quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Benazir é alvo de atentado na volta ao Paquistão

Pelo menos 136 pessoas morreram e outras 387 foram feridas quando um atentado terrorista suicida com duas bombas tentou matar a ex-primeira-ministra do Paquistão, Benazir Bhutto, em Caráchi, a maior cidade do país, na quinta-feira, 18 de outubro.

Primeira mulher a governar um país muçulmano, Benazir exilou-se depois de ser acusada de corrupção. Voltou hoje ao país, num acordo com o ditador Pervez Musharraf para redemocratizar o Paquistão. Em troca da manutenção do general na presidência, Benazir pode voltar a ser primeira-ministra.

Os fundamentalistas muçulmanos armaram essa recepção explosiva. Benazir teria criticado elementos do serviço secreto paquistanês que apóiam a milícia dos Talebã (Estudantes) no Afeganistão. Mas as maiores suspeitas recaem sobre a rede terrorista Al Caeda.

Único país muçulmano com armas nucleares, o Paquistão é considerado chave na luta contra o terrorismo dos islamitas, o jihadismo.

Benazir governou o país duas vezes, em 1988-90 e 1993-96. É filha do presidente (1971-73) e primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1973-77), líder do Partido Popular Paquistanês executado em 1979 pelo ditador Zia ul-Haq (1977-88).

Bhutto era de esquerda. Zia foi um aliado fiel dos EUA durante a Guerra Fria. Com a invasão soviética no Afeganistão, em 1979, o Paquistão passou a ser o canal por onde passavam as armas e o dinheiro dos Estados Unidos, da Arábia Saudita e da China que fizeram do Afeganistão o Vietnam da União Soviética - a derrota militar de uma superpotência para um país atrasado, agrário e rural.

Sem legitimidade nem base política muito além das Forças Armadas, o general Zia apelou para a religião, elemento essencial da nacionalidade paquistanesa desde que o país se separou da Índia ao se tornar independente do Império Britânico, em 1947. Zia as madrassás, as escolas religiosas onde só se ensina o Corão, onde estudaram os exilados afegãos da guerra contra a URSS: os talebã (plural de taleb, que significa estudantes).

Desta confluência de guerrilheiros árabes e islamismo político na luta conta o comunismo nasceu a rede terrorista Al Caeda, de Ossama ben Laden, um dos enviados sauditas para coordenar a resistência dos mujahedin. É um detrito da Guerra Fria. No caos que tomou conta do Afeganistão depois da retirada soviética, em 1989, surgiu a milícia dos Talebã.

Hoje, Benazir é a favorita de Washington para controlar o avanço do fundamentalismo muçulmano, do islamismo político. O outro político com prestígio popular no país, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, lidera um partido muçulmano.

Primeira mulher a governar um país muçulmano, Benazir exilou-se depois de ser acusada de corrupção. Voltou hoje ao país, num acordo com o ditador Pervez Musharraf para redemocratizar o Paquistão. Em troca da manutenção do general na presidência, Benazir pode voltar a ser primeira-ministra.

Os fundamentalistas muçulmanos armaram essa recepção explosiva. Sua comitava foi atacada quando a política mais popular do Paquistão era acompanhada por uma multidão. Por isso, houve tantas mortes. Benazir teria criticado elementos do serviço secreto paquistanês que apóiam a milícia dos Talebã (Estudantes) no Afeganistão. Mas as maiores suspeitas recaem sobre a rede terrorista Al Caeda.

Único país muçulmano com armas nucleares, o Paquistão é considerado chave na luta contra o terrorismo dos islamitas, o jihadismo.

Benazir é filha do presidente (1971-73) e primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1973-77), líder do Partido Popular Paquistanês executado em 1979 pelo ditador Zia ul-Haq (1980-88).

Bhutto era de esquerda. Zia foi um aliado fiel dos EUA durante a Guerra Fria. Com a invasão soviética no Afeganistão, em 1979, o Paquistão passou a ser o canal por onde passavam as armas e o dinheiro dos Estados Unidos, da Arábia Saudita e da China que fizeram do Afeganistão o Vietnam da União Soviética - a derrota militar de uma superpotência para um país atrasado, agrário e rural.

Sem legitimidade nem base política muito além das Forças Armadas, o general Zia apelou para a religião, elemento essencial da nacionalidade paquistanesa desde que o país se separou da Índia ao se tornar independente do Império Britânico, em 1947. Zia criou as madrassás, as escolas religiosas onde só se ensina o Corão, onde estudaram os exilados afegãos da guerra contra a URSS: os talebã (plural de taleb, que significa estudantes).

Desta confluência de guerrilheiros árabes e islamismo político na luta conta o comunismo nasceu a rede terrorista Al Caeda, de Ossama ben Laden, um dos enviados sauditas para coordenar a resistência dos mujahedin. É um detrito da Guerra Fria. No caos que tomou conta do Afeganistão depois da retirada soviética, em 1989, surgiu a milícia dos Talebã.

Hoje, Benazir é a favorita de Washington para controlar o avanço do fundamentalismo muçulmano, do islamismo político. O outro político com prestígio popular no país, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, lidera um partido muçulmano.

Nenhum comentário: