo Tiscornia, diretor da empresa Castiglioni, Tiscornia & Asociados. “A isto se suma que, em virtude do prolongado congelamento de tarifas e dos controles de preços, há uma inflação reprimida.”

A arrecadação estão nos seus níveis percentuais mais altos em relação ao produto interno bruto da Argentina. Mesmo assim, os gastos públicos crescem, em valores nominais, num ritmo superior a 50% ao ano, ameaçando a solvência do país. Cresce o número de funcionários públicos e de aposentados.

Com a retomado, o investimento está hoje em 21,5% a 22% do PIB argentino, estimado em US$ 250 bilhões. Mas para manter uma taxa de crescimento sustentado de 6% a 6,5%, seriam necessários investimentos de 24%-24,5% do PIB.

Para tornar a Argentina mais atraente, Cristina precisa reduzir a incerteza gerada pelo governo, atacando problemas como marco regulatório, segurança juridical e infra-estrutura.

Nos últimos anos, as economias da Argentina e do Brasil foram beneficiadas pelo aumento nos preços dos produtos primários, devido sobretudo ao rápido crescimento da China.

Depois de uma taxa média de crescimento superior a 8% ao ano, a expectativa agora é de uma redução em 2007 e 2008, com a desaceleração da economia mundial que deve crescer um pouco menos do que 5% em 2007 e 2008.

Os subsídios aos transportes públicos são usados em todo o mundo para garantir passagens baratas para os mais pobres. Mas, argumenta o defensor público Eduardo Mondino, não podem “gerar distorções que beneficiem mais as empresas do que os usuários. Os subsídios deveriam ser outorgados no marco de um programa de investimentos e capacitação profissional para melhorar a qualidade do serviço. Este é o principal erro deste governo. Neste ano, foram dados subsídios de mais de 2,2 bilhões de pesos que não se traduziram em mais eficiência nem em melhor qualidade”.

Mas o pior do sistema, na sua opinião, é sua falta de transparência e ausência de objetivos.

AUTORITARISMO
Outro problema sério é a instabilidade gerada pela falta de regras claras do jogo. “Na Argentina”, observa o economista Aldo Abram, “o Poder Executivo tem assumido um poder hegemônico e usado de forma arbitrária, com a cumplicidade do Congresso e a anuência da Justiça. Não creio que vamos mudar isso. Não vamos caminhar para uma maior institucionalidade.

Ao concentrar um poder hegemônico, arbitrário e não controlado, o Executivo muda as regras do jogo segundo sua vontade, raciocina Abram. “Isso é exatamente o contrário de ter regras claras, gerais e de longo prazo, como necessitam os investidores”.

Durante o governo Néstor Kirchner as reservas de gás e petróleo diminuíram e não foi instalada nenhuma nova geradora de energia elétrica. O congelamento de tarifas levou a uma queda de braço entre o governo e as empresas privatizadas por Menem.

Em 2002, o pior ano da crise econômica argentina, depois da queda, e no primeiro semestre de 2003, os custos subiram entre 45% e 110% e as tarifas ficaram congeladas. A partir daí, Kirchner subsidiou as empresas, adiando a solução real do problema.

“O financiamento interno”, adverte Miguel Angel Arrigoni, especialista em finanças corporativas da empresa de consultoria Deloitte & Touche em Buenos Aires, “segue dependendo do superávit fiscal: se este se esgotar, há grande probabilidade de que o governo volte a competir com o setor privado na captação de dinheiro.

“O financiamento de médio e longo prazo continua ausente por um ‘capricho’ de velhas leis: a proibição de atualizar os contratos por preços, sejam ‘indexados’ ou de produtos”, analise Arrigoni.

“Quanto ao financiamento externo, está mais condicionado do que antes à situação da dívida”, argumenta o economista. “Agora, volta a ser vital a questão do superávit, mais do que a dívida. O desafio do novo governo será, sem dúvida, melhorar a equação fiscal: buscar instrumentos arrecadadores para pegar os sonegadores e flexibilizar os tributos que claramente travam a economia”.

Fotos revelam alvo de Israel na Síria

Analistas independentes acreditam ter descoberto o alvo do bombardeio aéreo de Israel à Síria em 6 de setembro deste ano: um reator nuclear em construção com tecnologia da Coréia do Norte.

No Instituto de Ciência e Segurança Internacional (ISIS), os especialistas compararam fotos de satélite anteriores e posteriores ao ataque.

Antes, havia um conjunto de prédios isolado, com um edifício alto com o formato de uma caixa do tipo usado para abrir reatores nucleares de gás e grafite. Seria capaz de produzir a carga de uma bomba nuclear por ano. Ao lado, havia uma estação de bombeamento de água para resfriar o reator.

As fotos recentes indicam que o local pode ter sido bombardeado.

O complexo está situado a 12 quilômetros ao norte da vila de At Tibnah, que fica no deserto, na região de Dayr az Zawr, e a 145 km da fronteira com o Iraque, revela o relatório divulgado ontem pelo ISIS.

Para David Albright, ex-inspetor das Nações Unidas e um dos responsáveis pela pesquisa, o tamanho de estrutura indica que a Síria estava construindo um reator a gás e grafite de 20 a 25 megawatts, semelhante ao de Ionguibiom, na Coréia do Norte.

Leia mais no jornal Washington Post.

Superjumbo da Airbus decola em Cingapura

O primeiro vôo comercial do superjumbo A380, fabricado pela companhia aeronáutica européia Airbus, decolou há pouco de Cingapura com destino a Sídnei, na Austrália, com 455 passageiros que pagaram até US$ 100 mil pelo privilégio de fazer esta viagem pioneira e 30 tripulantes, entre eles quatro pilotos. A viagem deve durar sete horas e meia.

Este novo avião tem capacidade de transportar até 850 passageiros com maior eficiência energética do que os concorrentes da Boeing americana. Chega ao mercado dois anos depois do previsto, o que deu um prejuízo de bilhões de euros à empresa européia. Com asas que se estendem por 80 metros, o A380 vai exigir reformas nos aeroportos.

A Singapore Airlines promoveu o vôo dizendo que o A380 "cria um novo padrão de luxo e conforto".

Sete horas e meia depois, como previsto, o vôo chegou a seu destino. Pelo depoimento do repórter Richard Quest, da CNN, que estava a bordo, realmente a primeira classe do superjumbo tem um padrão de luxo acima do que se viu até agora na aviação comercial.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Microsoft compra participação no Facebook

A Microsoft, maior empresa de informática do mundo, anunciou hoje um investimento de US$ 240 milhões no site de relacionamentos Facebook, que avaliou em US$ 15 bilhões.

O plano da Microsoft, que teria travado uma guerra com o Google pela sociedade com o Facebook, é usar a parceria para desenvolver a publicidade e propaganda online.

Em setembro, o Facebook teve 30,6 milhões de visitantes diferentes, 129% acima dos 13, milhões do final de 2006, enquanto MySpace, que teve 68,5 milhões de visitantes no mês passado, cresceu 23%.

O total de usuários da Internet cresceu 5%, de 173,4 milhões em dezembro de 2006 para 181,8 milhões em setembro de 2007.

Leia mais no Wall St. Journal, que pode cobrar pelo acesso.

Um milhão fogem de incêndios na Califórnia

Os incêndios que atingem o Sul da Califórnia provocaram pelo menos seis mortes e a fuga de um milhão de pessoas. Já destruíram mais de 1,5 mil casas, deixando um prejuízo superior a US$ 1 bilhão.

Na Casa Branca, o presidente George Walker Bush anunciou a decretação de estado de emergência na região, o que permite liberar fundos federais com urgência.

Máfia é a maior empresa da Itália

Com um volume de negócios superior a 90 bilhões de euros por ano, cerca de 7% do produto interno bruto da Itália, o crime organizado é a maior empresa do país.

Um relatório da confederação de pequenas e médias empresas Confesercenti adverte que "a máfia já se infiltrou da produção de aimentos ao turismo, nos serviços para empresas e pessoas, nas licitações e no abastecimento público nos setores imobiliário e financeiro, o poder do crime crime organizado se consolida".

A máfia acua "a flor e a nata das grandes empresas italianas, sobretudo do setor de obras publicas", que preferem "pactuar com a máfia a denunciar as chantagens".

Só a compra de proteção por 150 mil empresários gera 30 bilhões de euros. É a principal fonte de renda do crime organizado na Itália. Em segundo, vem práticas comerciais desleais, que rendem aos mafiosos 13 bilhões anuais.

Seguem-se extorsão (10 milhões de euros), chantagens em zonas rurais (7,5 bilhões), falsificação de produtos (7,4 bilhões), roubos (7 bilhões), contratos de obras (6,5 milhões), fraudes (4,6 milhões) jogos de azar (2,5 milhões) e contrabando (2 milhões).

Vendas da Amazon sobem 41% para US$ 3,26 bi

As vendas Amazon.com na Internet cresceram 41% no último trimestre, chegando a US$ 3,26 bilhões. Só do livro Harry Potter and the Deathly Hallows, de J. K. Rowling, foram vendidas 2,5 milhões de cópias.

O lucro quadruplicou. Foi de US$ 80 milhões, em comparação com US$ 19 milhões no mesmo período do ano passado.

Estudantes protestam contra poderes de Chávez

Milhares de estudantes de oposição protestaram ontem em Caracas contra a reforma constitucional que permitirá a reeleição indefinidamente e ampliará os poderes do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Quando a manifestação se aproximou da Assembléia Nacional, hoje 100% chavista, policiais e ativistas pró-Chávez enfrentaram os oposicionistas, que atacaram com pedras e garrafas. A polícia respondeu com gás lacrimonogêneo.

Os governistas pretendem aprovar a reforma constitucional até o final deste mês para que ela seja submetida a um referendo, provavelmente em 2 de dezembro.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Bush pede US$ 200 bilhões para guerras

O presidente George Walker Bush pediu na segunda-feira ao Congresso dos Estados Unidos US$ 200 bilhões para financiar as guerras no Iraque e no Afeganistão em 2008. É um aumento de US$ 42 bilhões em relação à estimativa oficial

Numa tentativa de calar a boca da oposição democrata, que exige uma retirada imediata do Iraque, Bush alega que "todo membro do Congresso que queira ver tanto o sucesso no Iraque como o começo da retirada de nossas tropas deve apoiar este projeto".

Para a presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, é um exemplo das "priodades erradas" de Bush: "Pedir quase US$ 200 bilhões para o Iraque e vetar um programa de saúde para 10 milhões de crianças mostra como funciona este governo. Pelo custo de 40 dias de guerra no Iraque, poderíamos cuidar de 10 milhões de crianças durante um ano inteiro. O custo colossal desta guerra aumenta a cada dia em vidas, dólares e reputação arruinada".

Se o orçamento for aprovado, o total de gastos desde que o governo Bush declarou a "guerra contra o terror", depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, chegará a US$ 757,4 bilhões.

Iraque promete conter guerrilheiros curdos

O governo iraquiano prometeu hoje conter os guerrilheiros curdos que usam seu território para atacar a Turquia, depois de forte pressão dos Estados Unidos para evitar que incursões das Forças Armadas turcas desestabilizem a região Norte do Iraque, a mais pacífica em todo o país.

Ben Laden apela à união dos mujahedin

Em nova mensagem, o terrorista saudita Ossama ben Laden, líder da rede Al Caeda, conclamou ontem os mujahedin que lutam contra a ocupação americana do Iraque a se unirem contra o inimigo, evitando conflitos entre si. Há mais de uma semana, diversos grupos sunitas anunciaram uma aliança contra Al Caeda.

Ben Laden apelou para que o Islã seja colocado acima de todas as diferenças, naturalmente na interpretação ultra-radical que ele adota.

Microsoft se rende a imposições da UE

Depois de uma batalha judicial de nove anos, a Microsoft concordou em abrir seus códigos de seu sistema operacional Windows para que as empresas concorrentes possam desenvolver software compatível.

A União Européia alega que é a única maneira de promover uma competição real no mercado, acabando com o monopólio da gigante americana. No final das contas, espera que caiam os preços ao consumidor. Há muito mais concorrência hoje em hardware (máquinas) do que em software (programas de computador).

Chávez quis espionar Zapatero na Venezuela

Agentes espanhóis impediram uma tentativa do serviço secreto da Venezuela de espionar o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, durante uma visita oficial à Venezuela em 30 de março de 2005.

Horas antes de uma reunião de Rodríguez Zapatero e do ministro do Exterior da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, com a oposição ao presidente Hugo Chávez, a segurança espanhola descobriu um microfone oculto na sala do Hotel Meliá, em Caracas, local do encontro. Os espanhóis preferiram evitar um incidente diplomático.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Lucro da Apple sobe 67% com venda de iPods

Com a venda de 10 milhões de iPods, 2,16 milhões de computadores Macintosh e 1,1 milhão iPhones, o lucro da Apple cresceu 67% no terceiro trimestre do ano, chegando a US$ 904 milhões. O faturamento foi de US$ 4,84 bilhões.

Extrema direita vence eleições na Suíça

Com uma plataforma racista, prometendo expulsar os imigrantes, o Partido Popular Suíço (SVP, do alemão) venceu as eleições gerais na Suíça com 29% dos votos, mas não alcançou a maioria que esperava.

A campanha do SVP, liderado pelo bilionário e ex-ministro da Justiça Christoph Blocher, foi totalmente dominada pela imigração. Num cartaz, três ovelhas brancas estão sobre uma bandeira da Suíça e chutam uma ovelha negra para fora do país. O texto: "Mais segurança!"

Pelas projeções dos resultados parciais, a extrema direita teria 62 deputados, seis a mais do que na legislatura anterior.
O Partido Verde ganharia mais cinco cadeiras, chegando a 20. Maior perdedor, o Partido Socialista elegeria 43 deputados, nove a menos do que atualmente. Os partidos tradicionais de direita, o Radical e o Democrata-Cristão, fariam 31 deputados.

Oposição liberal ganha eleições na Polônia

Sob a liderança do liberal Donald Tusk, com 43,7% dos votos, a Plataforma Cidadã derrotou o partido Lei e Justiça, que teve 30,4%, derrubando o governo do primeiro-ministro conservador Jaroslaw Kaczynski, enquanto a Democracia de Esquerda, do ex-presidente Alexander Kwasnievski, ficou com 13,3%.

Tusk prometeu retirar as tropas polonesas do Iraque em 2008.

O governo Kaczinski era adversário da União Européia. Sua derrota deve estar sendo festejada em Bruxelas.

Cristina Kirchner está perto da vitória

Uma semana antes da eleição presidencial do próximo domingo, 28 de outubro, na Argentina, as pesquisas indicavam a forte probabilidade de uma vitória da senadora e primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner já no primeiro turno. Seu marido, o presidente Néstor Kirchner, a indicou por estar menos desgastada. Mas é a recuperação econômica sob Kirchner, depois do colapso da dolarização em 2001, que garante a vitória da candidata oficial.

Na Argentina, para ganhar no primeiro turno, é preciso receber mais de 45% dos votos válidos ou 40% e uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.

Pela pesquisa divulgada ontem pelo jornal La Nación, Cristina tem 40,9% e uma vantagem de 26,4 pontos sobre a segunda colocada, a esquerdista Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, que tem 14,5%, enquanto que o ex-ministro da Economia que negociou o fim do calote, Roberto Lavagna, de Uma Nação Avançada, obteve 10,8%, e Alberto Rodríguez Saá subiu para 7,2%.

Mais uma vez, a economia decide. Como observa Oliver Galak, de La Nación, "o clima é de continuísmo mas não há triunfalismo oficialista nem adesão ideológica. A economia será determinante".

Desde que Kirchner chegou ao poder, há quatro anos e meio, a pobreza caiu de 54% para 23,4%, a miséria de 27,7% para 8,2% e o desemprego de 17,8% para 7,7%. A massa salarial cresceu 89,4% e o consumo nos supermercados já supera os 50%.

A economia argentina se expandiu a um ritmo anual de mais de 8%. Este ano as exportações devem passar de US$50 bilhões.

Leia mais em La Nación.

Cheney: "Irã não terá armas nucleares"

Em tom ameaçador, o vice-presidente Dick Cheney insistiu neste domingo em que os Estados Unidos e outros países não deixarão o Irã ter armas atômicas.

"Nosso país e a comunidade internacional não podem ficar assistindo enquanto países que apóiam o terrorismo realizam suas grandes ambições", declarou um dos mais poderosos e belicosos vice-presidentes da História dos EUA, o poder por trás do trono de um presidente medíocre como George Walker Bush.

Ao falar no Instituto Washington para o Oriente Próximo, Cheney afirmou que "o Irã engana e atrasa para ganhar tempo". Se o a república islâmica não se submeter ao regime de inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica, o que implica abrir mão de seu programa nuclear militar, os EUA estão dispostos a "impor pesada conseqüência", advertiu o vice de Bush.

Cheney não falou em uso da força. Mas o alerta é claro. Ele é um dos grandes defensores de um bombardeio aéreo para tentar destruir as principais instalações nucleares do Irã, atrasando o desenvolvimento da bomba atômica iraniana.

O recente afastamento de Ali Larijani, o principal negociador iraniano, está sendo interpretado como um endurecimento da república dos aiatolás. Isso reduz as possibilidades de solução negociada.

domingo, 21 de outubro de 2007

Mário Broder e Faroca Carioca na PUC-Rio


Meu amigo Mário Broder e o grupo Farofa Carioca tocaram sexta-feira, 19 de outubro, à noite no Ginásio da PUC-Rio, na Gávea.

Confira alguns momentos do show gravados por mim com telefone celular em www.youtube.com/nfjobim.

Rebeldes curdos matam 12 soldados turcos

Em um choque que aumenta a tensão na fronteira norte do Iraque, guerrilheiros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) atacaram soldados da Turquia. Pelo menos 12 soldados e 23 rebeldes foram mortos, informou o Exército turco.

Na semana passada, o Parlamento da Turquia autorizou o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan a invadir o Norte do Iraque para atacar bases do PKK, que luta desde 1984 pelo independência do Curdistão. O governo dos Estados Unidos pediu moderação aos turcos, temendo que um ataque desestabilize o Curdistão iraquiano, única região estável do Iraque.

Com mais de 40 milhões de pessoas, os curdos são o maior povo do mundo que não tem um Estado Nacional. Vivem na Turquia, no Irã, no Iraque e na Síria. No fim da Primeiro Guerra Mundial, em que os curdos lutaram ao lado da França, da Grã-Bretanha e da Rússia contra o Império Otomano, aliado da Alemanha e da Áustria-Hungria, eles receberam a promessa de que teriam seu país.

Mas, ao redesenhar o mapa político do Oriente Médio no pós-guerra, o então subsecretário para o Oriente Médio do governo britânico, Winston Churchill, enterrou a promessa de criar o Curdistão ao juntar a província curda de Kirkuk, rica em petróleo, às províncias de Bagdá e Bássora para criar um Iraque suficientemente forte para conter o Irã.

A questão curda está viva até hoje. Na Turquia, há um conflito permanente entre o Exército nacionalista e grupos radicais como o PKK.

No Iraque, os curdos foram os maiores aliados dos EUA na invasão do Iraque. Os xiitas sempre duvidiram das reais intenções do governo Bush. E os sunitas foram os grandes perdedores porque eram o núcleo do poder desde que o que hoje é o Iraque passou para o domínio do Império Otomano, em 1638.

Por isso, o Norte do Iraque é a região mais tranqüila do país.

Quanto à Turquia, ao que tudo indica se dá o direito de atacar se de lá partirem ações armadas contra seu território. Uma incursão mais firme e decidida certamente mereceria o repúdio da União Européia, complicando as negociações de acesso da Turquia. Seria mais um pretexto para quem é contra o ingresso dos turcos na casa comum européia.

Para os EUA, a Turquia é um aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e um país-chave no relacionamento com o mundo islâmico. É uma arena importante para vencer o debate de idéias entre o iluminismo liberal e os fundamentalistas muçulmanos.

sábado, 20 de outubro de 2007

Índice Dow Jones cai 367 pontos (-2,64%)

No aniversário de 20 anos do crash da Bolsa de Valores de Nova Iorque, o Índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais ações, sofreu ontem forte queda por causa de notícias ruins sobre empresas, a alta do petróleo e os riscos para a economia dos Estados Unidos. Foi a maior baixa desde agosto

No Brasil, o índice Bovespa, da Bolsa de São Paulo recuou 3,74% e o dólar subiu para R$ 1,804.

Depois de passar de US$ 90, o preço do barril de petróleo fechou em US$ 88,60 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque.

O medo é que a crise no mercado de crédito hipotecário atinja outros setores da economia, diminuindo o consumo num momento em que a pressão inflacionária provocada pelo aumento dos preços de energia pode limitar a capacidade do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, de reduzir as taxas de juros.

Hillary supreende e lidera corrida à Casa Branca

Ex-primeira-dama de Bill Clinton, o presidente que teve um caso com uma estagiária no Salão Oval da Branca, a senadora Hillary Clinton era considerada explosiva, "radioativa", inelegível. Hillary lidera as pesquisas sobre quem será o candidato do Partido Democrata com 51%, 24 pontos percentuais na frente do rival mais próximo, o senador Barack Obama.

Na eleição de novembro de 2008, ela bateria o atual favorito do Partido Republicano, o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani.

É uma surpresa, diz uma das matérias do The New York Times mais lidas na Internet.

EUA podem proibir venda de medicamentos contra resfriado para menores de seis anos

Um painel de consultores da agência que controla alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration), recomenda o fim da venda no balcão de medicamentos contra resfriado para menores de seis anos. Além de alegar que não há prova de que eles tenham efeito positivo sobre os sintomas do resfriado, há caos, ainda que raros, de graves problemas de saúde.

Para o jornal The New York Times, se a medida for adotada, será uma revolução no mercado.

Benazir promete não se render ao terror

Um dia depois que um atentado contra sua comitiva matou 136 pessoas, a ex-primeira-ministro do Paquistão, Benazir Bhutto, prometeu ontem não se render ao terrorismo. Depois de nove anos no exílio, ela declarou ter voltado ao país para "salvar a democracia" e combater o jihadismo, o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos.

"Não me atacaram, atacaram o Paquistão. Não foi contra minha pessoa. Foi contra o que represento: a democracia, a unidade e a integridade do Paquistão", afirmou Benazir. "Mas não atingiram seu propósito de aterrorizar os paquistaneses empenhados na democratização do país."

Com um laço negro no braço em sinal de luto, a líder do Partido Popular Paquistanês, maior força política do país, desafiou os islamitas: "Os agressores fazem parte de uma minoria que quer seqüestrar o destino do nosso país. Mas não vão conseguir."

Os fundamentalistas não admitem que uma mulher possa governar um país muçulmano. Já tinham tentado matar Benazir em 1993.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Argentina cresceu 9,2% em agosto

A atividade econômica cresceu 9,2% na Argentina em agosto, em comparação com o mesmo mês do ano passado, informou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), recentemente acusado de manipular os índices de inflação. Foi a mais alta taxa internual desde maio, que registrou 9,5%.

Em relação a julho, a economia argentina expandiu-se em 1,5%, acumulando um crescimento de 8,5% desde o início do ano, 10% acima do mesmo período no ano passado.

Faturamento do Google sobe 57%

A empresa de informática Google anunciou ontem um aumento de 57% no faturamento e de 46% no lucro no terceiro trimestre de 2007, abrindo vantagem sobre seus maiores concorrentes no mercado de pesquisa na Internet, Yahoo e Microsoft. Esse crescimento reflete uma ampliação de sua fatia de mercado e a maior eficiência de seu sistema de anúncios publicitários online, que por sinal este blog tem.

Como o resultado superou as expectativas do mercado, o valor de mercado do Google subiu para US$ 200 bilhões, colocando-à frente da Cisco Systems, envolvida num escândalo de sonegação de impostos no Brasil. O Google é agora a segunda maior empresa de tecnologia da informação no mundo, atrás apenas da Microsoft, que domina, com o Windows, o mercado de sistemas operacionais de computadores pessoais.

No caso da Cisco, tamanha é sua dominação no mercado de equipamentos sistemas de computação para empresas que o setor está preocupado no Brasil que possa haver atrasos no andamento de projetos por causa dos problemas com a Receita Federal.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Petróleo passa de US$ 90 por barril

O barril de petróleo foi cotado a US$ 90,02 na negociação eletrônica, depois do fechamento da Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque.

Em conseqüência, as bolsas de valores da Ásia estão em queda. Os investidores temem que a alta nos preços de energia reduza o crescimento da economia mundial.

Benazir é alvo de atentado na volta ao Paquistão

Pelo menos 136 pessoas morreram e outras 387 foram feridas quando um atentado terrorista suicida com duas bombas tentou matar a ex-primeira-ministra do Paquistão, Benazir Bhutto, em Caráchi, a maior cidade do país, na quinta-feira, 18 de outubro.

Primeira mulher a governar um país muçulmano, Benazir exilou-se depois de ser acusada de corrupção. Voltou hoje ao país, num acordo com o ditador Pervez Musharraf para redemocratizar o Paquistão. Em troca da manutenção do general na presidência, Benazir pode voltar a ser primeira-ministra.

Os fundamentalistas muçulmanos armaram essa recepção explosiva. Benazir teria criticado elementos do serviço secreto paquistanês que apóiam a milícia dos Talebã (Estudantes) no Afeganistão. Mas as maiores suspeitas recaem sobre a rede terrorista Al Caeda.

Único país muçulmano com armas nucleares, o Paquistão é considerado chave na luta contra o terrorismo dos islamitas, o jihadismo.

Benazir governou o país duas vezes, em 1988-90 e 1993-96. É filha do presidente (1971-73) e primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1973-77), líder do Partido Popular Paquistanês executado em 1979 pelo ditador Zia ul-Haq (1977-88).

Bhutto era de esquerda. Zia foi um aliado fiel dos EUA durante a Guerra Fria. Com a invasão soviética no Afeganistão, em 1979, o Paquistão passou a ser o canal por onde passavam as armas e o dinheiro dos Estados Unidos, da Arábia Saudita e da China que fizeram do Afeganistão o Vietnam da União Soviética - a derrota militar de uma superpotência para um país atrasado, agrário e rural.

Sem legitimidade nem base política muito além das Forças Armadas, o general Zia apelou para a religião, elemento essencial da nacionalidade paquistanesa desde que o país se separou da Índia ao se tornar independente do Império Britânico, em 1947. Zia as madrassás, as escolas religiosas onde só se ensina o Corão, onde estudaram os exilados afegãos da guerra contra a URSS: os talebã (plural de taleb, que significa estudantes).

Desta confluência de guerrilheiros árabes e islamismo político na luta conta o comunismo nasceu a rede terrorista Al Caeda, de Ossama ben Laden, um dos enviados sauditas para coordenar a resistência dos mujahedin. É um detrito da Guerra Fria. No caos que tomou conta do Afeganistão depois da retirada soviética, em 1989, surgiu a milícia dos Talebã.

Hoje, Benazir é a favorita de Washington para controlar o avanço do fundamentalismo muçulmano, do islamismo político. O outro político com prestígio popular no país, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, lidera um partido muçulmano.

Primeira mulher a governar um país muçulmano, Benazir exilou-se depois de ser acusada de corrupção. Voltou hoje ao país, num acordo com o ditador Pervez Musharraf para redemocratizar o Paquistão. Em troca da manutenção do general na presidência, Benazir pode voltar a ser primeira-ministra.

Os fundamentalistas muçulmanos armaram essa recepção explosiva. Sua comitava foi atacada quando a política mais popular do Paquistão era acompanhada por uma multidão. Por isso, houve tantas mortes. Benazir teria criticado elementos do serviço secreto paquistanês que apóiam a milícia dos Talebã (Estudantes) no Afeganistão. Mas as maiores suspeitas recaem sobre a rede terrorista Al Caeda.

Único país muçulmano com armas nucleares, o Paquistão é considerado chave na luta contra o terrorismo dos islamitas, o jihadismo.

Benazir é filha do presidente (1971-73) e primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1973-77), líder do Partido Popular Paquistanês executado em 1979 pelo ditador Zia ul-Haq (1980-88).

Bhutto era de esquerda. Zia foi um aliado fiel dos EUA durante a Guerra Fria. Com a invasão soviética no Afeganistão, em 1979, o Paquistão passou a ser o canal por onde passavam as armas e o dinheiro dos Estados Unidos, da Arábia Saudita e da China que fizeram do Afeganistão o Vietnam da União Soviética - a derrota militar de uma superpotência para um país atrasado, agrário e rural.

Sem legitimidade nem base política muito além das Forças Armadas, o general Zia apelou para a religião, elemento essencial da nacionalidade paquistanesa desde que o país se separou da Índia ao se tornar independente do Império Britânico, em 1947. Zia criou as madrassás, as escolas religiosas onde só se ensina o Corão, onde estudaram os exilados afegãos da guerra contra a URSS: os talebã (plural de taleb, que significa estudantes).

Desta confluência de guerrilheiros árabes e islamismo político na luta conta o comunismo nasceu a rede terrorista Al Caeda, de Ossama ben Laden, um dos enviados sauditas para coordenar a resistência dos mujahedin. É um detrito da Guerra Fria. No caos que tomou conta do Afeganistão depois da retirada soviética, em 1989, surgiu a milícia dos Talebã.

Hoje, Benazir é a favorita de Washington para controlar o avanço do fundamentalismo muçulmano, do islamismo político. O outro político com prestígio popular no país, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, lidera um partido muçulmano.

Sarkozy anuncia divórcio amigável

Depois de anos de rumores sobre a crise de seu casamento e inclusive da publicação de fotos de sua mulher, Cecilia, com um amante nos Estados Unidos, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou hoje oficialmente sua separação por "consentimento mútuo".

Petróleo chega a US$ 89 mas cai

Com a aprovação pelo Parlamento da Turquia de um pedido do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan para realizar ações militares contra acampamentos de guerrilheiros curdos no Norte do Iraque, o petróleo passou de US$ 89 por barril na Bolsa Mercantil de Nova Iorque. Mas caiu para US$ 87,40 depois que a Nigéria manifestou a intenção de aumentar a produção.

Sob pressão do preço do petróleo e da previsão de que a crise no setor habitacional nos Estados Unidos deve durar mais um ano, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova Iorque, caiu 0,15% para 13.892,54.

França fez greve contra reforma de Sarkozy

Os trabalhadores em transportes públicos e energia entraram em greve nacional ontem à noite na França, no movimento de protesto contra a reforma dos regimes especiais de aposentadoria proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy. Hoje não haverá trens, ônibus e metrô.

Eles se opõem ao realinhamento de seu regime de aposentadoria com os dos setores público e privado, que exigem 40 anos de contribuição para receber uma pensão equivalente a 100% do último salário, em vez de 37 anos e meio, como agora.

A maioria dos franceses concorda que é preciso reformar a Previdência Social. Mas, num país extremamente politizado como a França, os sindicatos se recusam a reduzir os direitos sociais.

Diante da iminência da greve, Sarkozy, eleito em maio para um mandato de cinco anos, reafirmou terça-feira em Bordéus sua intenção de reformar a França "tranqüila mas firmemente". A greve é o primeiro teste para Sarko e para as centrais sindicais decididas a enfrentá-lo.

Hong Kong bate recorde numa Ásia em alta

O Índice Hang Seng, da Bolsa de Valores de Hong Kong, passou de 30 mil pontos hoje, puxado por ações chinesas, em meio a uma alta generalizada nos mercados da Ásia, mas depois recuou.

As bolsas de Cingapura, Japão, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia também operam em alta.

FMI considera dólar sobrevalorizado

Os economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) discordaram do diretor-geral, o espanhol Rodrigo Rato, que deixa o cargo no final do mês.

Como representante de um dos países da zona do euro, Rato declarou recentemente que "agora o dólar está subvalorizado". Mas os técnicos do Fundo entendem que a moeda americana ainda está valorizada demais.

Sob o impacto da crise no mercado de crédito hipotecário nos Estados Unidos e da alta dos preços do petróleo, eles previram ainda um crescimento menor para a economia mundial em 2008, reduzindo sua expectativa de crescimento para 4,75%, em contraste com 5,2% para este ano.

Na sua opinião, o déficit em conta corrente dos EUA tende a permanecer em cerca de 1,5% do produto mundial bruto, gerando um risco de desvalorização descontrolada do dólar e fortalecimento do protecionismo econômico.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Bush recebe Dalai Lama e irrita China

O 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual do Tibete, ocupado pela China desde 1950, recebeu hoje a mais alta condecoração do Congresso dos Estados Unidos, na presença do presidente George Walker Bush.

A visita do Dalai Lama a Washington coincide com o 17º Congresso do Partido Comunista Chinês. Isso irritou ainda mais o governo da China, que protestou, considerando uma intervenção indevida nos assuntos interno chines.

Historicamente, o Tibete pertencia ao Império Chinês. Com a queda da dinastia Qing, em 1911, e a proclamação da república por Sun Yat Sen, em 1912, o Tibete se tornou independente.

Essa situação mudou depois da vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé Tung, em 1 de outubro de 1949. O regime comunista tinha como projeto resgatar o orgulho nacional de um país que era conhecido na Ásia como o Império do Centro e fora humilhado pelo imperialismo britânico nas Guerras do Ópio (1839-42).

Em 1950, os comunistas ocuparam o Tibete, retomando um país que consideravam parte histórica da China. O Dalai Lama fugiu para a Índia em 1959, onde formou uma espécie de governo no exílio. Desde então, faz campanha pela autonomia do Tibete.

Lula quer livre comércio com Índia e África do Sul

Durante a reunião do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul, em Pretória, a capital sul-africana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a negociação de um acordo de livre comércio entre o Mercosul, a Índia e a África do Sul.

Acordo nuclear EUA-Índia está perto do colapso

Diante da atitude das oposições nos dois países, o acordo nuclear acertado entre os Estados Unidos e a Índia em 2005 está à beira do colapso. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, avisou o presidente George Walker Bush que não tem condições de obter a aprovação do parlamento num futuro próximo.

A maior dificuldade vem da esquerda. Os partidos comunistas que fazem parte da coalizão liderada pelo Partido do Congresso acusam o governo de se aproximar demais dos EUA.

Houve quem pensasse que Singh usaria o momento para convocar eleições antecipadas. Mas, no fim de semana, ele manifestou interesse em preservar a coligação governista.

Leia mais no jornal The Washington Post.

Petróleo chega a US$ 88 por barril

O barril de petróleo bruto chegou ontem a US$ 88,20 nos Estados Unidos e fechou em US$ 87,51 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) culpou a especulação pela alta de 10% em uma semana. Mas os analistas entendem que não basta falar: a oferta não seria suficiente para garantir a demanda.

Já a Agência Internacional de Energia, que reúne os países consumidores, voltou a cobrar um aumento da produção da OPEP antes do início do inverno no Hemisfério Norte como única maneira de equilibrar o mercado.

Lucro da Intel sobe 43%

O maior fabricante mundial de chips, a americana Intel, anunciou hoje em Santa Clara, na Califórnia, um aumento de 43% no lucro, por causa do crescimento da demanda por computadores, superando as expectativas dos analistas de Wall Street.

A Intel, cujos chips agora estão também nos Mcintoshes da Apple, faturou US$ 10,1 bilhões e lucrou US$ 1,9 bilhão no terceiro trimestre deste ano. No mesmo período de 2006, foram US$ 8,74 bilhões de vendas e US$ 1,3 bilhão de lucro.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Petróleo aproxima-se de US$ 87

O barril de petróleo foi negociado a US$86,79 esta manhã na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, por causa de problemas na oferta.

Um relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) inquietou o mercado ao prever que a produção dos exportadores não-membros do cartel produzirão, no quarto trimestre do ano, menos do que os 110 mil barris diários previstos.

A expectativa do mercado é que o petróleo chegue a US$ 90, se o inverno no Hemisfério Norte for rigoroso. Mas alguns analistas entendem que parte do aumento recente se deve à especulação de fundos de investimentos que aproveitam o grande crescimento de preço dos produtos primários.

Putin rejeita ação militar contra o Irã

Ao chegar a Teerã para uma reunião de cúpula dos países do Mar Cáspio, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou-se totalmente contrário um ataque contra o programa nuclear do Irã, que acredita-se que os Estados Unidos ou Israel estejam preparando, caso a república islâmica não desista de fabricar bombas atômicas.

Historicamente, a Rússia e o Ocidente sempre travaram uma batalha para influenciar o Irã, que sempre foi independente, desde o tempo em que era chamado de Pérsia.

O Mar Cáspio é uma das principais regiões produtoras de petróleo no mundo.

Curso de pós-graduação em proteção de plantas

A Faculdade Integrado de Campo Mourão convida a todos para a aula inaugural do Curso de pós-graduação em Proteção de Plantas, que será realizada a partir das 19h de 19 de outubro no seu auditório, em Campo Mourão, no Paraná.

Há 170 vagas. Os interessados podem se inscrever a partir de hoje no site www.grupointegrado.br. Devem levar um quilo de alimento não-perecível que será doado a instituições beneficentes.

Crescimento ainda é a prioridade da China

Na abertura do 17º Congresso do Partido Comunista Chinês, o presidente Hu Jintao reafirmou que o crescimento econômico é a prioridade do governo da China, apesar do discurso fazer referências ao aumento da desigualdade social e à devastação ambiental provocada pelo crescimento acelerado do país, que já tem mais de cem bilionários e seis das 10 cidades mais poluídas do mundo.

O Congresso do PCC reúne-se a cada cinco anos para traçar a estratégia de ação do partido e renovar os quadros dirigentes. Este vai encaminhar a sucessão de Hu, que deve ser reeleito por mais cinco anos, até 2012. O sucessor deve sair do Politburo do Comitê Central do partido, e o jornal inglês The Guardian está de olho nas estrelas em ascensão.

Um detalhe importante é que o PCC tem hoje mais do que o dobro dos 45 milhões de filiados que tinha no final da Guerra Fria. A maioria não está interessado em idéias marxistas. Apenas usa o partido como instrumento de ascensão social, para fazer negócios.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Madonna troca gravadora por produtora de shows

Em um mudança descrita como um abalo sísmico da indústria da música, a popstar Madonna deve deixar a Warner Bros. para fechar um contrato de US$ 120 milhões em dinheiro e ações com a empresa de promoção de shows Live Nation, de Beverly Hills, na Califórnia.

O contrato de 10 anos dará à Live Nation o direito de comercializar três discos, realizar shows e turnês, vender merchandising e negociar a participação da cantora em eventos e campanhas publicitárias.

É uma mudança radical que mostra como a indústria do disco está mudando na era da Internet e da pirataria generalizada. Antes, megaestrelas como Madonna gravariam discos com uma gravadora de alto prestígio e fariam contratos de show e patrocínio com outras empresas. Agora que a renda da venda de discos desabou com a Internet, produtores de show, empresários e empresas de venda de ingressos querem fazer contratos mais amplos.

Afinal, como sugeriu o ministro da Cultura, Gilberto Gil, ao dizer que os músicos deveriam abrir mão dos direitos autorais, a tendência é que a maior parte da renda venha de shows, patrocínios e campanhas publicitárias.

EUA pensam ter vencido Al Caeda no Iraque

O comando militar dos Estados Unidos no Iraque acredita ter desferido golpes arrasadores e talvez fatais na rede terrorista Al Caeda no Iraque, afirma hoje o jornal The Washington Post.

Alguns generais estão querendo declarar a vitória sobre o grupo, considerado o mais violento no país ocupado. Outros alertam para a capacidade de resistência de grupos terroristas.

Isto não significa, de modo algum, que a guerra esteja ganha. A rede televisão árabe Al Jazira anunciou ontem que sete grupos rebeldes se uniram para expulsar os americanos.

Leia mais no Washington Post.

Barril de petróleo chega a US$ 86 em Nova Iorque

O barril de petróleo atingiu hoje mais uma cotação recorde, de US$ 86,22, na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, nos Estados Unidos, por causa de uma nova crise no Oriente Médio e da expectativa de queda na oferta nos EUA.

"Apesar de estarmos num período de mudança de estação, com o fim do verão no Hemisfério Norte e da temporada de furacões no Mar do Caribe e no Golfo do México, o petróleo se mantém firma acima de US$ 80", observou John Person, presidente da empresa NationalFutures.com. "O ponto-chave é uma nova preocupação no Oriente Médio, com o bombardeio turco a bases de guerrilheiros curdos no Norte do Iraque" que estariam próximas de oleodutos importantes.

Se o inverno no Hemisfério Norte for rigoroso, a expectativa do mercado é que o petróleo chegue a US$ 90 por barril.

Com a alta do petróleo e a advertência do Citigroup para as perdas que o banco terá com a crise no mercado de crédito hipotecário nos EUA, a Bolsa de Nova Iorque opera em queda, abaixo de 14 mil pontos.

Três americanos ganham o Nobel de Economia

Três economistas americanos, Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson, ganharam hoje o Prêmio Nobel de Economia por aplicar a Teoria dos Jogos para entender o funcionamento dos mercados, "permitindo distinguir as situações nas quais os mercados funcionam bem daquelas em que os mercados funcionam mal", declarou a Academia Real de Ciências da Suécia.

Seu trabalho "ajuda os economistas a identificar os mecanismos de troca eficazes, modelos de regulação e procedimentos de escolha".

Veja aqui a entrevista de Myerson à televisão pública americana PBS.

Chefe de polícia quer legalizar todas as drogas

Por considerar a guerra contra as drogas um "fracasso", um dos principais chefes de polícia do Reino Unido vai propor a legalização de todas as drogas - inclusive a cocaína e a heroína - e o fim das "leis imorais".

Em sua análise do problema, a ser apresentada hoje à Polícia do Norte do País de Gales, chefiada por ele, o comissário Richard Brunstrom vai alegar que as drogas ilegais estão cada vez mais baratas e disponíveis em maiores quantidades. O número de usuários cresce enquanto aumentam os crimes relacionados às drogas ilegais, que hoje sustentam impérios criminosos cujos negócios só são superados pelo petróleo.

"Se a política de drogas tornar-se no futuro mais pragmática e não moralista, orientada pela ética e não por dogma, então o atual proibicionismo terá de ser abandonado como inexequível e imoral para ser substituído por um sistema unificado que inclua o álcool e o tabaco, baseado nos dados e evidências disponíveis, e voltado para a redução dos danos à sociedade", alerta o chefe de polícia do Norte de Gales.

A notícia não vai agradar ao governo britânico. Em seu discurso na convenção anual do Partido Trabalhista no ano passado, o atual primeiro-ministro Gordon Brown declarou: "Precisamos enviar uma mensagem clara de que as drogas nunca serão descriminalizadas."

O mesmo pensa a oposição conservadora, embora alguns anos atrás um deputado e ex-candidato à liderança do partido tenha proposto a liberalização da maconha, numa tentativa de captar o voto do eleitorado jovem.

Leia mais no jornal inglês The Independent.

Nova Constituição de Chávez corta direitos

As garantias constitucionais que protegem os presos e a liberdade de expressão correm sério risco na Venezuela. Pelo novo projeto de Constituição proposto pelo presidente Hugo Chávez para implantar seu "socialismo do século 21", eles podem ser restringidos em situações de "Estado de exceção".

Em "circunstâncias que afetem gravamente a segurança nacional", as pessoas podem ser presas sem autorização judicial e mantidas na cadeia sem cumprir os requisitos legais vigentes em situações normais. Também poderá ser imposta a censura prédio.

Um dos maiores constitucionalistas do governo, o deputado Carlos Escarrá alegou que a reforma constitucional não poderia ser regressiva; deveria ampliar direitos, em vez de restringi-los. Mas a deputada, Cilia Flores, presidente da Assembléia Nacional 100% chavista, por força de um boicote da oposição às eleições parlamentares de dezembro de 2005, defendeu a censura, citando abusos cometidos pelos meios de comunicação nos ataques ao regime: "Quem abusou do direito e sonegou informação foram os meios golpistas, que manipularam e abusaram do povo para derrubar o governo."

Chávez usou este pretexto para não renovar a concessão da Radio Caracas Televisión (RCTV), que era até 28 de maio a principal rede de televisão venezuelana. Se o governo está tão convencido de que a RCTV manipulou o noticiário sobre os conflitos de rua que antecederam ao golpe de 12 de abril de 2002, deveria ter aberto um processo e comprovado a responsabilidade dos dirigentes da emissora. Mas isso questionaria a atuação dos Círculos Bolivaristas, as milícias chavistas acusadas pela imprensa de oposição pelas mortes de 15 pessoas naqueles conflitos.

O novo texto viola a Convenção Americana de Direitos Humanos, que garante os direitos dos presos.