Foi seu nome que os algozes gritaram para torturar Saddam Hussein psicologicamente na hora de sua morte: "Muktada! Muktada!"
Há quatro anos, quando os EUA invadiram o Iraque, quase ninguém conhecia o jovem aiatolá Muktada al-Sader, que, mesmo sendo inimigo de Saddam, responsável pela morte de seu pai, sempre rejeitou a intervenção americana.
Líder da principal milícia xiita do Iraque, o Exército Mehdi, de 60 mil homens, Muktada controla uma bancada de deputados na Assembléia Nacional maior do que qualquer partido isolado. Para a revista Foreign Policy, Muktada é hoje o homem mais poderoso do Iraque e o segundo maior vencedor com a ocupação americana.
A partir de 2003, e sobretudo de 2004, ele conquistou prestígio com a desilusão do povo iraquiano com a invasão e a violência da insurgência sunita.
Em agosto de 2004, seus homens ocuparam a mesquita do imã Ali, fundador do xiismo, durante semanas. O grão-aiatolá Ali al-Sistani e outros clérigos xiitas negociaram para que Muktada não fosse detido sob acusação de assassinato.
Agora, quando começou a operação para tentar controlar a segurança em Bagdá, correram boatos de que Muktada teria mandado sua turma baixar a bola e se refugiado no Irã. Foreign Polícy o considera mais poderoso do que os aiatolás que o livraram há dois anos e meio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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