domingo, 18 de fevereiro de 2007

"Democracia não se impõe com bombas"

Diante da pressão cada vez maior para que o Irã abandone seu programa nuclear, suspeito de desenvolver armas atômicas, aumenta a preocupação dos iranianos quanto ao risco de um bombardeio dos Estados Unidos ou de israel contra suas instalações nucleares.

"Os iranianos se opõem a qualquer tipo de ataque ao Irã, mas isso não quer dizer que apóiem o governo", afirma a advogada defensora dos direitos humanos iraniana Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2003. "Não o apóiam porque viola os direitos humanos e não é democrático. Os iranianos não podem eleger diplomaticamente seus deputados porque eles são pré-escolhidos".

Mas em entrevista ao jornal espanhol El País, ela adverte que "um ataque dos EUA só pioraria a situação".

Shirin Ebadi preocupa-se com as conseqüências de sanções econômicas contra o conjunto da população do Irã. Prefere "que se rebaixem as relações diplomáticas com o governo iraniano e que sejam proibidas as viagens de seus direigentes ao exterior".

Na opinião, o Irã precisa de democracia: "A democracia permite que as pessoas fiscalizem o governo. Parece-me que nem a bomba atômica, nem a energia nuclear ou tampouco o resto das armas são prioritárias num país incapaz de escolarizar todas as crianças por falta de recursos. A Índia e o Paquistão, por exemplo, têm altas taxas de pobreza. Milhões de indianos nascem, vivem e morrem nas ruas. A bomba não os ajuda a sair desta situação. Não sou contra apenas as armas nucleares mas contra todos os gastos com qualquer tipo de armamentos".

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