O comandante da Guarda Revolucionária do Irã, principal alvo das novas sanções anunciadas quinta-feira pelo presidente George Walker Bush, ameaçou ontem contra-atacar ferozmente os Estados Unidos, caso os americanos tentam destruir o programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas nucleares.
A maior parte do governo do Irã não acredita num ataque, que não teria apoio internacional por causa do fracasso dos Estados Unidos na ocupação do Iraque e ainda provocaria nova disparada nos preços do petróleo, além de US$ 100 por barril.
Mas o general Mohammed Ali Jafari mostrou-se disposto a resistir: "A República Islâmica tem a fortaleza e o poder da fé de seu povo. A este poder se unem a experiência, o conhecimento e a tecnologia no campo da defesa. O inimigo sabe que não pode cometer nenhum erro algum. Assim essas ameaças são somente exageros. Responderemos a qualquer ataque con um ataque mais decisivo."
O novo negociar iraniano para a questão nuclear, Said Jalili, também desprezou o impacto das sanções americanas: "Vivemos há 28 anos sob sanções dos EUA".
Para Yahya Rahim Safavi, ex-comandante da Guerra Revolucionária e atual assessor do supremo Líder Espiritual, Ali Khamenei, o homem-forte do regime dos aiatolás, "sem estar em guerra, o preço do barril do petróleo está chegando a US$ 100. Com uma guerra no Golfo Pérsico, chegaria a US$ 200."
O ministro do Interior, Mostafa Pourmohammandi, também não acredita na probabilidade de um bombardeio americano: "Os EUA sabem que podem decidir quando começar um ataque, mas não quando terminar. Um ataque levará ao colapso dos EUA". Esse exagero trai um excesso de confiança.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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