Quarenta anos depois da morte do guerrilheiro heróico Ernesto Che Guevara, sua história ainda suscita paixão e ódio. O Che está sendo homenageado hoje em Cuba, onde foi um dos heróis da revolução, e na Bolívia, onde morreu em 9 de outubro de 1967, após ser cercado por soldados bolivianos em Vallegrande.
Herói da Revolução Cubana, o Che foi ministro de Fidel Castro mas teria rompido como comandante e saído de Cuba para se dedicar à tarefa que se impôs de "criar vários Vietnã" para minar os Estados Unidos, a superpotência capitalista, durante a Guerra Fria.
O médico argentino engajado na luta armada contra as injustiças sociais passou um ano no Congo, de onde saiu dizendo ser impossível fazer uma revolução com um "bêbado e mulherengo" como Laurent Kabila. Trinta anos depois, Kabila deixou as Montanhas da Lua, no coração da África, e marchou sobre Kinshasa, derrubando o ditador corrupto Joseph Mobutu.
Decepcionado com Kabila, o Che foi para a Bolívia, instalando-se numa região onde a revolução boliviana de 1951 promovera uma reforma agrária. Não havia, portanto, apoio à luta armada contra a propriedade privada. Foi um grave erro, como observa o intelectual francês Régis Debray, um dos companheiros de luta do Che na Bolívia.
Che Guevara foi cercado e preso em 8 de outubro de 1967, e assassinado no dia seguinte.
Uma questão importante é se a luta armada fazia sentido na América Latina ou se serviu apenas para aumentar o radicalismo das ditaduras militares de direita que mataram centenas de milhares de pessoas no subcontinente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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