Por 162 a 157, o primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, ganhou um voto de confiança decisivo no Senado para manter a chefia do governo. Mas, com uma coligação de nove partidos que vai da democracia cristã a comunistas ortodoxos, sua posição permanece frágil.
Prodi renunciou ao cargo na semana passada, depois de nove meses na chefia do 62º governo da Itália desde 1945, ao perder uma votação sobre política externa. Por apenas dois votos, o Senado rejeitara na quarta-feira passada a manutenção de uma força de 1,9 mil soldados italianos que participam da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a ampliação da base militar americana em Vicenza, na Itália, num questionamento da aliança militar com os Estados Unidos.
Ao renunciar, Prodi provocou a aglutinação de suas forças, que temem a voltar ao poder do ex-primeiro-ministro direitista Silvio Berlusconi, o empresário mais rico da Itália, sempre acuado por denúncias de corrupção.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Venda de casas novas cai 16,6% nos EUA
Mais um dado preocupante indica que a maior economia do mundo está em desaceleração: a venda de residências novas nos Estados Unidos diminuiu 16,6% em janeiro. É a maior queda em 13 anos. Isto coloca em dúvida se a recessão no mercado imobiliário americano realmente chegou ao fim.
No momento, o índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova Iorque, registra alta de 104 pontos, depois da queda de mais de 400 pontos ontem.
No momento, o índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova Iorque, registra alta de 104 pontos, depois da queda de mais de 400 pontos ontem.
Dois quadros de Picasso são roubados em Paris
Dois quadros do espanhol Pablo Picasso, considerado o maior pintor do século 20, foram roubados do apartamento de uma de suas netas, Diana Widmaier-Picasso, no elegante 7º distrito de Paris.
As obras, avaliadas em US$ 66 milhões ((R$ 140 milhões), são: Maya com a Boneca, uma tela de 60x40 centímetros de sua filha com Marie-Therese Walter, Maya Widmaier, pintada em 1938; e Retrato de Uma Mulher, Jacqueline, uma pintura a óleo de 170x150 cm da segunda mulher de Picasso.
As obras, avaliadas em US$ 66 milhões ((R$ 140 milhões), são: Maya com a Boneca, uma tela de 60x40 centímetros de sua filha com Marie-Therese Walter, Maya Widmaier, pintada em 1938; e Retrato de Uma Mulher, Jacqueline, uma pintura a óleo de 170x150 cm da segunda mulher de Picasso.
Obama supera Hillary entre negros americanos
Sem um candidato forte da Casa Branca por causa do fracasso da guerra no Iraque, a campanha para a eleição presidencial de 2008 está nas ruas dos Estados Unidos e é especialmente feroz entre a oposição democrata. A senadora e ex-primeira dama Hillary Clinton continua na liderança mas perdeu em um mês metade da vantagem que tinha sobre o senador negro Barack Obama, a estrela em ascensão da política americana.
Na última pesquisa do jornal The Washington Post e da rede de televisão ABC, divulgada hoje, Hillary tem 36% das preferências. Obama é o segundo, com 24%. O ex-vice-presidente Al Gore subiu para 14% e o candidato a vice em 2004, John Edwards, 12%.
A grande diferença é que, em janeiro, Hillary tinha 41%, contra 17% para Obama, 11% para Edwards e 10% para Gore. O que mudou, indica a pesquisa, foi a intenção de voto dos afro-americanos.
Em dezembro e janeiro, Hillary batia Obama na disputa pelo voto negro por 60% a 20%. Agora, Obama vence por 44% a 33%.
Bill Clinton governou de 1993 a 2001. Foi chamado de "presidente dos negros". É extremamente popular entre os americanos de origem africana, o que explicava a vantagem inicial de Hillary. Obama, por sua vez, é filho de um imigrante queniano com mãe branca. Não é descendente de escravos. Mas é natural que os negros americanos se identifiquem mais com ele do que com Hillary, uma advogada rica e bem-sucedida, branca, loura e de olhos azuis.
Na última pesquisa do jornal The Washington Post e da rede de televisão ABC, divulgada hoje, Hillary tem 36% das preferências. Obama é o segundo, com 24%. O ex-vice-presidente Al Gore subiu para 14% e o candidato a vice em 2004, John Edwards, 12%.
A grande diferença é que, em janeiro, Hillary tinha 41%, contra 17% para Obama, 11% para Edwards e 10% para Gore. O que mudou, indica a pesquisa, foi a intenção de voto dos afro-americanos.
Em dezembro e janeiro, Hillary batia Obama na disputa pelo voto negro por 60% a 20%. Agora, Obama vence por 44% a 33%.
Bill Clinton governou de 1993 a 2001. Foi chamado de "presidente dos negros". É extremamente popular entre os americanos de origem africana, o que explicava a vantagem inicial de Hillary. Obama, por sua vez, é filho de um imigrante queniano com mãe branca. Não é descendente de escravos. Mas é natural que os negros americanos se identifiquem mais com ele do que com Hillary, uma advogada rica e bem-sucedida, branca, loura e de olhos azuis.
Brasil tem crescimento medíocre
A economia brasileira cresceu apenas 2,9% em 2006, anunciou oficialmente hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o segundo pior resultado da América Latina, superior apenas aos 2,5% do Haiti, enquanto a Venezuela cresceu 10,3% e a Argentina cerca de 9%.
O crescimento brasileiro ficou pouco acima da metade da expansão da economia mundial (5,1%) e muito abaixo das superpotências econômicas emergentes como a China (10,7%) e a Índia (8,7%). Neste ano, o banco Credit Suisse espera que a Índia supere a Chna como a economia que mais cresce no mundo.
O crescimento brasileiro ficou pouco acima da metade da expansão da economia mundial (5,1%) e muito abaixo das superpotências econômicas emergentes como a China (10,7%) e a Índia (8,7%). Neste ano, o banco Credit Suisse espera que a Índia supere a Chna como a economia que mais cresce no mundo.
Corte internacional denuncia genocídio em Darfur
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno Ocampo, denunciou ontem um ministro e um chefe de milícia do Sudão, acusando-os de 51 crimes de guerra e contra a humanidade cometidos na província sudanesa de Darfur em 2003 e 2004: Ahmed Harun, ex-vice-ministro do Interior, é hoje ministro de Política Humanitária; Mohamed Ali Andel Rahman, mais conhecido como Ali Kuchaib, lidera a milícia islâmica Janjawid, apoiada pelo governo.
"Ambos colaboraram para atacar a população civil", afirma Moreno Ocampo. Estima-se que cerca de 200 mil pessoas tenham sido mortas nos últimos anos em Darfur. Dois milhões fugiram de suas casas.
O governo fundamentalista do Sudão, um país da região do Chifre da África, não reconhece a competência do tribunal: "Todas as provas coletadas pelo TPI, que carece de jurisdição para julgá-los, são mentiras inventidas por indivíduos que lutam contra o Estado e o povo", afirmou o ministro da Justiça do Sudão, Mohamed Ali al-Mardi. "Não pensamos em entregar os acusados".
Na denúncia, de 94 páginas, o procurador-geral citou "declarações de testemunhas que asseguram ter ouvido dizer que Ahmed Harun tinha todo o poder e autoridade para matar ou perdoar qualquer um, na busca da paz e da segurança". Como vice-ministro do Interior, financiou "a milícia Janjawid sem limites nem transparência nas contas, além de lhe entregar pessoalmente armas e munições".
Já o comandante da milícia foi visto "inspecionando um grupo de mulheres nuas que em seguida foram estupradas por homens de uniforme" e de "participar de execuções sumárias, uma delas com saldo de 32 mortes".
A corte internacional foi criada para examinar crimes não investigados nem punidos por governos nacionais. Os Estados Unidos não aderiram ao Tratado de Roma, que criou o TPI, e têm negociado acordos bilaterais para eximir seus soldados e agentes que cometam crimes no exterior.
Para o governo americano, o tribunal não tem legitimidade por não estar submetido a uma autoridade política. Os EUA gostariam de submeter a Procuradoria-Geral ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde têm poder de veto. Mas não conseguiram.
"Ambos colaboraram para atacar a população civil", afirma Moreno Ocampo. Estima-se que cerca de 200 mil pessoas tenham sido mortas nos últimos anos em Darfur. Dois milhões fugiram de suas casas.
O governo fundamentalista do Sudão, um país da região do Chifre da África, não reconhece a competência do tribunal: "Todas as provas coletadas pelo TPI, que carece de jurisdição para julgá-los, são mentiras inventidas por indivíduos que lutam contra o Estado e o povo", afirmou o ministro da Justiça do Sudão, Mohamed Ali al-Mardi. "Não pensamos em entregar os acusados".
Na denúncia, de 94 páginas, o procurador-geral citou "declarações de testemunhas que asseguram ter ouvido dizer que Ahmed Harun tinha todo o poder e autoridade para matar ou perdoar qualquer um, na busca da paz e da segurança". Como vice-ministro do Interior, financiou "a milícia Janjawid sem limites nem transparência nas contas, além de lhe entregar pessoalmente armas e munições".
Já o comandante da milícia foi visto "inspecionando um grupo de mulheres nuas que em seguida foram estupradas por homens de uniforme" e de "participar de execuções sumárias, uma delas com saldo de 32 mortes".
A corte internacional foi criada para examinar crimes não investigados nem punidos por governos nacionais. Os Estados Unidos não aderiram ao Tratado de Roma, que criou o TPI, e têm negociado acordos bilaterais para eximir seus soldados e agentes que cometam crimes no exterior.
Para o governo americano, o tribunal não tem legitimidade por não estar submetido a uma autoridade política. Os EUA gostariam de submeter a Procuradoria-Geral ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde têm poder de veto. Mas não conseguiram.
Bolsa de Nova Iorque abre em alta
A Bolsa de Valores de Wall Street abriu em alta de 0,6%, depois de ter sofrido ontem sua maior queda em cinco anos por causa de uma baixa de 8,84% na Bolsa de Xangai, na China.
O presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, Ben Bernanke, depõe daqui a pouco na Comissão de Orçamento da Câmara de Representantes dos Estados Unidos. Seu tema é o desequilíbrio fiscal da maior economia do mundo. Mas certamente ele tentará acalmar os mercados.
Nas suas primeiras declarações, Bernanke considera a queda nos mercados uma "correção esperada". Por volta das 13h em Brasília, a Bolsa de Nova Iorque registrava alta de mais de 100 pontos, depois de perder mais de 400 ontem.
O presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, Ben Bernanke, depõe daqui a pouco na Comissão de Orçamento da Câmara de Representantes dos Estados Unidos. Seu tema é o desequilíbrio fiscal da maior economia do mundo. Mas certamente ele tentará acalmar os mercados.
Nas suas primeiras declarações, Bernanke considera a queda nos mercados uma "correção esperada". Por volta das 13h em Brasília, a Bolsa de Nova Iorque registrava alta de mais de 100 pontos, depois de perder mais de 400 ontem.
EUA crescem menos do que estimado
A maior economia do mundo cresceu menos do que estimado anteriormente nos três últimos meses de 2006. Teve uma taxa de crescimento anualizada de 2,2%, em vez dos 3,5% anunciados no mês passado pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
O crescimento no trimestre foi de 2% e, no ano inteiro, de 3,3%. A inflação para o consumidor no último trimestre aumentou a uma taxa anualizada de 1,9%, abaixo da estimativa anteror, de 2,1%.
O crescimento no trimestre foi de 2% e, no ano inteiro, de 3,3%. A inflação para o consumidor no último trimestre aumentou a uma taxa anualizada de 1,9%, abaixo da estimativa anteror, de 2,1%.
Bolsa de Xangai se recupera mas resto da Ásia cai
A Bolsa de Valores de Xangai, na China, subiu 3,94% hoje, recuperando quase metade das perdas de terça-feira (8,84%). Mas o resto da Ásia seguiu a tendência de queda registrada ontem no mundo inteiro.
No Japão, a Bolsa de Tóquio caiu 2,85%, reforçada pela valorização da moeda japonesa. A Bolsa de Hong Kong teve uma perda de 2,48% e a de Seul, na Coréia do Sul, de 2,56%.
De modo geral, os analistas prevêem volatilidade no curto prazo. Mas não observam problemas na economia real que justifiquem uma crise.
No Japão, a Bolsa de Tóquio caiu 2,85%, reforçada pela valorização da moeda japonesa. A Bolsa de Hong Kong teve uma perda de 2,48% e a de Seul, na Coréia do Sul, de 2,56%.
De modo geral, os analistas prevêem volatilidade no curto prazo. Mas não observam problemas na economia real que justifiquem uma crise.
Produção de heroína dispara no Afeganistão
O estado de guerra permanente em que vive o Afeganistão impede o desenvolvimento de atividades econômicas normais, tornando a plantação de papoula para produção de ópio, morfina e heroína. A área cultivada cresceu 59% no ano passado, chegando a 165 mil hectares, e a produção aumentou 50%, para 6,1 mil toneladas, revela o relatório anual da agência das Nações Unidas para controle e prevenção do uso de drogas.
Como na Colômbia, a economia clandestina das drogas acaba se associando a grupos armados. É o tráfico que sustenta os senhores de guerra que dominam regiões onde a autoridade do governo Hamid Karzai não chega e a própria milícia dos Talebã (Estudantes), que se reagrupou em áreas tribais da fronteira com o Paquistão e planeja uma grande ofensiva assim que terminar o inverno no Hemisfério Norte.
"Na província de Helmand, no Sul do Afeganistão, onde aumentaram os ataques dos talebã contra as forças internacionais e do governo, a área do cultivo ilícito aumentou em 69,3 mil hectares, demonstrando mais uma vez o vínculo entre a segurança e a luta contra cultivos ilícitos", diz o relatório da ONU.
Das 34 províncias afegãs, só quatro estão livres da produção de ópio e derivados.
No relatório do Escritório das Nações Unidas para Crime e Drogas, o governo de Evo Morales, na Bolívia, é advertido de que "algumas medidas que se dispõe a tomar descumprem as disposições dos tratados internacionais sobre controle de drogas". Podem facilitar a produção de cocaína.
Como na Colômbia, a economia clandestina das drogas acaba se associando a grupos armados. É o tráfico que sustenta os senhores de guerra que dominam regiões onde a autoridade do governo Hamid Karzai não chega e a própria milícia dos Talebã (Estudantes), que se reagrupou em áreas tribais da fronteira com o Paquistão e planeja uma grande ofensiva assim que terminar o inverno no Hemisfério Norte.
"Na província de Helmand, no Sul do Afeganistão, onde aumentaram os ataques dos talebã contra as forças internacionais e do governo, a área do cultivo ilícito aumentou em 69,3 mil hectares, demonstrando mais uma vez o vínculo entre a segurança e a luta contra cultivos ilícitos", diz o relatório da ONU.
Das 34 províncias afegãs, só quatro estão livres da produção de ópio e derivados.
No relatório do Escritório das Nações Unidas para Crime e Drogas, o governo de Evo Morales, na Bolívia, é advertido de que "algumas medidas que se dispõe a tomar descumprem as disposições dos tratados internacionais sobre controle de drogas". Podem facilitar a produção de cocaína.
EUA, Irã e Síria discutirão futuro do Iraque
Os Estados Unidos devem participar de um encontro internacional para estabilizar o Iraque no mês que vem, ao lado de outras potências e de países vizinhos, inclusive o Irã e a Síria, confirmou ontem a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. Esse diálogo com os inimigos faz parte das recomendações feitas há três meses pelo Grupo de Estudos sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker. Até agora, vinha sendo desprezado pelo governo George W. Bush.
No encontro, previsto para a primeira quinzena de março no Iraque, deve ser convocada uma conferência internacional a nível ministerial incluindo as potências do Grupo dos Oito - EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia - e os países vizinhos do Iraque - Turquia, Jordânia, Síria, Arábia Saudita, Kuwait e Irã. Serão convidados ainda a China e organizações internacionais como as Nações Unidas e a União Européia.
Em depoimento no Senado, Condoleezza Rice declarou: "Espero que estes governos aproveitem a oportunidade para melhorar suas relações com o Iraque e para trabalhar pela paz e a estabilidade na região".
Finalmente os EUA reconhecem a necessidade de negociar com os vizinhos a pacificação do Iraque.
No encontro, previsto para a primeira quinzena de março no Iraque, deve ser convocada uma conferência internacional a nível ministerial incluindo as potências do Grupo dos Oito - EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia - e os países vizinhos do Iraque - Turquia, Jordânia, Síria, Arábia Saudita, Kuwait e Irã. Serão convidados ainda a China e organizações internacionais como as Nações Unidas e a União Européia.
Em depoimento no Senado, Condoleezza Rice declarou: "Espero que estes governos aproveitem a oportunidade para melhorar suas relações com o Iraque e para trabalhar pela paz e a estabilidade na região".
Finalmente os EUA reconhecem a necessidade de negociar com os vizinhos a pacificação do Iraque.
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Lula segura Uruguai no Mercosul
Durante encontro de seis horas com seu colega uruguaio, Tabaré Vázquez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou três acordos e obteve um compromisso de que o Uruguai não deixará o Mercosul. O Brasil temia que o Uruguai negociasse um acordo de livre comércio com os Estados Unidos contrariando as regras do Mercosul.
Lula usou mais uma vez a carta dos biocombustíveis, prometendo investimentos no Uruguai, para evitar que o país vizinho aproveite a visita do presidente George Walker Bush à América Latina para iniciar negociações bilaterais com os EUA.
O Uruguai tem diversas queixas em relação ao Mercosul. Há mais de um ano, está em conflito com a Argentina por causa da construção de duas fábricas de celulose na margem oriental do Rio Uruguai. O presidente Néstor Kirchner nega-se a discutir a questão dentro do bloco regional, como seria natural.
Além disso, o Uruguai tem saldo negativo com o Brasil. Reclama do protecionismo dos arrozeiros gaúchos, entre outras questões. Quando o Brasil concorda em aumentar o preço do gás boliviano, os sócios pequenos do Mercosul - Paraguai e Uruguai - perguntam o que sobra para eles.
Lula usou mais uma vez a carta dos biocombustíveis, prometendo investimentos no Uruguai, para evitar que o país vizinho aproveite a visita do presidente George Walker Bush à América Latina para iniciar negociações bilaterais com os EUA.
O Uruguai tem diversas queixas em relação ao Mercosul. Há mais de um ano, está em conflito com a Argentina por causa da construção de duas fábricas de celulose na margem oriental do Rio Uruguai. O presidente Néstor Kirchner nega-se a discutir a questão dentro do bloco regional, como seria natural.
Além disso, o Uruguai tem saldo negativo com o Brasil. Reclama do protecionismo dos arrozeiros gaúchos, entre outras questões. Quando o Brasil concorda em aumentar o preço do gás boliviano, os sócios pequenos do Mercosul - Paraguai e Uruguai - perguntam o que sobra para eles.
Bolsa de Xangai abre em alta de 1,25%
Um dia depois de abalar os mercados financeiros do mundo inteiro, a Bolsa de Valores de Xangai, na China, abriu em alta de 1,25%.
Antes, Bolsa de Tóquio, no Japão, iniciou o pregão em queda de 3%. Em Seul, na Coréia do Sul, a queda era de 4%.
A expectativa dos estrategistas e corretores é que haja mais perdas mas que seja uma correção rápida e passageira. No ano passado, a Bolsa de Xangai cresceu 130%. Os investidores se preparam para um período de volatilidade. Mas como a economia real vai bem, prevêem que a correção não terá impacto negativo de longo prazo sobre a economia mundial.
Assim, para os investidores de curto prazo, o momento é de turbulência. Talvez seja melhor sair do mercado de ações. É o que a maioria fez, por isso as ações caíram.
Em prazo mais longo, os mercados emergentes de modo geral não estão sobrevalorizados. A relação entre os preços das ações e os lucros indica que os preços não são elevados. Uma grande correção não faria sentido.
Antes, Bolsa de Tóquio, no Japão, iniciou o pregão em queda de 3%. Em Seul, na Coréia do Sul, a queda era de 4%.
A expectativa dos estrategistas e corretores é que haja mais perdas mas que seja uma correção rápida e passageira. No ano passado, a Bolsa de Xangai cresceu 130%. Os investidores se preparam para um período de volatilidade. Mas como a economia real vai bem, prevêem que a correção não terá impacto negativo de longo prazo sobre a economia mundial.
Assim, para os investidores de curto prazo, o momento é de turbulência. Talvez seja melhor sair do mercado de ações. É o que a maioria fez, por isso as ações caíram.
Em prazo mais longo, os mercados emergentes de modo geral não estão sobrevalorizados. A relação entre os preços das ações e os lucros indica que os preços não são elevados. Uma grande correção não faria sentido.
Cheney escapa de atentado no Paquistão
Pelo menos 19 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas de um atentado a bomba contra a base militar de Bagram, a maior dos Estados Unidos no Afeganistão. A milícia dos Talebã, que governou o país de 1996 a 2001, assumiu a responsabilidade pelo atentado.
O homem-bomba chegou à entrada da base, a 60 quilômetros ao norte da capital afegã, Cabul. Quando foi barrado, detonou os explosivos.
Seu alvo era o vice-presidente Dick Cheney, que saiu ileso. Ele faz uma viagem pela região para pedir mais rigor no combate aos Talebã e à rede terrorista Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001. Al Caeda e os Talebã se reagruparam em zonas tribais na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.
O homem-bomba chegou à entrada da base, a 60 quilômetros ao norte da capital afegã, Cabul. Quando foi barrado, detonou os explosivos.
Seu alvo era o vice-presidente Dick Cheney, que saiu ileso. Ele faz uma viagem pela região para pedir mais rigor no combate aos Talebã e à rede terrorista Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001. Al Caeda e os Talebã se reagruparam em zonas tribais na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.
Queda de 9% na Bolsa de Xangai abala mercados
Na sua maior queda em 10 anos, as ações da Bolsa de Valores de Xangai, na China, perderam hoje em média quase 9%, equivalentes a uma perda de US$ 140 bilhões, abalando os mercados financeiros no mundo inteiro, sobretudo em países emergentes.
É a primeira vez que a China derruba os mercados internacionais. A Bolsa de Nova Iorque caiu 416 pontos (3,3%). A Bolsa de São Paulo perdeu 6,63%, sua maior baixa desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
A queda foi atribuída a medidas que o governo comunista chinês estaria preparando para conter a especulação e reduzir a volatilidade de seu mercado de capitais. Mas o maior temor é de uma forte desaceleração da economia mundial.
Em outro sinal preocupante, as ordens de bens duráveis caíram 7,8% em janeiro nos Estados Unidos, um indício de fraqueza da maior economia do mundo, no momento em que Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, afirma que o atual ciclo de expansão nos EUA chegou ao fim. Mas a venda de imóveis residenciais cresceu 3% em janeiro, maior aumento percentual em dois anos.
É a primeira vez que a China derruba os mercados internacionais. A Bolsa de Nova Iorque caiu 416 pontos (3,3%). A Bolsa de São Paulo perdeu 6,63%, sua maior baixa desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
A queda foi atribuída a medidas que o governo comunista chinês estaria preparando para conter a especulação e reduzir a volatilidade de seu mercado de capitais. Mas o maior temor é de uma forte desaceleração da economia mundial.
Em outro sinal preocupante, as ordens de bens duráveis caíram 7,8% em janeiro nos Estados Unidos, um indício de fraqueza da maior economia do mundo, no momento em que Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, afirma que o atual ciclo de expansão nos EUA chegou ao fim. Mas a venda de imóveis residenciais cresceu 3% em janeiro, maior aumento percentual em dois anos.
Irã é o grande vencedor com invasão americana
Quase três anos depois da invasão americana para derrubar Saddam Hussein, a revista Foreign Policy faz em sua última edição uma análise sobre quem são os 10 grandes vencedores da guerra iniciada pelo presidente George Walker Bush, que certamente está entre os perdedores.
Até agora, o maior vencedor da guerra no Iraque é a República Islâmica do Irã, muito ao contrário do que pretendiam os Estados Unidos. Além de eliminar Saddam, um inimigo histórico com quem o Irã travou uma guerra de oito anos, a ascensão política dos xiitas no Iraque fortalece o Irã.
Em teoria, o novo Iraque laico e democrático seria um modelo para o Oriente Médio e uma ameaça à teocracia iraniana. Ao provocar apenas caos e anarquia, a invasão do Iraque aumentou o medo e o receio de mudanças nos demais povos do Oriente Médio. O fim do baathismo eliminou um inimigo do Irã, primeiro país a reconhecer o novo governo e a estimular o povo iraquiano a participar das eleições convocadas pelos EUA.
Com o vácuo político criado pelo colapso do regime de Saddam, os iranianos rapidamente estabeleceram relações econômicas, religiosas e culturais com a região Sul do Iraque, onde a maioria é xiita. A guerra, nota a revista, transformou a maior parte do Iraque numa zona de influência do Irã e de seu aparato político, cultural e religioso.
Além disso, o Irã está desenvolvendo um programa nuclear que em breve poderá fabricar armas atômicas, o que será muito difícil de impedir, segundo documento reservado da União Européia (UE). Até 2002, a política dos EUA em relação ao Irã era de fomentar a mudança de regime.
Ao invadir o Iraque, os EUA deram uma trégua e uma força ao regime dos aiatolás. Com os xiitas do Iraque, formam hoje um Crescente Xiita com tentáculos até o Hesbolá (Partido de Deus) no Líbano e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Palestina.
Hoje uma das maiores preocupações americanas é conter a influência regional do Irã. Os países árabes de maioria sunita apóiam os americanos. Mas este é, para a revista Foreign Policy, o preço que o Irã paga pela vitória.
Até agora, o maior vencedor da guerra no Iraque é a República Islâmica do Irã, muito ao contrário do que pretendiam os Estados Unidos. Além de eliminar Saddam, um inimigo histórico com quem o Irã travou uma guerra de oito anos, a ascensão política dos xiitas no Iraque fortalece o Irã.
Em teoria, o novo Iraque laico e democrático seria um modelo para o Oriente Médio e uma ameaça à teocracia iraniana. Ao provocar apenas caos e anarquia, a invasão do Iraque aumentou o medo e o receio de mudanças nos demais povos do Oriente Médio. O fim do baathismo eliminou um inimigo do Irã, primeiro país a reconhecer o novo governo e a estimular o povo iraquiano a participar das eleições convocadas pelos EUA.
Com o vácuo político criado pelo colapso do regime de Saddam, os iranianos rapidamente estabeleceram relações econômicas, religiosas e culturais com a região Sul do Iraque, onde a maioria é xiita. A guerra, nota a revista, transformou a maior parte do Iraque numa zona de influência do Irã e de seu aparato político, cultural e religioso.
Além disso, o Irã está desenvolvendo um programa nuclear que em breve poderá fabricar armas atômicas, o que será muito difícil de impedir, segundo documento reservado da União Européia (UE). Até 2002, a política dos EUA em relação ao Irã era de fomentar a mudança de regime.
Ao invadir o Iraque, os EUA deram uma trégua e uma força ao regime dos aiatolás. Com os xiitas do Iraque, formam hoje um Crescente Xiita com tentáculos até o Hesbolá (Partido de Deus) no Líbano e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Palestina.
Hoje uma das maiores preocupações americanas é conter a influência regional do Irã. Os países árabes de maioria sunita apóiam os americanos. Mas este é, para a revista Foreign Policy, o preço que o Irã paga pela vitória.
Muktada é o homem mais poderoso do Iraque
Foi seu nome que os algozes gritaram para torturar Saddam Hussein psicologicamente na hora de sua morte: "Muktada! Muktada!"
Há quatro anos, quando os EUA invadiram o Iraque, quase ninguém conhecia o jovem aiatolá Muktada al-Sader, que, mesmo sendo inimigo de Saddam, responsável pela morte de seu pai, sempre rejeitou a intervenção americana.
Líder da principal milícia xiita do Iraque, o Exército Mehdi, de 60 mil homens, Muktada controla uma bancada de deputados na Assembléia Nacional maior do que qualquer partido isolado. Para a revista Foreign Policy, Muktada é hoje o homem mais poderoso do Iraque e o segundo maior vencedor com a ocupação americana.
A partir de 2003, e sobretudo de 2004, ele conquistou prestígio com a desilusão do povo iraquiano com a invasão e a violência da insurgência sunita.
Em agosto de 2004, seus homens ocuparam a mesquita do imã Ali, fundador do xiismo, durante semanas. O grão-aiatolá Ali al-Sistani e outros clérigos xiitas negociaram para que Muktada não fosse detido sob acusação de assassinato.
Agora, quando começou a operação para tentar controlar a segurança em Bagdá, correram boatos de que Muktada teria mandado sua turma baixar a bola e se refugiado no Irã. Foreign Polícy o considera mais poderoso do que os aiatolás que o livraram há dois anos e meio.
Há quatro anos, quando os EUA invadiram o Iraque, quase ninguém conhecia o jovem aiatolá Muktada al-Sader, que, mesmo sendo inimigo de Saddam, responsável pela morte de seu pai, sempre rejeitou a intervenção americana.
Líder da principal milícia xiita do Iraque, o Exército Mehdi, de 60 mil homens, Muktada controla uma bancada de deputados na Assembléia Nacional maior do que qualquer partido isolado. Para a revista Foreign Policy, Muktada é hoje o homem mais poderoso do Iraque e o segundo maior vencedor com a ocupação americana.
A partir de 2003, e sobretudo de 2004, ele conquistou prestígio com a desilusão do povo iraquiano com a invasão e a violência da insurgência sunita.
Em agosto de 2004, seus homens ocuparam a mesquita do imã Ali, fundador do xiismo, durante semanas. O grão-aiatolá Ali al-Sistani e outros clérigos xiitas negociaram para que Muktada não fosse detido sob acusação de assassinato.
Agora, quando começou a operação para tentar controlar a segurança em Bagdá, correram boatos de que Muktada teria mandado sua turma baixar a bola e se refugiado no Irã. Foreign Polícy o considera mais poderoso do que os aiatolás que o livraram há dois anos e meio.
Al Caeda renasceu na areia da Mesopotâmia
Em novembro de 2001, depois da queda do regime dos Talebã no Afeganistão, a rede terrorista liderada por Ossama ben Laden estava derrotada, acuada e em fuga; 80% de seus militantes foram presos ou mortos. Uma ofensiva global antiterrorista desarticulou suas células do Marrocos à Malásia. Durante três anos, sua liderança lutou para sobreviver na fronteira incerta entre o Afeganistão e o Paquistão.
A desastrada invasão do Iraque ressuscitou o grupo terrorista responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001. O caos provocado pelos EUA no Iraque permitiu recrutar uma nova geração de jihadistas, ocupar grandes áreas – Al Caeda proclamou uma república islâmica na província de Anbar – e criar centros de treinamento de terroristas. Na análise da revista Foreign Policy, Al Caeda é o terceiro maior ganhador com a invasão do Iraque.
As técnicas desenvolvidas no Iraque, sobretudo o terrorismo suicida, começam a ser usadas no Afeganistão, onde se espera uma ofensiva dos Talebã na primavera no Hemisfério Norte, e devem ser levadas para outras ‘jihads’, na Caxemira, na Chechênia, na Somália.
Antes, não havia terrorismo suicida no Iraque e no Afeganistão. Com a revolta dos muçulmanos pela invasão do Iraque, houve atentados em Madri e Londres por causa de governos aliados dos EUA.
Al Caeda está ativa no Iraque, no Afeganistão, na Europa e se infiltra rapidamente no Norte da África, ampliando, como prega seu subcomandante, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, as frentes de batalha na sua “guerra santa” contra o Ocidente.
Os jihadistas estão se tornando mais letais. Acabam de introduzir no Iraque a arma química suja, com uma descarga de cloro associada a uma explosão convencional, no primeiro uso de armas químicas nesta guerra, embora elas tenham servido de pretexto para a invasão americana.
A ditadura de Saddam Hussein esmagou o fundamentalismo no Iraque. Não tinha qualquer aliança com Al Caeda, como foi alegado pelo governo Bush para justificar a guerra. Hoje, a insurgência sunita, constituída principalmente pelos antigos partidários de Saddam Hussein deserdados com a desbaathificação do Iraque, luta ao lado dos jihadistas da Caeda contra os americanos e a nova ordem que consideram dominada pelos xiitas.
Se os EUA se retirarem do Iraque como a União Soviética fez no Afeganistão, provavelmente haverá uma longa guerra civil capaz de envolver outros países do Oriente Médio, ao colocar sunitas contra xiitas. No vácuo de um Estado em colapso, haveria ainda mais espaço para os terroristas instalarem suas bases. Como no Afeganistão, uma nova geração de jihadistas está sendo temperada a ferro e fogo no Iraque. Logo, estará de volta a seus países de origem, espalhando a centelha revolucionária.
A desastrada invasão do Iraque ressuscitou o grupo terrorista responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001. O caos provocado pelos EUA no Iraque permitiu recrutar uma nova geração de jihadistas, ocupar grandes áreas – Al Caeda proclamou uma república islâmica na província de Anbar – e criar centros de treinamento de terroristas. Na análise da revista Foreign Policy, Al Caeda é o terceiro maior ganhador com a invasão do Iraque.
As técnicas desenvolvidas no Iraque, sobretudo o terrorismo suicida, começam a ser usadas no Afeganistão, onde se espera uma ofensiva dos Talebã na primavera no Hemisfério Norte, e devem ser levadas para outras ‘jihads’, na Caxemira, na Chechênia, na Somália.
Antes, não havia terrorismo suicida no Iraque e no Afeganistão. Com a revolta dos muçulmanos pela invasão do Iraque, houve atentados em Madri e Londres por causa de governos aliados dos EUA.
Al Caeda está ativa no Iraque, no Afeganistão, na Europa e se infiltra rapidamente no Norte da África, ampliando, como prega seu subcomandante, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, as frentes de batalha na sua “guerra santa” contra o Ocidente.
Os jihadistas estão se tornando mais letais. Acabam de introduzir no Iraque a arma química suja, com uma descarga de cloro associada a uma explosão convencional, no primeiro uso de armas químicas nesta guerra, embora elas tenham servido de pretexto para a invasão americana.
A ditadura de Saddam Hussein esmagou o fundamentalismo no Iraque. Não tinha qualquer aliança com Al Caeda, como foi alegado pelo governo Bush para justificar a guerra. Hoje, a insurgência sunita, constituída principalmente pelos antigos partidários de Saddam Hussein deserdados com a desbaathificação do Iraque, luta ao lado dos jihadistas da Caeda contra os americanos e a nova ordem que consideram dominada pelos xiitas.
Se os EUA se retirarem do Iraque como a União Soviética fez no Afeganistão, provavelmente haverá uma longa guerra civil capaz de envolver outros países do Oriente Médio, ao colocar sunitas contra xiitas. No vácuo de um Estado em colapso, haveria ainda mais espaço para os terroristas instalarem suas bases. Como no Afeganistão, uma nova geração de jihadistas está sendo temperada a ferro e fogo no Iraque. Logo, estará de volta a seus países de origem, espalhando a centelha revolucionária.
Ocupação reforça tese do choque de civilizações
A incapacidade americana de criar uma democracia no Iraque reforçou a tese de Samuel Huntington, apresentada em 1993 para explicar, entre outros conflitos, a guerra na república iugoslava da Bósnia-Herzegovina. Huntington é o quarto colocado na lista de ganhadores da guerra da revista Foreign Policy.
Os terroristas fundamentalistas muçulmanos ou jihadistas adoram a tese de Samuel Huntington, um veterano linha-dura do tempo da Guerra Fria. Aqui está minha maior discordância com a revista. Os neoconservadores que assessoravam Bush, como o ex-subsecretário da Defesa Paul Wolfowitz, apostaram que o Iraque poderia ser democratizado, como a Alemanha e o Japão depois de 1945, mas eclodiram diversos conflitos tribais, étnicos e religiosos, por isso Huntington tinha razão e Wolfowitz estava errado, argumenta Foreign Policy.
É uma visão um tanto simplista. A invasão destruiu o Estado, a Polícia e as Forças Armadas do Iraque, deixando um vácuo onde a insurgência se instalou. Qualquer cientista político ou especialista em relações internacionais sabe que o colapso do Estado provoca anarquia, e que anarquia é pior do que ditadura, é a guerra de todos contra todos.
Certamente o Iraque não estava preparado para a democracia mas ela não pode ser imposta a ferro e fogo.
Huntington previu que “os conflitos entre países cristãos e muçulmanos, que têm séculos, não devem declinar. Devem se tornar mais violentos”. Disse que “a democracia ocidental, no mundo árabe, favorece as forças anti-ocidentais”.
Mas não há guerras entre países cristãos e muçulmanos, a não ser em regiões periféricas como a invasão da Somália pela Etiópia cristã para combater, com o apoio dos EUA, a União dos Tribunais Islâmicos, que tomara o poder em Mogadíscio, capital somaliana, em junho do ano passado. Os conflitos hoje são guerras assimétricas entre um país e grupos armados irregulares.
A questão é se o fundamentalismo é um conflito de civilizações ou uma guerra civil dentro do Islã sobre qual é a verdadeira interpretação do Corão, se o islamismo é uma religião de paz ou uma religião guerreira, onde converter os infiéis é uma obrigação.
Para mim, o jihadismo é uma guerra civil interna do Islã que transborda para outras culturas porque há muçulmanos espalhados por todo o mundo. É uma reação patológica diante dos conflitos da modernidade, uma proposta política populista, que manipula a religião por motivos políticos.
Quando os militantes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) entram em conflito com o pessoal da Fatah, do presidente palestino, Mahmoud Abbas, não estão discutindo questões religiosas. Estão disputando o poder.
Foreign Policy conclui que as civilizações estão em choque. Mas uma pesquisa recente da rede de rádio, TV e internet pública britânica BBC indica que a maioria dos muçulmanos acredita que os conflitos com o Ocidente são políticos e econômicos, e não culturais ou religiosos.
A tese do choque de civilizações é simplista, ignora a complexidade e a interpenetração das culturas na era da globalização. O verdadeiro choque de civilizações houve quando os europeus conquistaram a América, a África e parte da Ásia.
Os terroristas fundamentalistas muçulmanos ou jihadistas adoram a tese de Samuel Huntington, um veterano linha-dura do tempo da Guerra Fria. Aqui está minha maior discordância com a revista. Os neoconservadores que assessoravam Bush, como o ex-subsecretário da Defesa Paul Wolfowitz, apostaram que o Iraque poderia ser democratizado, como a Alemanha e o Japão depois de 1945, mas eclodiram diversos conflitos tribais, étnicos e religiosos, por isso Huntington tinha razão e Wolfowitz estava errado, argumenta Foreign Policy.
É uma visão um tanto simplista. A invasão destruiu o Estado, a Polícia e as Forças Armadas do Iraque, deixando um vácuo onde a insurgência se instalou. Qualquer cientista político ou especialista em relações internacionais sabe que o colapso do Estado provoca anarquia, e que anarquia é pior do que ditadura, é a guerra de todos contra todos.
Certamente o Iraque não estava preparado para a democracia mas ela não pode ser imposta a ferro e fogo.
Huntington previu que “os conflitos entre países cristãos e muçulmanos, que têm séculos, não devem declinar. Devem se tornar mais violentos”. Disse que “a democracia ocidental, no mundo árabe, favorece as forças anti-ocidentais”.
Mas não há guerras entre países cristãos e muçulmanos, a não ser em regiões periféricas como a invasão da Somália pela Etiópia cristã para combater, com o apoio dos EUA, a União dos Tribunais Islâmicos, que tomara o poder em Mogadíscio, capital somaliana, em junho do ano passado. Os conflitos hoje são guerras assimétricas entre um país e grupos armados irregulares.
A questão é se o fundamentalismo é um conflito de civilizações ou uma guerra civil dentro do Islã sobre qual é a verdadeira interpretação do Corão, se o islamismo é uma religião de paz ou uma religião guerreira, onde converter os infiéis é uma obrigação.
Para mim, o jihadismo é uma guerra civil interna do Islã que transborda para outras culturas porque há muçulmanos espalhados por todo o mundo. É uma reação patológica diante dos conflitos da modernidade, uma proposta política populista, que manipula a religião por motivos políticos.
Quando os militantes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) entram em conflito com o pessoal da Fatah, do presidente palestino, Mahmoud Abbas, não estão discutindo questões religiosas. Estão disputando o poder.
Foreign Policy conclui que as civilizações estão em choque. Mas uma pesquisa recente da rede de rádio, TV e internet pública britânica BBC indica que a maioria dos muçulmanos acredita que os conflitos com o Ocidente são políticos e econômicos, e não culturais ou religiosos.
A tese do choque de civilizações é simplista, ignora a complexidade e a interpenetração das culturas na era da globalização. O verdadeiro choque de civilizações houve quando os europeus conquistaram a América, a África e parte da Ásia.
Enfraquecimento dos EUA fortalece a China
Ao enfraquecer os Estados Unidos, a guerra no Iraque fortaleceu a superpotência emergente. Para os editores de Foreign Policy, a China é a quinta maior vencedora no Iraque.
Se a demonstração de força dos americanos tivesse sucesso, os chineses ficariam intimidados.
Diante do fracasso e da erosão do poder diplomático, do poder suave dos EUA no mundo, a China procura se apresentar como um parceiro responsável da comunidade internacional. Acaba de negociar o acordo para desligar uma usina nuclear da Coréia do Norte, primeiro passo para desarmar o programar nuclear norte-coreano. E se os EUA não conseguem lutar duas guerras ao mesmo tempo, no Iraque e no Afeganistão, contra países subdesenvolvidos, não terão como enfrentar a China, se o regime comunista de Beijim cumprir a eterna ameaça de invadir Taiwan, caso a ilha rebelde declare independência.
Os EUA têm o compromisso histórico de defender Taiwan de um ataque chinês. Mas com suas Forças Armadas no limite, presos no atoleiro no Iraque, os EUA não estão em condições de enfrentar a China.
Como a grande preocupação da China é manter a estabilidade que garante seu extraordinário crescimento econômico de 10% ao ano e boas relações com um parceiro que lhe deu um saldo de US$ 232,5 bilhões em 2006, a China não tem interesse em invadir Taiwan. Mas o fiasco no Iraque desestimula novas aventuras militares americanas.
Uma coisa é bombardear o Irã para destruir meia dúzia de centrais nucleares ou até todo o sistema de defesa antiaéreo da república islâmica; outra, muito diferente, é enfrentar a China, que aumenta seu status a cada dia no sistema internacional.
Se a demonstração de força dos americanos tivesse sucesso, os chineses ficariam intimidados.
Diante do fracasso e da erosão do poder diplomático, do poder suave dos EUA no mundo, a China procura se apresentar como um parceiro responsável da comunidade internacional. Acaba de negociar o acordo para desligar uma usina nuclear da Coréia do Norte, primeiro passo para desarmar o programar nuclear norte-coreano. E se os EUA não conseguem lutar duas guerras ao mesmo tempo, no Iraque e no Afeganistão, contra países subdesenvolvidos, não terão como enfrentar a China, se o regime comunista de Beijim cumprir a eterna ameaça de invadir Taiwan, caso a ilha rebelde declare independência.
Os EUA têm o compromisso histórico de defender Taiwan de um ataque chinês. Mas com suas Forças Armadas no limite, presos no atoleiro no Iraque, os EUA não estão em condições de enfrentar a China.
Como a grande preocupação da China é manter a estabilidade que garante seu extraordinário crescimento econômico de 10% ao ano e boas relações com um parceiro que lhe deu um saldo de US$ 232,5 bilhões em 2006, a China não tem interesse em invadir Taiwan. Mas o fiasco no Iraque desestimula novas aventuras militares americanas.
Uma coisa é bombardear o Irã para destruir meia dúzia de centrais nucleares ou até todo o sistema de defesa antiaéreo da república islâmica; outra, muito diferente, é enfrentar a China, que aumenta seu status a cada dia no sistema internacional.
Ditadores árabes abandonam reformas políticas
Com o fracasso da invasão do Iraque, morre também o ímpeto reformista e a política de “mudança de regime” preconizada pela Doutrina Bush para o Oriente Médio depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos. Na opinião da revista Foreign Policy, os ditadores árabes ficam em sexto lugar entre os dois maiores ganhadores da guerra no Iraque.
Os americanos chegaram a pressionar seus maiores aliados na região, a Arábia Saudita e o Egito, a democratizarem seus sistemas políticos como forma de reduzir a sedução do terrorismo dos jihadistas sobre os jovens árabes. Sauditas e egípcios formam o núcleo da rede terrorista Al Caeda e do grupo que atacou Nova Iorque e o Pentágono.
A família real da Arábia Saudita selou uma aliança com os EUA nos anos 30, trocando petróleo por segurança. É um dos principais alvos da rede Al Caeda, liderada pelo saudita Ossama ben Laden, que considera a Dinastia Saud corrupta por vender petróleo barato aos americanos e por chamar infiéis para defender o país, terra das cidades sagradas de Meca e Medina. Ben Laden desafia a posição da família real saudita como guardiã dos lugares sagrados.
O Egito pertencia ao bloco soviético desde a revolução que derrubou a monarquia, em 1952, sob a liderança de Gamal Abdel Nasser. Mudou de lado com a decisão de Anuar Sadat, sucessor de Nasser, de se aproximar dos EUA em 1977 e de fazer a paz com Israel para recuperar a Península do Sinai, ocupada na guerra de 1967.
Durante a Guerra Fria, a política do Ocidente para o Oriente Médio era apoiar ditadores. Democracia poderia significar a eleição de governos hostis ao Ocidente, como diz Samuel Huntington, defensor da tese do conflitos de civilizações, mas nesse ponto ele tem razão.
Com o fracasso da democratização a ferro e fogo, a política americana para o Oriente Médio volta aos tempos da Guerra Fria. Mas as massas árabes estão inflamadas e o risco de uma guerra civil entre sunitas e xiitas no Iraque preocupa os autocratas do Cairo e de Riad.
A invasão americana promoveu uma desestabilização geral do Oriente Médio, deixando seus aliados em situação mais frágil. Onde houver democratização, as grandes opções políticas são duas: o nacionalismo árabe e o internacionalismo muçulmano dos fundamentalistas - ambas anti-ocidentais.
Mais fracos, os ditadores ficam mais dependentes de Washington e são aliados em opções não-militares para conter o Irã.
Os americanos chegaram a pressionar seus maiores aliados na região, a Arábia Saudita e o Egito, a democratizarem seus sistemas políticos como forma de reduzir a sedução do terrorismo dos jihadistas sobre os jovens árabes. Sauditas e egípcios formam o núcleo da rede terrorista Al Caeda e do grupo que atacou Nova Iorque e o Pentágono.
A família real da Arábia Saudita selou uma aliança com os EUA nos anos 30, trocando petróleo por segurança. É um dos principais alvos da rede Al Caeda, liderada pelo saudita Ossama ben Laden, que considera a Dinastia Saud corrupta por vender petróleo barato aos americanos e por chamar infiéis para defender o país, terra das cidades sagradas de Meca e Medina. Ben Laden desafia a posição da família real saudita como guardiã dos lugares sagrados.
O Egito pertencia ao bloco soviético desde a revolução que derrubou a monarquia, em 1952, sob a liderança de Gamal Abdel Nasser. Mudou de lado com a decisão de Anuar Sadat, sucessor de Nasser, de se aproximar dos EUA em 1977 e de fazer a paz com Israel para recuperar a Península do Sinai, ocupada na guerra de 1967.
Durante a Guerra Fria, a política do Ocidente para o Oriente Médio era apoiar ditadores. Democracia poderia significar a eleição de governos hostis ao Ocidente, como diz Samuel Huntington, defensor da tese do conflitos de civilizações, mas nesse ponto ele tem razão.
Com o fracasso da democratização a ferro e fogo, a política americana para o Oriente Médio volta aos tempos da Guerra Fria. Mas as massas árabes estão inflamadas e o risco de uma guerra civil entre sunitas e xiitas no Iraque preocupa os autocratas do Cairo e de Riad.
A invasão americana promoveu uma desestabilização geral do Oriente Médio, deixando seus aliados em situação mais frágil. Onde houver democratização, as grandes opções políticas são duas: o nacionalismo árabe e o internacionalismo muçulmano dos fundamentalistas - ambas anti-ocidentais.
Mais fracos, os ditadores ficam mais dependentes de Washington e são aliados em opções não-militares para conter o Irã.
Preço do petróleo dobra com invasão do Iraque
Os editores de Foreign Policy escolheram o preço do petróleo como sétimo ganhador com a guerra no Iraque.
Em 1998, por causa da crise da Ásia, o preço do petróleo caiu a cerca de US$ 10 dólares o barril. Foi o ano da primeira vitória eleitoral de Hugo Chávez, na Venezuela.
Antes da invasão do Iraque, o barril estava em torno de US$ 30.
No ano passado, chegou a US$ 78, caiu mas agora voltou a se estabilizar em torno de US$ 60, por causa de conflitos em diversos países produtores, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Rússia, Nigéria, Sudão, e do aumento da demanda provocado pelo crescimento acelerado da Ásia, especialmente da China e da Índia.
Durante anos, os países exportadores receberão uma chuva de petrodólares. A esses preços, novas áreas de exploração passarão a ser economicamente viáveis.
Um possível bombardeio dos EUA ao Irã provocaria uma forte alta, já que o Irã ameaça retaliar fechando o Estreito de Ormuz, saída do Golfo Pérsico, por onde passam 70% do petróleo exportado no mundo. O preço do barril poderia bater em US$ 100.
Em 1998, por causa da crise da Ásia, o preço do petróleo caiu a cerca de US$ 10 dólares o barril. Foi o ano da primeira vitória eleitoral de Hugo Chávez, na Venezuela.
Antes da invasão do Iraque, o barril estava em torno de US$ 30.
No ano passado, chegou a US$ 78, caiu mas agora voltou a se estabilizar em torno de US$ 60, por causa de conflitos em diversos países produtores, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Rússia, Nigéria, Sudão, e do aumento da demanda provocado pelo crescimento acelerado da Ásia, especialmente da China e da Índia.
Durante anos, os países exportadores receberão uma chuva de petrodólares. A esses preços, novas áreas de exploração passarão a ser economicamente viáveis.
Um possível bombardeio dos EUA ao Irã provocaria uma forte alta, já que o Irã ameaça retaliar fechando o Estreito de Ormuz, saída do Golfo Pérsico, por onde passam 70% do petróleo exportado no mundo. O preço do barril poderia bater em US$ 100.
ONU é indispensável à paz e reconstrução
Quando o presidente George Walker Bush preparava a guerra no Iraque, em 2002, ao discursar na abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas, advertiu que a instituição corria o risco de se tornar irrelevante se não fosse capaz de enfrentar os desafios de segurança do século 21 como as armas de destruição em massa. Na época, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o teria alertado que logo ele poderia precisar da ONU.
Na opinião de Foreign Policy, o oitavo vencedor na Guerra do Iraque foi a Organização das Nações Unidas.
“As ilusões de um poder invencível pereceram na areia da Mesopotâmia”, diz a revista. Os EUA, como superpotência com interesses globais, não podem se desengajar do mundo.
A ONU é a única instituição que dá legitimidade ao uso da força nas relações internacionais. Se não tem sido capaz de evitar a guerra, porque o poder de fato está nas mãos dos países-membros, especialmente os mais poderosos, é indispensável na construção da paz.
Na opinião de Foreign Policy, o oitavo vencedor na Guerra do Iraque foi a Organização das Nações Unidas.
“As ilusões de um poder invencível pereceram na areia da Mesopotâmia”, diz a revista. Os EUA, como superpotência com interesses globais, não podem se desengajar do mundo.
A ONU é a única instituição que dá legitimidade ao uso da força nas relações internacionais. Se não tem sido capaz de evitar a guerra, porque o poder de fato está nas mãos dos países-membros, especialmente os mais poderosos, é indispensável na construção da paz.
Velha Europa vence Batalha de Bagdá
Em uma tentativa de menosprezar a oposição da Alemanha e da França à invasão do Iraque, o então secretário da Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, chamou-os de “velha Europa”. A “nova Europa”, formada pelos antigos países comunistas da Europa Oriental, estaria com os EUA.
Mas acima de tudo, os povos da Europa estavam contra a guerra. Para a revista Foreign Policy, o nono ganhador no Iraque foi a Velha Europa.
O apoio ao presidente George Walker Bush derrubou governos em Portugal, na Espanha e na Itália, além de ferir mortalmente seu maior aliado, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Ele acaba de anunciar o início da retirada britânica, na contramão do reforço das tropas americanas pedido por Bush, e vai deixar o cargo nos próximos meses, com a glória por ter levado o Partido Trabalhista a três vitórias eleitorais consecutivas, algo inédito para os trabalhistas, empanado pelo apoio incondicional a Bush.
A Velha Europa ganhou a Batalha de Bagdá, mas tem um problema, assinala a revista. Outra vez se mostra impotente para encontrar uma solução diplomática para a crise em torno do desenvolvimento da bomba atômica pelo Irã.
Mas acima de tudo, os povos da Europa estavam contra a guerra. Para a revista Foreign Policy, o nono ganhador no Iraque foi a Velha Europa.
O apoio ao presidente George Walker Bush derrubou governos em Portugal, na Espanha e na Itália, além de ferir mortalmente seu maior aliado, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Ele acaba de anunciar o início da retirada britânica, na contramão do reforço das tropas americanas pedido por Bush, e vai deixar o cargo nos próximos meses, com a glória por ter levado o Partido Trabalhista a três vitórias eleitorais consecutivas, algo inédito para os trabalhistas, empanado pelo apoio incondicional a Bush.
A Velha Europa ganhou a Batalha de Bagdá, mas tem um problema, assinala a revista. Outra vez se mostra impotente para encontrar uma solução diplomática para a crise em torno do desenvolvimento da bomba atômica pelo Irã.
Israel livrou-se de dois grandes inimigos
A guerra no Iraque eliminou um importante inimigo do Estado judaico, Saddam Hussein, e neutralizou outro, o coronel Muamar Kadafi, da Líbia, que preferiu abrir mão de seus programas de armas de destruição em massa (químicas, biológicas e nucleares) em troca do pleno restabelecimento de relações com o Ocidente. Para os editores de Foreign Policy, o décimo vencedor da guerra no Iraque foi Israel.
Saddam pagava US$ 25 mil para cada família de terrorista suicida palestino. Sem a invasão, Saddam poderia ter reequipado suas Forças Armadas porque o embargo ao petróleo iraquiano estava sendo furado. Também se reaproximara da Síria, inimiga de Israel. E os serviços secretos israelenses estavam certos de que Kadafi poderia, em breve, dispor de um pequeno arsenal nuclear.
Claro que os riscos para a segurança de Israel não diminuíram. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fala em “varrer Israel do mapa” enquanto seu país avança no desenvolvimento de armas nucleares, embora quem mande mesmo seja o líder espiritual Ali Khamenei. E o clima de tensão e antiamericanismo em todo o Oriente Médio não ajudam Israel.
Por outro lado, a gravidade da situação evidencia a necessidade de resolver os principais conflitos, no Líbano, na Palestina e no Iraque. Como a questão israelo-palestina está no centro da sensação de impotência e injustiça histórica que estimula o terrorismo dos jihadistas, a crise cria uma oportunidade importante para resolver o problema, com a criação de um Estado palestino independente.
Saddam pagava US$ 25 mil para cada família de terrorista suicida palestino. Sem a invasão, Saddam poderia ter reequipado suas Forças Armadas porque o embargo ao petróleo iraquiano estava sendo furado. Também se reaproximara da Síria, inimiga de Israel. E os serviços secretos israelenses estavam certos de que Kadafi poderia, em breve, dispor de um pequeno arsenal nuclear.
Claro que os riscos para a segurança de Israel não diminuíram. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fala em “varrer Israel do mapa” enquanto seu país avança no desenvolvimento de armas nucleares, embora quem mande mesmo seja o líder espiritual Ali Khamenei. E o clima de tensão e antiamericanismo em todo o Oriente Médio não ajudam Israel.
Por outro lado, a gravidade da situação evidencia a necessidade de resolver os principais conflitos, no Líbano, na Palestina e no Iraque. Como a questão israelo-palestina está no centro da sensação de impotência e injustiça histórica que estimula o terrorismo dos jihadistas, a crise cria uma oportunidade importante para resolver o problema, com a criação de um Estado palestino independente.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
Cheney pressiona Paquistão em visita-surpresa
O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, fez uma visita-surpresa ao Paquistão hoje para pressionar o presidente Pervez Musharraf para que seu país aja com mais dureza contra o grupo terrorista Al Caeda na região do Waziristão.
Desde um acordo do governo paquistanês com chefes tribais locais, Al Caeda e a milícia dos Talebã agem livremente na região, que serve de base para ataques no Afeganistão. A milícia dos Talebã, que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, foi criada com o apoio dos serviços secretos do Paquistão.
Depois dos atentados de 11 de setembro, os EUA pressionaram o Paquistão, país-chave para o sucesso da guerra no Afeganistão. O governo de Islamabad cooperou parcialmente. Há setores internos que apóiam ideologicamente o fundamentalismo. Cheney foi lá tentar enquadrar o Exército do Paquistão, tradicional aliado dos EUA.
Desde um acordo do governo paquistanês com chefes tribais locais, Al Caeda e a milícia dos Talebã agem livremente na região, que serve de base para ataques no Afeganistão. A milícia dos Talebã, que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, foi criada com o apoio dos serviços secretos do Paquistão.
Depois dos atentados de 11 de setembro, os EUA pressionaram o Paquistão, país-chave para o sucesso da guerra no Afeganistão. O governo de Islamabad cooperou parcialmente. Há setores internos que apóiam ideologicamente o fundamentalismo. Cheney foi lá tentar enquadrar o Exército do Paquistão, tradicional aliado dos EUA.
Lula quer impedir acordo comercial EUA-Uruguai
Uma semana antes da visita do presidente George Walker Bush a Montevidéu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje ao Uruguai numa tentativa de revitalizar o Mercosul e evitar que o país vizinho inicie negociações de livre comércio com os Estados Unidos, o que contraria as regras internas do bloco regional.
Lula foi armado de propostas de investimentos da Petrobrás, financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e concessões para produtos uruguaios. O BNDES poderia flexibilizar suas regras para financiar empresas do Uruguai e a Petrobrás poderia investir numa usina termoelétrica e linhas de transmissão.
Com seu crescimento medíocre, o Brasil não consegue impulsionar a expansão econômica da América do Sul. Isto daria legitimidade a seu projeto de integração regional. Dados da Comissão Econômica para a América Latina indicam que a região cresceu em médio 4,5% em 2006, em contraste com 8,7% das economias asiáticas.
Lula foi armado de propostas de investimentos da Petrobrás, financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e concessões para produtos uruguaios. O BNDES poderia flexibilizar suas regras para financiar empresas do Uruguai e a Petrobrás poderia investir numa usina termoelétrica e linhas de transmissão.
Com seu crescimento medíocre, o Brasil não consegue impulsionar a expansão econômica da América do Sul. Isto daria legitimidade a seu projeto de integração regional. Dados da Comissão Econômica para a América Latina indicam que a região cresceu em médio 4,5% em 2006, em contraste com 8,7% das economias asiáticas.
Chávez ataca Organizações Globo
O presidente Hugo Chávez afirmou ontem que "há liberdade de imprensa em excesso" na Venezuela e acusou os donos das Organizações Globo de serem da "extrema direita mais rançosa", de estarem "agredindo a verdade" há anos e de "sabotarem a integração com o Brasil".
Segundo o jornal argentino La Nación, Chávez reagiu duramente quando questionado pelo correspondente Pablo López, do portal de notícias G1, sobre uma multa imposta a um jornal de humor que publicou uma carta falsa atribuída à filha do caudilho venezuelano pedindo mais tolerância com a oposição e o anúncio da cassação da concessão da Radio Caracas Televisión (RCTV): "És audaz por estares emitindo opiniões descontextualizadas, já te erigindo como um juiz", vociferou.
"Vens aqui com uma tarefa; te pagam para que digas coisas de interesse da oligarquia brasileira e do império norte-americano". E arrematou: "Tristemente podes terminar sendo apenas um cachorrinho do império".
Chávez defendeu a decisão de cassar a RCTV como uma questão de soberania nacional: "Estás te metendo em algo que é sagrado: a soberania deste país".
Segundo o jornal argentino La Nación, Chávez reagiu duramente quando questionado pelo correspondente Pablo López, do portal de notícias G1, sobre uma multa imposta a um jornal de humor que publicou uma carta falsa atribuída à filha do caudilho venezuelano pedindo mais tolerância com a oposição e o anúncio da cassação da concessão da Radio Caracas Televisión (RCTV): "És audaz por estares emitindo opiniões descontextualizadas, já te erigindo como um juiz", vociferou.
"Vens aqui com uma tarefa; te pagam para que digas coisas de interesse da oligarquia brasileira e do império norte-americano". E arrematou: "Tristemente podes terminar sendo apenas um cachorrinho do império".
Chávez defendeu a decisão de cassar a RCTV como uma questão de soberania nacional: "Estás te metendo em algo que é sagrado: a soberania deste país".
Corte de Haia isenta Sérvia de genocídio
A Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda, isentou hoje a Sérvia de genocídio pelo massacre de 8 mil bósnios em Srebrenica, na Bósnia-Herzegovina, em julho de 1995, numa das guerras que destruíram a Iugoslávia nos anos 90. Mas responsabilizou seu governo, na época liderado por Slobodan Milosevic, e pediu a extradição dos dois principais responsáveis, o então líder da república sérvia da Bósnia, Radovan Karadzic, e seu comandante militar, general Ratko Mladic.
Essa matança numa cidade declarada "zona de segurança" pela ONU provocou a indignação internacional e ampliou a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte, o que levou às negociações de paz de Dayton, nos EUA, ainda em 1995.
O caso fora iniciado pela Bósnia-Herzegovina sob o argumento de que o governo sérvio incitou o ódio entre os povos, armou os sérvios e teve ativa participação na guerra. A Sérvia sempre alegou que o conflito era uma guerra civil interna na Bósnia.
Na sentença, a juíza britânica Rosalyn Higgins, presidente do tribunal internacional, declarou: "A Corte considera que os atos de genocídio em Srebrenica não podem ser atribuídos aos órgãos do Estado acusado". Acrescenta que os líderes sérvios fracassaram ao não cumprir leis internacionais para evitar o massacre e punir os responsáveis. Mas rejeita o pedido da Bósnia de indenização.
Essa matança numa cidade declarada "zona de segurança" pela ONU provocou a indignação internacional e ampliou a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte, o que levou às negociações de paz de Dayton, nos EUA, ainda em 1995.
O caso fora iniciado pela Bósnia-Herzegovina sob o argumento de que o governo sérvio incitou o ódio entre os povos, armou os sérvios e teve ativa participação na guerra. A Sérvia sempre alegou que o conflito era uma guerra civil interna na Bósnia.
Na sentença, a juíza britânica Rosalyn Higgins, presidente do tribunal internacional, declarou: "A Corte considera que os atos de genocídio em Srebrenica não podem ser atribuídos aos órgãos do Estado acusado". Acrescenta que os líderes sérvios fracassaram ao não cumprir leis internacionais para evitar o massacre e punir os responsáveis. Mas rejeita o pedido da Bósnia de indenização.
Al Gore ganha Oscar de melhor documentário
O filme Uma Verdade Inconveniente, sobre o aquecimento global, do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore jr. (1993-2001), acaba de receber o Oscar de melhor documentário pela Academia de Artes e Ciência do Cinema dos EUA.
Gore perdeu a eleição para o atual presidente, George Walker Bush, numa decisão da Suprema Corte sobre a validade de votos na Flórida. Esse estado decidiu a eleição pelo Colégio Eleitoral (o ganhador de um estado leva todos os votos daquele estado), embora o então vice-presidente tenha obtido mais votos nas urnas do que Bush.
Ambientalista, Gore esteve na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, para fazer sombra ao presidente americano George Bush sr., que votou contra os acordos sobre clima e biodiversidade. Há muito tempo se dedica ao meio ambiente.
A vitória no Oscar aumenta o cacife de Gore na disputa pela Presidência dos EUA em 2008. Com a queda na popularidade de Bush, a Casa Branca não tem um candidato forte. Entre os democratas, a campanha começou com fogo pesado entre os senadores Barack Obama e Hillary Clinton. Gore não pode ser descartado.
Gore perdeu a eleição para o atual presidente, George Walker Bush, numa decisão da Suprema Corte sobre a validade de votos na Flórida. Esse estado decidiu a eleição pelo Colégio Eleitoral (o ganhador de um estado leva todos os votos daquele estado), embora o então vice-presidente tenha obtido mais votos nas urnas do que Bush.
Ambientalista, Gore esteve na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, para fazer sombra ao presidente americano George Bush sr., que votou contra os acordos sobre clima e biodiversidade. Há muito tempo se dedica ao meio ambiente.
A vitória no Oscar aumenta o cacife de Gore na disputa pela Presidência dos EUA em 2008. Com a queda na popularidade de Bush, a Casa Branca não tem um candidato forte. Entre os democratas, a campanha começou com fogo pesado entre os senadores Barack Obama e Hillary Clinton. Gore não pode ser descartado.
domingo, 25 de fevereiro de 2007
"Bush vai bombardear o Irã", diz New Yorker
O presidente George Walker Bush vai atacar militarmente o Irã, se este país não abandonar seu programa nuclear, afirmou agora há pouco na TV CNN o jornalista investigativo Seymour Hersh, que acaba de publicar mais um artigo sobre o tema na última edição da revista The New Yorker. Bush está convencido de que a república islâmica está desenvolvendo armas atômicas e não quer deixar o problema para seu sucessor, argumenta Hersh, apesar dos constantes desmentidos do governo americano.
Se houver um ataque ao Irã, Hersh acredita que os Estados Unidos assumirão a responsabilidade, não deixando a missão para Israel, que seria o alvo imediato dos mísseis nucleares iranianos e que portanto teria razões para agir por conta própria. A reportagem afirma que o governo Bush está preparando ativamente um bombardeio para tentar destruir as principais instalações nucleares do Irã, embora oficialmente fale na busca de uma solução pacífica.
O plano é ter tudo pronto para lançar um ataque em 24 horas a partir da ordem. Hersh afirma que há uma divisão interna no governo. A linha-dura, capitaneada pelo vice-presidente Dick Cheney, gostaria de bombardear o Irã ainda neste ano.
Outra denúncia importante do jornalista é que fundos secretos americanos da guerra contra o terrorismo estão sendo dados pelo governo do Líbano para grupos radicais sunitas ligadas à rede terrorista Al Caeda para que eles se juntem à luta contra a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), apoiada pelo Irã.
Se houver um ataque ao Irã, Hersh acredita que os Estados Unidos assumirão a responsabilidade, não deixando a missão para Israel, que seria o alvo imediato dos mísseis nucleares iranianos e que portanto teria razões para agir por conta própria. A reportagem afirma que o governo Bush está preparando ativamente um bombardeio para tentar destruir as principais instalações nucleares do Irã, embora oficialmente fale na busca de uma solução pacífica.
O plano é ter tudo pronto para lançar um ataque em 24 horas a partir da ordem. Hersh afirma que há uma divisão interna no governo. A linha-dura, capitaneada pelo vice-presidente Dick Cheney, gostaria de bombardear o Irã ainda neste ano.
Outra denúncia importante do jornalista é que fundos secretos americanos da guerra contra o terrorismo estão sendo dados pelo governo do Líbano para grupos radicais sunitas ligadas à rede terrorista Al Caeda para que eles se juntem à luta contra a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), apoiada pelo Irã.
Ataque a universidade mata 40 em Bagdá
Pelo menos 40 pessoas morreram e outras dezenas saíram feridas hoje de um atentado suicida na entrada da Faculdade de Economia e Administração da Universidade Mustansaria, na capital do Iraque. O terrorista tentava entrar na faculdade. Quando foi parado, explodiu a bomba. A maior parte das vítimas era estudante.
O atentado aconteceu um dia depois que o primeiro-ministro Nuri al-Maliki afirmou que a operação para controlar a segurança em Bagdá está tendo sucesso. Para o assessor de Segurança Nacional iraquiano, Mowaffak al-Rubaie, serão necessários meses para se poder fazer uma avaliação correta sobre a operação. Ela faz parte do novo plano estratégico do presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, para preparar a retirada das forças americanas que invadiram o país em 20 de março de 2003.
O atentado aconteceu um dia depois que o primeiro-ministro Nuri al-Maliki afirmou que a operação para controlar a segurança em Bagdá está tendo sucesso. Para o assessor de Segurança Nacional iraquiano, Mowaffak al-Rubaie, serão necessários meses para se poder fazer uma avaliação correta sobre a operação. Ela faz parte do novo plano estratégico do presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, para preparar a retirada das forças americanas que invadiram o país em 20 de março de 2003.
sábado, 24 de fevereiro de 2007
Supremo Tribunal do Canadá julga lei antiterror inconstitucional
O Supremo Tribunal do Canadá anulou ontem o dispositivo da lei antiterrorismo que permitia prender indefinidamente, sem acusação formal, qualquer estrangeiros suspeito de terrorismo, com base em provas secretas.
Para os ministros do Supremo canadense, a lei terrorismo é incompatível com a Carta de Direitos e Liberdade. Eles deram prazo de um ano para o governo e o parlamento mudarei a lei.
A ação que provocou a inconstitucionalidade da legislação antiterrorismo canadense foi movida por três suspeitos de pertecerem à rede terrorista Al Caeda: o argelino Mohamed Harkat, o marroquino Adil Charkaui e o sírio Hassan Almrei.
Para os ministros do Supremo canadense, a lei terrorismo é incompatível com a Carta de Direitos e Liberdade. Eles deram prazo de um ano para o governo e o parlamento mudarei a lei.
A ação que provocou a inconstitucionalidade da legislação antiterrorismo canadense foi movida por três suspeitos de pertecerem à rede terrorista Al Caeda: o argelino Mohamed Harkat, o marroquino Adil Charkaui e o sírio Hassan Almrei.
Presidente da Colômbia negociará com as FARC
Numa mudança de sua postura oficial nos últimos cinco anos, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, autorizou as famílias de reféns seqüestrados pelo grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) a negociar diretamente sua libertação. Como os rebeldes só aceitam libertar os reféns em troca de guerrilheiros presos, será necessária uma negociação direta entre o governo e a guerrilha.
"O presidente expressa a disposição do governo para um contato direto, sem intermediários, com as FARC", declarou Lucy Artunduaga de Gechen, esposa do ex-senador Jorge Eduardo Gechen Turbay, um dos reféns.
As FARC mantêm em seu poder cerca de 1,1 mil reféns, inclusive 57 políticos, inclusive Ingrid Betancourt, candidata à Presidência pelo Partido Verde, seqüestrada há cinco anos. Gostaria de trocá-los por cerca de 500 guerrilheiros presos. Mas isso exige um acordo humanitário.
Uribe está sob pressão por causa da exposição dos vínculos de seu governo com os grupos paramilitares de direita, as Autodefesa Unidas da Colômbia, então pode fazer concessões à esquerda.
Para aceitar o acordo humanitário, as FARC exigem a desmilitarização dos enormes municípios do vale do Rio Cauca (sudoeste). Uribe rejeita esta possibilidade.
"O presidente expressa a disposição do governo para um contato direto, sem intermediários, com as FARC", declarou Lucy Artunduaga de Gechen, esposa do ex-senador Jorge Eduardo Gechen Turbay, um dos reféns.
As FARC mantêm em seu poder cerca de 1,1 mil reféns, inclusive 57 políticos, inclusive Ingrid Betancourt, candidata à Presidência pelo Partido Verde, seqüestrada há cinco anos. Gostaria de trocá-los por cerca de 500 guerrilheiros presos. Mas isso exige um acordo humanitário.
Uribe está sob pressão por causa da exposição dos vínculos de seu governo com os grupos paramilitares de direita, as Autodefesa Unidas da Colômbia, então pode fazer concessões à esquerda.
Para aceitar o acordo humanitário, as FARC exigem a desmilitarização dos enormes municípios do vale do Rio Cauca (sudoeste). Uribe rejeita esta possibilidade.
Prodi será submetido a voto de confiança na Itália
O primeiro-ministro demissionário Romano Prodi deve continuar chefiando o governo da Itália. Ontem presidente Giorgio Napolitano ordenou que seu governo seja submetido a um voto de confiança do Congresso. Se os nove partidos que formam a União, de centro-esquerda, reafirmarem seu apoio a Prodi, seu governo será reconduzido ao poder.
Prodi pediu demissão na quarta-feira, depois de perder por apenas dois votos uma votação no Senado sobre a manutenção de 1,9 mil soldados italianos no Afeganistão e a ampliação da base militar americana da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Vicenza. Por causa das guerras de Bush, a aliança militar com os Estados Unidos quase derruba mais um governo.
As alternativas, para o presidente, seriam submeter o governo a um voto de confiança, pedir a Prodi que forme um novo governo ou convocar eleições antecipadas. Mas Prodi está a apenas nove meses no cargo. Com o eleitorado italiano dividido entre direita e centro-esquerda, dificilmente conseguiria formar um governo com outros partidos. Novas eleições não mudariam essa divisão de forças.
Quem está interessado na eleição é o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, homem mais rico da Itália, sempre envolvido em processos por corrupção. Aparentemente não será desta vez que terá sua próxima chance de voltar ao poder.
Na volátil política italiana, este é o 61º governo desde 1948. Reúne democratas-cristãos, comunistas ordoxos e reformistas, verdes e defensores do liberalismo econômico. É uma coalizão de nove partidos cujo grande interesse comum é manter Berlusconi afastado do poder.
Polêmico, populista e sempre acusado de corrupção, Berlusconi foi o único primeiro-ministro italiano a concluir um mandato no pós-guerra, de 2001 a 2006.
Prodi pediu demissão na quarta-feira, depois de perder por apenas dois votos uma votação no Senado sobre a manutenção de 1,9 mil soldados italianos no Afeganistão e a ampliação da base militar americana da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Vicenza. Por causa das guerras de Bush, a aliança militar com os Estados Unidos quase derruba mais um governo.
As alternativas, para o presidente, seriam submeter o governo a um voto de confiança, pedir a Prodi que forme um novo governo ou convocar eleições antecipadas. Mas Prodi está a apenas nove meses no cargo. Com o eleitorado italiano dividido entre direita e centro-esquerda, dificilmente conseguiria formar um governo com outros partidos. Novas eleições não mudariam essa divisão de forças.
Quem está interessado na eleição é o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, homem mais rico da Itália, sempre envolvido em processos por corrupção. Aparentemente não será desta vez que terá sua próxima chance de voltar ao poder.
Na volátil política italiana, este é o 61º governo desde 1948. Reúne democratas-cristãos, comunistas ordoxos e reformistas, verdes e defensores do liberalismo econômico. É uma coalizão de nove partidos cujo grande interesse comum é manter Berlusconi afastado do poder.
Polêmico, populista e sempre acusado de corrupção, Berlusconi foi o único primeiro-ministro italiano a concluir um mandato no pós-guerra, de 2001 a 2006.
Vice-presidente Cheney ameaça atacar o Irã
O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, voltou a ameaçar o Irã, advertindo que "todas as opções" estão na mesa, inclusive uma ação militar, se a república dos aiatolás continuar se negando a cumprir a exigência do Conselho de Segurança das Nações que o obriga a suspender seu programa nuclear.
Em entrevista na Austrália, ao lado do primeiro-mnistro John Howard, Cheney garantiu que o anúncio do começo da retirada britânica não cria problemas para Washington e que cabe aos australianos decidirem quando retirarão suas tropas.
Cheney, um linha-dura considerado o mais poderoso vice-presidente da História dos EUA, disse que o governo americano está "profundamente preocupado" com o Irã. Além de desenvolver armas atômicas e das ameaças a Israel de seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, a república islâmica estaria "patrocinando agressivamente" a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá.
Crítico em relação ao acordo com a Coréia do Norte, o vice de Bush, depois de ter sido um dos principais advogados da invasão do Iraque, também seria favorável à opção militar contra a Coréia do Norte e o Irã. Como as guerras de Bush abalaram profundamente a imagem dos EUA, há uma clara preferência hoje das autoridades americanas por uma solução negociada. Mas o falcão Cheney parece confiar mais no uso da força.
Em entrevista na Austrália, ao lado do primeiro-mnistro John Howard, Cheney garantiu que o anúncio do começo da retirada britânica não cria problemas para Washington e que cabe aos australianos decidirem quando retirarão suas tropas.
Cheney, um linha-dura considerado o mais poderoso vice-presidente da História dos EUA, disse que o governo americano está "profundamente preocupado" com o Irã. Além de desenvolver armas atômicas e das ameaças a Israel de seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, a república islâmica estaria "patrocinando agressivamente" a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá.
Crítico em relação ao acordo com a Coréia do Norte, o vice de Bush, depois de ter sido um dos principais advogados da invasão do Iraque, também seria favorável à opção militar contra a Coréia do Norte e o Irã. Como as guerras de Bush abalaram profundamente a imagem dos EUA, há uma clara preferência hoje das autoridades americanas por uma solução negociada. Mas o falcão Cheney parece confiar mais no uso da força.
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
Este é o século da guerrilha e do terrorismo
As guerras assimétricas entre grandes potências e forças não-convencionais devem se multiplicar, e os Exércitos Nacionais, treinados para o combate convencional, não estão preparadas para enfrentá-las, adverte o especialista francês Gérard Chaliand. Em entrevista ao jornal Le Monde, ele aponta o Iraque como modelo para os conflitos armados do século 21.
"A guerrilha e o terrorismo ocuparão um espaço cada vez maior porque são as únicas técnicas disponíveis para que os fracos resistam aos fortes", declarou Chaliand. "Estes conflitos assimétricos ou guerras irregulares enviam uma mensagem: indicam que os mais fortes podem ser derrotados. A condição, para os fracos, é estarem dispostos a pagar o preço. Nesta ótica, o Iraque e o Afeganistão são exemplos encorajadores para os insurgentes que lutam contra tropas ocidentais."
Para Chaliand, o grande erro dos Estados Unidos no Iraque é quanto à natureza da guerra: "As insurreições dos últimos 60 anos começaram com poucos homens, poucas armas e pouco dinheiro. Toda a ciência de um movimento insurrecional consiste em procurar, ao longo do tempo, transformar progressivamente sua fraqueza em força."
No Iraque, acrescenta o pesquisador, a insurgência nasceu da máquina do Estado da ditadura de Saddam Hussein, que a ocupação americana jogou na clandestinidade, com "seus agentes secretos, fedayns e tropas de elite como a Guarda Republicana Especial. A insurreição dispõe de uma reserva de combatentes, de armas, de dinheiro e de informação", analisa Chaliand.
Outro aspecto importante é que as opiniões públicas dos países democráticos não suportam perdas elevadas em guerra. Os guerrilheiros, especialmente de países com altas taxas de natalidade, podem não ganhar militarmente mas acuam o inimigo sempre que possível e apostam numa longa guerra de atrito para desgastá-lo.
As Forças Armadas modernas podem escapar de radares e atingir alvos a longa distância com mísseis teleguiados e bombas inteligentes. Mas na guerrilha urbana, o mais imprevisível dos ambientes para um estrategista, a capacidade de se misturar à população local dá uma enorme vantagem aos rebeldes. Afinal, as guerras irregulares são travadas em terra e geralmente no ambiente escolhido pelas forças não-governamentais.
De que vale toda a tecnologia diante de um inimigo invisível e disposto a morrer para cumprir sua missão.
O combate da guerrilha se baseia na surpresa e na mobilidade, na capacidade de atacar ferozmente e de recuar para evitar uma exposição prolongada diante de uma força maior. As matanças, os cadáveres destroçados, as casas arrasadas, a propriedade destruída alimentam a raiva que se soma às injustiças históricas que provocaram o conflito. Essas guerras assimétricas tendem a ser longas e de difícil solução
"A guerrilha e o terrorismo ocuparão um espaço cada vez maior porque são as únicas técnicas disponíveis para que os fracos resistam aos fortes", declarou Chaliand. "Estes conflitos assimétricos ou guerras irregulares enviam uma mensagem: indicam que os mais fortes podem ser derrotados. A condição, para os fracos, é estarem dispostos a pagar o preço. Nesta ótica, o Iraque e o Afeganistão são exemplos encorajadores para os insurgentes que lutam contra tropas ocidentais."
Para Chaliand, o grande erro dos Estados Unidos no Iraque é quanto à natureza da guerra: "As insurreições dos últimos 60 anos começaram com poucos homens, poucas armas e pouco dinheiro. Toda a ciência de um movimento insurrecional consiste em procurar, ao longo do tempo, transformar progressivamente sua fraqueza em força."
No Iraque, acrescenta o pesquisador, a insurgência nasceu da máquina do Estado da ditadura de Saddam Hussein, que a ocupação americana jogou na clandestinidade, com "seus agentes secretos, fedayns e tropas de elite como a Guarda Republicana Especial. A insurreição dispõe de uma reserva de combatentes, de armas, de dinheiro e de informação", analisa Chaliand.
Outro aspecto importante é que as opiniões públicas dos países democráticos não suportam perdas elevadas em guerra. Os guerrilheiros, especialmente de países com altas taxas de natalidade, podem não ganhar militarmente mas acuam o inimigo sempre que possível e apostam numa longa guerra de atrito para desgastá-lo.
As Forças Armadas modernas podem escapar de radares e atingir alvos a longa distância com mísseis teleguiados e bombas inteligentes. Mas na guerrilha urbana, o mais imprevisível dos ambientes para um estrategista, a capacidade de se misturar à população local dá uma enorme vantagem aos rebeldes. Afinal, as guerras irregulares são travadas em terra e geralmente no ambiente escolhido pelas forças não-governamentais.
De que vale toda a tecnologia diante de um inimigo invisível e disposto a morrer para cumprir sua missão.
O combate da guerrilha se baseia na surpresa e na mobilidade, na capacidade de atacar ferozmente e de recuar para evitar uma exposição prolongada diante de uma força maior. As matanças, os cadáveres destroçados, as casas arrasadas, a propriedade destruída alimentam a raiva que se soma às injustiças históricas que provocaram o conflito. Essas guerras assimétricas tendem a ser longas e de difícil solução
Sunitas iraquianos prometem vingar estupros
Dois grupos sunitas do Iraque, um deles ligado à rede terrorista Al Caeda, prometeram vingar os estupros cometidos por soldados americanos, policiais ou soldados iraquianos, ou milicianos xiitas.
Um soldado americano acaba de ser condenado a 100 anos por violência sexual e morte de uma menina iraquiana. E uma garota sunita revelou ter sido violada por policiais xiitas numa delegacia de polícia.
Um soldado americano acaba de ser condenado a 100 anos por violência sexual e morte de uma menina iraquiana. E uma garota sunita revelou ter sido violada por policiais xiitas numa delegacia de polícia.
Soldado americano pega 100 anos por estupro
Um soldado de elite dos Estados Unidos foi condenado ontem a 100 anos de cadeia pelo estupro e assassinato de uma menina iraniana de 14 anos, e a morte do resto de sua família. Expulso do Exército com desonra, o sargento Paul Cortez poderá ter direito a liberdade condicional daqui a 10 anos, por ter colaborado com a Justiça e confessado seus crimes.
Cortez declarou-se culpado de assassinato, estupro e conspiração para cometer estupro. Admitiu ter organizado com outros três soldados da 101ª Divisão Aerotransportada de Forte Campbell, uma unidade de elite de pára-quedistas, o complô para violentar sexualmente a menina Abir Kassim al-Janabi. Ela foi morta junto com seus pais e uma irmã menor, em Mahmoudia, em março do ano passado, numa das piores atrocidades cometidas pelos americanos no Iraque.
Cortez declarou-se culpado de assassinato, estupro e conspiração para cometer estupro. Admitiu ter organizado com outros três soldados da 101ª Divisão Aerotransportada de Forte Campbell, uma unidade de elite de pára-quedistas, o complô para violentar sexualmente a menina Abir Kassim al-Janabi. Ela foi morta junto com seus pais e uma irmã menor, em Mahmoudia, em março do ano passado, numa das piores atrocidades cometidas pelos americanos no Iraque.
Ségolène convoca pesos-pesados socialistas
Com a popularidade em queda a dois meses do primeiro turno das eleições presidenciais, depois de ser considerada a sensação da política na França, a candidata socialista Ségolène Royal reagiu. Finalmente, apresentou seu programa de governo publicamente pela televisão e convocou para sua campanha os dois pesos-pesados que derrotou na prévia interna do partido: o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius e o ex-ministro das Finanças Dominique Strauss-Kahn.
Em novembro, Ségolène tinha uma pequena vantagem, dentro da margem de erro das pesquisas, sobre o candidato da direita, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, com cerca de um terço do eleitorado. Uma série de gafes e acusações de falta de conteúdo programático minaram essa vantagem. Em entrevista armada por um programa humorístico, ela admitiu a possibilidade de independência da Córsega, a ilha onde nasceu Napoleão Bonaparte.
As últimas pesquisas indicam uma vitória de Sarkozy no segundo turno com vantagem de dez pontos percentuais.
Ségolène foi escolhida como novidade por ser a primeira mulher com chance real de chegar à Presidência da França. Era a candidato do PS para vencer, apesar das acusações de inconsistência ideológica.
De repente, ressurgiu para o PS a Síndrome de 2002, quando o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin fez uma campanha muito centrista e perdeu a vaga no segundo turno para o neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, obrigando a esquerda a tapar o nariz e reeleger o presidente Jacques Chirac, abalado por diversas denúncias de corrupção.
Como fala de "uma nova França de pequisa e inovação", moderna, Ségolène, em seu estilo de fazer política, recebeu 135 mil sugestões em seu website para o programa de governo. Ela apresentou 100 propostas políticas, do aumento do salário mínimo para 1.500 euros a empréstimos sem juros de até 10 mil euros para jovens de 18 anos, salário-desemprego de 90% do último contracheque, aumento de 5% para as pensões mais baixas, estatização e fusão da Electricité de France e Gaz de France, penalizar empresas que distribuem dividendos em vez de reinvestir os lucros, aumentar em 10% os investimentos públicos em pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, e reduzir o número de alunos por sala de aula nos bairros carentes.
Seus críticos dizem que ela apresentou uma lista de medidas de distribuição da renda que exigem um gasto extra estimado em 35 bilhões de euros sem se preocupar em aumentar a criação da riqueza, apesar de declarar "insustentável" a atual dívida pública francesa, de 65% do PIB.
Ségolène deu claramente uma guinada à esquerda. Talvez a explicação esteja no sistema eleitoral francês, onde há segundo turno se nenhum candidato conquistar a metade dos votos válidos tanto em eleições presidenciais como parlamentares. No segundo turno, a polarização é entre direita e esquerda mas os candidatos buscam o centro para conquistar o eleitorado flutuante, sem posição política definida, que é quem decide as eleições.
Antes, no primeiro turno, o candidato precisa assegurar a lealdade de sua base de apoio, o que faltou a Jospin em 21 de abril de 2002. "Meu programa não é socialista", admitiu o então primeiro-ministro, provocando uma revoada de aliados para candidatos radicais como os trotskistas ou até mesmo a extrema direita, que promete proteção ao trabalhador francês.
Em novembro, Ségolène tinha uma pequena vantagem, dentro da margem de erro das pesquisas, sobre o candidato da direita, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, com cerca de um terço do eleitorado. Uma série de gafes e acusações de falta de conteúdo programático minaram essa vantagem. Em entrevista armada por um programa humorístico, ela admitiu a possibilidade de independência da Córsega, a ilha onde nasceu Napoleão Bonaparte.
As últimas pesquisas indicam uma vitória de Sarkozy no segundo turno com vantagem de dez pontos percentuais.
Ségolène foi escolhida como novidade por ser a primeira mulher com chance real de chegar à Presidência da França. Era a candidato do PS para vencer, apesar das acusações de inconsistência ideológica.
De repente, ressurgiu para o PS a Síndrome de 2002, quando o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin fez uma campanha muito centrista e perdeu a vaga no segundo turno para o neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, obrigando a esquerda a tapar o nariz e reeleger o presidente Jacques Chirac, abalado por diversas denúncias de corrupção.
Como fala de "uma nova França de pequisa e inovação", moderna, Ségolène, em seu estilo de fazer política, recebeu 135 mil sugestões em seu website para o programa de governo. Ela apresentou 100 propostas políticas, do aumento do salário mínimo para 1.500 euros a empréstimos sem juros de até 10 mil euros para jovens de 18 anos, salário-desemprego de 90% do último contracheque, aumento de 5% para as pensões mais baixas, estatização e fusão da Electricité de France e Gaz de France, penalizar empresas que distribuem dividendos em vez de reinvestir os lucros, aumentar em 10% os investimentos públicos em pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, e reduzir o número de alunos por sala de aula nos bairros carentes.
Seus críticos dizem que ela apresentou uma lista de medidas de distribuição da renda que exigem um gasto extra estimado em 35 bilhões de euros sem se preocupar em aumentar a criação da riqueza, apesar de declarar "insustentável" a atual dívida pública francesa, de 65% do PIB.
Ségolène deu claramente uma guinada à esquerda. Talvez a explicação esteja no sistema eleitoral francês, onde há segundo turno se nenhum candidato conquistar a metade dos votos válidos tanto em eleições presidenciais como parlamentares. No segundo turno, a polarização é entre direita e esquerda mas os candidatos buscam o centro para conquistar o eleitorado flutuante, sem posição política definida, que é quem decide as eleições.
Antes, no primeiro turno, o candidato precisa assegurar a lealdade de sua base de apoio, o que faltou a Jospin em 21 de abril de 2002. "Meu programa não é socialista", admitiu o então primeiro-ministro, provocando uma revoada de aliados para candidatos radicais como os trotskistas ou até mesmo a extrema direita, que promete proteção ao trabalhador francês.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Irã amplia programa nuclear
Em vez de parar de enriquecer urânio até hoje, como exige uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Irã ampliou seu programa nuclear, instalando mais 328 centrífugas, afirma um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica enviado aos países-membros da ONU.
O Irã tem agora 698 centrífugas em funcionamento para enriquecer urânio. Até maio, a meta é atingir 3 mil. Isto permitiria produzir o material necessário para uma bomba atômica dentro de um ano.
A França propõe o endurecimento das sanções, na tentativa de encontrar uma solução diplomática, enquanto os Estados Unidos e Israel analisam seriamente a possibilidade de fazer um bombardeio aéreo contra as principais instalações nucleares iranianas. Mas a Rússia se opõe ao endurecimento das sanções, que poderiam visar diretamente à liderança do Irã, impedindo altas figuras do regime dos aiatolás de viajar ao exterior.
O Irã tem agora 698 centrífugas em funcionamento para enriquecer urânio. Até maio, a meta é atingir 3 mil. Isto permitiria produzir o material necessário para uma bomba atômica dentro de um ano.
A França propõe o endurecimento das sanções, na tentativa de encontrar uma solução diplomática, enquanto os Estados Unidos e Israel analisam seriamente a possibilidade de fazer um bombardeio aéreo contra as principais instalações nucleares iranianas. Mas a Rússia se opõe ao endurecimento das sanções, que poderiam visar diretamente à liderança do Irã, impedindo altas figuras do regime dos aiatolás de viajar ao exterior.
Bolsa de Tóquio passa de 18 mil pontos
A Bolsa de Valores de Tóquio superou hoje a marca de 18 mil pontos pela primeira vez desde maio de 2000, puxada pelas ações de empresas exportadoras, que se beneficiam da cotação recorde do euro em relação ao iene e de sua queda diante do dólar depois que o Banco do Japão subiu sua taxa básica de juros para 0,5% ao ano e avisou que sua elevação será lenta e gradual.
Até abril, se os resultados das companhias japonesas melhorarem, como se espera agora, o índice Nikkei pode chegar a 19 mil. Seu recorde foi 38 mil pontos, em 1989, quando havia uma grande bolha especulativa pairando sobre a segunda maior economia do mundo. Sua explosão, em 1991, provocou uma década e meia de deflação e estagnação da qual o Japão só saiu no ano passado, graças ao extraordinário crescimento de sua vizinha e inimiga histórica China.
No último trimestre do ano passado, o Japão cresceu num ritmo de 4,8% ao ano.
Até abril, se os resultados das companhias japonesas melhorarem, como se espera agora, o índice Nikkei pode chegar a 19 mil. Seu recorde foi 38 mil pontos, em 1989, quando havia uma grande bolha especulativa pairando sobre a segunda maior economia do mundo. Sua explosão, em 1991, provocou uma década e meia de deflação e estagnação da qual o Japão só saiu no ano passado, graças ao extraordinário crescimento de sua vizinha e inimiga histórica China.
No último trimestre do ano passado, o Japão cresceu num ritmo de 4,8% ao ano.
Quitéria Chagas reina no Sambódromo
O carnaval acabou e este é um blog de relações internacionais. Mas como a cultura é a base da identidade no mundo globalizado e ainda haverá o Desfile das Campeãs, no sábado, no Sambódromo, no Rio de Janeiro, vou declarar meu voto para Rainha do Carnaval.
Esse carnaval que passou foi marcado, entre outras coisas, pelo duelo que não houve entre as rainhas de bateria escolhidas por sua popularidade como atrizes ou apresentadoras de TV. As meninas são bonitinhas e jeitosinhas. Mas não sabem sambar.
Para ser rainha da bateria, além de ser bonita, a candidata deveria saber sambar. E aí um valor mais alto se levanta sobre grazis, julianas, sabrinas, lumas, lucianas, luizas e outras estrelas sem a menor intimidade com samba no pé: a baiana Quitéria Chagas, rainha da bateria do Império Serrano e atriz pouco aproveitada da novela das nove.
Há outras sambistas lindas e maravilhosas como Adriana Bombom, mas meu voto é para Quitéria, mais suave e mais sutil.
Quitéria é uma deusa que desfila diante das câmeras com a graça de uma verdadeira bailarina, símbolo da raça e da nação brasileira. Como diria Mário Quintana, as outras passarão; você, passarinho.
Esse carnaval que passou foi marcado, entre outras coisas, pelo duelo que não houve entre as rainhas de bateria escolhidas por sua popularidade como atrizes ou apresentadoras de TV. As meninas são bonitinhas e jeitosinhas. Mas não sabem sambar.
Para ser rainha da bateria, além de ser bonita, a candidata deveria saber sambar. E aí um valor mais alto se levanta sobre grazis, julianas, sabrinas, lumas, lucianas, luizas e outras estrelas sem a menor intimidade com samba no pé: a baiana Quitéria Chagas, rainha da bateria do Império Serrano e atriz pouco aproveitada da novela das nove.
Há outras sambistas lindas e maravilhosas como Adriana Bombom, mas meu voto é para Quitéria, mais suave e mais sutil.
Quitéria é uma deusa que desfila diante das câmeras com a graça de uma verdadeira bailarina, símbolo da raça e da nação brasileira. Como diria Mário Quintana, as outras passarão; você, passarinho.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
Primeiro-ministro Prodi pede demissão na Itália
O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, pediu hoje demissão ao presidente Giorgio Napolitano depois de sofrer uma derrota humilhante em política externa, no Senado, por apenas dois votos. Prodi, que já havia chefiado brevemente o governo italiano antes, voltou ao poder há nove meses como líder da uma frágil coalizão de nove partidos, entre eles dois comunistas.
Alguns supostos aliados se rebelaram contra a manutenção das tropas italianas no Afeganistão, onde participam da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e a expansão da base militar americana em Vicenza, na Itália. É mais um golpe para a política externa americana, no dia em que seu maior aliado, o primeiro-ministro Tony Blair, anuncia a retirada parcial das forças britânicas do Iraque.
Com apenas dois votos de vantagem no Senado, esperava-se que a coalizão de Prodi tivesse problemas mas não que caísse de forma tão espetacular e por uma questão de política externa. As previsões eram que o governo de centro-esquerda tivesse dificuldades com suas bases sindicais na reforma das leis trabalhistas. Mas a guerra iniciada pelo presidente George Walker Bush ao invadir o Iraque subverteu diversos governos nacionais aliados.
Outro problema é que cinco agentes secretos americanos foram denunciados pela Justiça da Itália nos processos sobre o seqüestro e transporte de suspeitos de terrorismo em vôos clandestinos da CIA para países onde foram torturados. Prodi deixou claro que não pediria a extradição dos agentes da CIA, que seria rejeitada pelo governo Bush e criaria um atrito com os EUA.
Sem apoio dentro de sua própria coalizão para sua política externa pró-EUA, o primeiro-ministro preferiu renunciar.
As pesquisas indicam que, se houvesse novas eleições hoje, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi ganharia por pequena margem. Outra questão é se conseguiria formar um governo.
Prodi sempre pode estar blefando para reagrupar sua coalizão, voltar atrás e arrastar seu governo até a próxima crise. Se forem convocadas eleições antecipadas, elas não serão realizadas em menos de três meses.
É provável que a Itália viva um novo período de confusão e instabilidade política, característica do país no pós-guerra. Desde 1945, a Itália teve 61 governos. O risco é a volta do ciclo de governos muito curtos, marcados por instabilidade e paralisia política.
Alguns supostos aliados se rebelaram contra a manutenção das tropas italianas no Afeganistão, onde participam da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e a expansão da base militar americana em Vicenza, na Itália. É mais um golpe para a política externa americana, no dia em que seu maior aliado, o primeiro-ministro Tony Blair, anuncia a retirada parcial das forças britânicas do Iraque.
Com apenas dois votos de vantagem no Senado, esperava-se que a coalizão de Prodi tivesse problemas mas não que caísse de forma tão espetacular e por uma questão de política externa. As previsões eram que o governo de centro-esquerda tivesse dificuldades com suas bases sindicais na reforma das leis trabalhistas. Mas a guerra iniciada pelo presidente George Walker Bush ao invadir o Iraque subverteu diversos governos nacionais aliados.
Outro problema é que cinco agentes secretos americanos foram denunciados pela Justiça da Itália nos processos sobre o seqüestro e transporte de suspeitos de terrorismo em vôos clandestinos da CIA para países onde foram torturados. Prodi deixou claro que não pediria a extradição dos agentes da CIA, que seria rejeitada pelo governo Bush e criaria um atrito com os EUA.
Sem apoio dentro de sua própria coalizão para sua política externa pró-EUA, o primeiro-ministro preferiu renunciar.
As pesquisas indicam que, se houvesse novas eleições hoje, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi ganharia por pequena margem. Outra questão é se conseguiria formar um governo.
Prodi sempre pode estar blefando para reagrupar sua coalizão, voltar atrás e arrastar seu governo até a próxima crise. Se forem convocadas eleições antecipadas, elas não serão realizadas em menos de três meses.
É provável que a Itália viva um novo período de confusão e instabilidade política, característica do país no pós-guerra. Desde 1945, a Itália teve 61 governos. O risco é a volta do ciclo de governos muito curtos, marcados por instabilidade e paralisia política.
Inflação americana aumentou 0,2% em janeiro
O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos subiu 0,2% em janeiro, acima da média das expectativas dos economistas, com os preços da assistência médica registrando a maior alta em 15 anos.
Já o núcleo da inflação, expurgados os preços de energia e de alimentos, aumentou 0,3%, indicando uma aceleração do crescimento de preços. Nos três meses anteriores, fora de 0,1%. Em 12 meses, o núcleo da inflação ficou em 2,7%, pouco acima dos 2,6% de novembro e dezembro. A inflação geral, sem expurgos, está em 2,1% ao ano.
Já o núcleo da inflação, expurgados os preços de energia e de alimentos, aumentou 0,3%, indicando uma aceleração do crescimento de preços. Nos três meses anteriores, fora de 0,1%. Em 12 meses, o núcleo da inflação ficou em 2,7%, pouco acima dos 2,6% de novembro e dezembro. A inflação geral, sem expurgos, está em 2,1% ao ano.
Japão sobe taxa básica de juros para 0,5% ao ano
O Banco do Japão aumentou hoje sua taxa básica de juros pela primeira vez desde julho, elevando-a de 0,25% para 0,5%, na expectativa de que a recuperação econômica da segunda maior economia do mundo seja consistente.
Em nota oficial, o banco declarou que "o nível de taxas de juros será ajustado gradualmente". Este é seu maior desafio: não aumentar os juros muito depressa, o que pode jogar o Japão de volta na deflação que provocou estagnação econômica na última década, nem tão devagar que crie uma bolha nos mercados financeiro e imobiliário, como a que acabou com o extraordinário desenvolvimento japonês dos anos 80.
Em nota oficial, o banco declarou que "o nível de taxas de juros será ajustado gradualmente". Este é seu maior desafio: não aumentar os juros muito depressa, o que pode jogar o Japão de volta na deflação que provocou estagnação econômica na última década, nem tão devagar que crie uma bolha nos mercados financeiro e imobiliário, como a que acabou com o extraordinário desenvolvimento japonês dos anos 80.
Decisão proíbe habeas corpus em Guantânamo
O Tribunal Federal de Recursos do Distrito de Colúmbia, nos Estados Unidos, decidiu que a Justiça Federal americana não tem competência para julgar qualquer pedido de habeas corpus impetrado em favor dos prisioneiros de guerra detidos na prisão militar instalada na base naval de Guantânamo, em Cuba.
Por 2 a 1, o tribunal resolveu que a Lei das Comissões Militares, sancionada pelo presidente George Walker Bush em outubro do ano passado, tirou retroativamente o direito dos tribunais federais americanos de examinar tais petições. Pode haver recurso à Suprema Corte.
Em nota, a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, deplorou a decisão judicial: "O direito de todos os presos de questionar a legalidade de sua detenção é um dos princípios fundamentais do Direito Internacional. Que qualquer Legislativo ou juiz, em qualquer lugar, elimine esta proteção básica contra a detenção arbitrária, a prisão secreta, a tortura ou outro tipo de maus-tratos é chocante e precisa ser questionado", afirma Rob Freer, pesquisador da AI nos EUA.
Cerca de 400 suspeitos de terrorismo estão presos em Guantânamo. Como não pertenciam a um exército regular, não usavam uniforme e não obedeciam a uma cadeia de comando, o governo Bush lhes nega os direitos básicos garantidos pelas Convenções de Genebra, alegando que são "combatentes ilegais".
"Pode-se imaginar qual seria a reação do governo dos EUA se seus cidadãos fossem presos e detidos indefinidamente durante anos, sem o direito fundamental de questionar os motivos da prisão", comentou Freer.
Para a Anistia, o centro de detenção de Guantânamo deve ser fechado e todos os presos denunciados criminalmente ou em processos baseados no Direito Internacional, ou então liberados, porque "estão todos detidos ilegalmente".
Por 2 a 1, o tribunal resolveu que a Lei das Comissões Militares, sancionada pelo presidente George Walker Bush em outubro do ano passado, tirou retroativamente o direito dos tribunais federais americanos de examinar tais petições. Pode haver recurso à Suprema Corte.
Em nota, a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, deplorou a decisão judicial: "O direito de todos os presos de questionar a legalidade de sua detenção é um dos princípios fundamentais do Direito Internacional. Que qualquer Legislativo ou juiz, em qualquer lugar, elimine esta proteção básica contra a detenção arbitrária, a prisão secreta, a tortura ou outro tipo de maus-tratos é chocante e precisa ser questionado", afirma Rob Freer, pesquisador da AI nos EUA.
Cerca de 400 suspeitos de terrorismo estão presos em Guantânamo. Como não pertenciam a um exército regular, não usavam uniforme e não obedeciam a uma cadeia de comando, o governo Bush lhes nega os direitos básicos garantidos pelas Convenções de Genebra, alegando que são "combatentes ilegais".
"Pode-se imaginar qual seria a reação do governo dos EUA se seus cidadãos fossem presos e detidos indefinidamente durante anos, sem o direito fundamental de questionar os motivos da prisão", comentou Freer.
Para a Anistia, o centro de detenção de Guantânamo deve ser fechado e todos os presos denunciados criminalmente ou em processos baseados no Direito Internacional, ou então liberados, porque "estão todos detidos ilegalmente".
VIDA GLOBAL FAZ UM ANO
Há um ano resolvi criar este blog para divulgar meu trabalho como jornalista especializado em relações internacionais. A idéia é discutir política e economia internacionais, globalização, cultura e meio ambiente, uma tarefa sem limites a que me dedico diariamente nas horas disponíveis.
Foram dias, noites e madrugadas garimpando a última notícia, registrando algo que me pareça interessante ou tentando entender e analisar as novidades.
Hoje o número de visitantes está em cerca de 16.500, mas tem um detalhe: o contador só foi instalado em 15 de abril. Agradeço a todos e espero continuar contando com sua leitura.
Obrigado!
Foram dias, noites e madrugadas garimpando a última notícia, registrando algo que me pareça interessante ou tentando entender e analisar as novidades.
Hoje o número de visitantes está em cerca de 16.500, mas tem um detalhe: o contador só foi instalado em 15 de abril. Agradeço a todos e espero continuar contando com sua leitura.
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terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
Desemprego de jovens provoca debate na Europa
Cerca de 40% dos jovens europeus de 18 a 25 anos estão desempregados, apesar dos esforços de diversos governos para promover sua contratação. O maiores problemas são falta de qualificação e as barreiras que dificultam a entrada no mercado de trabalho, afirma um estudo da Comissão Européia, órgão executivo da União Européia.
Embora a geração de empregos em 2006 tenha sido a maior em quatro e o índice de desemprego tenha caído para 8,8%, o crescimento da produtividade do trabalhador europeu foi inferior a 1%, em contraste com 1,8% nos Estados Unidos e 2,2% no Japão.
O grande debate interno da Europa é como flexibilizar as leis do trabalho, facilitando a contratação de jovens, sem extinguir direitos sociais e trabalhistas garantidos pelo modelo social-democrata europeu.
Embora a geração de empregos em 2006 tenha sido a maior em quatro e o índice de desemprego tenha caído para 8,8%, o crescimento da produtividade do trabalhador europeu foi inferior a 1%, em contraste com 1,8% nos Estados Unidos e 2,2% no Japão.
O grande debate interno da Europa é como flexibilizar as leis do trabalho, facilitando a contratação de jovens, sem extinguir direitos sociais e trabalhistas garantidos pelo modelo social-democrata europeu.
Blair anuncia amanhã plano de saída do Iraque
O primeiro-ministro Tony Blair anuncia nesta quarta-feira à Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico o cronograma para a retirada das tropas britânicas do Iraque. Desde o início da guerra, as forças do Reino Unido atuam na província de Bássora, uma região xiita do Sul do Iraque com saída para o Golfo Pérsico.
Pelo plano, já apresentado ao governo dos Estados Unidos, os primeiros 1,6 mil soldados britânicos devem voltar para casa até o final do ano. Ficarão 5,5 mil soldados do Reino Unido, de um total de 40 mil enviados no início da guerra.
A Casa Branca interpretou a notícia positivamente, como um sinal de normalização do Iraque. Mas a Grã-Bretanha é o principal aliado dos EUA, que ficam assim cada vez mais isolados, com 140 mil soldados no Iraque e mais 21,5 mil a caminho.
Hoje os britânicos transferiram o comando da divisão do Exército do Iraque com sede em Bássora para os iraquianos. Pela primeira vez, passa a receber ordens do quartel-general em Bagdá.
Pelo plano, já apresentado ao governo dos Estados Unidos, os primeiros 1,6 mil soldados britânicos devem voltar para casa até o final do ano. Ficarão 5,5 mil soldados do Reino Unido, de um total de 40 mil enviados no início da guerra.
A Casa Branca interpretou a notícia positivamente, como um sinal de normalização do Iraque. Mas a Grã-Bretanha é o principal aliado dos EUA, que ficam assim cada vez mais isolados, com 140 mil soldados no Iraque e mais 21,5 mil a caminho.
Hoje os britânicos transferiram o comando da divisão do Exército do Iraque com sede em Bássora para os iraquianos. Pela primeira vez, passa a receber ordens do quartel-general em Bagdá.
Ahmadinejad nega-se a parar programa nuclear
Se as grandes potências querem que o Irã pare de enriquecer urânio, devem fazer o mesmo, desafiou hoje o presidente Mahmoud Ahmadinejad, na véspera do final do prazo do ultimato dado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para a república islâmica parar seu programa nuclear. Ahmadinejad alegou que é uma questão de justiça.
Mas a principal resposta da república dos aiatolás às pressões internacionais é a realização da manobras navais no Golfo Pérsico, por onde passam cerca de 70% do petróleo exportado no mundo. Os EUA, que acusam o Irã de desenvolver armas nucleares, enviaram três porta-aviões para a região.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, encontrou-se hoje com o principal negociar iraniano para a questão nuclear, Ali Larijani. Amanhã, ElBaradei envia relatório à ONU, prevendo que o Irã não cederá diante do ultimato da sociedade internacional.
Mas a principal resposta da república dos aiatolás às pressões internacionais é a realização da manobras navais no Golfo Pérsico, por onde passam cerca de 70% do petróleo exportado no mundo. Os EUA, que acusam o Irã de desenvolver armas nucleares, enviaram três porta-aviões para a região.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, encontrou-se hoje com o principal negociar iraniano para a questão nuclear, Ali Larijani. Amanhã, ElBaradei envia relatório à ONU, prevendo que o Irã não cederá diante do ultimato da sociedade internacional.
Irã pode enriquecer urânio em escala industrial
O Irã atingiu em agosto um nível de desenvolvimento tecnológico que pode lhe permitir enriquecer urânio em escala industrial dentro de seis meses, advertiu ontem o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei.
Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, ElBaradei, um diplomata egípcio, previu que o Irã não suspenderá o enriquecimento de urânio amanhã, quarta-feira, como exige uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ele se encontra hoje com o principal negociar nuclear iraniano, Ali Larijani, antes de encaminhar seu relatório à ONU.
Desde agosto, o Irã usa 164 centrífugas instaladas num projeto piloto na central nuclear de Natanz, apontada como um dos possíveis alvos de um bombardeio americano ou israelense para tentar destruir o programa nuclear do Irã.
Embora o regime fundamentalista iraniano insista em que seu programa nuclear tem fins pacíficos, os Estados Unidos estão convencidos de que o objetivo maior é desenvolver armas atômicas.
Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, ElBaradei, um diplomata egípcio, previu que o Irã não suspenderá o enriquecimento de urânio amanhã, quarta-feira, como exige uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ele se encontra hoje com o principal negociar nuclear iraniano, Ali Larijani, antes de encaminhar seu relatório à ONU.
Desde agosto, o Irã usa 164 centrífugas instaladas num projeto piloto na central nuclear de Natanz, apontada como um dos possíveis alvos de um bombardeio americano ou israelense para tentar destruir o programa nuclear do Irã.
Embora o regime fundamentalista iraniano insista em que seu programa nuclear tem fins pacíficos, os Estados Unidos estão convencidos de que o objetivo maior é desenvolver armas atômicas.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Perón criou a Aliança Anticomunista Argentina
Quando o ex-presidente argentino Raúl Alfonsín (1983-89) depôs perante o juiz que investiga os assassinatos, seqüestros e desaparecimentos de pessoas cometidos pela Aliança Anticomunista Argentina (AAA), declarou que a famigerada Triple A entrou em ação no governo que precedeu ao de María Estela Martínez de Perón (1974-76), a Isabelita.
O governo anterior foi o terceiro do general Juan Domingo Perón, de sua vitória eleitoral em setembro de 1973 e posse em 12 de outubro até sua morte em 1º de julho de 1974.
Em 25 de setembro de 1973, Perón festejava sua vitória quando seu amigo pessoal José Rucci, diretor da Confederação Geral do Trabalho (CGT), foi metralhado pelo Montoneros, grupo guerrilheiro da Juventude Peronista de extrema esquerda. Naquele dia o general Perón teria decidido criar uma força paramilitar para enfrentar sua própria "juventude maravilhosa".
Perón argumentou que os catalães usavam esse ardil no século 11 e que o general Miguel Primo de Rivera fez o mesmo no golpe de 1923 para se tornar ditador da Espanha por sete anos. No exílio em Madri, o caudilho portenho teve contato com franquistas como o coronel Enrique Herrera Marín, que lhe mostrou projetos de repressão política da Guerra Civil Espanhola (1936-39).
"Essa era mais ou menos a estrutura do que poucos meses depois conheceríamos como a Triple A", explica Marcelo Larraguy em seu livro sobre o ministro do Bem-Estar Social de Isabelita, José López Rega, El Brujo, acusado de ser o principal dirigente da organização paramilitar.
A Triple A teria sido criada numa reunião privada realizada antes da posse, com o presidente provisório, Raúl Lastiri; o secretário-geral do Partido Justicialista (peronista), senador Humberto Martiarena; os ministros, os governadores e seus vices. Não faltou ninguém.
Naquela reunião sigilosa realizada em 1º de outubro de 1973 na residência oficial do presidente da Argentina em Olivos, Perón alegou ter chegado a hora de "acabar com os marxistas infiltrados para evitar que destruam o Movimento Nacional Peronista". Um documento reservado ordenava a todos os militantes "participar ativamente nas ações planejadas para levar adianta esta luta".
Os assassinatos de militantes esquerdistas começaram em seguida. Três dias depois, um militante da Juventude Peronista, Nemesio Aquino, foi fuzilado em General Pacheco.
Apesar dos desmentidos do general, os crimes da Triple A começaram antes da posse de Perón, continuaram durante seu terceiro governo e foram muito além dele: "Muitas vezes me sugerem que criemos um esquadrão da morte como o brasileiro, ou uma organização policial para fazer guerrilha contra a guerrilha. Penso que isso não é possível nem conveniente", afirmou o caudilho em dezembro de 1973. Sabia que a Triple A estava em atividade há três meses.
Em 29 de janeiro de 1974, a AAA divulgou uma lista de alvos. Quando uma repórter do jornal El Mundo, ligado ao trotskista Exército Revolucionário do Povo (ERP), perguntou ao general que medidas seriam tomadas para combater os atentados terroristas de direita que tinham matado 12 pessoas, Perón virou-se para um ajudante e foi imperativo: "Tome os dados necessários para que o Ministério da Justiça inicie uma ação contra esta senhorita!"
Durante o breve terceiro governo do general Perón, a Triple A matou pelo menos 15 pessoas. No governo de Isabelita e depois do golpe, o total de mortos chegaria perto de mil.
Em 25 de setembro de 1973, Perón festejava sua vitória quando seu amigo pessoal José Rucci, diretor da Confederação Geral do Trabalho (CGT), foi metralhado pelo Montoneros, grupo guerrilheiro da Juventude Peronista de extrema esquerda. Naquele dia o general Perón teria decidido criar uma força paramilitar para enfrentar sua própria "juventude maravilhosa".
Perón argumentou que os catalães usavam esse ardil no século 11 e que o general Miguel Primo de Rivera fez o mesmo no golpe de 1923 para se tornar ditador da Espanha por sete anos. No exílio em Madri, o caudilho portenho teve contato com franquistas como o coronel Enrique Herrera Marín, que lhe mostrou projetos de repressão política da Guerra Civil Espanhola (1936-39).
"Essa era mais ou menos a estrutura do que poucos meses depois conheceríamos como a Triple A", explica Marcelo Larraguy em seu livro sobre o ministro do Bem-Estar Social de Isabelita, José López Rega, El Brujo, acusado de ser o principal dirigente da organização paramilitar.
A Triple A teria sido criada numa reunião privada realizada antes da posse, com o presidente provisório, Raúl Lastiri; o secretário-geral do Partido Justicialista (peronista), senador Humberto Martiarena; os ministros, os governadores e seus vices. Não faltou ninguém.
Naquela reunião sigilosa realizada em 1º de outubro de 1973 na residência oficial do presidente da Argentina em Olivos, Perón alegou ter chegado a hora de "acabar com os marxistas infiltrados para evitar que destruam o Movimento Nacional Peronista". Um documento reservado ordenava a todos os militantes "participar ativamente nas ações planejadas para levar adianta esta luta".
Os assassinatos de militantes esquerdistas começaram em seguida. Três dias depois, um militante da Juventude Peronista, Nemesio Aquino, foi fuzilado em General Pacheco.
Apesar dos desmentidos do general, os crimes da Triple A começaram antes da posse de Perón, continuaram durante seu terceiro governo e foram muito além dele: "Muitas vezes me sugerem que criemos um esquadrão da morte como o brasileiro, ou uma organização policial para fazer guerrilha contra a guerrilha. Penso que isso não é possível nem conveniente", afirmou o caudilho em dezembro de 1973. Sabia que a Triple A estava em atividade há três meses.
Em 29 de janeiro de 1974, a AAA divulgou uma lista de alvos. Quando uma repórter do jornal El Mundo, ligado ao trotskista Exército Revolucionário do Povo (ERP), perguntou ao general que medidas seriam tomadas para combater os atentados terroristas de direita que tinham matado 12 pessoas, Perón virou-se para um ajudante e foi imperativo: "Tome os dados necessários para que o Ministério da Justiça inicie uma ação contra esta senhorita!"
Durante o breve terceiro governo do general Perón, a Triple A matou pelo menos 15 pessoas. No governo de Isabelita e depois do golpe, o total de mortos chegaria perto de mil.
EUA duvidam da capacidade de forças iraquianas
Os Estados Unidos duvidam da capacidade das novas forças de segurança do Iraque de atingir a maturidade e o profissionalismo necessários para que os soldados americanos não precisem mais se envolver no policiamento, revela a Estimativa Nacional de Inteligência, produzida pelos 16 serviços secretos dos Estados Unidos.
Depois da manipulação dos informes para justificar a invasão do Iraque, em 2003, o que abalou ainda mais os serviços secretos americanos, que já estavam sendo muito criticados por não impedirem os atentados de 11 de setembro de 2001, agora o relatório questiona a alegação do governo George Walker Bush de que o Irã é um fator importante na violência no Iraque. O documento admite que o Irã fornece "armas letais" a grupos xiitas do Iraque, mas argumenta que o conflito tem uma dinâmica própria e é alimentado pelos próprios iraquianos.
Outra constatação dos serviços de inteligência dos EUA é que a situação no Iraque é muito mais complexa do que uma guerra civil, envolve diversas facções com causas diferentes, todas armadas.
Depois da manipulação dos informes para justificar a invasão do Iraque, em 2003, o que abalou ainda mais os serviços secretos americanos, que já estavam sendo muito criticados por não impedirem os atentados de 11 de setembro de 2001, agora o relatório questiona a alegação do governo George Walker Bush de que o Irã é um fator importante na violência no Iraque. O documento admite que o Irã fornece "armas letais" a grupos xiitas do Iraque, mas argumenta que o conflito tem uma dinâmica própria e é alimentado pelos próprios iraquianos.
Outra constatação dos serviços de inteligência dos EUA é que a situação no Iraque é muito mais complexa do que uma guerra civil, envolve diversas facções com causas diferentes, todas armadas.
Muçulmanos não vêem choque de civilizações
A maioria dos árabes e muçulmanos não vê um choque de civilizações inevitável com o Ocidente. Entende que os conflitos são disputas de poder político e econômico, e não questões religiosas ou culturais. É o que indica uma pesquisa feita pela empresa de mídia britânica BBC em 27 países.
Para 56%, existem relações positivas entre suas culturas e o Ocidente, enquanto 28% consideram inevitável o conflito violento.
A Indonésia, maior país muçulmano do mundo, foi o único onde a maioria (51%) acredita que a violência é inevitável.
Só na Nigéria, onde há um conflito histórico entre os haussas muçulmanos e os iorubás majoritariamente cristãos, a religião foi citada como principal causa da tensão social.
No Líbano, extremamente polarizado, aparentemente ao longo de linhas religiosas, 78% acham que os conflitos com o Ocidente são políticos e 68% acreditam ter valores em comum com o Ocidente.
Para 56%, existem relações positivas entre suas culturas e o Ocidente, enquanto 28% consideram inevitável o conflito violento.
A Indonésia, maior país muçulmano do mundo, foi o único onde a maioria (51%) acredita que a violência é inevitável.
Só na Nigéria, onde há um conflito histórico entre os haussas muçulmanos e os iorubás majoritariamente cristãos, a religião foi citada como principal causa da tensão social.
No Líbano, extremamente polarizado, aparentemente ao longo de linhas religiosas, 78% acham que os conflitos com o Ocidente são políticos e 68% acreditam ter valores em comum com o Ocidente.
Terror mata 67 em trem Índia-Paquistão
Um atentado a bomba com todas as características de terrorismo matou pelo menos 67 pessoas e feriu outras 130 em um trem que ia da capital da Índia, Nova Déli, para Lahore, no Paquistão.
O Expresso da Amizade, que circula desde 2004, é considerado um símbolo do processo de paz entre a Índia e o Paquistão, dois países vizinhos que já travaram três guerras e que hoje possuem armas nucleares. Foi atacado em Panipat, no estado de Hariana, no Norte da Índia, perto da fronteira com o Paquistão.
Com as explosões, dois vagões pegaram fogo. A maioria dos mortos morreu queimada.
As principais suspeitas recaem sobre grupos guerrilheiros que lutam desde 1989 para que o estado indiano da Caxemira deixe a Índia e seja anexado ao Paquistão. Quando os dois países se tornaram independentes do Império Britânico, em 1947, as regiões de maioria hindu formaram a Índia e o Paquistão ficou com as regiões de maioria muçulmana. A exceção foi a província da Caxemira, onde o marajá Hari Singh preferiu aderir à Índia, provocando o conflito que se arrasta até hoje, agravado pela tensão nuclear.
Acredita-se que a Índia e o Paquistão tenham capacidade nuclear desde os anos 70. Em maio de 1998, os dois países realizaram testes atômicos, assumindo a condição de potências nucleares.
O atentado ocorre no momento em que o ministro do Exterior do Paquistão prepara-se para ir a Nova Déli, amanhã, em mais uma etapa das conversações de paz entre os inimigos históricos. Um estudo recente indica que o Sul da Ásia (Índia, Paquistão e Bangladesh) é a região com menor integração econômica no mundo, medida pelo comércio internacional entre seus países.
O Expresso da Amizade, que circula desde 2004, é considerado um símbolo do processo de paz entre a Índia e o Paquistão, dois países vizinhos que já travaram três guerras e que hoje possuem armas nucleares. Foi atacado em Panipat, no estado de Hariana, no Norte da Índia, perto da fronteira com o Paquistão.
Com as explosões, dois vagões pegaram fogo. A maioria dos mortos morreu queimada.
As principais suspeitas recaem sobre grupos guerrilheiros que lutam desde 1989 para que o estado indiano da Caxemira deixe a Índia e seja anexado ao Paquistão. Quando os dois países se tornaram independentes do Império Britânico, em 1947, as regiões de maioria hindu formaram a Índia e o Paquistão ficou com as regiões de maioria muçulmana. A exceção foi a província da Caxemira, onde o marajá Hari Singh preferiu aderir à Índia, provocando o conflito que se arrasta até hoje, agravado pela tensão nuclear.
Acredita-se que a Índia e o Paquistão tenham capacidade nuclear desde os anos 70. Em maio de 1998, os dois países realizaram testes atômicos, assumindo a condição de potências nucleares.
O atentado ocorre no momento em que o ministro do Exterior do Paquistão prepara-se para ir a Nova Déli, amanhã, em mais uma etapa das conversações de paz entre os inimigos históricos. Um estudo recente indica que o Sul da Ásia (Índia, Paquistão e Bangladesh) é a região com menor integração econômica no mundo, medida pelo comércio internacional entre seus países.
domingo, 18 de fevereiro de 2007
Israel mantém veto a negociação com o Hamas
A formação de um governo palestino de união nacional não basta para retomar as negociações com Israel. Em encontro hoje com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, insistiu em que o governo palestino deve atender a três condições para negociar a paz:
- abandonar a luta armada;
- reconhecer a existência de Israel; e
- aceitar os acordos firmados entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina nos anos 90.
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que venceu as eleições legislativas palestinas de 25 de janeiro de 2006, disse que "respeita os acordos", mas se nega a abandonar a luta armada e a reconhecer o direito de existência de Israel.
Rice também esteve com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, da Fatah, principal partido da OLP.
Amanhã, em Jerusalém, Rice, Abbas e Olmert se reúnem numa tentativa dos EUA de relançar o processo de paz entre israelenses e palestinos, estagnado desde 2000.
- abandonar a luta armada;
- reconhecer a existência de Israel; e
- aceitar os acordos firmados entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina nos anos 90.
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que venceu as eleições legislativas palestinas de 25 de janeiro de 2006, disse que "respeita os acordos", mas se nega a abandonar a luta armada e a reconhecer o direito de existência de Israel.
Rice também esteve com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, da Fatah, principal partido da OLP.
Amanhã, em Jerusalém, Rice, Abbas e Olmert se reúnem numa tentativa dos EUA de relançar o processo de paz entre israelenses e palestinos, estagnado desde 2000.
Carros-bomba matam pelo menos 60 em Bagdá
Três carros-bomba explodiram hoje num bairro xiita da capital do Iraque, matando pelo menos 60 pessoas, no pior ataque desde que começou uma grande operação conjunta das forças dos Estados Unidos e do Iraque para tentar assumir o controle de Bagdá. Na sexta-feira, quando foram registradas apenas 10 mortes na cidade, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki descreveu a operação como um "estrondoso sucesso".
Dois carros-bomba explodiram numa área comercial da Nova Bagdá, um bairro xiita, matando 57 pessoas e ferindo outras 130. Uma das explosões destruiu um prédio de dois andares. Outro carro-bomba matou duas pessoas perto de um posto de controle policial na Cidade de Sader, um bairro pobre xiita da periferia da capital.
Esses novos atentados mostram o tamanho do desafio que os EUA enfrentam no Iraque. Hoje o jornal The New York Times revela que o comando militar americano acredita que a série de ataques bem-sucedidos contra seus helicópteros faz parte de um plano bem arquitetado pela insurgência sunita.
Dois carros-bomba explodiram numa área comercial da Nova Bagdá, um bairro xiita, matando 57 pessoas e ferindo outras 130. Uma das explosões destruiu um prédio de dois andares. Outro carro-bomba matou duas pessoas perto de um posto de controle policial na Cidade de Sader, um bairro pobre xiita da periferia da capital.
Esses novos atentados mostram o tamanho do desafio que os EUA enfrentam no Iraque. Hoje o jornal The New York Times revela que o comando militar americano acredita que a série de ataques bem-sucedidos contra seus helicópteros faz parte de um plano bem arquitetado pela insurgência sunita.
"Democracia não se impõe com bombas"
Diante da pressão cada vez maior para que o Irã abandone seu programa nuclear, suspeito de desenvolver armas atômicas, aumenta a preocupação dos iranianos quanto ao risco de um bombardeio dos Estados Unidos ou de israel contra suas instalações nucleares.
"Os iranianos se opõem a qualquer tipo de ataque ao Irã, mas isso não quer dizer que apóiem o governo", afirma a advogada defensora dos direitos humanos iraniana Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2003. "Não o apóiam porque viola os direitos humanos e não é democrático. Os iranianos não podem eleger diplomaticamente seus deputados porque eles são pré-escolhidos".
Mas em entrevista ao jornal espanhol El País, ela adverte que "um ataque dos EUA só pioraria a situação".
Shirin Ebadi preocupa-se com as conseqüências de sanções econômicas contra o conjunto da população do Irã. Prefere "que se rebaixem as relações diplomáticas com o governo iraniano e que sejam proibidas as viagens de seus direigentes ao exterior".
Na opinião, o Irã precisa de democracia: "A democracia permite que as pessoas fiscalizem o governo. Parece-me que nem a bomba atômica, nem a energia nuclear ou tampouco o resto das armas são prioritárias num país incapaz de escolarizar todas as crianças por falta de recursos. A Índia e o Paquistão, por exemplo, têm altas taxas de pobreza. Milhões de indianos nascem, vivem e morrem nas ruas. A bomba não os ajuda a sair desta situação. Não sou contra apenas as armas nucleares mas contra todos os gastos com qualquer tipo de armamentos".
"Os iranianos se opõem a qualquer tipo de ataque ao Irã, mas isso não quer dizer que apóiem o governo", afirma a advogada defensora dos direitos humanos iraniana Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2003. "Não o apóiam porque viola os direitos humanos e não é democrático. Os iranianos não podem eleger diplomaticamente seus deputados porque eles são pré-escolhidos".
Mas em entrevista ao jornal espanhol El País, ela adverte que "um ataque dos EUA só pioraria a situação".
Shirin Ebadi preocupa-se com as conseqüências de sanções econômicas contra o conjunto da população do Irã. Prefere "que se rebaixem as relações diplomáticas com o governo iraniano e que sejam proibidas as viagens de seus direigentes ao exterior".
Na opinião, o Irã precisa de democracia: "A democracia permite que as pessoas fiscalizem o governo. Parece-me que nem a bomba atômica, nem a energia nuclear ou tampouco o resto das armas são prioritárias num país incapaz de escolarizar todas as crianças por falta de recursos. A Índia e o Paquistão, por exemplo, têm altas taxas de pobreza. Milhões de indianos nascem, vivem e morrem nas ruas. A bomba não os ajuda a sair desta situação. Não sou contra apenas as armas nucleares mas contra todos os gastos com qualquer tipo de armamentos".
sábado, 17 de fevereiro de 2007
Israel destrói alvo que simula míssil iraniano
O sistema de mísseis antibalísticos israelense Arrow interceptou com sucesso um alvo que simulava o míssil iraniano de médio alcance Shahab 3, durante um teste realizado no domingo passado, 11 de fevereiro.
A interceptação aconteceu a uma altitude recorde, além do alcance operacional normal do sistema Arrow e sob "condições extremas", declarou um alto funcionário de Israel à revista inglesa especializada em defesa Jane's Defence Weekly.
Israel está preocupado com o desenvolvimento de armas nucleares pelo regime fundamentalista do Irã, cujo presidente, o radical Mahmoud Ahmadinejad, já ameaçou várias vezes "varrer Israel do mapa". Como tanto os Estados Unidos quanto Israel examinam a possibilidade de lançar um bombardeio contra as principais instalações nucleares iranianas, o Estado judaico teria de se preparar porque seria o primeiro alvo de possíveis retaliações.
A interceptação aconteceu a uma altitude recorde, além do alcance operacional normal do sistema Arrow e sob "condições extremas", declarou um alto funcionário de Israel à revista inglesa especializada em defesa Jane's Defence Weekly.
Israel está preocupado com o desenvolvimento de armas nucleares pelo regime fundamentalista do Irã, cujo presidente, o radical Mahmoud Ahmadinejad, já ameaçou várias vezes "varrer Israel do mapa". Como tanto os Estados Unidos quanto Israel examinam a possibilidade de lançar um bombardeio contra as principais instalações nucleares iranianas, o Estado judaico teria de se preparar porque seria o primeiro alvo de possíveis retaliações.
Violência em Bagdá diminui por um dia
O número de mortos na capital do Iraque diminui na noite passada, levando autoridades iraquianas a interpretar o fato como resultado da operação conjunta das forças iraquianas e americanas para controlar a segurança pública em Bagdá.
Na noite de ontem, o necrotério de Bagdá recebeu 10 cadáveres, bem menos que a média de 40 a 50 por dia. Um dia é pouco mas o general-de-brigada Kassim Mussaui, porta-voz do comando militar iraquiano, afirmou que "houve uma grande redução do terror e dos assassinatos em Bagdá".
Veremos.
Na noite de ontem, o necrotério de Bagdá recebeu 10 cadáveres, bem menos que a média de 40 a 50 por dia. Um dia é pouco mas o general-de-brigada Kassim Mussaui, porta-voz do comando militar iraquiano, afirmou que "houve uma grande redução do terror e dos assassinatos em Bagdá".
Veremos.
Câmara vota contra plano de guerra de Bush
Por 246 votos, sendo 17 de deputados republicanos, contra 182, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos rejeitou ontem a nova estratégia do presidente George Walker Bush para a Guerra do Iraque, que inclui o envio de mais 21,5 mil soldados americanos. A medida é meramente simbólica mas revela a dificuldade que o presidente terá com um Congresso de maioria oposicionista nos seus últimos dois anos de mandato.
"Isto sinaliza uma mudança de direção que vai acabar com a guerra e trazer nossos soldados de volta para casa", declarou a presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi.
Mais de 3,1 mil americanos e cerca de 60 mil civis iraquianos foram mortos desde a invasão do Iraque pelos EUA em março de 2003.
"Isto sinaliza uma mudança de direção que vai acabar com a guerra e trazer nossos soldados de volta para casa", declarou a presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi.
Mais de 3,1 mil americanos e cerca de 60 mil civis iraquianos foram mortos desde a invasão do Iraque pelos EUA em março de 2003.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Rússia ameaça romper acordo de desarmamento
A Rússia ameaçou ontem abandonar o acordo de 1987 que eliminou os mísseis nucleares de alcance intermediário (500-5.500km), se os Estados Unidos insistirem em instalar seu escudo de defesa antimísseis na Europa Oriental. Quem citou especificamente o acordo foi o comandante do Exército russo, general Iuri Baluievsky.
O Acordo sobre Forças Nucleares de Alcance Médio, assinado em 8 de dezembro de 1987 pelos presidentes dos EUA, Ronald Reagan, e da União Soviética, Mikhail Gorbachev, foi o primeiro a prever a eliminação de todo um tipo de armas atômicas.
Para o general Baluiesvsky, existem "provas convincentes" para abandonar o acordo porque "muitos países estão desenvolvendo e aperfeiçoando foguete de médio alcance". Ele relacionou diretamente a posição russa aos planos dos EUA de instalar seu sistema de defesa antimísseis, com interceptores e radares, nos novos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Europa Oriental, o que inclui as três antigas repúblicas soviéticas do Mar Báltico: Estônia, Letônia e Lituânia.
O Acordo sobre Forças Nucleares de Alcance Médio, assinado em 8 de dezembro de 1987 pelos presidentes dos EUA, Ronald Reagan, e da União Soviética, Mikhail Gorbachev, foi o primeiro a prever a eliminação de todo um tipo de armas atômicas.
Para o general Baluiesvsky, existem "provas convincentes" para abandonar o acordo porque "muitos países estão desenvolvendo e aperfeiçoando foguete de médio alcance". Ele relacionou diretamente a posição russa aos planos dos EUA de instalar seu sistema de defesa antimísseis, com interceptores e radares, nos novos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Europa Oriental, o que inclui as três antigas repúblicas soviéticas do Mar Báltico: Estônia, Letônia e Lituânia.
Itália processa 26 agentes secretos dos EUA
A Justiça da Itália denunciou 26 agentes secretos da Agência Central de Inteligência (CIA), e serviço de espionagem dos Estados Unidos, pelo seqüestro do ex-imã egípcio Ossama Mustafa Hassan Nasser, também conhecido como Abu Omar, em 17 de fevereiro de 2003, nas ruas de Milão.
Ao todo, são 35 acusados, entre eles seis italianos, inclusive o general Nicolo Pollari, antigo chefe dos serviços secretos militares italianos, e seu segundo, Marco Mancini. O processo será instaurado em 8 de junho.
É a primeira vez que um número tão grande de agentes americano é denunciado pela Justiça de um país amigo. O caso faz parte do escândalo dos mais de mil vôos clandestinos da CIA em território europeu para levar suspeitos de terrorismo seqüestrados na Europa para países que praticam a tortura.
O primeiro-ministro Romano Prodi já anunciou que seguirá a política de seu antecessor, Silvio Beslusconi: não vai pedir a extradição para não criar um atrito com Washington. Não existe a menor chance dos EUA extraditarem um agente seu acusado de cometer excessos na guerra contra o terrorismo.
Suspeito de terrorismo, o ex-imã foi seqüestrado por um comando da CIA em Milão e levado para a base americana de Aviano, na Itália, e em seguida levado para o Egito, onde foi preso e torturado: "Eles me obrigaram a andar de pés amarrados, eu caía e eles riam. Levei choques elétricos, fui espancado. Me mostraram fotos de tunisianos, marroquinos, egípcios e argelinos que vivem na Itália. Foi interrogado durante seis meses, até 14 de setembro de 2003.
Libertado no dia 11 de fevereiro pelas autoridades egípcias, Omar declarou que pretende processar o ex-primeiro-ministro Berlusconi. Quer uma indenização de 10 milhões de euros "por sua implicação no seqüestro como chefe de governo na época e por ter permitido à CIA que me capturasse".
Ao todo, são 35 acusados, entre eles seis italianos, inclusive o general Nicolo Pollari, antigo chefe dos serviços secretos militares italianos, e seu segundo, Marco Mancini. O processo será instaurado em 8 de junho.
É a primeira vez que um número tão grande de agentes americano é denunciado pela Justiça de um país amigo. O caso faz parte do escândalo dos mais de mil vôos clandestinos da CIA em território europeu para levar suspeitos de terrorismo seqüestrados na Europa para países que praticam a tortura.
O primeiro-ministro Romano Prodi já anunciou que seguirá a política de seu antecessor, Silvio Beslusconi: não vai pedir a extradição para não criar um atrito com Washington. Não existe a menor chance dos EUA extraditarem um agente seu acusado de cometer excessos na guerra contra o terrorismo.
Suspeito de terrorismo, o ex-imã foi seqüestrado por um comando da CIA em Milão e levado para a base americana de Aviano, na Itália, e em seguida levado para o Egito, onde foi preso e torturado: "Eles me obrigaram a andar de pés amarrados, eu caía e eles riam. Levei choques elétricos, fui espancado. Me mostraram fotos de tunisianos, marroquinos, egípcios e argelinos que vivem na Itália. Foi interrogado durante seis meses, até 14 de setembro de 2003.
Libertado no dia 11 de fevereiro pelas autoridades egípcias, Omar declarou que pretende processar o ex-primeiro-ministro Berlusconi. Quer uma indenização de 10 milhões de euros "por sua implicação no seqüestro como chefe de governo na época e por ter permitido à CIA que me capturasse".
Preços no atacado caem nos EUA
O índice de preços ao produtor nos Estados Unidos caiu 0,6% em janeiro por causa da redução nos preços do petróleo, mas o núcleo da inflação no atacado, excluídos os preços de energia e alimentos, subiu 0,2%. Ambos os dados estavam de acordo com as previsões dos economistas.
Num sinal de fragilidade da economia americana, o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan caiu em fevereiro em relação a janeiro.
Num sinal de fragilidade da economia americana, o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan caiu em fevereiro em relação a janeiro.
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
Bush quer ofensiva da OTAN no Afeganistão
O presidente George Walker Bush pediu hoje ajuda aos aliados europeus para reforçar as tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão: "Quero ver uma ofensiva da Otan no Afeganistão, e não uma ofensiva dos talebã", declarou o presidente dos Estados Unidos na Casa Branca.
A expectativa é que a milícia dos Talebã (estudantes), que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, lance uma ofensiva na primavera do Hemisfério Norte. Bush quer se antecipar ao inimigo.
Um dia depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, os países da OTAN invocaram o artigo 5 da carta da instituição, que considera um ataque contra qualquer país-membro um ataque contra todos, deram solidariedade aos EUA e ofereceram suas Forças Armadas.
O problema é que depois do Afeganistão Bush invadiu o Iraque, sem o apoio da comunidade internacional. Agora aliados europeus como a França e a Alemanha, que se opuseram à guerra no Iraque, não querem se associar ao esforço de guerra dos EUA no Afeganistão com medo de retaliações e ataques terroristas.
A expectativa é que a milícia dos Talebã (estudantes), que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, lance uma ofensiva na primavera do Hemisfério Norte. Bush quer se antecipar ao inimigo.
Um dia depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, os países da OTAN invocaram o artigo 5 da carta da instituição, que considera um ataque contra qualquer país-membro um ataque contra todos, deram solidariedade aos EUA e ofereceram suas Forças Armadas.
O problema é que depois do Afeganistão Bush invadiu o Iraque, sem o apoio da comunidade internacional. Agora aliados europeus como a França e a Alemanha, que se opuseram à guerra no Iraque, não querem se associar ao esforço de guerra dos EUA no Afeganistão com medo de retaliações e ataques terroristas.
Hillary exige voto do Congresso para ataque ao Irã
Sob pressão entre os democratas por ter votado a favor da invasão do Iraque, a senadora, ex-primeira-dama e candidata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton advertiu hoje o presidente George Walker Bush a não atacar militarmente o Irã sem a aprovação do Congresso.
"Se o governo acredita que qualquer uso de força contra o Irã seja necessário, o presidente deve pedir autorização ao Congresso", declarou em discurso a senadora pelo estado de Nova Iorque nesta quarta-feira.
"Seria um erro de proporções históricas se o governo acreditasse que a resolução de 2002 autorizando o uso da força contra o Iraque foi um cheque em branco para autorizar o uso da força contra o Irã sem nova autorização congressual", acrescentou Hillary.
A candidata à Casa Branca disse ainda que a resolução de 2001 autorizando a retaliação contra os responsáveis pelos atentados de 11 de setembro também não autoriza o uso da força contra o Irã: "Continuamos sofrendo as conseqüência da ação presidencial sem controle. Permitiu-se que o presidente cometesse um erro grave depois do outro durante muito tempo, sob a cobertura da sombra oferecida pelo Congresso de maioria republicana".
O Partido Democrata venceu as eleições intermediárias de 7 de novembro. Desde janeiro, tem maioria na Câmara e no Senado.
"Se o governo acredita que qualquer uso de força contra o Irã seja necessário, o presidente deve pedir autorização ao Congresso", declarou em discurso a senadora pelo estado de Nova Iorque nesta quarta-feira.
"Seria um erro de proporções históricas se o governo acreditasse que a resolução de 2002 autorizando o uso da força contra o Iraque foi um cheque em branco para autorizar o uso da força contra o Irã sem nova autorização congressual", acrescentou Hillary.
A candidata à Casa Branca disse ainda que a resolução de 2001 autorizando a retaliação contra os responsáveis pelos atentados de 11 de setembro também não autoriza o uso da força contra o Irã: "Continuamos sofrendo as conseqüência da ação presidencial sem controle. Permitiu-se que o presidente cometesse um erro grave depois do outro durante muito tempo, sob a cobertura da sombra oferecida pelo Congresso de maioria republicana".
O Partido Democrata venceu as eleições intermediárias de 7 de novembro. Desde janeiro, tem maioria na Câmara e no Senado.
Indústria dos EUA tem maior queda desde Katrina
A produção industrial caiu 0,5% em janeiro nos Estados Unidos, em parte por causa dos cortes de produção na indústria automobilística. É a maior queda desde que o furacão Katrina atingiu o Golfo do México, em setembro de 2005, arrasando a cidade de Nova Orleans e afetando a produção de petróleo na região. Nos últimos 12 meses, houve uma alta de 2,6%.
O uso da capacidade instalada caiu de 81,8% para 81,2%, abaixo das previsões dos economistas, que eram de 81,6% para utilização da capacidade instaladas e de 0,1% para a queda na produção industrial.
O uso da capacidade instalada caiu de 81,8% para 81,2%, abaixo das previsões dos economistas, que eram de 81,6% para utilização da capacidade instaladas e de 0,1% para a queda na produção industrial.
Primeiro-ministro palestino renuncia
O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), anunciou hoje oficialmente sua renúncia ao cargo para permitir a formação de um governo de união nacional com os principais partidos do movimento nacional que luta pela criação de um Estado palestino independente. Haniyeh deve ser convidado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, da Fatah, para chefiar o próximo governo.
Na semana passada, o rei da Arábia Saudita negociou a paz entre os grupos palestinos Hamas e Fatah, depois de mais de 100 mortes na luta interna palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O movimento palestino enfrenta um boicote internacional desde a vitória do Hamas nas eleições legislativas de 25 de janeiro de 2006 porque o partido não abandonou a luta armada nem reconhece Israel.
Como o Hamas nega-se a reconhecer Israel, o governo israelense nega-se a negociar com o Hamas. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, tentará relançar as negociações israelo-palestinas num encontro com Abbas e o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, na próxima segunda-feira, em Jerusalém.
Na semana passada, o rei da Arábia Saudita negociou a paz entre os grupos palestinos Hamas e Fatah, depois de mais de 100 mortes na luta interna palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O movimento palestino enfrenta um boicote internacional desde a vitória do Hamas nas eleições legislativas de 25 de janeiro de 2006 porque o partido não abandonou a luta armada nem reconhece Israel.
Como o Hamas nega-se a reconhecer Israel, o governo israelense nega-se a negociar com o Hamas. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, tentará relançar as negociações israelo-palestinas num encontro com Abbas e o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, na próxima segunda-feira, em Jerusalém.
Japão cresce num ritmo anual de 4,8%
O Japão, segunda maior economia do mundo, cresceu 1,2% no último trimestre de 2006 em relação ao trimestre anterior, superando a previsão do mercado, que era de 0,9%.
A taxa projeta um crescimento anual de 4,8% para a economia japonesa. Torna provável um aumento da taxa básica de juros do Banco do Japão de 0,25% para 0,5% ao ano na próxima quarta-feira, 21 de fevereiro.
Diante da boa notícia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio subiu 0,81%, fechando em 17.897,23, o nível mais alto em sete anos.
E a moeda japonesa, o iene, subiu 1%, sendo cotada a 119,5 ienes por dólar e 156,9 ienes por euro.
Na última reunião dos ministros das Finanças do Grupo dos Sete (maiores potências industriais, sem a China: EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), o Japão foi pressionado a valorizar o iene.
Como os países asiáticos, manipulam o valor de suas moedas para aumentar a competitividade de suas exportações, comprando dólares e euros, e acumulando reservas, o euro paga o custo do ajuste do dólar. Isto prejudica as exportações européias.
Agora, com mais um sinal consistente da recuperação japonesa, o iene tende a subir.
A taxa projeta um crescimento anual de 4,8% para a economia japonesa. Torna provável um aumento da taxa básica de juros do Banco do Japão de 0,25% para 0,5% ao ano na próxima quarta-feira, 21 de fevereiro.
Diante da boa notícia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio subiu 0,81%, fechando em 17.897,23, o nível mais alto em sete anos.
E a moeda japonesa, o iene, subiu 1%, sendo cotada a 119,5 ienes por dólar e 156,9 ienes por euro.
Na última reunião dos ministros das Finanças do Grupo dos Sete (maiores potências industriais, sem a China: EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), o Japão foi pressionado a valorizar o iene.
Como os países asiáticos, manipulam o valor de suas moedas para aumentar a competitividade de suas exportações, comprando dólares e euros, e acumulando reservas, o euro paga o custo do ajuste do dólar. Isto prejudica as exportações européias.
Agora, com mais um sinal consistente da recuperação japonesa, o iene tende a subir.
Padre Lugo lidera pesquisa no Paraguai
O padre e bispo demissionário Fernando Lugo lidera as pesquisas para a eleição presidencial de 2008 no Paraguai.
Em pesquisa divulgada ontem, 63% disseram ter uma imagem boa ou muito boa do padre. O general Lino Oviedo, que cumpre pena numa prisão militar por tentativa de golpe e não pode se candidatar, aparece em segundo, com 38% de opiniões positivas. Em terceiro, vem a ministra da Educação, Blanca Ovelar, do Partido Colorado, no poder há mais de 60 anos.
O presidente Nicanor Duarte, que não pode se candidatar à reeleição pela Constituição do Paraguai, ficou em décimo lugar com apenas 20%, atrás do vice-presidente Luis Castiglioni (24%) e de Alfredo Goli Stroessner, neto do ex-ditador do mesmo nome.
Lugo era bispo da Diocese de São Pedro, a região mais pobre do Paraguai, e organizou o movimento pela reforma agrária. O Vaticano não aceitou sua renúncia para ingressar na política. Mas ele já é visto como o grande fenômeno e a grande novidade política no Paraguai, comparado ao presidente Lula e ao caudilho venezuelano Hugo Chávez.
Em pesquisa divulgada ontem, 63% disseram ter uma imagem boa ou muito boa do padre. O general Lino Oviedo, que cumpre pena numa prisão militar por tentativa de golpe e não pode se candidatar, aparece em segundo, com 38% de opiniões positivas. Em terceiro, vem a ministra da Educação, Blanca Ovelar, do Partido Colorado, no poder há mais de 60 anos.
O presidente Nicanor Duarte, que não pode se candidatar à reeleição pela Constituição do Paraguai, ficou em décimo lugar com apenas 20%, atrás do vice-presidente Luis Castiglioni (24%) e de Alfredo Goli Stroessner, neto do ex-ditador do mesmo nome.
Lugo era bispo da Diocese de São Pedro, a região mais pobre do Paraguai, e organizou o movimento pela reforma agrária. O Vaticano não aceitou sua renúncia para ingressar na política. Mas ele já é visto como o grande fenômeno e a grande novidade política no Paraguai, comparado ao presidente Lula e ao caudilho venezuelano Hugo Chávez.
Argentina pede extradição de Isabelita Perón
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina pediu ao governo da Espanha a extradição da ex-presidente Maria Estela Martínez de Perón (1974-76), a Isabelita, acusada em dois processos de desaparecimento de pessoas.
Na província de Mendoza, o juiz Héctor Acosta acatou denúncia contra a ex-presidente pelo desaparecimento de um militante político e a detenção de um menor durante seu governo, que precedeu a última ditadura militar argentina (1976-83). Em outro processo, a viúva do general Juan Domingo Perón é processada pelo juiz Norberto Oyarbide por assassinatos cometidos pela Aliança Anticomunista Argentina, a sinistre Triple A, organização de extrema direita liderada por seu ministro do Bem-Estar Social, José López Rega, el Brujo.
Isabelita foi detida em janeiro em Madri, a pedido das autoridades argentinas, e está em liberdade provisória. Foi operada no último fim de semana depois de uma queda em casa em que quebrou o cúbito e o rádio, dois ossos do antebraço direito.
Embora não tivesse nem de longe o charme de María Eva Duarte de Perón, a Evita, que morreu jovem de câncer em 1952, Isabelita foi indicada vice-presidente na chapa do general Perón, quando ele voltou à Argentina em 1973, depois de ser deposto por um golpe em 1955.
Quando Perón morreu, em 1974, ela herdou a chefia do governo. Mas não tinha estatura para dominar um movimento tão diverso como o peronismo, que ia do movimento guerrilheiro Montoneros, de extrema esquerda, à Aliança Anticomunista Argentina, a Triple A, de extrema direita. O conflito interno do peronismo ajudou a insuflar o sangrento golpe de 24 de março de 1976.
Seguiu-se uma onda de terror com 30 mil mortes. A fracassada ocupação das Ilhas Malvinas, em 1982, com a derrota da ditadura na guerra contra a Grã-Bretanha, desmoralizou os militares argentinos. No ano seguinte, eles entregaram o poder aos civis.
Depois de ficar presa por vários anos, Isabelita refugiou-se na Espanha em 1981, onde agora, aos 76 anos, aguarda o julgamento do pedido de extradição, no momento em que outro casal, Néstor e Cristina Fernández de Kirchner, ocupa em nome do peronismo o primeiro plano da política argentina.
Na província de Mendoza, o juiz Héctor Acosta acatou denúncia contra a ex-presidente pelo desaparecimento de um militante político e a detenção de um menor durante seu governo, que precedeu a última ditadura militar argentina (1976-83). Em outro processo, a viúva do general Juan Domingo Perón é processada pelo juiz Norberto Oyarbide por assassinatos cometidos pela Aliança Anticomunista Argentina, a sinistre Triple A, organização de extrema direita liderada por seu ministro do Bem-Estar Social, José López Rega, el Brujo.
Isabelita foi detida em janeiro em Madri, a pedido das autoridades argentinas, e está em liberdade provisória. Foi operada no último fim de semana depois de uma queda em casa em que quebrou o cúbito e o rádio, dois ossos do antebraço direito.
Embora não tivesse nem de longe o charme de María Eva Duarte de Perón, a Evita, que morreu jovem de câncer em 1952, Isabelita foi indicada vice-presidente na chapa do general Perón, quando ele voltou à Argentina em 1973, depois de ser deposto por um golpe em 1955.
Quando Perón morreu, em 1974, ela herdou a chefia do governo. Mas não tinha estatura para dominar um movimento tão diverso como o peronismo, que ia do movimento guerrilheiro Montoneros, de extrema esquerda, à Aliança Anticomunista Argentina, a Triple A, de extrema direita. O conflito interno do peronismo ajudou a insuflar o sangrento golpe de 24 de março de 1976.
Seguiu-se uma onda de terror com 30 mil mortes. A fracassada ocupação das Ilhas Malvinas, em 1982, com a derrota da ditadura na guerra contra a Grã-Bretanha, desmoralizou os militares argentinos. No ano seguinte, eles entregaram o poder aos civis.
Depois de ficar presa por vários anos, Isabelita refugiou-se na Espanha em 1981, onde agora, aos 76 anos, aguarda o julgamento do pedido de extradição, no momento em que outro casal, Néstor e Cristina Fernández de Kirchner, ocupa em nome do peronismo o primeiro plano da política argentina.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
Dow Jones bate recorde após fala de Bernanke
O Índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Valores de Nova Iorque, fechou hoje novamente em nível recorde, pela primeira vez acima de 12.700 pontos, em 12.741,85, graças ao depoimento de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve Board, o banco central americano, no Congresso dos Estados Unidos.
Bernanke começou a falar às 10h na Comissão de Bancos do Senado, em Washington. Disse estar satisfeito com a atual taxa básica de juros, de 5,25% ao ano, e que os riscos inflacionários estão diminuindo: "Até agora, os dados apóiam a visão de que a atual política deve estimular um crescimento econômico sustentável e uma queda gradual do núcleo da inflação". Mas advertiu que o Fed está "preparado para agir" se houver ameaça de inflação. Imediatamente, as ações passaram a subir em ritmo mais forte.
Na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, o petróleo subiu 2,2%, fechando em US$ 58 por barril.
Bernanke começou a falar às 10h na Comissão de Bancos do Senado, em Washington. Disse estar satisfeito com a atual taxa básica de juros, de 5,25% ao ano, e que os riscos inflacionários estão diminuindo: "Até agora, os dados apóiam a visão de que a atual política deve estimular um crescimento econômico sustentável e uma queda gradual do núcleo da inflação". Mas advertiu que o Fed está "preparado para agir" se houver ameaça de inflação. Imediatamente, as ações passaram a subir em ritmo mais forte.
Na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, o petróleo subiu 2,2%, fechando em US$ 58 por barril.
Chrysler promove massacre do Dia de São Valentim
Hoje é Dia dos Namorados nos Estados Unidos. Mas o presente que a fábrica de automóveis Chrysler - uma das três grandes de Detroit, da velha indústria automobilística americana, ao lado da General Motors e da Ford - dará a seus funcionários é uma lista de 13 mil demissões, no que está sendo chamado de Massacre do Dia de São Valentim.
Sob intensa pressão da concorrência das fábricas asiáticas, a Chrysler, controlada pelo grupo alemão Daimler-Benz, pretende reduzir em mil dólares o custo de cada carro. Vai fechar fábricas e parar de produzir modelos que não estão vendendo bem, como seus utilitários esportivos, na esperança de voltar a dar lucro em 2008.
As três grandes de Detroit são exemplos de gigantes da era industrial que não tiveram a flexibilidade necessária para se adaptar ao mundo globalizado. Hoje lutam para sobreviver. A GM tem mais chance. Quanto à Chrysler, a Daimler-Benz deixou claro que pretende vendê-la.
O verdadeiro Massacre do Dia de São Valentim aconteceu em Chicago em 14 de fevereiro de 1929, quando sete rivais da gangue de Al Capone foram assassinados.
Sob intensa pressão da concorrência das fábricas asiáticas, a Chrysler, controlada pelo grupo alemão Daimler-Benz, pretende reduzir em mil dólares o custo de cada carro. Vai fechar fábricas e parar de produzir modelos que não estão vendendo bem, como seus utilitários esportivos, na esperança de voltar a dar lucro em 2008.
As três grandes de Detroit são exemplos de gigantes da era industrial que não tiveram a flexibilidade necessária para se adaptar ao mundo globalizado. Hoje lutam para sobreviver. A GM tem mais chance. Quanto à Chrysler, a Daimler-Benz deixou claro que pretende vendê-la.
O verdadeiro Massacre do Dia de São Valentim aconteceu em Chicago em 14 de fevereiro de 1929, quando sete rivais da gangue de Al Capone foram assassinados.
Publicidade cresceu 22% na China em 2006
Por conta da concorrência entre bancos e de eventos esportivos como a Copa do Mundo e a Olimpíada de Beijim, em 2008, o mercado publicitário chinês cresceu 22% no ano passado, depois de expansões de 18% em 2005, 22% em 2004 e 39% em 2003.
A China disputa hoje com o Reino Unido o terceiro lugar entre os maiores mercados publicitários do mundo, depois dos Estados Unidos e do Japão. Em 2006, os anunciantes chineses gastaram US$ 36,9 bilhões.
Os maiores anunciantes são as indústrias farmacêutica e de produtos de higiene e beleza. Houve ainda um grande avanço do setor automobilístico.
O mercado publicitário na China cresceu muito mas ainda representa apenas 1,4% do produto interno bruto chinês, em comparação com 3% nos EUA. Ou seja, pode crescer muito mais.
A China disputa hoje com o Reino Unido o terceiro lugar entre os maiores mercados publicitários do mundo, depois dos Estados Unidos e do Japão. Em 2006, os anunciantes chineses gastaram US$ 36,9 bilhões.
Os maiores anunciantes são as indústrias farmacêutica e de produtos de higiene e beleza. Houve ainda um grande avanço do setor automobilístico.
O mercado publicitário na China cresceu muito mas ainda representa apenas 1,4% do produto interno bruto chinês, em comparação com 3% nos EUA. Ou seja, pode crescer muito mais.
Iraque fecha fronteiras com Síria e Irã
O governo do Iraque anunciou ontem o fechamento das fronteiras com a Síria e o Irã por 72 horas, e a ampliação do horário do toque de recolher noturno em Bagdá. Agora, fica proibido circular na capital das 20h às 6h; antes o toque de recolher começava às 23h.
As medidas fazem parte da nova estratégia americana para tentar controlar a segurança no país ocupado. Foram anunciadas em mais um dia de violência. Um carro-bomba explodiu junto a uma faculdade particular, o Colégio de Ciências Econômicas, matando 18 pessoas na capital iraquiana.
Ao fazer o anúncio na televisão, o general iraquiano Abud Kanbar, responsável pelo plano de ação, advertiu: "Todos os que violarem os termos deste decreto serão julgados com base na lei sobre terrorismo pelo Tribunal Superior de Justiça, que fará sessões especiais com este propósito".
As medidas fazem parte da nova estratégia americana para tentar controlar a segurança no país ocupado. Foram anunciadas em mais um dia de violência. Um carro-bomba explodiu junto a uma faculdade particular, o Colégio de Ciências Econômicas, matando 18 pessoas na capital iraquiana.
Ao fazer o anúncio na televisão, o general iraquiano Abud Kanbar, responsável pelo plano de ação, advertiu: "Todos os que violarem os termos deste decreto serão julgados com base na lei sobre terrorismo pelo Tribunal Superior de Justiça, que fará sessões especiais com este propósito".
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
Eurozona cresceu 2,7% em 2006
Os 12 países da União Européia que adotavam o euro como moeda única tiveram um crescimento médio de 0,9% no último trimestre do ano passado, fechando 2006 com uma expansão de 2,7%, acima da expectativa média do mercado, que era de 2,5%, e do índice do ano passado, que foi de 1,4%. A UE como um todo cresceu 2,6%.
A Alemanha, maior economia européia e terceira do mundo, avançou 2,7% em 2006, seu melhor resultado desde 2000. Na França, segunda maior economia da eurozona, o crescimento foi de 2%. A Espanha expandiu-se em 3,8%.
Este crescimento aumenta a possibilidade de alta na taxa básica de juros do Banco Central da Europa, atualmente em 3,5% ao ano. No Reino Unido, com a queda da inflação de 3% para 2,7%, os analistas acreditam que o Banco da Inglaterra não subirá sua taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano.
A Alemanha, maior economia européia e terceira do mundo, avançou 2,7% em 2006, seu melhor resultado desde 2000. Na França, segunda maior economia da eurozona, o crescimento foi de 2%. A Espanha expandiu-se em 3,8%.
Este crescimento aumenta a possibilidade de alta na taxa básica de juros do Banco Central da Europa, atualmente em 3,5% ao ano. No Reino Unido, com a queda da inflação de 3% para 2,7%, os analistas acreditam que o Banco da Inglaterra não subirá sua taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano.
Déficit comercial dos EUA sobe após quatro meses
A alta dos preços do petróleo inflou as importações americanas em dezembro, aumentando o déficit comercial em 5,3% para US$ 61,18 bilhões, acima das previsões dos analistas.
No ano inteiro, o comércio dos Estados Unidos registrou um saldo negativo recorde de US$ 763,59 bilhões, dos quais US$ 232,55 bilhões com a China.
No ano inteiro, o comércio dos Estados Unidos registrou um saldo negativo recorde de US$ 763,59 bilhões, dos quais US$ 232,55 bilhões com a China.
Coréia do Norte aceita parar programa nuclear
A Coréia do Norte aceitou em princípio fechar sua principal central nuclear em troca de uma ajuda energética e alimentar maciça. Não foram revelados muitos detalhes.
Pelo acordo, a Coréia do Norte deve fechar em 60 dias a usina nuclear de Ionguibiom, provável fonte do plutônio usado no teste nuclear de outubro passado, e autorizar a volta ao país de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas. Eles foram expulsos em 2003, quando os Estados Unidos acusaram o regime stalinista norte-coreano de violar um acordo firmado em 1994, durante o governo Bill Clinton.
Um ano e meio antes, o presidente George W. Bush tinha colocado a Coréia do Norte no que chamou de Eixo do Mal, ao lado do Irã e do Iraque. Ao atacar o Iraque, os EUA colocaram a Coréia do Norte e o Irã em estado de alerta para uma invasão americano.
Como disse o ex-ministro da Defesa da Índia Jaswant Singh, a grande lição da Guerra do Golfo de 1991 é que o país que quiser enfrentar os EUA precisa ter armas nucleares.
A demonização implícita no conceito de eixo do mal empurrou os dois países declarados inimigos por Bush para posições mais radicais, incentivando-os a desenvolver armas nucleares, como aliás observou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, domingo passado, na Conferência de Munique, num discurso que lembrou o tempo da Guerra Fria.
Em troca do fechamento da usina de Ionguibiom, a Coréia do Norte vai receber uma ajuda em alimentos e energia equivalente a 50 mil toneladas de óleo combustível pesado, num total estimado em US$ 300 milhões. As negociações incluíram as Coréias, a China, os EUA, o Japão e a Rússia.
Para o negociador americano, Christopher Hill, o anteprojeto de acordo como "excelente". Mas o ex-embaixador americano na ONU, o linha-dura John Bolton, reclamou na TV CNN que a Coréia do Norte está sendo recompensada com maciças quantidades de óleo combustível em troca da paralisação apenas parcial de seu programa nuclear: "Isto manda o recado errado para os proliferadores no mundo inteiro".
A secretária de Estado, Condoleezza Rice, defendeu o acordo, dizendo que manda um sinal claro ao Irã de que a diplomacia funciona. Para os partidários do acordo, ele ainda não acaba com o problema, já que a Coréia do Norte não foi obrigada a se desarmar. Ficaram outras questões para serem negociadas no futuro, dentro dos mesmos parâmetros.
A chantagem nuclear da Coréia do Norte continua. Os negociadores têm a esperança de pouco a pouco irem desmantelando o programa nuclear norte-coreano.
Pelo acordo, a Coréia do Norte deve fechar em 60 dias a usina nuclear de Ionguibiom, provável fonte do plutônio usado no teste nuclear de outubro passado, e autorizar a volta ao país de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas. Eles foram expulsos em 2003, quando os Estados Unidos acusaram o regime stalinista norte-coreano de violar um acordo firmado em 1994, durante o governo Bill Clinton.
Um ano e meio antes, o presidente George W. Bush tinha colocado a Coréia do Norte no que chamou de Eixo do Mal, ao lado do Irã e do Iraque. Ao atacar o Iraque, os EUA colocaram a Coréia do Norte e o Irã em estado de alerta para uma invasão americano.
Como disse o ex-ministro da Defesa da Índia Jaswant Singh, a grande lição da Guerra do Golfo de 1991 é que o país que quiser enfrentar os EUA precisa ter armas nucleares.
A demonização implícita no conceito de eixo do mal empurrou os dois países declarados inimigos por Bush para posições mais radicais, incentivando-os a desenvolver armas nucleares, como aliás observou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, domingo passado, na Conferência de Munique, num discurso que lembrou o tempo da Guerra Fria.
Em troca do fechamento da usina de Ionguibiom, a Coréia do Norte vai receber uma ajuda em alimentos e energia equivalente a 50 mil toneladas de óleo combustível pesado, num total estimado em US$ 300 milhões. As negociações incluíram as Coréias, a China, os EUA, o Japão e a Rússia.
Para o negociador americano, Christopher Hill, o anteprojeto de acordo como "excelente". Mas o ex-embaixador americano na ONU, o linha-dura John Bolton, reclamou na TV CNN que a Coréia do Norte está sendo recompensada com maciças quantidades de óleo combustível em troca da paralisação apenas parcial de seu programa nuclear: "Isto manda o recado errado para os proliferadores no mundo inteiro".
A secretária de Estado, Condoleezza Rice, defendeu o acordo, dizendo que manda um sinal claro ao Irã de que a diplomacia funciona. Para os partidários do acordo, ele ainda não acaba com o problema, já que a Coréia do Norte não foi obrigada a se desarmar. Ficaram outras questões para serem negociadas no futuro, dentro dos mesmos parâmetros.
A chantagem nuclear da Coréia do Norte continua. Os negociadores têm a esperança de pouco a pouco irem desmantelando o programa nuclear norte-coreano.
Bomba iraniana é irreversível, admite UE
O Irã terá condições de enriquecer urânio para uso em armas atômicas e não há quase nada a fazer para impedi-lo, conclui um documento interno da União Européia revelado hoje pelo jornal Financial Times, de Londres. Até agora, as ambições do programa nuclear iraniano foram retardadas por problemas técnicos. A ação diplomática não deu o menor resultado prático, o que reforça a posição dos defensores de uma ação militar.
“Em algum estágio, devemos esperar que o Irã adquira capacidade para enriquecer urânio no teor necessário para armas atômicas”, diz o documento de 7 de fevereiro, distribuído aos 27 países-membros da UE antes de uma reunião do Conselho de Ministros do Exterior realizada no domingo.
“Na prática, os iranianos desenvolvem seu programa nuclear no seu próprio ritmo, tendo como fator limitante as dificuldades técnicas e não resolução da ONU ou da Agência Internacional de Energia Atômica”, reconhecem os europeus. “Os problemas com o Irã não serão resolvidos apenas com sanções econômicas”.
Isto inquieta ainda mais os estrategistas dos Estados Unidos e de Israel, que examinam a possibilidade de um bombardeio aéreo contra as principais instalações nucleares do Irã. A julgar pelo documento da UE, um ataque retardaria mas não impediria a fabricação da bomba iraniana. O país já teria o conhecimento tecnológico necessário. No ritmo atual, faria a bomba em dois a três anos, afirmam os falcões.
Leia a íntegra em minha coluna de política internacional no Baguete.com.br
“Em algum estágio, devemos esperar que o Irã adquira capacidade para enriquecer urânio no teor necessário para armas atômicas”, diz o documento de 7 de fevereiro, distribuído aos 27 países-membros da UE antes de uma reunião do Conselho de Ministros do Exterior realizada no domingo.
“Na prática, os iranianos desenvolvem seu programa nuclear no seu próprio ritmo, tendo como fator limitante as dificuldades técnicas e não resolução da ONU ou da Agência Internacional de Energia Atômica”, reconhecem os europeus. “Os problemas com o Irã não serão resolvidos apenas com sanções econômicas”.
Isto inquieta ainda mais os estrategistas dos Estados Unidos e de Israel, que examinam a possibilidade de um bombardeio aéreo contra as principais instalações nucleares do Irã. A julgar pelo documento da UE, um ataque retardaria mas não impediria a fabricação da bomba iraniana. O país já teria o conhecimento tecnológico necessário. No ritmo atual, faria a bomba em dois a três anos, afirmam os falcões.
Leia a íntegra em minha coluna de política internacional no Baguete.com.br
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