Um bombardeio dos Estados Unidos ou de Israel para tentar destruir o programa nuclear do Irã provocaria um caos tão grande no mercado de petróleo que muitos analistas acreditam que isso possa inibir o ataque, apesar das novas sanções aprovadas pelo presidente George Walker Bush.
Ontem, Bush defendeu as sanções e a atitude agressiva de seu governo "para evitar a Terceira Guerra Mundial". Mas a pequena margem da oferta em relação à procura no mercado internacional de petróleo pode provocar nova escalada de preços muito além de US$ 100 por barril.
Com o anúncio das sanções contra a Guarda Revolucionária do Irã e três bancos estatais, o preço do barril chegou a US$ 91,90 ontem na negociação eletrônica, depois do fechamento das operações da Bolsa Mercantil de Nova Iorque.
O Irã produz 4 milhões de barris por dia, o que faz os EUA alegarem que por isso não precisa de energia nuclear para fins pacíficos; exporta 2,5 milhões de barris.
A Arábia Saudita, maior produtor a exportador mundial, é o único país que teria condições de aumentar sua produção para compensar uma possível suspensão das exportações iranianas - e justamente em 2,5 milhões de barris.
Mas esse raciocínio simplesmente matemático ignora os riscos da retaliação iraniana. O Irã poderia bloquear a passagem do Estreito de Ormuz, por onde passa o petróleo do Golfo Pérsico, atacar os campos de petróleo no Sul do Iraque ou fazer seus aliados xiitas na região sabotarem a produção iraquiana.
Leia mais no jornal The Washington Post.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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