sábado, 13 de outubro de 2007

Ex-comandante: Iraque é "pesadelo sem fim"

Os Estados Unidos "estão vivendo um pesadelo sem fim a vista" porque o governo George Walker Bush foi à guerra no Iraque com um plano "catastroficamente falho", acusa o general-da-reserva Ricardo Sanchez, comandante militar americano no país ocupado durante um ano depois da invasão de março de 2003. Ele descreveu o aumento do número de soldados ordenado no início do ano como "uma tentativa desesperada de um governo que não aceitou as realidades políticas e econômicas da guerra".

Sanchez não poupou ninguém: "O governo, o Congresso e todas as agências, especialmente o Departamento de Estado, têm de assumir a responsabilidade pelo fracasso catastrófico, e o povo americano deve exigir uma prestação de contas. Houve e há uma demonstração evidente e desafortunada de liderança estratégica incompetente da parte de nossos líderes nacionais", que deixaram as Forças Armadas dos EUA numa "posição insustentável'' no Iraque.

Sem entrar em detalhes, o general atacou diretamente o Conselho de Segurança Nacional, denunciando a negligência e a incompetência do órgão, chefiado no primeiro governo Bush (2001-05) pela atual secretária de Estado, Condoleezza Rice.

"O melhor que podemos esperar dessa estratégia fracassada é evitar a derrota", disparou. "Sem a cooperação dos dois partidos, estamos condenados ao fracasso. Não há nada acontecendo em Washington que nos dê esperança". Ele também acusou o governo de não revelar "a realidade ao povo americano".

Na sua opinião, "de um plano de guerra irrealista, otimista demais e catastroficamente falho à nova estratégia de reforço das tropas, este governo fracassa ao não usar e sincronizar seu poder político, econômico e militar", afirmou o general Sanchez, indicando que, além de competência, faltaram recursos adequados.

Sob seu comando, os americanos começaram a enfrentar a insurgência dos iraquianos que lutam contra a ocupação. A prisão do ex-ditador Saddam Hussein, em dezembro de 2003, deu esperanças de que a situação seria controlada. Mas as batalhas de Najaf e Faluja, no início de 2004, revelaram que a guerra iria muito além do Bush imaginara quando declarou "missão cumprida" em 1º de maio de 2003.

A divulgação das imagens de tortura de prisioneiros na prisão de Abu Ghraib desmoralizou os EUA e mostrou que o governo Bush aceitava qualquer método na guerra contra o terrorismo, igualando-se aos jihadistas.

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