O relatório Mundo Plano, Grandes Desigualdades, lançado hoje pelas Nações Unidas, concluiu que a globalização econômica não está ajudando a reduzir a pobreza e as diferenças sociais no mundo. A questão está sendo discutida na 45ª reunião da Comissão sobre Desenvolvimento Social, que revisa a implementação das decisões da reunião de cúpula mundial focada na questão social, realizada em 1995 em Copenhague, na Dinamarca.
Houve redução da pobreza na China e na Índia, dois países com mais de um bilhão de habitantes cada que crescem rapidamente, a taxas perto de 10% ao ano. Mas além de suas estratégias de desenvolvimento acelerado terem um custo ambiental elevado, a distribuição da riqueza em geral pelo mundo piorou e os índices de pobreza não foram alterados fundamentalmente desde 1980.
Como todo o desenvolvimento é desigual, já que alguns países, empresas e indivíduos ganham mais do que outros, o aumento da concentração da renda é compreensível. Mas a expectativa dos defensores da globalização era de que, diante do formidável aumento da riqueza, a pobreza tivesse diminuído.
Uma questão central é o emprego. Pela primeira vez na História da Humanidade, o crescimento econômico não vem obrigatoriamente acompanhado de um aumento na oferta de empregos porque os computadores estão substituindo o homem com vantagem em diversas atividades.
No Oriente Médio e no Norte da África, menos atingidos pela globalização, a desigualdade não mudou. No maioria dos outros países em desenvolvimento, piorou.
Com a liberalização financeira, em vez do capital ir dos países pobres para os países ricos, aconteceu o contrário. Os países em desenvolvimento financiam hoje os déficits orçamentário e comercial dos Estados Unidos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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