O presidente Hu Jintao defendeu nesta semana a política de investimentos da China em petróleo, cobre e outros recursos naturais da África, afirmando que não é uma nova onda de colonialismo porque a China "não fará nada capaz de prejudicar os interesses da África e de seus povos".
Este comentário foi feito em Pretória, capital da África do Sul, sexta escala de uma viagem por oito países (África do Sul, Camarões, Libéria, Moçambique, Namíbia, Ilhas Seicheles, Sudão e Zâmbia), a terceira de Hu à África.
Os críticos acusam a China de inflacionar o mercado de produtos primários e de destruir a incipiente indústria manufatureira africana. Apesar de comprar petróleo em grandes quantidades de Angola, da Nigéria e do Sudão, o comércio de bens industriais dá amplo saldo favorável aos chineses.
Hu tentou dizer que a China é diferente por também ter sofrido nas mãos do colonialismo ocidental: "Por mais de 100 anos da moderna História da China, o povo chinês esteve submetido à agressão colonial e à agressão por potências estrangeiras. Passou por um sofrimento e uma agonia similares às que a maioria dos países africanos suportaram", declarou o presidente chinês quarta-feira na Universidade de Pretória. "A China nunca impôs sua vontade ou práticas desiguais a outros países e nunca fará isso no futuro".
Com seu crescente poder econômico, na última década a China tornou-se uma parceira importante da África. Empresas chinesas constroem estradas, portos, estações de tratamento d'água, sistemas de telecomunicações, muitas vezes subsidiando os projetos ou batendo a concorrência com preços mais baixos. A China comprou áreas de prospecção de petróleo na Nigéria e minas de cobre na Zâmbia, e deu bilhões de dólares em empréstimos e ajuda.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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