Em outro sinal da ofensiva chinesa para garantir acesso aos recursos naturais da África, o Banco de Desenvolvimento da China fez uma sociedade com o United Bank of Africa, um dos maiores bancos da Nigéria, que pretende expandir seus negócios para 12 países africanos.
A parceria selada no mês passado ainda não foi anunciada oficialmente. Aumenta a capacidade da China de financiar projetos de infra-estrutura na África Ocidental.
Na semana passada, o Banco Industrial e Comercial da China, outro banco estatal chinês, anunciou a compra de uma participação de 20% no Standard Bank, da África do Sul, por US$ 5,56 bilhões.
As exportações africanas para a China cresceram mais de 40% entre 2001 e 2006, superando as importações da China. De 2000 a 2006, China fez investimentos diretos de US$ 6,6 bilhões no continente. Isso inclui ajuda direta, empréstimos subsidiados e garantias de crédito.
Um artigo do Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a ajuda oficial ao desenvolvimento, incluindo assistência técnica, tenha sido de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão por ano em 2004 e 2005.
Além disso, instituições financeiras estatais chinesas oferecem crédito preferencial. A África é responsável por um terço dos negócios de médio e longo prazos da Corporação de Exportação e Garantia de Crédito da China.
Um fator central é a sede da China por petróleo. Hoje, grupos chineses têm menos de 2% das reservas comprovadas de gás e petróleo da África. O acesso das empresas chinesas a financiamento barato vai aumentar seu sucesso em leilões.
A questão, comenta a coluna Lex, do FT, é se as relações serão baseadas no "benefício mútuo" proposto por Chu Enlai há quatro décadas na política externa da República Popular da China. Pesquisas do Banco Mundial indicam que o investimento chinês é mais frugal do que o indiano. As companhias chinesas costumam empregar locais mas compram máquinas na China.
Leia mais no Financial Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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