A Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda, isentou hoje a Sérvia de genocídio pelo massacre de 8 mil bósnios em Srebrenica, na Bósnia-Herzegovina, em julho de 1995, numa das guerras que destruíram a Iugoslávia nos anos 90. Mas responsabilizou seu governo, na época liderado por Slobodan Milosevic, e pediu a extradição dos dois principais responsáveis, o então líder da república sérvia da Bósnia, Radovan Karadzic, e seu comandante militar, general Ratko Mladic.
Essa matança numa cidade declarada "zona de segurança" pela ONU provocou a indignação internacional e ampliou a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte, o que levou às negociações de paz de Dayton, nos EUA, ainda em 1995.
O caso fora iniciado pela Bósnia-Herzegovina sob o argumento de que o governo sérvio incitou o ódio entre os povos, armou os sérvios e teve ativa participação na guerra. A Sérvia sempre alegou que o conflito era uma guerra civil interna na Bósnia.
Na sentença, a juíza britânica Rosalyn Higgins, presidente do tribunal internacional, declarou: "A Corte considera que os atos de genocídio em Srebrenica não podem ser atribuídos aos órgãos do Estado acusado". Acrescenta que os líderes sérvios fracassaram ao não cumprir leis internacionais para evitar o massacre e punir os responsáveis. Mas rejeita o pedido da Bósnia de indenização.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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