Sob intensa pressão das bases sindicais do Partido Democrata, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, favorita para a eleição presidencial de 2008, declarou hoje que os acordos comerciais dos Estados Unidos devem ser revistas a cada cinco anos e, se necessário, emendados.
É a maior ruptura, até agora, em relação à política de livre comércio de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001). Clinton era a favor do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e precisou do apoio da oposição republicana para aprovar o Nafta na Câmara por apenas dois votos.
O primeiro acordo que Hillary quer revisar, e um compromisso público dessa natureza não se esgota como promessa de campanha, é justamento o Nafta. Também defendeu a inclusão de cláusulas sociais, ambientais e trabalhistas, nas negociações comerciais, o que geralmente é encarado pelos economistas liberais como um protecionismo disfarçado.
"Eu penso que chegou a hora de avaliar os acordos comerciais a cada cinco anos para ter certeza de que estão atingindo seus objetivos ou para fazer ajustes, se não estiverem", declarou Hillary no estado de Iowa, onde serão realizadas as primeiras convenções regionais no processo de escolha dos candidatos dos dois grandes partidos à Casa Branca. "Devemos começar pelo Nafta".
Hillary tem hoje uma vantagem de 30 pontos percentuais sobre seus maiores rivais na disputa pela candidatura democrata: o senador negro Barack Obama e o ex-senador e ex-candidato a vice-presidente John Edwards.
O tema central de seu discurso em Iowa foi o declínio da classe média. Em 2005, afirmou a senadora, só os 10% mais ricos tiveram aumento de renda nos EUA; os outros 90% saíram perdendo.
Entre os republicanos, a liderança é do ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, mas a disputa é muito mais apertada. Numa simulação com Giuliani, Hillary vence.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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