A guerra no Iraque eliminou um importante inimigo do Estado judaico, Saddam Hussein, e neutralizou outro, o coronel Muamar Kadafi, da Líbia, que preferiu abrir mão de seus programas de armas de destruição em massa (químicas, biológicas e nucleares) em troca do pleno restabelecimento de relações com o Ocidente. Para os editores de Foreign Policy, o décimo vencedor da guerra no Iraque foi Israel.
Saddam pagava US$ 25 mil para cada família de terrorista suicida palestino. Sem a invasão, Saddam poderia ter reequipado suas Forças Armadas porque o embargo ao petróleo iraquiano estava sendo furado. Também se reaproximara da Síria, inimiga de Israel. E os serviços secretos israelenses estavam certos de que Kadafi poderia, em breve, dispor de um pequeno arsenal nuclear.
Claro que os riscos para a segurança de Israel não diminuíram. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fala em “varrer Israel do mapa” enquanto seu país avança no desenvolvimento de armas nucleares, embora quem mande mesmo seja o líder espiritual Ali Khamenei. E o clima de tensão e antiamericanismo em todo o Oriente Médio não ajudam Israel.
Por outro lado, a gravidade da situação evidencia a necessidade de resolver os principais conflitos, no Líbano, na Palestina e no Iraque. Como a questão israelo-palestina está no centro da sensação de impotência e injustiça histórica que estimula o terrorismo dos jihadistas, a crise cria uma oportunidade importante para resolver o problema, com a criação de um Estado palestino independente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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