Seis dias depois da vitória da esquerda radical na Grécia, dezenas de milhares de pessoas participaram hoje de uma passeata em Madri contra as políticas de controle dos gastos públicos impostas pela União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE).
A manifestação foi convocada pelo novo partido Podemos, que lidera as pesquisas para as eleições parlamentares de dezembro de 2015. Por causa da popularidade crescente, está sendo comparado com a Coligação de Esquerda Radical (Syriza), grande vitoriosa nas eleições gregas.
O novo partido espanhol festejou a vitória da Syriza, atrelando seu futuro ao sucesso da esquerda radical grega e de seu primeiro-ministro, Alexis Tsipras. Ele quer renegociar a dívida pública da Grécia com desconto, recriar empregos públicos fechados, reajustar salários e aposentadorias.
Diante de uma Europa que insiste no respeito aos acordos firmados por governos anteriores, inclusive para não estimular o sucesso de partidos radicais Tsipras terá de buscar algum acordo para que a economia não entre em colapso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sábado, 31 de janeiro de 2015
Estado Islâmico toma parte de campo de petróleo em Kirkuk
Depois de perder a Batalha de Kobane, na Síria, a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante lançou ontem uma ofensiva na região curda de Kirkuk, no Norte do Iraque, e capturou alguns poços de extração de petróleo do campo de Cabás.
Em outros setores, os guerrilheiros curdos conseguiram repelir a ofensiva do Estado Islâmico.
Depois da vitória em Kobane, os curdos estariam articulando uma ofensiva com a cobertura aérea dos Estados Unidos e seus aliados para retomar Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, tomada em junho de 2014, onde nos últimos dias os jihadistas estão queimando livros considerados heréticos na biblioteca pública local.
Em outros setores, os guerrilheiros curdos conseguiram repelir a ofensiva do Estado Islâmico.
Depois da vitória em Kobane, os curdos estariam articulando uma ofensiva com a cobertura aérea dos Estados Unidos e seus aliados para retomar Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, tomada em junho de 2014, onde nos últimos dias os jihadistas estão queimando livros considerados heréticos na biblioteca pública local.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Deflação se aprofunda na Zona do Euro
Depois de cair para 0,2% ao ano em dezembro de 2014, o índice de preços ao consumidor registrou queda de 0,6% ao ano em janeiro de 2015 nos países da União Europeia que usam o euro como moeda, informou o Eurostat, escritório oficial de estatísticas do bloco.
O segundo mês consecutivo de alta de preços é atribuído à queda nos preços internacionais do petróleo, mas reacende o alerta para a ameaça de deflação, uma baixa sustentada nos preços que desestimula a produção e o consumo, colocando a economia numa espiral negativa. No setor de energia, a queda nos preços foi de 6,3% em dezembro e 8,9% em janeiro.
Para combater a deflação, o Banco Central Europeu anunciou em 22 de janeiro de 2015 a intenção de comprar títulos no valor de 1,1 trilhão de euros dentro de um ano e meio a partir de março. O objetivo do chamado alívio quantitativo é colocar mais dinheiro em circulação a fim de reativar a economia.
O segundo mês consecutivo de alta de preços é atribuído à queda nos preços internacionais do petróleo, mas reacende o alerta para a ameaça de deflação, uma baixa sustentada nos preços que desestimula a produção e o consumo, colocando a economia numa espiral negativa. No setor de energia, a queda nos preços foi de 6,3% em dezembro e 8,9% em janeiro.
Para combater a deflação, o Banco Central Europeu anunciou em 22 de janeiro de 2015 a intenção de comprar títulos no valor de 1,1 trilhão de euros dentro de um ano e meio a partir de março. O objetivo do chamado alívio quantitativo é colocar mais dinheiro em circulação a fim de reativar a economia.
Al Caeda no Iêmen declara que França é pior que EUA
A França é maior inimiga do Islã do que os Estados Unidos, declarou hoje em mensagem de voz divulgada na Internet o guru da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, Ibrahim Suleiman al-Rubaish, noticiou a Agência France Presse.
Al Caeda na Península Arábica, que fugiu para o Iêmen para escapar da repressão na Arábia Saudita, reivindicou a autoria do atentado terrorista contra o jornal satírico Charlie Hedbo, em Paris, em 7 de janeiro de 2015. O grupo treinou Saïd Kouachi, um dos terroristas, mas não há provas concretas.
Aparentemente é um golpe publicitário, reforçado pela declaração de guerra à França.
Al Caeda na Península Arábica, que fugiu para o Iêmen para escapar da repressão na Arábia Saudita, reivindicou a autoria do atentado terrorista contra o jornal satírico Charlie Hedbo, em Paris, em 7 de janeiro de 2015. O grupo treinou Saïd Kouachi, um dos terroristas, mas não há provas concretas.
Aparentemente é um golpe publicitário, reforçado pela declaração de guerra à França.
EUA cresceram 2,4% em 2014
Os Estados Unidos, maior economia do mundo, cresceram 2,4% em 2014, acima da média de 2,2% ao ano de 2010 a 2013. Nos anos 1990s, a média foi 3,4% ao ano.
Sob o impacto da desaceleração mundial, o crescimento caiu de 5% ao ano no terceiro trimestre para 2,6% no fim de 2014, abaixo da média das expectativas dos analistas, que era de um ritmo de 3,2% ao ano no quarto trimestre. O resultado mostra que os desafios da recuperação ainda persistem.
Há bons e maus sinais no relatório do Departamento do Comércio. De um lado, os consumidores, responsáveis por mais de dois terços do produto interno bruto da maior economia do mundo, gastaram mais de outubro a dezembro de 2014 do que no quarto trimestre dos nove anos anteriores.
Com o fortalecimento do mercado de trabalho e a queda nos preços do petróleo, há mais dinheiro para o consumo pessoal, que cresceu 4,3% no fim do ano passado, o ritmo mais forte desde o início de 2006.
Ao mesmo tempo, as empresas contiveram os investimentos, que subiram apenas 1,9%, os governos cortaram gastos e as exportações perderam força por causa da fraca demanda internacional. Com o maior consumo interno, o aumento das importações também ajudou a frear o crescimento do PIB em um ponto percentual, observa o jornal The Wall St. Journal.
A forte desaceleração do crescimento foi anunciada dias depois que a Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, avaliou que a economia estava se expandindo em "ritmo firme", mas manteve a cautela sobre quando vai voltar a subir as taxas básicas de juros, que estão em praticamente zero desde o fim de 2008.
Por causa da queda de mais de 50% nos preços do petróleo nos últimos seis meses, o índice de preços ao consumidor caiu para 0,5% ao ano, depois de registrar 1,2% no terceiro trimestre de 2012, abaixo da meta informal seguida pelo Fed de 2% ao ano. O núcleo da inflação, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, índice que o Fed observa com maior atenção, ficou 1,4% ao ano.
Assim, o banco central americano não tem pressa em aumentar os juros.
Sob o impacto da desaceleração mundial, o crescimento caiu de 5% ao ano no terceiro trimestre para 2,6% no fim de 2014, abaixo da média das expectativas dos analistas, que era de um ritmo de 3,2% ao ano no quarto trimestre. O resultado mostra que os desafios da recuperação ainda persistem.
Há bons e maus sinais no relatório do Departamento do Comércio. De um lado, os consumidores, responsáveis por mais de dois terços do produto interno bruto da maior economia do mundo, gastaram mais de outubro a dezembro de 2014 do que no quarto trimestre dos nove anos anteriores.
Com o fortalecimento do mercado de trabalho e a queda nos preços do petróleo, há mais dinheiro para o consumo pessoal, que cresceu 4,3% no fim do ano passado, o ritmo mais forte desde o início de 2006.
Ao mesmo tempo, as empresas contiveram os investimentos, que subiram apenas 1,9%, os governos cortaram gastos e as exportações perderam força por causa da fraca demanda internacional. Com o maior consumo interno, o aumento das importações também ajudou a frear o crescimento do PIB em um ponto percentual, observa o jornal The Wall St. Journal.
A forte desaceleração do crescimento foi anunciada dias depois que a Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, avaliou que a economia estava se expandindo em "ritmo firme", mas manteve a cautela sobre quando vai voltar a subir as taxas básicas de juros, que estão em praticamente zero desde o fim de 2008.
Por causa da queda de mais de 50% nos preços do petróleo nos últimos seis meses, o índice de preços ao consumidor caiu para 0,5% ao ano, depois de registrar 1,2% no terceiro trimestre de 2012, abaixo da meta informal seguida pelo Fed de 2% ao ano. O núcleo da inflação, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, índice que o Fed observa com maior atenção, ficou 1,4% ao ano.
Assim, o banco central americano não tem pressa em aumentar os juros.
Romney não será candidato à Casa Branca em 2016
O ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, candidato do Partido Republicano derrotado na eleição presidencial de 2012 nos Estados Unidos, não vai concorrer à Casa em 2016.
"Depois de pensar seriamente em concorrer mais uma vez à Presidência, decidi que é melhor dar a outros líderes do partido a oportunidade de se tornar nosso candidato", diz o texto de um discurso preparado para um encontro com possíveis doadores da campanha.
Romney perdeu a candidatura republicana para o senador John McCain e concorreu na última eleição. Ambos foram derrotados pelo presidente Barack Obama.
Vários republicanos já manifestaram a intenção de concorrer à Casa Branca, como os ultradireitistas Rand Paul e Ted Cruz, e o ex-governador da Flórida Jeb Bush, filho do ex-presidente George Herbert Walker Bush e irmão do ex-presidente George Walker Bush. Jeb representa a ala moderada do partido, o que pode lhe criar sérios problemas nas eleições primárias republicanas.
"Depois de pensar seriamente em concorrer mais uma vez à Presidência, decidi que é melhor dar a outros líderes do partido a oportunidade de se tornar nosso candidato", diz o texto de um discurso preparado para um encontro com possíveis doadores da campanha.
Romney perdeu a candidatura republicana para o senador John McCain e concorreu na última eleição. Ambos foram derrotados pelo presidente Barack Obama.
Vários republicanos já manifestaram a intenção de concorrer à Casa Branca, como os ultradireitistas Rand Paul e Ted Cruz, e o ex-governador da Flórida Jeb Bush, filho do ex-presidente George Herbert Walker Bush e irmão do ex-presidente George Walker Bush. Jeb representa a ala moderada do partido, o que pode lhe criar sérios problemas nas eleições primárias republicanas.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Único réu quer depoimento de Cristina Kirchner no caso do promotor
Único suspeito até agora na investigação sobre a morte do promotor Alberto Nisman, que denunciou a presidente da Argentina por acobertar o pior atentado terrorista da história da América Latina, o assessor Diego Lagomarsino, que lhe emprestou a arma do crime, arrolou como testemunhas a presidente Cristina Kirchner e o ministro Aníbal Fernández. Ambos insinuaram que ele seria o assassino.
A promotora encarregada do caso, Viviana Fein, esclareceu a questão: "Não há elemento algum no momento que possa comprometê-lo por fato doloso de maior gravidade. Está imputado por algo concreto e nada mais", por ter emprestado a arma do crime a Nisman".
Lagomarsino, um especialista em informática que assessorava Nisman na investigação sobre o atentado que matou 85 pessoas e feriu outras 300 na Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, em 18 de julho de 1994, declarou que o promotor lhe pediu a arma emprestada "para deixar no porta-luvas, caso algum maluco me chame de filho da p... e traidor da pátria, e queira me atacar".
O Código Penal argentino prevê pena de até seis anos de reclusão por fornecer a arma do crime.
Nisman foi enterrado hoje no cemitério judaico de La Tablada, na Grande Buenos Aires. Quando o féretro chegou, o caixão foi recebido com aplausos e gritos de "assassina" dirigidos à presidente Cristina Kirchner, que não para de se intrometer nas investigações de um caso em que seu governo é o maior suspeito.
No primeiro momento, a líder argentina sugeriu que foi suicídio, escrevendo em redes sociais: "O que se passa com uma pessoa para tirar a própria vida?" Na quinta-feira da semana passada, apresentou nova versão: "Estou convencida de que não foi suicídio", tuitou Cristina.
Tudo não passaria de uma conspiração de agentes secretos renegados para comprometer seu governo: "Usaram-no em vida e depois precisavam dele morto", argumentou em longa carta no Facebook. A armação não estaria na denúncia oferecida por Nisman contra Cristina, assessores e aliados interessados em acobertar altos funcionários iranianos, mas em matá-lo e usar a morte para atingir a presidente.
Onde estão os indícios e elementos de prova que permitiram à presidente argentina chegar a estas conclusões? O resto do país gostaria de saber. Em seguida, o governo demitiu três guarda-costas encarregados da segurança do promotor morto e, há dois dias, Cristina extinguiu a Secretaria de Inteligência do Estado (Side), como se fosse apenas um antro de agentes corruptos e renegados.
Por que não esperou que a investigação das autoridades competentes da Polícia Federal e do Ministério Público chegasse a uma conclusão sobre a morte do promotor? Até o momento, tudo o que Cristina Kirchner fez e disse só serviu para atrapalhar. Isso só aumenta as suspeitas sobre seu governo.
A promotora encarregada do caso, Viviana Fein, esclareceu a questão: "Não há elemento algum no momento que possa comprometê-lo por fato doloso de maior gravidade. Está imputado por algo concreto e nada mais", por ter emprestado a arma do crime a Nisman".
Lagomarsino, um especialista em informática que assessorava Nisman na investigação sobre o atentado que matou 85 pessoas e feriu outras 300 na Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, em 18 de julho de 1994, declarou que o promotor lhe pediu a arma emprestada "para deixar no porta-luvas, caso algum maluco me chame de filho da p... e traidor da pátria, e queira me atacar".
O Código Penal argentino prevê pena de até seis anos de reclusão por fornecer a arma do crime.
Nisman foi enterrado hoje no cemitério judaico de La Tablada, na Grande Buenos Aires. Quando o féretro chegou, o caixão foi recebido com aplausos e gritos de "assassina" dirigidos à presidente Cristina Kirchner, que não para de se intrometer nas investigações de um caso em que seu governo é o maior suspeito.
No primeiro momento, a líder argentina sugeriu que foi suicídio, escrevendo em redes sociais: "O que se passa com uma pessoa para tirar a própria vida?" Na quinta-feira da semana passada, apresentou nova versão: "Estou convencida de que não foi suicídio", tuitou Cristina.
Tudo não passaria de uma conspiração de agentes secretos renegados para comprometer seu governo: "Usaram-no em vida e depois precisavam dele morto", argumentou em longa carta no Facebook. A armação não estaria na denúncia oferecida por Nisman contra Cristina, assessores e aliados interessados em acobertar altos funcionários iranianos, mas em matá-lo e usar a morte para atingir a presidente.
Onde estão os indícios e elementos de prova que permitiram à presidente argentina chegar a estas conclusões? O resto do país gostaria de saber. Em seguida, o governo demitiu três guarda-costas encarregados da segurança do promotor morto e, há dois dias, Cristina extinguiu a Secretaria de Inteligência do Estado (Side), como se fosse apenas um antro de agentes corruptos e renegados.
Por que não esperou que a investigação das autoridades competentes da Polícia Federal e do Ministério Público chegasse a uma conclusão sobre a morte do promotor? Até o momento, tudo o que Cristina Kirchner fez e disse só serviu para atrapalhar. Isso só aumenta as suspeitas sobre seu governo.
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Jordânia não recebeu prova de que piloto está vivo
O reino da Jordânia está pronto para libertar a terrorista suicida iraquiana Sajida al-Richawi em troca do piloto Muath al-Kasseasbeh, mas exige da milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante uma prova de que ele está vivo, o que não recebeu até agora, declarou há pouco o porta-voz governamental Mohamed al-Momani.
Koasseasbeh foi capturado em 24 de dezembro de 2014, quando seu avião caiu ou foi derrubado na Síria quando participava de um bombardeio aéreo da aliança liderada pelos Estados Unidos na guerra contra o Estado Islâmico. A iraquiana foi condenada à morte depois de um atentado terrorista em 2005 em Amã, a capital jordaniana, em que sua carga não explodiu.
Há ainda o jornalista japonês Kenji Goto, outro refém jurado de morte pelos jihadistas, se Sajida al-Richawi não for solta. Sem conseguir contato direto com o EI, emissários do governo do Japão estão em Amã em contato com o governo da Jordânia.
Horas depois, em gravação de som divulgada na Internet, uma voz que seria do piloto exigiu que Sajida seja entregue hoje no fim da tarde na fronteira da Síria com a Turquia. O governo jordaniano não confirmou a autenticidade da voz nem aparentemente está levando a terrorista iraquiana para o local combinado para a troca de prisioneiros.
Koasseasbeh foi capturado em 24 de dezembro de 2014, quando seu avião caiu ou foi derrubado na Síria quando participava de um bombardeio aéreo da aliança liderada pelos Estados Unidos na guerra contra o Estado Islâmico. A iraquiana foi condenada à morte depois de um atentado terrorista em 2005 em Amã, a capital jordaniana, em que sua carga não explodiu.
Há ainda o jornalista japonês Kenji Goto, outro refém jurado de morte pelos jihadistas, se Sajida al-Richawi não for solta. Sem conseguir contato direto com o EI, emissários do governo do Japão estão em Amã em contato com o governo da Jordânia.
Horas depois, em gravação de som divulgada na Internet, uma voz que seria do piloto exigiu que Sajida seja entregue hoje no fim da tarde na fronteira da Síria com a Turquia. O governo jordaniano não confirmou a autenticidade da voz nem aparentemente está levando a terrorista iraquiana para o local combinado para a troca de prisioneiros.
Hesbolá avisa Israel que não quer escalar conflito
Depois de um ataque de mísseis e de um contra-ataque de Israel em que dois soldados israeleneses e um espanhol de uma força de paz das Nações Unidas morreram, a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) mandou um recado através da missão da ONU: não quer ampliar o conflito, informou em entrevistado rádio hoje o ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon.
A troca de tiros na tríplice fronteira entre Israel, o Líbano e a Síria cessou hoje, noticiou o jornal libanês The Daily Star. Ontem, as forças israelenses dispararam pelo menos 20 tiros de canhão na região das Fazendas Chebá, disputadas com o Líbano, em resposta a um ataque de mísseis contra um comboio militar israelense.
O ataque foi uma retaliação do Hesbolá contra um bombardeio de Israel ao lado sírio das Colinas do Golã, em 18 de janeiro de 2015, quando seis militantes do grupo, inclusive um comandante militar, e um general iraniano foram mortos. Todos participavam da guerra civil na Síria, onde o Irã e o Hesbolá apoiam a ditadura de Bachar Assad.
Sob pressão do Irã, o Hesbolá tinha a obrigação de responder, mas não interessa no momento abrir outra frente de combate no Sul do Líbano. Houve sugestões de que o Hesbolá estaria tentando atrair Israel para a guerra civil síria. Mas interessa ao regime de Assad uma guerra direta contra Israel.
No primeiro ano da guerra civil síria, os serviços de inteligência israelenses consideravam a queda de Assad inevitável "dentro de dois meses a dois anos". Com o apoio da Rússia, do Irã e do Hesbolá, o ditador sobreviveu. E o surgimento de milícias jihadistas ferozes como a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda, e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante fizeram de Assad um mal menor, o "diabo que já conhecemos".
Os Estados Unidos e a Europa, que exigiam a saída de Assad para outros membros do regime sírio negociarem a paz em nome do governo sírio, já admitem conviver com o ditador sírio, que apostou no florescimento do jihadismo para se apresentar como única alternativa ao terrorismo dos extremistas muçulmanos.
Por algum tempo, parecia do interesse de Israel que seus inimigos, de Assad e o Hesbolá a Al Caeda e o Estado Islâmico, se devorassem na guerra civil da Síria, mas a transformação do país vizinho num Estado em colapso criaria um novo pesadelo duradouro para a segurança israelense, a exemplo do que aconteceu com o Líbano nos anos 1970s e 1980s, e o Afeganistão depois da invasão soviética de dezembro de 1979.
A troca de tiros na tríplice fronteira entre Israel, o Líbano e a Síria cessou hoje, noticiou o jornal libanês The Daily Star. Ontem, as forças israelenses dispararam pelo menos 20 tiros de canhão na região das Fazendas Chebá, disputadas com o Líbano, em resposta a um ataque de mísseis contra um comboio militar israelense.
O ataque foi uma retaliação do Hesbolá contra um bombardeio de Israel ao lado sírio das Colinas do Golã, em 18 de janeiro de 2015, quando seis militantes do grupo, inclusive um comandante militar, e um general iraniano foram mortos. Todos participavam da guerra civil na Síria, onde o Irã e o Hesbolá apoiam a ditadura de Bachar Assad.
Sob pressão do Irã, o Hesbolá tinha a obrigação de responder, mas não interessa no momento abrir outra frente de combate no Sul do Líbano. Houve sugestões de que o Hesbolá estaria tentando atrair Israel para a guerra civil síria. Mas interessa ao regime de Assad uma guerra direta contra Israel.
No primeiro ano da guerra civil síria, os serviços de inteligência israelenses consideravam a queda de Assad inevitável "dentro de dois meses a dois anos". Com o apoio da Rússia, do Irã e do Hesbolá, o ditador sobreviveu. E o surgimento de milícias jihadistas ferozes como a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda, e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante fizeram de Assad um mal menor, o "diabo que já conhecemos".
Os Estados Unidos e a Europa, que exigiam a saída de Assad para outros membros do regime sírio negociarem a paz em nome do governo sírio, já admitem conviver com o ditador sírio, que apostou no florescimento do jihadismo para se apresentar como única alternativa ao terrorismo dos extremistas muçulmanos.
Por algum tempo, parecia do interesse de Israel que seus inimigos, de Assad e o Hesbolá a Al Caeda e o Estado Islâmico, se devorassem na guerra civil da Síria, mas a transformação do país vizinho num Estado em colapso criaria um novo pesadelo duradouro para a segurança israelense, a exemplo do que aconteceu com o Líbano nos anos 1970s e 1980s, e o Afeganistão depois da invasão soviética de dezembro de 1979.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Jordânia aceita trocar terrorista presa por piloto capturado
O governo da Jordânia está pronto para uma troca de prisioneiros com a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou hoje a agência Reuters. Os jihadistas exigem a libertação de uma terrorista suicida presa em 2005 depois de um atentado fracassado para não matar o jornalista japonês Kenji Goto e o piloto jordaniano Muath al-Kasseasbeh.
A milícia deu um ultimato ontem, ameaçando matar os reféns se Sajida al-Richawi não fosse solta em 24 horas. Um enviado especial do Japão foi a Amã negociar a libertação do refém japonês.
A milícia deu um ultimato ontem, ameaçando matar os reféns se Sajida al-Richawi não fosse solta em 24 horas. Um enviado especial do Japão foi a Amã negociar a libertação do refém japonês.
Venda de casas novas sobe 11,6% nos EUA
As vendas de unidades habitacionais novas avançaram 11,6% em dezembro de 2014, projetando a construção de 481 mil casas e apartamentos num ano nos Estados Unidos, acima da expectativa dos analistas de mercado, que era de 455 mil unidades. O dado de novembro foi reduzido para 431 mil casas, informou o Departamento do Comércio.
O preço médio de uma casa ficou em US$ 298,1 mil, 8,2% acima da média de dezembro de 2013.
As casas e os apartamentos novos representam apenas 8% do setor habitacional do mercado imobiliário americano, onde começou a Grande Recessão de 2008-9. A total recuperação desse mercado será o sinal definitivo do fim da crise econômica nos EUA.
Os números de dezembro apontam para uma melhoria em 2015, com o fortalecimento do mercado de trabalho e uma queda nos juros do financiamento imobiliário, mas as vendas devem ficar bem abaixo da média anual de 700 mil dos anos 1990s.
O preço médio de uma casa ficou em US$ 298,1 mil, 8,2% acima da média de dezembro de 2013.
As casas e os apartamentos novos representam apenas 8% do setor habitacional do mercado imobiliário americano, onde começou a Grande Recessão de 2008-9. A total recuperação desse mercado será o sinal definitivo do fim da crise econômica nos EUA.
Os números de dezembro apontam para uma melhoria em 2015, com o fortalecimento do mercado de trabalho e uma queda nos juros do financiamento imobiliário, mas as vendas devem ficar bem abaixo da média anual de 700 mil dos anos 1990s.
Míssil do Hesbolá mata dois soldados de Israel
Dois soldados israelenses e um espanhol que participava de uma missão de paz das Nações Unidas foram mortos por um míssil disparado pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) nas Fazendas Chebá, uma região disputada por Israel e o Líbano.
O comando militar israelense confirmou as mortes e reagiu bombardeando o Sul do Líbano com artilharia.
Há dez dias, um ataque israelense matou seis militantes do Hesbolá, inclusive um comandante militar do grupo, e um general iraniano, que participavam da guerra civil na Síria. A milícia libanesa prometeu vingança.
O comando militar israelense confirmou as mortes e reagiu bombardeando o Sul do Líbano com artilharia.
Há dez dias, um ataque israelense matou seis militantes do Hesbolá, inclusive um comandante militar do grupo, e um general iraniano, que participavam da guerra civil na Síria. A milícia libanesa prometeu vingança.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Evolução da Lua: 4,5 bilhões de anos em alguns minutos
Sob constante bombardeio de corpos que chegam do espaço, a Lua está em mutação permanente, embora à distância, à olho nu, pareça sempre igual.
Uma animação da NASA, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos, reconta essa história em poucos minutos.
Apple tem o maior lucro de todos os tempos
Com a venda de 74,5 milhões de iPhone de tela maior, a companhia americana Apple teve um lucro recorde de US$ 18 bilhões no último trimestre de 2014, 38% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior, de US$ 13 bilhões, batendo suas próprias previsões e as do mercado. O faturamento aumentou 30%, de US$ 57,6 bilhões para US$ 74,6 bilhões.
Depois de anos de concorrência de modelos com telas maiores, a Apple lançou em setembro do ano passado o iPhone 6 e o iPhone 6 Plus. As vendas de iPhone no último trimestre foram 46% maiores do que em 2013.
O balanço trimestral foi divulgado depois do fechamento das bolsas de valores. No pregão eletrônico pós-fechamento, as ações da Apple subiram 5%. No ano passado, tiveram uma valorização de 40% com a expectativa de boas vendas dos novos iPhones.
Com telefones inteligentes maiores, as vendas de iPads caíram 18% em relação ao ano passado.
Em abril, a Apple lança sua esperada linha de relógios inteligentes. Com US$ 178 bilhões em caixa, a empresa está sempre pronta a fazer novas aquisições para incorporar tecnologia a seus produtos.
Depois de anos de concorrência de modelos com telas maiores, a Apple lançou em setembro do ano passado o iPhone 6 e o iPhone 6 Plus. As vendas de iPhone no último trimestre foram 46% maiores do que em 2013.
O balanço trimestral foi divulgado depois do fechamento das bolsas de valores. No pregão eletrônico pós-fechamento, as ações da Apple subiram 5%. No ano passado, tiveram uma valorização de 40% com a expectativa de boas vendas dos novos iPhones.
Com telefones inteligentes maiores, as vendas de iPads caíram 18% em relação ao ano passado.
Em abril, a Apple lança sua esperada linha de relógios inteligentes. Com US$ 178 bilhões em caixa, a empresa está sempre pronta a fazer novas aquisições para incorporar tecnologia a seus produtos.
Estado Islâmico dá ultimato e ameaça matar dois reféns
A milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante deu hoje prazo de 24 horas para a libertação da jihadista Sajida al-Richawi, presa na Jordânia desde 2005 depois de um atentado terrorista suicida que fracassou. Se ela não for solta, ameaça matar o jornalista japonês Kenki Goto e o piloto jordaniano Muath al-Kasseasbeh, capturados na Síria.
Em vídeo divulgado no YouTube, Goto apela ao governo do Japão para pressionar a Jordânia a libertar a terrorista. Um alto funcionário japonês estaria em Amã, a capital jordaniana, negociando a questão.
Ontem, os guerrilheiros curdos declararam vitória na Batalha de Kobane, travada desde setembro com cobertura aérea dos Estados Unidos e seus aliados, que concentraram na cidade a maioria de seus bombardeios contra o Estado Islâmico.
Em vídeo divulgado no YouTube, Goto apela ao governo do Japão para pressionar a Jordânia a libertar a terrorista. Um alto funcionário japonês estaria em Amã, a capital jordaniana, negociando a questão.
Ontem, os guerrilheiros curdos declararam vitória na Batalha de Kobane, travada desde setembro com cobertura aérea dos Estados Unidos e seus aliados, que concentraram na cidade a maioria de seus bombardeios contra o Estado Islâmico.
Duzentos bancos da Rússia podem quebrar em 2015
Cerca de 20% dos bancos da Rússia correm o risco de entrar em colapso em 2015, adverte hoje o jornal econômico russo Vedomosti, citando como fonte o Centro de Análise Macroeconômica e Previsões de Curto Prazo, um centro de pesquisas.
O temor é que até 200 possam falir sob o peso de dívidas incobráveis e da desvalorização do rublo por causa de queda de mais de 50% nos preços do petróleo e das sanções internacionais impostas em protesto contra a intervenção militar russa na ex-república soviética da Ucrânia.
Ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da dívida pública da Rússia para a categoria de lixo, retirando-lhe o grau de investimento, condição necessária para que fundos de pensão possam os bônus emitidos pelo país.
O temor é que até 200 possam falir sob o peso de dívidas incobráveis e da desvalorização do rublo por causa de queda de mais de 50% nos preços do petróleo e das sanções internacionais impostas em protesto contra a intervenção militar russa na ex-república soviética da Ucrânia.
Ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da dívida pública da Rússia para a categoria de lixo, retirando-lhe o grau de investimento, condição necessária para que fundos de pensão possam os bônus emitidos pelo país.
Israel bombardeia base militar da Síria
Em resposta a um ataque de foguetes disparados da Síria, a artilharia de Israel bombardeou hoje um quartel do Exército sírio perto da fronteira entre os dois países. Como o ataque sírio pareceu intencional, as Forças de Defesa de Israel confirmaram mais tarde haver disparado 20 vezes contra alvos da ditadura de Bachar Assad.
Nove dias atrás, um bombardeio israelense contra o lado sírio das Colinas do Golã matou seis membros da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e um general iraniano, provocando ameaças de retaliação do Irã.
Quando começou a guerra civil na vizinha síria, em março de 2011, Israel esperou discretamente a queda de Assad, que no início lhe parecia inevitável. Diante do aumento do poder de grupos jihadistas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda, Assad parece hoje, tanto para os Estados Unidos quanto para Israel, como o menor de todos os males.
Nove dias atrás, um bombardeio israelense contra o lado sírio das Colinas do Golã matou seis membros da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e um general iraniano, provocando ameaças de retaliação do Irã.
Quando começou a guerra civil na vizinha síria, em março de 2011, Israel esperou discretamente a queda de Assad, que no início lhe parecia inevitável. Diante do aumento do poder de grupos jihadistas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda, Assad parece hoje, tanto para os Estados Unidos quanto para Israel, como o menor de todos os males.
Sobreviventes festejam libertação de Auschwitz
Cerca de 300 sobreviventes do Holocausto participam neste momento da cerimônia para lembrar os 70 anos da libertação pelo Exército Vermelho do campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, no fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Mas o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não participa por causa do conflito com a Ucrânia, sinal de nova divisão na Europa, e há um aumento do antissemitismo em várias regiões do planeta.
A maior preocupação dos sobreviventes é que sua história jamais seja esquecida. Ontem, a Fundação pela Memória da Shoah apresentou o resultado de três projetos: uma pesquisa internacional sobre o que os jovens de hoje pensam sobre o século 20, um documentário sobre a tentativa de exterminar os judeus da Europa e a reedição do Álbum de Auschwitz, um livro e DVD com cerca de 200 fotografias que mostram como funcionava o mais sinistro dos campos de concentração nazistas.
O livro reúne fotos de uma sobrevivente, Lili Jacob, que documentou a tragédia dos judeus deportados desde que chegavam ao campo até a morte nas câmaras de gás e a destruição dos corpos em fornos crematórios, e do oficial das SS Karl Höcker, assessor do comandante de Auschwitz.
Em 1940, um quartel do Exército da Polônia, invadida pela Alemanha em 1º de setembro de 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, foi transformado em prisão para inimigos da ocupação nazista: dissidentes e nacionalistas poloneses, comunistas e esquerdistas em geral, ciganos e judeus.
Nos dois anos seguintes, Auschwitz foi transformado num campo de concentração, especialmente depois que uma conferência realizada pelos nazistas às margens do Lago Wannsee decidiu, em 20 de janeiro de 1942, adotar a "solução final" de exterminar todo o povo judeu.
Como ficava junto ao principal entroncamento ferroviário da Europa Oriental, Auschwitz recebeu grande quantidade de judeus da Hungria e da Ucrânia. Os adultos sadios faziam trabalhos forçados. Velhos, crianças e doentes eram sumariamente eliminados.
Logo, os nazistas resolveram aperfeiçoar os métodos de matar. Criaram as câmaras de gás, onde suas vítimas eram induzidas a entrar como se fossem tomar banho para serem sufocadas com inseticidas e em seguida queimadas em fornos crematórios.
A quantidade de pessoas enviadas era tanta que foi necessário construir um novo campo, Birkenau, onde os presos do nazismo eram concentrados e torturados até serem exterminados em Auschwitz. Sobrevivem em Birkenau os grandes pavilhões de madeira onde judeus e outras vítimas eram amontoadas em condições precárias, sem roupa e alimentos necessários para enfrentar o frio de até 25 graus negativos do inverno polonês.
Hoje estima-se que 11 milhões de pessoas foram mortas no Holocausto, sendo 6 milhões de judeus e 1 milhão de ciganos. Pelo menos 1,1 milhão, talvez 1,5 milhão, morreram em Auschwitz nas câmaras de gás, de fuzilamento, fome e frio.
O campo foi usado para testar a resistência humana até o limite final e para as experiências de manipulação genética do médico Josef Mendele. Quando o Exército Vermelho libertou Auschwitz-Birkenau, restavam 7 mil sobreviventes.
Todo o ser humano deveria ir a Auschwitz pelo menos uma vez na vida para se dar conta do que sua espécie é capaz. O simples ruído das crianças brincando num lugar tão sinistro já causa problemas de consciência. Mas, afinal, os culpados foram os nazistas. As crianças são inocentes, mas todos nos sentimos culpados ao revisitar o palco da maior tragédia da história.
Se você ficar atrás da guia turística enquanto ela descreve em pormenores das atrocidades cometidas em Auschwitz - celas sem ar para respirar ou com barras de ferro, salas de tortura, laboratório de manipulação genética -, verá os rostos dos visitantes se transfigurando diante do horror.
Em Auschwitz, tudo é superlativo. São milhares de malas, de sapatos, de sapatinhos de crianças, montes de cabelo, de bens roubados das vítimas... É tudo tão horrível que o visitante começa a se sentir mal. Aí, mais uma vez, sente-se culpado pelos males do mundo e pela tragédia de Auschwitz. Somos todos culpados.
Esse sentimento se reforça com as novas ameaças que pairam sobre os judeus especialmente na Europa, sem esquecer que aqui, na Argentina, acaba de morrer o promotor especial encarregado de investigar o pior atentado terrorista da história da América Latina, realizado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA).
No 70º aniversário da libertação de Auschwitz, celebrado como Dia da Memória do Holocausto, o presidente do Congresso Judaico Europeu, Moshe Cantor, adverte que está próximo um novo êxodo dos judeus da Europa e que "o jihadismo se parece com o nazismo".
Antes de participar da cerimônia na Polônia, o diretor de cinema Steven Spielberg, judeu americano que ganhou um Oscar por A Lista de Schindler, em que contava como um benfeitor salvou judeus do Holocausto, condenou "o esforço crescente para expulsar os judeus da Europa". Ele gravou depoimentos de 58 mil sobreviventes do Holocausto.
Em 2014, portanto antes dos atentados do início deste mês, mais do que dobrou o número de judeus franceses que emigraram para Israel, superando até os judeus dos Estados Unidos, cuja população é oito vezes maior.
Durante cerimônia para marcar a data em Berlim, a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel considerou uma "desgraça" que os judeus ainda enfrentem insultos, ameaças e agressões na Alemanha. O crescimento da islamofobia com movimentos como os Patriotas Europeus unidos contra a Islamização do Ocidente ajuda a alimentar o neonazismo.
A maior preocupação dos sobreviventes é que sua história jamais seja esquecida. Ontem, a Fundação pela Memória da Shoah apresentou o resultado de três projetos: uma pesquisa internacional sobre o que os jovens de hoje pensam sobre o século 20, um documentário sobre a tentativa de exterminar os judeus da Europa e a reedição do Álbum de Auschwitz, um livro e DVD com cerca de 200 fotografias que mostram como funcionava o mais sinistro dos campos de concentração nazistas.
O livro reúne fotos de uma sobrevivente, Lili Jacob, que documentou a tragédia dos judeus deportados desde que chegavam ao campo até a morte nas câmaras de gás e a destruição dos corpos em fornos crematórios, e do oficial das SS Karl Höcker, assessor do comandante de Auschwitz.
Em 1940, um quartel do Exército da Polônia, invadida pela Alemanha em 1º de setembro de 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, foi transformado em prisão para inimigos da ocupação nazista: dissidentes e nacionalistas poloneses, comunistas e esquerdistas em geral, ciganos e judeus.
Nos dois anos seguintes, Auschwitz foi transformado num campo de concentração, especialmente depois que uma conferência realizada pelos nazistas às margens do Lago Wannsee decidiu, em 20 de janeiro de 1942, adotar a "solução final" de exterminar todo o povo judeu.
Como ficava junto ao principal entroncamento ferroviário da Europa Oriental, Auschwitz recebeu grande quantidade de judeus da Hungria e da Ucrânia. Os adultos sadios faziam trabalhos forçados. Velhos, crianças e doentes eram sumariamente eliminados.
Logo, os nazistas resolveram aperfeiçoar os métodos de matar. Criaram as câmaras de gás, onde suas vítimas eram induzidas a entrar como se fossem tomar banho para serem sufocadas com inseticidas e em seguida queimadas em fornos crematórios.
A quantidade de pessoas enviadas era tanta que foi necessário construir um novo campo, Birkenau, onde os presos do nazismo eram concentrados e torturados até serem exterminados em Auschwitz. Sobrevivem em Birkenau os grandes pavilhões de madeira onde judeus e outras vítimas eram amontoadas em condições precárias, sem roupa e alimentos necessários para enfrentar o frio de até 25 graus negativos do inverno polonês.
Hoje estima-se que 11 milhões de pessoas foram mortas no Holocausto, sendo 6 milhões de judeus e 1 milhão de ciganos. Pelo menos 1,1 milhão, talvez 1,5 milhão, morreram em Auschwitz nas câmaras de gás, de fuzilamento, fome e frio.
O campo foi usado para testar a resistência humana até o limite final e para as experiências de manipulação genética do médico Josef Mendele. Quando o Exército Vermelho libertou Auschwitz-Birkenau, restavam 7 mil sobreviventes.
Todo o ser humano deveria ir a Auschwitz pelo menos uma vez na vida para se dar conta do que sua espécie é capaz. O simples ruído das crianças brincando num lugar tão sinistro já causa problemas de consciência. Mas, afinal, os culpados foram os nazistas. As crianças são inocentes, mas todos nos sentimos culpados ao revisitar o palco da maior tragédia da história.
Se você ficar atrás da guia turística enquanto ela descreve em pormenores das atrocidades cometidas em Auschwitz - celas sem ar para respirar ou com barras de ferro, salas de tortura, laboratório de manipulação genética -, verá os rostos dos visitantes se transfigurando diante do horror.
Em Auschwitz, tudo é superlativo. São milhares de malas, de sapatos, de sapatinhos de crianças, montes de cabelo, de bens roubados das vítimas... É tudo tão horrível que o visitante começa a se sentir mal. Aí, mais uma vez, sente-se culpado pelos males do mundo e pela tragédia de Auschwitz. Somos todos culpados.
Esse sentimento se reforça com as novas ameaças que pairam sobre os judeus especialmente na Europa, sem esquecer que aqui, na Argentina, acaba de morrer o promotor especial encarregado de investigar o pior atentado terrorista da história da América Latina, realizado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA).
No 70º aniversário da libertação de Auschwitz, celebrado como Dia da Memória do Holocausto, o presidente do Congresso Judaico Europeu, Moshe Cantor, adverte que está próximo um novo êxodo dos judeus da Europa e que "o jihadismo se parece com o nazismo".
Antes de participar da cerimônia na Polônia, o diretor de cinema Steven Spielberg, judeu americano que ganhou um Oscar por A Lista de Schindler, em que contava como um benfeitor salvou judeus do Holocausto, condenou "o esforço crescente para expulsar os judeus da Europa". Ele gravou depoimentos de 58 mil sobreviventes do Holocausto.
Em 2014, portanto antes dos atentados do início deste mês, mais do que dobrou o número de judeus franceses que emigraram para Israel, superando até os judeus dos Estados Unidos, cuja população é oito vezes maior.
Durante cerimônia para marcar a data em Berlim, a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel considerou uma "desgraça" que os judeus ainda enfrentem insultos, ameaças e agressões na Alemanha. O crescimento da islamofobia com movimentos como os Patriotas Europeus unidos contra a Islamização do Ocidente ajuda a alimentar o neonazismo.
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Popularidade de Maduro cai a 22%
De volta de uma viagem internacional com poucos resultados práticos, o presidente Nicolás Maduro voltou a acusar a "burguesia parasita" de travar uma "guerra econômica" contra seu governo, enquanto filas se acumulam diante dos supermercados para compras de produtos básicos que estão em falta, sob racionamento. Sua popularidade baixou para 22%.
Mais de 28% das prateleiras dos supermercados estão vazias, a inflação passa de 60% ao ano e o câmbio oficial é totalmente divorciado da realidade econômica. O país que se gaba de ter as maiores reservas mundiais de petróleo não tem dinheiro para comprar papel higiênico, leite, carne, açúcar e farinha de trigo.
Entre as medidas cosméticas, Maduro mudou as regras do câmbio, em que há várias cotações diferentes. Para a compra e venda de alimentos e medicamentos, a moeda venezuelana está cotada a 6,30 bolívares por dólares. No mercado negro, estava hoje em 184 bolívares por dólar.
Enquanto o arqui-incompetente Maduro não se render à realidade, a situação econômica da Venezuela vai continuar piorando. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma recessão de 7% neste ano na Venezuela, agravada pela queda dos preços internacionais do petróleo em mais de 50% nos últimos sete meses, reporta o jornal americano Los Angeles Times. O petróleo representa 95% das exportações venezuelanas.
Seu giro internacional rendeu uma ajuda internacional da China, mas a Rússia e o Irã, também abalados pela baixa nos preços do petróleo, não estão em condições de ajudar. Sem mudar o modelo econômico e abandonar as "ideologias infantis do passado", como disse o jornal venezuelano El Universal, o país não vai sair do buraco e as pressões para derrubar Maduro só tendem a aumentar, dentro e fora do regime chavista.
Mais de 28% das prateleiras dos supermercados estão vazias, a inflação passa de 60% ao ano e o câmbio oficial é totalmente divorciado da realidade econômica. O país que se gaba de ter as maiores reservas mundiais de petróleo não tem dinheiro para comprar papel higiênico, leite, carne, açúcar e farinha de trigo.
Entre as medidas cosméticas, Maduro mudou as regras do câmbio, em que há várias cotações diferentes. Para a compra e venda de alimentos e medicamentos, a moeda venezuelana está cotada a 6,30 bolívares por dólares. No mercado negro, estava hoje em 184 bolívares por dólar.
Enquanto o arqui-incompetente Maduro não se render à realidade, a situação econômica da Venezuela vai continuar piorando. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma recessão de 7% neste ano na Venezuela, agravada pela queda dos preços internacionais do petróleo em mais de 50% nos últimos sete meses, reporta o jornal americano Los Angeles Times. O petróleo representa 95% das exportações venezuelanas.
Seu giro internacional rendeu uma ajuda internacional da China, mas a Rússia e o Irã, também abalados pela baixa nos preços do petróleo, não estão em condições de ajudar. Sem mudar o modelo econômico e abandonar as "ideologias infantis do passado", como disse o jornal venezuelano El Universal, o país não vai sair do buraco e as pressões para derrubar Maduro só tendem a aumentar, dentro e fora do regime chavista.
Novo primeiro-ministro grego homenageia vítimas da Alemanha
Em sua primeira ação oficial como chefe de governo da Grécia, antes de anunciar o ministério, o primeiro-ministro Alexis Tsipras, da Coligação de Esquerda Radical (Syriza), foi até o Muro dos Fuzilados em Atenas, onde 200 comunistas foram fuzilados pelos nazistas em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. O monumento virou um símbolo da resistência grega contra a Alemanha.
Ao impor políticas duríssimas à Grécia em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros, a Alemanha é considerada a principal responsável pela depressão econômica que levou a uma queda de 25% no produto interno bruto grego nos últimos seis anos e não dá sinais de que pretenda ceder diante do novo governo.
A esquerda grega alega que a Alemanha ainda deve ao país reparações pelos crimes cometidos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Esse dinheiro aliviaria a situação econômica da Grécia.
O recado de Berlim depois da vitória da Syriza foi claro. Para a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, a Grécia precisa "respeitar os acordos" feitos pelos governos anteriores. A Alemanha, a Áustria, a Finlândia e a Holanda, países com as contas públicas equilibradas, admitem prorrogar o prazo de pagamento, mas não reduzir ainda mais a dívida grega.
A Syriza elegeu 149 dos 300 deputados gregos nas eleições legislativas de domingo e se aliou ao partido nacionalista de direita Gregos Independentes, com 13 deputados, para obter maioria absoluta no Parlamento.
Na campanha, Tsipras prometeu rasgar os acordos firmados com a troika formada pela União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), restaurar salários e aposentadorias, retomar investimentos e criar empregos públicos para combater o desemprego. Como não tem dinheiro, terá de negociar. Se não houver acordo, a Grécia pode deixar a Zona do Euro e até a UE.
Ao impor políticas duríssimas à Grécia em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros, a Alemanha é considerada a principal responsável pela depressão econômica que levou a uma queda de 25% no produto interno bruto grego nos últimos seis anos e não dá sinais de que pretenda ceder diante do novo governo.
A esquerda grega alega que a Alemanha ainda deve ao país reparações pelos crimes cometidos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Esse dinheiro aliviaria a situação econômica da Grécia.
O recado de Berlim depois da vitória da Syriza foi claro. Para a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, a Grécia precisa "respeitar os acordos" feitos pelos governos anteriores. A Alemanha, a Áustria, a Finlândia e a Holanda, países com as contas públicas equilibradas, admitem prorrogar o prazo de pagamento, mas não reduzir ainda mais a dívida grega.
A Syriza elegeu 149 dos 300 deputados gregos nas eleições legislativas de domingo e se aliou ao partido nacionalista de direita Gregos Independentes, com 13 deputados, para obter maioria absoluta no Parlamento.
Na campanha, Tsipras prometeu rasgar os acordos firmados com a troika formada pela União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), restaurar salários e aposentadorias, retomar investimentos e criar empregos públicos para combater o desemprego. Como não tem dinheiro, terá de negociar. Se não houver acordo, a Grécia pode deixar a Zona do Euro e até a UE.
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Reação ao terrorismo aumenta popularidade do governo da França
A reação aos atentados terroristas de 7 a 9 de janeiro de 2015 melhorou a popularidade do governo socialista da França, abalado pela estagnação econômica. A aprovação ao presidente François Hollande subiu dez pontos para 31%, enquanto o primeiro-ministro Manuel Valls ganhou oito pontos e chegou a 53%, indica pesquisa do instituto Odoxa divulgada hoje.
Pela análise do instituto, a popularidade de Hollande parou de subir. Seu avanço teria sido resultado da grande Marcha Republicana que reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas em Paris em 11 de janeiro. Passado o efeito, não cresceu mais.
Em 7 de janeiro, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi metralharam a redação do jornal satírico Charlie Hebdo, matando 11 pessoas e um policial que tentou interceptar sua fuga, em vingança pela publicação de caricaturas do profeta Maomé. No dia seguinte, outro extremista muçulmano, Amédy Coulibaly, matou uma policial na periferia de Paris.
Em 9 de janeiro, enquanto os irmãos Kouachi eram encurrados numa gráfica ao norte da capital, Coulibaly ocupou um supermercado de comida judaica em Paris, e matou quatro judeus antes de ser morto pela polícia.
Num primeiro momento, havia expectativa de um fortalecimento da extrema direita, que não pode ser descartado. Mas as propostas da Frente Nacional para combater o terrorismo não agradam muito nem trazem nada de novo: pena de morte, deixar a União Europeia e restringir a imigração.
Os partidos tradicionais podem ganhar com respostas mais equilibradas.
Pela análise do instituto, a popularidade de Hollande parou de subir. Seu avanço teria sido resultado da grande Marcha Republicana que reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas em Paris em 11 de janeiro. Passado o efeito, não cresceu mais.
Em 7 de janeiro, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi metralharam a redação do jornal satírico Charlie Hebdo, matando 11 pessoas e um policial que tentou interceptar sua fuga, em vingança pela publicação de caricaturas do profeta Maomé. No dia seguinte, outro extremista muçulmano, Amédy Coulibaly, matou uma policial na periferia de Paris.
Em 9 de janeiro, enquanto os irmãos Kouachi eram encurrados numa gráfica ao norte da capital, Coulibaly ocupou um supermercado de comida judaica em Paris, e matou quatro judeus antes de ser morto pela polícia.
Num primeiro momento, havia expectativa de um fortalecimento da extrema direita, que não pode ser descartado. Mas as propostas da Frente Nacional para combater o terrorismo não agradam muito nem trazem nada de novo: pena de morte, deixar a União Europeia e restringir a imigração.
Os partidos tradicionais podem ganhar com respostas mais equilibradas.
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Arábia Saudita mantém princesas reais em prisão domiciliar
Quando o sultão Abdala morreu, na semana passada, foi descrito como um "homem de sabedoria e visão" e "um reformista moderado", que tentou modernizar sua monarquia absolutista da Arábia Saudita.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, chamou-o de "um grande defensor das mulheres. Mas um blogue do jornal The Washington Post revela que o reino mantém quatro princesas reais filhas de Abdala em prisão domiciliar.
Em respeito aos direitos da mulher, a Arábia Saudita é um dos países mais atrasados do mundo. As mulheres não podem dirigir nem sair de casa desacompanhadas. O rei morto prometeu a elas o direito de voto. Desde 2011, elas podem votar e ser votadas, mas só em eleições municipais.
Abdala tinha pelo menos sete mulheres, talvez 30. Tinha pelo menos 15 filhas. Quatro vivem em prisão domiciliar por terem ideias muito avançadas para a ultraconservadora sociedade saudita, fruto de um acordo da dinastia Saud com o clero muçulmano wahabita que trava qualquer avanço.
O triste destino das princesas Jawaher, Sahar, Hada e Maha foi revelado no início do ano passado, quando surgiram detalhes de seu confinamento no palácio real de Jedá. Sua mãe, Alanoud al-Fayez, conseguiu se divorciar do sultão. Há 15 anos, vive nos Estados Unidos.
As princesas reais são prisioneiras do palácio há 13 anos, denuncia a mãe citando o caso como exemplo da intolerância e do espírito vingativo do rei morto contra a educação moderna que ela deu às filhas do casal. Alanoud lançou uma campanha na Interner #FreeThe4 (Libertem as Quatro).
No ano passado, algumas emissoras de rádio conseguiram falar com Sahar, de 42 anos, e Jawaher, de 38 anos, que vivem separadas de Maha, de 41 anos, e Hala, de 39 anos. Em maio passado, elas reclamaram de falta d'água e comida.
Em entrevista a uma televisão árabe, elas disseram estar sendo punidas por defender os direitos das mulheres. Sua mãe acusou a família real saudita de "guerra psicológica" contra as princesas rebeldes. As autoridades do país alegam que é uma "questão privada". Elas não foram acusadas oficialmente de nenhum crime.
"Nós, assim como nossa mãe, sempre falamos claramente durante todas as nossas vidas sobre pobreza, direitos da mulher e outras causas que são importantes para nossos corações. Discutíamos frequentemente esses assuntos com nosso pai. Não caiu bem para seus filhos Mitab e Abdelaziz. Desde então, viramos alvos", desabafou a princesa Sahar em mensagem eletrônica a um sítio de notícias sobre o Oriente Médio.
"Temos sido maltratadas durante todas as nossas vidas, mas ficou pior nos últimos 15 anos. Quando Hala começou a trabalhar como estagiária num hospital de Riade, ela descobriu prisioneiros políticos jogados em alas psiquiátricas, drogas e humilhados. Ela reclamou a seus superiores e foi repreendida. Começou a receber ameaças", acrescentou a princesa Sahar.
"A situação se deteriou. Descobrimos que ela também estava sendo drogada. Ela foi sequestrada em casa, abandonada no meio do deserto e depois jogada na prisão feminina de Olaicha, em Riade", contou a princesa aprisionada.
"Logo se tornou uma nova vítima do sistema de enquadrar presos políticos como pacientes psiquiátricos que tentara denunciar. Haha, Jawaher e eu também fomos drogadas em algum momento... Fomos avisadas a perder qualquer esperança de levar uma vida normal."
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, chamou-o de "um grande defensor das mulheres. Mas um blogue do jornal The Washington Post revela que o reino mantém quatro princesas reais filhas de Abdala em prisão domiciliar.
Em respeito aos direitos da mulher, a Arábia Saudita é um dos países mais atrasados do mundo. As mulheres não podem dirigir nem sair de casa desacompanhadas. O rei morto prometeu a elas o direito de voto. Desde 2011, elas podem votar e ser votadas, mas só em eleições municipais.
Abdala tinha pelo menos sete mulheres, talvez 30. Tinha pelo menos 15 filhas. Quatro vivem em prisão domiciliar por terem ideias muito avançadas para a ultraconservadora sociedade saudita, fruto de um acordo da dinastia Saud com o clero muçulmano wahabita que trava qualquer avanço.
O triste destino das princesas Jawaher, Sahar, Hada e Maha foi revelado no início do ano passado, quando surgiram detalhes de seu confinamento no palácio real de Jedá. Sua mãe, Alanoud al-Fayez, conseguiu se divorciar do sultão. Há 15 anos, vive nos Estados Unidos.
As princesas reais são prisioneiras do palácio há 13 anos, denuncia a mãe citando o caso como exemplo da intolerância e do espírito vingativo do rei morto contra a educação moderna que ela deu às filhas do casal. Alanoud lançou uma campanha na Interner #FreeThe4 (Libertem as Quatro).
No ano passado, algumas emissoras de rádio conseguiram falar com Sahar, de 42 anos, e Jawaher, de 38 anos, que vivem separadas de Maha, de 41 anos, e Hala, de 39 anos. Em maio passado, elas reclamaram de falta d'água e comida.
Em entrevista a uma televisão árabe, elas disseram estar sendo punidas por defender os direitos das mulheres. Sua mãe acusou a família real saudita de "guerra psicológica" contra as princesas rebeldes. As autoridades do país alegam que é uma "questão privada". Elas não foram acusadas oficialmente de nenhum crime.
"Nós, assim como nossa mãe, sempre falamos claramente durante todas as nossas vidas sobre pobreza, direitos da mulher e outras causas que são importantes para nossos corações. Discutíamos frequentemente esses assuntos com nosso pai. Não caiu bem para seus filhos Mitab e Abdelaziz. Desde então, viramos alvos", desabafou a princesa Sahar em mensagem eletrônica a um sítio de notícias sobre o Oriente Médio.
"Temos sido maltratadas durante todas as nossas vidas, mas ficou pior nos últimos 15 anos. Quando Hala começou a trabalhar como estagiária num hospital de Riade, ela descobriu prisioneiros políticos jogados em alas psiquiátricas, drogas e humilhados. Ela reclamou a seus superiores e foi repreendida. Começou a receber ameaças", acrescentou a princesa Sahar.
"A situação se deteriou. Descobrimos que ela também estava sendo drogada. Ela foi sequestrada em casa, abandonada no meio do deserto e depois jogada na prisão feminina de Olaicha, em Riade", contou a princesa aprisionada.
"Logo se tornou uma nova vítima do sistema de enquadrar presos políticos como pacientes psiquiátricos que tentara denunciar. Haha, Jawaher e eu também fomos drogadas em algum momento... Fomos avisadas a perder qualquer esperança de levar uma vida normal."
Exército da Nigéria mantém o controle sobre Maiduguri
Com o apoio da Força Aérea, o Exército da Nigéria luta para reconquistar a cidade de Monguno, tomada ontem pela milícia extremista muçulmana Boko Haram, e mantém o controle sobre Maiduguri, capital do estado de Borno, no Nordeste do país, noticiou hoje a agência Reuters.
Pelo menos 15 soldados e 25 civis morreram nos combates de hoje em Mongono. Na vizinha cidade de Maiduguri, um repórter local contou que pelo menos 100 pessoas, a maioria militantes do Boko Haram, morreram ontem na batalha pelo controle da cidade. É a capital do estado onde nasceu o grupo terrorista nigeriano.
O governo da Nigéria declarou hoje que controla totalmente Maiduguri.
Diante do clima de guerra civil no Norte e Nordeste do país, as autoridades eleitorais reclamam das dificuldades para distribuir as cédulas e títulos de eleitor para a eleição presidencial do próximo dia 14 de fevereiro. Houve apelos para que a votação fosse adiada.
Pelo menos 15 soldados e 25 civis morreram nos combates de hoje em Mongono. Na vizinha cidade de Maiduguri, um repórter local contou que pelo menos 100 pessoas, a maioria militantes do Boko Haram, morreram ontem na batalha pelo controle da cidade. É a capital do estado onde nasceu o grupo terrorista nigeriano.
O governo da Nigéria declarou hoje que controla totalmente Maiduguri.
Diante do clima de guerra civil no Norte e Nordeste do país, as autoridades eleitorais reclamam das dificuldades para distribuir as cédulas e títulos de eleitor para a eleição presidencial do próximo dia 14 de fevereiro. Houve apelos para que a votação fosse adiada.
Esquerda radical faz acordo com a direita para governar a Grécia
A Coligação de Esquerda Radical (Syriza) fechou hoje um acordo com o partido direitista Gregos Independentes para formar o próximo governo da Grécia. O líder da Syriza, Alexis Tsipras, foi oficialmente nomeado primeiro-ministro pelo atual presidente.
Com 36% dos votos, a Syriza elegeu 149 dos 300 deputados do Parlamento da Grécia, dois a menos do que a maioria absoluta.
No discurso da vitória ontem, Tsipras mandou um recado à troika formada pela União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE): "A população grega fez história e deixou para trás cinco anos de humilhação e sofrimento. Vamos recuperar a soberania com nossas propostas de negociação."
Durante a campanha, a esquerda radical prometeu acabar com o programa de austeridade imposto em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros para a Grécia pagar sua dívida pública, restaurar os valores de salários e aposentadorias, criar empregos públicos e renegociar uma nova redução da dívida. Apesar do esforço fiscal, que custou uma queda de 25% no produto interno bruto e desemprego acima de 50%, a dívida grega pulou de 120 bilhões de euros no início da crise para 320 bilhões hoje.
Em Berlim, a grande defensora das políticas de controle rígido das contas públicas, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, declarou estar disposta a negociar, mas não a reduzir a dívida grega. A Finlândia admite prorrogar os prazos de pagamento para dar algum fôlego à recuperação da Grécia. Mas rejeita a redução da dívida.
Com 36% dos votos, a Syriza elegeu 149 dos 300 deputados do Parlamento da Grécia, dois a menos do que a maioria absoluta.
No discurso da vitória ontem, Tsipras mandou um recado à troika formada pela União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE): "A população grega fez história e deixou para trás cinco anos de humilhação e sofrimento. Vamos recuperar a soberania com nossas propostas de negociação."
Durante a campanha, a esquerda radical prometeu acabar com o programa de austeridade imposto em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros para a Grécia pagar sua dívida pública, restaurar os valores de salários e aposentadorias, criar empregos públicos e renegociar uma nova redução da dívida. Apesar do esforço fiscal, que custou uma queda de 25% no produto interno bruto e desemprego acima de 50%, a dívida grega pulou de 120 bilhões de euros no início da crise para 320 bilhões hoje.
Em Berlim, a grande defensora das políticas de controle rígido das contas públicas, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, declarou estar disposta a negociar, mas não a reduzir a dívida grega. A Finlândia admite prorrogar os prazos de pagamento para dar algum fôlego à recuperação da Grécia. Mas rejeita a redução da dívida.
Filhos de Mubarak saem da cadeia no Egito
Com a volta da ditadura militar ao Egito, o ex-ditador Hosni Mubarak e seus filhos tiveram suas condenações a quatro anos de prisão por corrupção e desvio de dinheiro público revogadas na semana passada. Depois de quatro anos, Gamal e Alaa Mubarak saíram da cadeia, mais um sinal do fim da revolução deflagrada pela chamada Primavera Árabe, que levou à queda de Mubarak em 11 de fevereiro de 2011.
A libertação foi adiada por alguns dias por temor de reações populares contra a absolvição dos principais símbolos do capitalismo de compadres que dominou o Egito sob Mubarak e está de volta com o marechal-presidente Abdel Fattah al-Sissi, responsável pelo golpe militar que derrubou o presidente democraticamente eleito Mohamed Mursi, em 3 de julho de 2013.
Pelo menos 20 pessoas foram mortas ontem em confrontos com a polícia durante manifestações para marcar o quarto aniversário do início da revolução derrubou Mubarak.
A libertação foi adiada por alguns dias por temor de reações populares contra a absolvição dos principais símbolos do capitalismo de compadres que dominou o Egito sob Mubarak e está de volta com o marechal-presidente Abdel Fattah al-Sissi, responsável pelo golpe militar que derrubou o presidente democraticamente eleito Mohamed Mursi, em 3 de julho de 2013.
Pelo menos 20 pessoas foram mortas ontem em confrontos com a polícia durante manifestações para marcar o quarto aniversário do início da revolução derrubou Mubarak.
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domingo, 25 de janeiro de 2015
Vinte morrem no aniversário da revolução no Egito
Pelo menos 20 pessoas morreram hoje em confrontos com as forças de segurança no Egito no Cairo, em Alexandria, Damanhur e Giza durante manifestações convocadas para festejar o quarto aniversário do início da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011.
A polícia já espera protestos e reforçou a segurança. Alguns manifestantes alegaram que o presidente legítimo do país é Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, o primeiro e único chefe de Estado eleito democraticamente na história do Egito, derrubado por um golpe militar instigado por nova revolta popular contra seus métodos autoritários, em 3 de julho de 2013.
Desde então, o país é governado pelo marechal Abdel Fattah al-Sissi, eleito presidente em eleições convocadas para dar uma aparência de democracia a um regime que se parece cada vez mais com a ditadura de Mubarak. Absolveu o ex-ditador e hoje reprime tanto a oposição islamita quanto os liberais e socialistas que tomaram há quatro anos a Praça da Libertação, no centro do Cairo, sonhando com democracia e liberdade.
A polícia já espera protestos e reforçou a segurança. Alguns manifestantes alegaram que o presidente legítimo do país é Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, o primeiro e único chefe de Estado eleito democraticamente na história do Egito, derrubado por um golpe militar instigado por nova revolta popular contra seus métodos autoritários, em 3 de julho de 2013.
Desde então, o país é governado pelo marechal Abdel Fattah al-Sissi, eleito presidente em eleições convocadas para dar uma aparência de democracia a um regime que se parece cada vez mais com a ditadura de Mubarak. Absolveu o ex-ditador e hoje reprime tanto a oposição islamita quanto os liberais e socialistas que tomaram há quatro anos a Praça da Libertação, no centro do Cairo, sonhando com democracia e liberdade.
Syriza lidera com 39,5% dos votos rumo à maioria absoluta
A Coligação de Esquerda Radical (Syria) venceu as eleições parlamentares deste domingo na Grécia com 35% a 39,5% dos votos, dependendo da pesquisa de boca de urna, seguida pelo partido conservador Nova Democracia, do atual primeiro-ministro Antonis Samaras, com 26% a 28%.
É uma vitória maior do que previam as pesquisas. A se confirmar este resultado, seu líder, Alexis Tsipras, deve liderar um governo que pode ter maioria absoluta. Isto depende da votação dos partidos que não superarem a barreira de 3%, mínimo exigido para entrar no Parlamento da Grécia, de 300 cadeiras.
O terceiro lugar está sendo disputado entre o grupo de extrema direita Aurora Dourada e o novo partido de esquerda Potami. O Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok), que governava a Grécia no início da crise, desapareceu do radar eleitoral.
Tsipras declarou que não pretende retirar a Grécia da Zona do Euro nem da União Europeia. Quer renegociar com os parceiros europeus os duros termos impostos pela UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) em troca de empréstimos de 240 bilhões para o país honrar suas dívidas. A Alemanha já anunciou que não aceita nova redução da dívida grega, de 170% do PIB.
É uma vitória maior do que previam as pesquisas. A se confirmar este resultado, seu líder, Alexis Tsipras, deve liderar um governo que pode ter maioria absoluta. Isto depende da votação dos partidos que não superarem a barreira de 3%, mínimo exigido para entrar no Parlamento da Grécia, de 300 cadeiras.
O terceiro lugar está sendo disputado entre o grupo de extrema direita Aurora Dourada e o novo partido de esquerda Potami. O Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok), que governava a Grécia no início da crise, desapareceu do radar eleitoral.
Tsipras declarou que não pretende retirar a Grécia da Zona do Euro nem da União Europeia. Quer renegociar com os parceiros europeus os duros termos impostos pela UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) em troca de empréstimos de 240 bilhões para o país honrar suas dívidas. A Alemanha já anunciou que não aceita nova redução da dívida grega, de 170% do PIB.
Jornalista que revelou morte do promotor foge da Argentina
Primeiro a noticiar a morte do procurador Alberto Nisman, que denunciou a presidente Cristina Kirchner por acobertar o pior atentado terrorista da história argentina, sentindo-se ameaçado, o jornalista judeu Damian Pachter fugiu da Argentina para Israel, de onde revela os detalhes em coluna no jornal liberal israelense Haaretz.
Pachter soube da morte de Nisman quando estava escrevendo uma reportagem sobre a denúncia do promotor contra a presidente, o ministro do Exterior, Héctor Timerman, que é judeu, ativistas sociais favoráveis ao Irã e o deputado Andrés Larroque, líder do movimento La Cámpora, da juventude kirchnerista.
Todos são acusados de conspirar com a ditadura teocrática do Irã para retirar os mandados de prisão contra membros do regime fundamentalista iraniano acusados pelo atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em que 85 pessoas morreram e outras 300 saíram feridas, em 18 de julho de 1994, em Buenos Aires.
Por confiar na fonte, o jornalista publicou a notícia imediatamente no Twitter, à 1h08 de 19 de janeiro de 2014: "Encontraram o promotor Nisman no banheiro de sua casa em Porto Madero sobre um charco de sangue. Não respirava. Os médicos estão lá."
O furo de reportagem logo foi retuitado. Pachter tinha 420 seguidores. Hoje, tem mais de 10 mil. Os elogios e as ameaças começaram.
Ao mesmo tempo, o governo argentino montava sua versão da morte do promotor. Primeiro, Cristina sugeriu a possibilidade de suicídio, que começou a cair quando não foram encontrados vestígios de pólvora na mão direita de Nisman.
Na sexta-feira, quando trabalhava na redação jornal Buenos Aires Herald, um colega da rádio e televisão estatal britânica BBC lhe chamou a atenção. A agência oficial de notícias argentina publicara nova reportagem sobre a morte de Nisman citando um Twitter de Damian Pachter. O detalhe é que ele nunca escreveu o texto que lhe foi atribuído.
Depois de ficar furioso e pensar em reagir e responder, ele se acalmou, examinou a questão racionalmente e tomou aquilo por uma ameaça. Falou com outro amigo e marcou um encontro no terminal central de ônibus de Buenos Aires, no Retiro. O amigo advertiu: "Você tem de sair da cidade".
O jornalista tomou um ônibus e viajou horas para encontrar o amigo em lugar ignorado. O amigo prometeu chegar em 20 minutos. Levou duas horas. Nesse meio tempo, Pachter esperou sentado numa lanchonete de posto de gasolina, onde apareceu uma figura de calça jeans, óculos escuros e jaqueta de couro, uniforme informal dos temidos agentes secretos da polícia argentina.
Quando o amigo chegou, tirou uma foto de Damian Pachter com o homem sinistro ao fundo. Ele foi embora minutos depois. O jornalista guarda a foto como prova.
A pior coisa foi voltar até a estação do Retiro, um lugar muito perigoso à noite, na sensação do repórter, ambiente ideal para um assassinato e disfarçado de latrocínio. De volta a Buenos Aires, Pachter foi logo para o aeroporto, depois de pedir a amigos que comprassem passagens aéreas para Montevidéu e de lá para Madri e Telavive.
Mesmo depois de deixar o país, o governo Cristina Kirchner publicou informações falsas a seu respeito. O Twitter da Casa Rosada divulgou detalhes da passagem aérea comprada pelo jornalista para afirmar que ele não fugiu e pretende voltar à Argentina em 2 de fevereiro. A reserva está marcada para dezembro.
"Não tenha a menor ideia de quando vou voltar à Argentina; não sei se quero", desabafou Pachter. "O que sei é que o país onde nasci não é aquele lugar feliz sobre o qual meus avós judeus costumavam me contar histórias."
Pachter soube da morte de Nisman quando estava escrevendo uma reportagem sobre a denúncia do promotor contra a presidente, o ministro do Exterior, Héctor Timerman, que é judeu, ativistas sociais favoráveis ao Irã e o deputado Andrés Larroque, líder do movimento La Cámpora, da juventude kirchnerista.
Todos são acusados de conspirar com a ditadura teocrática do Irã para retirar os mandados de prisão contra membros do regime fundamentalista iraniano acusados pelo atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em que 85 pessoas morreram e outras 300 saíram feridas, em 18 de julho de 1994, em Buenos Aires.
Por confiar na fonte, o jornalista publicou a notícia imediatamente no Twitter, à 1h08 de 19 de janeiro de 2014: "Encontraram o promotor Nisman no banheiro de sua casa em Porto Madero sobre um charco de sangue. Não respirava. Os médicos estão lá."
O furo de reportagem logo foi retuitado. Pachter tinha 420 seguidores. Hoje, tem mais de 10 mil. Os elogios e as ameaças começaram.
Ao mesmo tempo, o governo argentino montava sua versão da morte do promotor. Primeiro, Cristina sugeriu a possibilidade de suicídio, que começou a cair quando não foram encontrados vestígios de pólvora na mão direita de Nisman.
Na sexta-feira, quando trabalhava na redação jornal Buenos Aires Herald, um colega da rádio e televisão estatal britânica BBC lhe chamou a atenção. A agência oficial de notícias argentina publicara nova reportagem sobre a morte de Nisman citando um Twitter de Damian Pachter. O detalhe é que ele nunca escreveu o texto que lhe foi atribuído.
Depois de ficar furioso e pensar em reagir e responder, ele se acalmou, examinou a questão racionalmente e tomou aquilo por uma ameaça. Falou com outro amigo e marcou um encontro no terminal central de ônibus de Buenos Aires, no Retiro. O amigo advertiu: "Você tem de sair da cidade".
O jornalista tomou um ônibus e viajou horas para encontrar o amigo em lugar ignorado. O amigo prometeu chegar em 20 minutos. Levou duas horas. Nesse meio tempo, Pachter esperou sentado numa lanchonete de posto de gasolina, onde apareceu uma figura de calça jeans, óculos escuros e jaqueta de couro, uniforme informal dos temidos agentes secretos da polícia argentina.
Quando o amigo chegou, tirou uma foto de Damian Pachter com o homem sinistro ao fundo. Ele foi embora minutos depois. O jornalista guarda a foto como prova.
A pior coisa foi voltar até a estação do Retiro, um lugar muito perigoso à noite, na sensação do repórter, ambiente ideal para um assassinato e disfarçado de latrocínio. De volta a Buenos Aires, Pachter foi logo para o aeroporto, depois de pedir a amigos que comprassem passagens aéreas para Montevidéu e de lá para Madri e Telavive.
Mesmo depois de deixar o país, o governo Cristina Kirchner publicou informações falsas a seu respeito. O Twitter da Casa Rosada divulgou detalhes da passagem aérea comprada pelo jornalista para afirmar que ele não fugiu e pretende voltar à Argentina em 2 de fevereiro. A reserva está marcada para dezembro.
"Não tenha a menor ideia de quando vou voltar à Argentina; não sei se quero", desabafou Pachter. "O que sei é que o país onde nasci não é aquele lugar feliz sobre o qual meus avós judeus costumavam me contar histórias."
Grécia vota sob ameaça de sair da UE
A Coligação de Esquerda Radical (Syria) é a favorita nas eleições parlamentares de hoje na Grécia, com vantagem de 3 a 10 pontos percentuais sobre o partido conservador Nova Democracia, do atual primeiro-ministro Antonis Samaras.
Sob a liderança de Alexis Tsipras, a Syriza promete abandonar o programa de corte de gastos públicos imposto pela União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) em troca de ajudas de emergência de 240 bilhões de euros; renegociar a dívida pública grega, equivalente hoje a 170% do produto interno bruto; criar empregos públicos para e investir para retomar o crescimento.
É um programa que entra em conflito direto com a liderança da Alemanha. Com as finanças em ordem, desde o início da crise, o governo alemão condicionou qualquer ajuda a políticas rígidas de controle de gastos e aumento de impostos, cortes de pensões e aposentadorias. Essas políticas causaram uma queda de 25% no PIB grego. O desemprego chegou a 26% e a 56% entre os jovens.
Tsipras afirma que não quer deixar a Zona do Euro, quer negociar com os parceiros europeus. A Alemanha, a Áustria, a Finlândia e a Holanda já rejeitaram a possibilidade de reduzir a dívida da Grécia.
O governo alemão acredita que hoje a união monetária esteja preparada para o possível choque de uma saída da Grécia porque os outros países que entraram em crise em 2011, Irlanda, Portugal e Espanha, estão em recuperação.
As pesquisas de boca de urna e os primeiros resultados serão anunciados a partir das 15h pelo horário de Brasília.
Sob a liderança de Alexis Tsipras, a Syriza promete abandonar o programa de corte de gastos públicos imposto pela União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) em troca de ajudas de emergência de 240 bilhões de euros; renegociar a dívida pública grega, equivalente hoje a 170% do produto interno bruto; criar empregos públicos para e investir para retomar o crescimento.
É um programa que entra em conflito direto com a liderança da Alemanha. Com as finanças em ordem, desde o início da crise, o governo alemão condicionou qualquer ajuda a políticas rígidas de controle de gastos e aumento de impostos, cortes de pensões e aposentadorias. Essas políticas causaram uma queda de 25% no PIB grego. O desemprego chegou a 26% e a 56% entre os jovens.
Tsipras afirma que não quer deixar a Zona do Euro, quer negociar com os parceiros europeus. A Alemanha, a Áustria, a Finlândia e a Holanda já rejeitaram a possibilidade de reduzir a dívida da Grécia.
O governo alemão acredita que hoje a união monetária esteja preparada para o possível choque de uma saída da Grécia porque os outros países que entraram em crise em 2011, Irlanda, Portugal e Espanha, estão em recuperação.
As pesquisas de boca de urna e os primeiros resultados serão anunciados a partir das 15h pelo horário de Brasília.
sábado, 24 de janeiro de 2015
Milhares marcham contra hutis na capital do Iêmen
Cerca de 10 mil pessoas marcharam hoje nas ruas de Saná em protesto contra a milícia huti, que tomou a capital do Iêmen em setembro e forçou anteontem a renúncia coletiva do governo. Testemunhas disseram que a multidão gritava palavras de ordem contra os sutis e a rede terrorista Al Caeda, reportou a agência Reuters.
Os milicianos hutis, apoiados pelo Irã, não impediram a manifestação. Os hutis são xiitas da corrente zaidita, que dominava o antigo Iêmen do Norte. Insatisfeitos desde a reunificação do país, aproveitaram a anarquia gerada pela queda do presidente Ali Abdullah Saleh durante a chamada Primavera Árabe, em 2011, para marchar sobre a capital. Eles exigem a divisão do poder, não se sabe ainda em que termos, mas seus milicianos devem ser integrados às forças de segurança.
Os milicianos hutis, apoiados pelo Irã, não impediram a manifestação. Os hutis são xiitas da corrente zaidita, que dominava o antigo Iêmen do Norte. Insatisfeitos desde a reunificação do país, aproveitaram a anarquia gerada pela queda do presidente Ali Abdullah Saleh durante a chamada Primavera Árabe, em 2011, para marchar sobre a capital. Eles exigem a divisão do poder, não se sabe ainda em que termos, mas seus milicianos devem ser integrados às forças de segurança.
Bombardeio rebelde mata 46 pessoas na Ucrânia
Pelo menos 15 pessoas morreram e outras 46 saíram feridas de um bombardeio com foguetes dos rebeldes ucranianos apoiados pela Rússia contra um bairro residencial da cidade de Mariupol, no Sul da Ucrânia, informou o Ministério do Interior, que culpou as milícias da autoproclamada República Popular de Donetsk. Um porta-voz rebelde negou responsabilidade pelo ataque.
O bombardeio faz parte de uma nova ofensiva dos rebeldes teleguiados pelo homem-forte do Kremlin, Vladimir Putin, que rejeitaram o acordo de paz feito em setembro com o governo central de Kiev.
Mais de 5 mil pessoas foram mortas na rebelião no Leste da Ucrânia, que começou em abril de 2014, depois da queda do presidente pró-russo Viktor Yanukovich, em fevereiro, e da anexação ilegal da região da Crimeia pela Rússia em março do ano passado. O conflito não se restringe ao Leste do país. Recentemente houve ataques em Odessa, no Sul, e agora em Mariupol.
Apesar das sanções econômicas que, somadas à queda nos preços do petróleo, podem causar uma recessão de 5% neste ano na Rússia, Putin não parece disposto a ceder. A União Europeia fez vários sinais de que está pronta a retomar relações normais se a Rússia respeitar a independência da Ucrânia, mas o ditadorzinho de opereta do Kremlin prefere apostar em bravatas.
O presidente ucraniano, Petro Porochenko, sabe que não tem como enfrentar a Rússia, mas promete lutar até reconquistar todo o território do país.
O bombardeio faz parte de uma nova ofensiva dos rebeldes teleguiados pelo homem-forte do Kremlin, Vladimir Putin, que rejeitaram o acordo de paz feito em setembro com o governo central de Kiev.
Mais de 5 mil pessoas foram mortas na rebelião no Leste da Ucrânia, que começou em abril de 2014, depois da queda do presidente pró-russo Viktor Yanukovich, em fevereiro, e da anexação ilegal da região da Crimeia pela Rússia em março do ano passado. O conflito não se restringe ao Leste do país. Recentemente houve ataques em Odessa, no Sul, e agora em Mariupol.
Apesar das sanções econômicas que, somadas à queda nos preços do petróleo, podem causar uma recessão de 5% neste ano na Rússia, Putin não parece disposto a ceder. A União Europeia fez vários sinais de que está pronta a retomar relações normais se a Rússia respeitar a independência da Ucrânia, mas o ditadorzinho de opereta do Kremlin prefere apostar em bravatas.
O presidente ucraniano, Petro Porochenko, sabe que não tem como enfrentar a Rússia, mas promete lutar até reconquistar todo o território do país.
Estado Islâmico executa um refém japonês
Em vídeo divulgado na Internet, a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante anunciou hoje a execução do refém japonês Haruna Yukawa. O grupo havia pedido ao governo do Japão um resgate de US$ 200 milhões por dois reféns sequestrados na Síria.
Na gravação, o outro refém, o documentarista independente Kenji Goto, segura uma imagem do corpo decapitado de Yukawa e adverte que ele também será morto se as exigências dos jihadistas não forem aceitas.
Além do resgate, o Estado Islâmico exigiu a libertação de uma terrorista suicida presa na Jordânia. O valor de US$ 200 milhões foi o que o governo japonês prometeu em ajuda aos países do Oriente Médio para o combate ao terrorismo.
Na gravação, o outro refém, o documentarista independente Kenji Goto, segura uma imagem do corpo decapitado de Yukawa e adverte que ele também será morto se as exigências dos jihadistas não forem aceitas.
Além do resgate, o Estado Islâmico exigiu a libertação de uma terrorista suicida presa na Jordânia. O valor de US$ 200 milhões foi o que o governo japonês prometeu em ajuda aos países do Oriente Médio para o combate ao terrorismo.
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Curdos entregam 120 corpos ao Estado Islâmico
Os corpos de cerca de 120 milicianos mortos em combate ontem foram entregues hoje por guerrilheiros curdos a um hospital da cidade de Mossul, no Norte do Iraque, dominada pelo grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante desde junho de 2014. A guerrilha curda conhecida como peshmerga assumiu o controle da estrada entre Mossul e Tal Afar, na Síria.
Pelo menos 11 milicianos mortos eram estrangeiros, nem sírios nem iraquianos, da Arábia Saudita, do Paquistão e da Chechênia, que faz parte da Federação Russa.
De acordo com o major curdo Rachid Haji Ali, os peshmerga também tomaram uma vila próxima à barragem de Mossul, matando 16 milicianos do Estado Islâmico na ação.
Pelo menos 11 milicianos mortos eram estrangeiros, nem sírios nem iraquianos, da Arábia Saudita, do Paquistão e da Chechênia, que faz parte da Federação Russa.
De acordo com o major curdo Rachid Haji Ali, os peshmerga também tomaram uma vila próxima à barragem de Mossul, matando 16 milicianos do Estado Islâmico na ação.
Senado cede à pressão popular na República Democrática do Congo
Depois de dias de protestos violentos, o Senado da República democrática do Congo derrubou hoje uma cláusula que exigia a realização de um censo nacional antes das próximas eleições, previstas para 2016. Pelo menos 42 pessoas morreram em confronto com a polícia na capital, Kinshasa nos últimos dias.
Na prática, pelo texto aprovado pela Câmara, o mandato do presidente Joseph Kabila, no poder desde a morte do pai, em 2001, seria prorrogado até a conclusão do censo e a atualização dos registros eleitorais num país enorme e sem infraestrutura de transporte unindo as diferentes regiões. A população reagiu.
Pela nova redação, a lista de eleitores registrados deve ser atualizada dentro do prazo previsto para não prejudicar a realização das eleições legislativas e presidencial. Uma comissão mista da Câmara e do Senado vai se reunir para fazer o texto final, a ser submetido a votação em sessão conjunta na próxima segunda-feira.
Na prática, pelo texto aprovado pela Câmara, o mandato do presidente Joseph Kabila, no poder desde a morte do pai, em 2001, seria prorrogado até a conclusão do censo e a atualização dos registros eleitorais num país enorme e sem infraestrutura de transporte unindo as diferentes regiões. A população reagiu.
Pela nova redação, a lista de eleitores registrados deve ser atualizada dentro do prazo previsto para não prejudicar a realização das eleições legislativas e presidencial. Uma comissão mista da Câmara e do Senado vai se reunir para fazer o texto final, a ser submetido a votação em sessão conjunta na próxima segunda-feira.
Deputado peronista critica defesa de Cristina pelo partido
O deputado peronista Felipe Solá criticou hoje duramente o documento do Partido Justicialista para defender a presidente Cristina Kirchner da denúncia de acobertar os responsáveis pelo maior terrorista da história da Argentina. O texto acusa juízes, promotores e meios de comunicação de participar de uma conspiração para atingir o governo com a morte do promotor encarregado do caso, Alberto Nisman.
"Foi um documento para a presidente, não para o povo", desabafou Solá, citado pelo jornal argentino Clarín.
Em entrevista à Rádio Mitre na manhã de hoje, o deputado contou como o partido adotou sua posição oficial: "Não houve nenhuma discussão. Chegou Zannini com um papel e disse: é isto que vocês têm de dizer." Carlos Alberto Zannini é secretário jurídico e técnico da Presidência da Argentina.
O partido foi surpreendido, ontem de manhã, pela mudança total na posição de Cristina Kirchner, da versão inicial de suicídio para um assassinato feito sob encomenda para incriminá-la.
Solá também acusou o governo de criar um clima pesado antes da data marcada para Nisman apresentar suas provas à Câmara dos Deputados, a segunda-feira passada.
O promotor denunciou um conluio entre os governos da Argentina e do Irã para acobertar os responsáveis pelo atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que matou 85 pessoas em 18 de julho de 1994, em troca da melhoria das relações econômicas entre os dois países. No domingo, Nisman foi encontrado morto em seu apartamento no bairro de Porto Madero, em Buenos Aires.
Outro problema levantado pelo deputado foi a presença do ministro da Segurança, Sergio Berni, o ministro da justiça argentino, no local do crime antes da perícia: "Não sabemos de nenhuma ação do Poder Executivo em relação a Berni. Há um crime grave na Argentina e o primeiro a chegar à cena do crime é uma figura política de um governo que seria acusado no dia seguinte."
Em ressonância com a Casa Rosada, ontem os presidenciáveis peronistas Daniel Scioli, Julián Domínguez e Sergio Uribarri acusaram os meios de comunicação "concentrados", referência aos jornais Clarín e La Nación, agentes secretos, juízes e promotores "golpistas" pela denúncia contra a presidente.
Hoje de manhã, o secretário-geral da Presidência, Anibal Fernández, insistiu na tese de que alguém escreveu a denúncia para Nisman: o promotor "não poderia ter escrito aquela burrice".
Mais gravações telefônicas autorizadas pela Justiça que faziam parte da denúncia foram reveladas hoje no programa de rádio do jornalista Jorge Lanata. Em novembro de 2012, o líder do movimento social dos piqueteiros, Luis D'Elia, aconselhou Alejandro Yussuf Khalil, identificado por Nisman como "agente iraniano", a não participar de uma marcha de apoio à independência da Palestina para não chamar a atenção.
Dois meses depois, em 27 de janeiro de 2013, Argentina e Irã assinaram um memorando de entendimento para uma comissão bilateral mista revisar o caso do atentado à AMIA e, na prática, inocentar os iranianos acusados suspendendo os mandados de prisão enviados à Interpol (Polícia Internacional). Por ironia ou não, é o dia da libertação do campo de concentração de Auschwitz, em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial.
Neste clima de alta comoção, as associações israelitas não vão participar da cerimônia do Dia do Holocausto marcada para a próxima terça-feira, 70º aniversário da libertação de Auschwitz, no Palácio San Martín, sede da chancelaria argentina.
"Foi um documento para a presidente, não para o povo", desabafou Solá, citado pelo jornal argentino Clarín.
Em entrevista à Rádio Mitre na manhã de hoje, o deputado contou como o partido adotou sua posição oficial: "Não houve nenhuma discussão. Chegou Zannini com um papel e disse: é isto que vocês têm de dizer." Carlos Alberto Zannini é secretário jurídico e técnico da Presidência da Argentina.
O partido foi surpreendido, ontem de manhã, pela mudança total na posição de Cristina Kirchner, da versão inicial de suicídio para um assassinato feito sob encomenda para incriminá-la.
Solá também acusou o governo de criar um clima pesado antes da data marcada para Nisman apresentar suas provas à Câmara dos Deputados, a segunda-feira passada.
O promotor denunciou um conluio entre os governos da Argentina e do Irã para acobertar os responsáveis pelo atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que matou 85 pessoas em 18 de julho de 1994, em troca da melhoria das relações econômicas entre os dois países. No domingo, Nisman foi encontrado morto em seu apartamento no bairro de Porto Madero, em Buenos Aires.
Outro problema levantado pelo deputado foi a presença do ministro da Segurança, Sergio Berni, o ministro da justiça argentino, no local do crime antes da perícia: "Não sabemos de nenhuma ação do Poder Executivo em relação a Berni. Há um crime grave na Argentina e o primeiro a chegar à cena do crime é uma figura política de um governo que seria acusado no dia seguinte."
Em ressonância com a Casa Rosada, ontem os presidenciáveis peronistas Daniel Scioli, Julián Domínguez e Sergio Uribarri acusaram os meios de comunicação "concentrados", referência aos jornais Clarín e La Nación, agentes secretos, juízes e promotores "golpistas" pela denúncia contra a presidente.
Hoje de manhã, o secretário-geral da Presidência, Anibal Fernández, insistiu na tese de que alguém escreveu a denúncia para Nisman: o promotor "não poderia ter escrito aquela burrice".
Mais gravações telefônicas autorizadas pela Justiça que faziam parte da denúncia foram reveladas hoje no programa de rádio do jornalista Jorge Lanata. Em novembro de 2012, o líder do movimento social dos piqueteiros, Luis D'Elia, aconselhou Alejandro Yussuf Khalil, identificado por Nisman como "agente iraniano", a não participar de uma marcha de apoio à independência da Palestina para não chamar a atenção.
Dois meses depois, em 27 de janeiro de 2013, Argentina e Irã assinaram um memorando de entendimento para uma comissão bilateral mista revisar o caso do atentado à AMIA e, na prática, inocentar os iranianos acusados suspendendo os mandados de prisão enviados à Interpol (Polícia Internacional). Por ironia ou não, é o dia da libertação do campo de concentração de Auschwitz, em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial.
Neste clima de alta comoção, as associações israelitas não vão participar da cerimônia do Dia do Holocausto marcada para a próxima terça-feira, 70º aniversário da libertação de Auschwitz, no Palácio San Martín, sede da chancelaria argentina.
Tailândia aprova impeachment de primeira-ministra deposta
O Parlamento da Tailândia aprovou hoje o impeachment da única mulher a governar o país até hoje. A ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, deposta num golpe militar em maio de 2014, foi considerada culpada num escândalo multibilionário envolvendo subsídios à agricultura. A decisão a proíbe de participar da política por cinco anos.
"Hoje a democracia morreu na Tailândia e também o Estado de Direito", protestou a ex-primeira-ministra.
Nesta sexta-feira, a Procuradoria-Geral da Tailândia revelou que vai denunciar Yingluck criminalmente pelo mesmo motivo. Se for condenada, ela pode pegar até 10 anos de cadeia.
Ela é irmã do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que fugiu do país depois de ser deposto em 2006 em meio a acusações de corrupção. Há o temor agora de que o movimento das Camisas Vermelhas, que os apoia, marcha rumo à capital criando um novo impasse politico na Tailândia.
Com forte apoio nas zonas rurais do interior do país, a família Shinawatra tem ganho todas as eleições, apesar da rejeição da elite política e militar de Bangkok. A instabilidade política ameaça o desenvolvimento de uma economia que já foi uma das mais dinâmicas da Ásia.
"Hoje a democracia morreu na Tailândia e também o Estado de Direito", protestou a ex-primeira-ministra.
Nesta sexta-feira, a Procuradoria-Geral da Tailândia revelou que vai denunciar Yingluck criminalmente pelo mesmo motivo. Se for condenada, ela pode pegar até 10 anos de cadeia.
Ela é irmã do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que fugiu do país depois de ser deposto em 2006 em meio a acusações de corrupção. Há o temor agora de que o movimento das Camisas Vermelhas, que os apoia, marcha rumo à capital criando um novo impasse politico na Tailândia.
Com forte apoio nas zonas rurais do interior do país, a família Shinawatra tem ganho todas as eleições, apesar da rejeição da elite política e militar de Bangkok. A instabilidade política ameaça o desenvolvimento de uma economia que já foi uma das mais dinâmicas da Ásia.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Sultão da Arábia Saudita morre os 90 anos
O rei Abdala ben Abdul Aziz al Saud, da Arábia Saudita, morreu hoje aos 90 anos depois de longa enfermidade, anunciou a família real em nota lida na televisão estatal na manhã de sexta-feira pela hora local. Abdala estava no poder oficialmente desde 2005, quando morreu seu meio-irmão Fahd, mas governava o país desde 1995 por causa de problemas de saúde do antecessor
Com a morte do sultão, ascende ao trono o rei Salman ben Abdul Aziz al Saud, de 79 anos, meio-irmão de Abdala, que sofre de demência senil.
O príncipe Mukrin ben Abdul Aziz al Saud, de 69 anos, nomeado novo herdeiro, é quem governa o país na prática. Mais jovem dos 45 filhos do fundador da Arábia Saudita, rei Abdul Aziz al Saud, foi diretor dos serviços secretos sauditas de 2005 a 2012, quando passou a ser assessor especial do rei Abdala. Em 2013, foi nomeado vice-primeiro-ministro. O príncipe herdeiro era o primeiro-ministro.
Como segundo na linha de sucessão ao trono, foi indicado o príncipe Mohamed ben Naif, sobrinho do novo rei. Ele era chefe do combate do terrorismo e do programa de desradicalização dos jihadistas. Se chegar ao trono, será o primeiro sultão saudita que não será filho do fundador do país. Será o primeiro neto, numa transferência de poder para a terceira geração da dinastia.
Maior produtor e exportador mundial de petróleo, a Arábia Saudita lidera a ação que derrubou os preços internacionais do petróleo em mais de 50% nos últimos seis meses para competir com o óleo e gás natural extraídos do xisto betuminoso nos EUA. É uma monarquia absolutista sem Constituição, com produto interno bruto de US$ 778 bilhões, mais de 30 milhões de habitantes, 6 mil príncipes e escasso controle público de suas atividades. Muitos são suspeitos de financiar o terrorismo.
Dos 19 terroristas cometeram os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, 15 eram sauditas. A rede terrorista Al Caeda, então chefiada pelo saudita Ossama ben Laden, escolheu-os a dedo para provocar uma crise entre os EUA, que culpa pelos males do mundo, e a dinastia Saud, que considera fantoche do imperialismo ocidental.
A Arábia Saudita é assim fruto de uma aliança entre a dinastia Saud e um clero ultraconservador sunita. Guardiã das cidades sagradas de Meca e Medina, a família real saudita tem desde 1744 uma aliança histórica com o wahabismo, uma versão puritana do islamismo que exporta pelo mundo com a fortuna gerada pelos petrodólares. É a mesma corrente seguida pela rede terrorista Al Caeda e pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Ao mesmo tempo, o reino depende de sua aliança militar com o Ocidente para sua segurança, sacramentada num encontro de seu fundador com o então presidente dos EUA Franklin Roosevelt, que voltava da Conferência de Ialta, em 1945, uma parceria regada ao petróleo que a Arábia Saudita descobrira em 1938.
Diante da ameaça do terrorismo que nega sua legitimidade e o acusa de ser um fantoche do Ocidente, a monarquia saudita reprimiu duramente a rede Al Caeda, o que levou seu comando e campos de treinamento na Península Arábica para o Iêmen, país de origem da família Ben Laden.
Não há respeito aos direitos humanos na Arábia Saudita. As mulheres não podem dirigir nem sair na rua sozinha e são alvo de violência doméstica, assim como empregados. O blogueiro Raif Badawi, que tentou criticar a religião e discutir ideias liberais na Internet, foi condenado a 10 anos de prisão, US$ 250 mil de multa e mil chibatadas em público, em 20 doses de 50 chibatadas.
Sob pressão internacional, o falecido rei suspendeu as chibatadas por "motivo de saúde". A decisão do próximo a respeito do caso foi marcar seu reinado.
No plano internacional, a Arábia Saudita disputa a liderança regional do Oriente Médio com o Irã, que é persa e xiita. Está inquieta com reaproximação entre os EUA e o Irã. Os sauditas estão por trás de vários grupos armados sunitas em atividade.
O ministro do Exterior iraniano, Javad Zarif, acaba de cancelar uma visita a Riade que marcaria o início de um diálogo entre Arábia Saudita e Irã fundamental para a pacificação do Oriente Médio. Diante do anúncio de que os sauditas vão treinar rebeldes sírios, o Irã, que apoia a ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria, suspendeu a viagem do chanceler à capital saudita.
Neste momento de transição, a Arábia Saudita não quer passar uma imagem de fragilidade. No Oriente Médio, às vezes, a disposição de negociar é vista pelo outro lado como um sinal de fraqueza.
Com a morte do sultão, ascende ao trono o rei Salman ben Abdul Aziz al Saud, de 79 anos, meio-irmão de Abdala, que sofre de demência senil.
O príncipe Mukrin ben Abdul Aziz al Saud, de 69 anos, nomeado novo herdeiro, é quem governa o país na prática. Mais jovem dos 45 filhos do fundador da Arábia Saudita, rei Abdul Aziz al Saud, foi diretor dos serviços secretos sauditas de 2005 a 2012, quando passou a ser assessor especial do rei Abdala. Em 2013, foi nomeado vice-primeiro-ministro. O príncipe herdeiro era o primeiro-ministro.
Como segundo na linha de sucessão ao trono, foi indicado o príncipe Mohamed ben Naif, sobrinho do novo rei. Ele era chefe do combate do terrorismo e do programa de desradicalização dos jihadistas. Se chegar ao trono, será o primeiro sultão saudita que não será filho do fundador do país. Será o primeiro neto, numa transferência de poder para a terceira geração da dinastia.
Maior produtor e exportador mundial de petróleo, a Arábia Saudita lidera a ação que derrubou os preços internacionais do petróleo em mais de 50% nos últimos seis meses para competir com o óleo e gás natural extraídos do xisto betuminoso nos EUA. É uma monarquia absolutista sem Constituição, com produto interno bruto de US$ 778 bilhões, mais de 30 milhões de habitantes, 6 mil príncipes e escasso controle público de suas atividades. Muitos são suspeitos de financiar o terrorismo.
Dos 19 terroristas cometeram os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, 15 eram sauditas. A rede terrorista Al Caeda, então chefiada pelo saudita Ossama ben Laden, escolheu-os a dedo para provocar uma crise entre os EUA, que culpa pelos males do mundo, e a dinastia Saud, que considera fantoche do imperialismo ocidental.
A Arábia Saudita é assim fruto de uma aliança entre a dinastia Saud e um clero ultraconservador sunita. Guardiã das cidades sagradas de Meca e Medina, a família real saudita tem desde 1744 uma aliança histórica com o wahabismo, uma versão puritana do islamismo que exporta pelo mundo com a fortuna gerada pelos petrodólares. É a mesma corrente seguida pela rede terrorista Al Caeda e pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Ao mesmo tempo, o reino depende de sua aliança militar com o Ocidente para sua segurança, sacramentada num encontro de seu fundador com o então presidente dos EUA Franklin Roosevelt, que voltava da Conferência de Ialta, em 1945, uma parceria regada ao petróleo que a Arábia Saudita descobrira em 1938.
Diante da ameaça do terrorismo que nega sua legitimidade e o acusa de ser um fantoche do Ocidente, a monarquia saudita reprimiu duramente a rede Al Caeda, o que levou seu comando e campos de treinamento na Península Arábica para o Iêmen, país de origem da família Ben Laden.
Não há respeito aos direitos humanos na Arábia Saudita. As mulheres não podem dirigir nem sair na rua sozinha e são alvo de violência doméstica, assim como empregados. O blogueiro Raif Badawi, que tentou criticar a religião e discutir ideias liberais na Internet, foi condenado a 10 anos de prisão, US$ 250 mil de multa e mil chibatadas em público, em 20 doses de 50 chibatadas.
Sob pressão internacional, o falecido rei suspendeu as chibatadas por "motivo de saúde". A decisão do próximo a respeito do caso foi marcar seu reinado.
No plano internacional, a Arábia Saudita disputa a liderança regional do Oriente Médio com o Irã, que é persa e xiita. Está inquieta com reaproximação entre os EUA e o Irã. Os sauditas estão por trás de vários grupos armados sunitas em atividade.
O ministro do Exterior iraniano, Javad Zarif, acaba de cancelar uma visita a Riade que marcaria o início de um diálogo entre Arábia Saudita e Irã fundamental para a pacificação do Oriente Médio. Diante do anúncio de que os sauditas vão treinar rebeldes sírios, o Irã, que apoia a ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria, suspendeu a viagem do chanceler à capital saudita.
Neste momento de transição, a Arábia Saudita não quer passar uma imagem de fragilidade. No Oriente Médio, às vezes, a disposição de negociar é vista pelo outro lado como um sinal de fraqueza.
Estado Islâmico constrói trincheira ao redor de Mossul
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante está fortificando suas posições em Mossul, a segunda maior cidade iraquiana. Entre os projetos, está a construção de uma trincheira ao redor de toda a cidade, noticiou hoje a agência Reuters.
A empresa vencedora vai ganhar US$ 4 mil por quilômetro de trincheira.
Desde que conquistou Mossul e proclamou a fundação de um novo califado, em junho de 2014, o Estado Islâmico fechou a entrada oeste da cidade. Ergueu altas muralhas de concreto e destruiu uma ponte que poderia ser usada pelos guerrilheiros curdos que tentam retomá-la.
A empresa vencedora vai ganhar US$ 4 mil por quilômetro de trincheira.
Desde que conquistou Mossul e proclamou a fundação de um novo califado, em junho de 2014, o Estado Islâmico fechou a entrada oeste da cidade. Ergueu altas muralhas de concreto e destruiu uma ponte que poderia ser usada pelos guerrilheiros curdos que tentam retomá-la.
Comandante iraniano ameaça Israel em enterro de colega
Durante o enterro do general Mohamed Ali-Allah Dadi, morto por um bombardeio de Israel à Síria, o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, general Esmail Kaani, ameaçou "perturar a paz dos sionistas" em aliança com a milícia extremista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), principal alvo do ataque.
Em seu discurso de despedida ao coleta, o comandante da Guarda Revolucionária advertiu que quanto maiores forem os desafios de Israel mais forte o Irã vai ficar. No mesmo dia, o ministro do Exterior iraniano, Javad Zarif, descreveu o bombardeio do lado não ocupado das Colinas do Golã como um "ato de desespero" de Israel.
Na segunda-feira, mísseis disparados por helicópteros de combate atingiram três veículos de uma caravana do Hesbolá, matando 12 pessoas, inclusive um comandante do Hesbolá e o general iraniano.
O governo israelense espera uma retaliação a qualquer momento, mas não em grande escala. Reforçou sua fronteira com o Líbano com tanques e baterias de defesa antiaérea.
Em seu discurso de despedida ao coleta, o comandante da Guarda Revolucionária advertiu que quanto maiores forem os desafios de Israel mais forte o Irã vai ficar. No mesmo dia, o ministro do Exterior iraniano, Javad Zarif, descreveu o bombardeio do lado não ocupado das Colinas do Golã como um "ato de desespero" de Israel.
Na segunda-feira, mísseis disparados por helicópteros de combate atingiram três veículos de uma caravana do Hesbolá, matando 12 pessoas, inclusive um comandante do Hesbolá e o general iraniano.
O governo israelense espera uma retaliação a qualquer momento, mas não em grande escala. Reforçou sua fronteira com o Líbano com tanques e baterias de defesa antiaérea.
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Exército do Iraque não está pronto, admite ministro britânico
Durante encontro interministerial de 21 países para discutir o combate ao terrorismo internacional, o ministro da Defesa do Reino Unido, Philip Hammond, reconheceu hoje em Londres que as Forças Armadas do Iraque não terão condições de expulsar do país a milícia extremista Estado Islâmico em menos de um a dois anos mesmo com ajuda internacional.
Na reunião, o secretário de Estado americano, John Kerry, declarou que a guerra aérea liderada pelos Estados Unidos matou cerca de 6 mil milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a metade de seus comandantes militares. O ministro britânico elogiou a guerra aérea, dizendo que parou o avanço do Estado Islâmico.
As declarações de Kerry foram criticadas nos EUA pela CNN, que lembrou que na Guerra de Vietnã o comando militar americano apresentava dados sobre número de mortos para indicar que estava ganhando.
O novo primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, lamentou a queda nos preços internacionais do petróleo, afirmando que ela reduz a capacidade de financiar a guerra contra o terrorismo.
Na reunião, o secretário de Estado americano, John Kerry, declarou que a guerra aérea liderada pelos Estados Unidos matou cerca de 6 mil milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a metade de seus comandantes militares. O ministro britânico elogiou a guerra aérea, dizendo que parou o avanço do Estado Islâmico.
As declarações de Kerry foram criticadas nos EUA pela CNN, que lembrou que na Guerra de Vietnã o comando militar americano apresentava dados sobre número de mortos para indicar que estava ganhando.
O novo primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, lamentou a queda nos preços internacionais do petróleo, afirmando que ela reduz a capacidade de financiar a guerra contra o terrorismo.
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China oferece US$ 8 bilhões aos bancos comerciais
O Banco Popular da China colocou 50 bilhões de iuanes, cerca de US$ 8 bilhões, à disposição dos bancos comerciais em empréstimos de curto prazo. É mais um afrouxamento da política monetária para colocar mais dinheiro em circulação e assim combater a desaceleração estrutural da segunda maior economia do mundo.
O banco central quer garantir que os bancos locais tenham liquidez suficiente para cobrir os prejuízos decorrentes de empréstimos caloteados e assim mitigar o impacto da desaceleração do crescimento no momento em que a China tenta reorientar sua economia para o mercado interno, diante da fraqueza na demanda externa.
O banco central quer garantir que os bancos locais tenham liquidez suficiente para cobrir os prejuízos decorrentes de empréstimos caloteados e assim mitigar o impacto da desaceleração do crescimento no momento em que a China tenta reorientar sua economia para o mercado interno, diante da fraqueza na demanda externa.
Cristina Kirchner está "convencida" de que promotor foi assassinado
Numa reviravolta espetacular, a presidente Cristina Kirchner declarou hoje estar "convencida" de que o promotor Alberto Nisman, que a acusava de acobertar o pior atentado terrorista da história da Argentina, não se matou: "Não tenho provas, mas tampouco tenho dúvidas", escreveu nas redes sociais, informa o jornal Clarín.
Na nova versão da presidente argentina, "o usaram vivo e depois o necessitavam morto. Assim, triste e terrível". Ela começou a manifestar sua mudança de opinião ao escrever hoje de manhã no Twitter: "Estou convencida de que não foi suicídio". Derrubava a principal linha de investigação até agora. Mais tarde, publicou uma longa carta no Facebook.
Nisman foi encontrado morto no domingo no banheiro de seu apartamento no bairro de Porto Madero, em Buenos Aires, com um tiro na têmpora do lado direito, ao lado de uma pistola de 22 milímetros que não lhe pertencia. Não foram detectados resíduos de pólvora em sua mão direita. Ontem, o chaveiro que abriu o apartamento pela primeira vez depois do crime revelou que "a porta de serviço estava aberta".
O promotor apresentaria na segunda-feira à Comissão de Legislação Penal da Câmara dos Deputados os indícios e provas coletados em sua denúncia contra a presidente; o ministro do Exterior, Héctor Timerman; o secretário-geral movimento da juventude peronista La Cámpora, Andrés Larroque; o líder do movimento social dos piqueteiros, Luis D'Elia; e do líder do grupo radical islamochavista Quebracho, Fernando Esteche.
Todos foram acusados de tentar encobrir a responsabilidade de membros do governo do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) no atentado contra a sede da AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina), que matou 85 pessoas e feriu outras 300 em 18 de julho de 1994, em Buenos Aires.
A presidente nega qualquer articulação para isentar o Irã em troca do aumento do comércio bilateral, com maior compra de grãos argentinos pelo Irã e de petróleo iraniano pela Argentina. Sua verão a coloca como vítima de uma conspiração na qual o promotor Nisman teria sido manipulado para incriminá-la.
Cristina afirma que "plantaram falsas informações" em que Nisman acreditou, argumentando que os agentes que supostamente fariam parte de um serviço secreto paralelo em conexão direta com a Casa Rosada, flagrados em escutas telefônicas, "nunca pertenceram à Secretária de Inteligência".
Com base nas gravações, Nisman concluiu que Alejandro Yussuf Khalil era um agente iraniano que mediou as negociações entre os dois governos e estava em contato frequentemente com D'Elia e o líder da Cámpora: "Larroque sentou comigo e me deu uma mensagem que tenho de transmitir à embaixada", disse Khalil numa das conversas grampeadas com autorização da Justiça.
Tudo não passaria, no entanto, de uma armação para atingir a presidente da Argentina, conclui Cristina: "A denúncia do promotor Nisman nunca foi em si mesma uma operação contra o governo. Desmoronava a cada passo. A verdadeira operação contra o governo era a morte do promotor depois de acusar a presidenta, seu chanceler e o secretário-geral de La Cámpora de acobertar os iranianos acusados pelo atentado terrorista contra a AMIA."
Na nova versão da presidente argentina, "o usaram vivo e depois o necessitavam morto. Assim, triste e terrível". Ela começou a manifestar sua mudança de opinião ao escrever hoje de manhã no Twitter: "Estou convencida de que não foi suicídio". Derrubava a principal linha de investigação até agora. Mais tarde, publicou uma longa carta no Facebook.
Nisman foi encontrado morto no domingo no banheiro de seu apartamento no bairro de Porto Madero, em Buenos Aires, com um tiro na têmpora do lado direito, ao lado de uma pistola de 22 milímetros que não lhe pertencia. Não foram detectados resíduos de pólvora em sua mão direita. Ontem, o chaveiro que abriu o apartamento pela primeira vez depois do crime revelou que "a porta de serviço estava aberta".
O promotor apresentaria na segunda-feira à Comissão de Legislação Penal da Câmara dos Deputados os indícios e provas coletados em sua denúncia contra a presidente; o ministro do Exterior, Héctor Timerman; o secretário-geral movimento da juventude peronista La Cámpora, Andrés Larroque; o líder do movimento social dos piqueteiros, Luis D'Elia; e do líder do grupo radical islamochavista Quebracho, Fernando Esteche.
Todos foram acusados de tentar encobrir a responsabilidade de membros do governo do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) no atentado contra a sede da AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina), que matou 85 pessoas e feriu outras 300 em 18 de julho de 1994, em Buenos Aires.
A presidente nega qualquer articulação para isentar o Irã em troca do aumento do comércio bilateral, com maior compra de grãos argentinos pelo Irã e de petróleo iraniano pela Argentina. Sua verão a coloca como vítima de uma conspiração na qual o promotor Nisman teria sido manipulado para incriminá-la.
Cristina afirma que "plantaram falsas informações" em que Nisman acreditou, argumentando que os agentes que supostamente fariam parte de um serviço secreto paralelo em conexão direta com a Casa Rosada, flagrados em escutas telefônicas, "nunca pertenceram à Secretária de Inteligência".
Com base nas gravações, Nisman concluiu que Alejandro Yussuf Khalil era um agente iraniano que mediou as negociações entre os dois governos e estava em contato frequentemente com D'Elia e o líder da Cámpora: "Larroque sentou comigo e me deu uma mensagem que tenho de transmitir à embaixada", disse Khalil numa das conversas grampeadas com autorização da Justiça.
Tudo não passaria, no entanto, de uma armação para atingir a presidente da Argentina, conclui Cristina: "A denúncia do promotor Nisman nunca foi em si mesma uma operação contra o governo. Desmoronava a cada passo. A verdadeira operação contra o governo era a morte do promotor depois de acusar a presidenta, seu chanceler e o secretário-geral de La Cámpora de acobertar os iranianos acusados pelo atentado terrorista contra a AMIA."
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Governo do Iêmen renuncia em massa
Diante da nova ofensiva dos rebeldes hutis, da seita xiita zaidita, que já controlavam a capital desde setembro, todo o governo do Iêmen, o presidente, o primeiro-ministro e os demais ministros, renunciou hoje, deixando acéfalo o mais pobre país árabe.
A solução constitucional seria a posse do presidente do Parlamento, mas o Legislativo não aceitou as renúncias e convocou uma sessão de emergência.
Os hutis, financiados pelo Irã, são antiamericanos e anti-israelenses. Isso complica a estratégia dos Estados Unidos, que eram aliados do governo deposto na luta contra o terrorismo, especialmente da rede Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para fugir da repressão na Arábia Saudita e é alvo permanente dos bombardeios de aviões não tripulados (drones) americanos.
A solução constitucional seria a posse do presidente do Parlamento, mas o Legislativo não aceitou as renúncias e convocou uma sessão de emergência.
Os hutis, financiados pelo Irã, são antiamericanos e anti-israelenses. Isso complica a estratégia dos Estados Unidos, que eram aliados do governo deposto na luta contra o terrorismo, especialmente da rede Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para fugir da repressão na Arábia Saudita e é alvo permanente dos bombardeios de aviões não tripulados (drones) americanos.
BCE vai comprar 60 bilhões de euros em títulos por mês
Para combater a deflação e estimular a retomada do crescimento nos 19 países da Zona do Euro, o Banco Central Europeu vai comprar títulos públicos e privados no valor de 60 bilhões de euros (R$ 175 bilhões) por mês, mais do que esperado, durante um ano e meio colocando assim mais de 1 trilhão de euros em circulação.
A operação começa em março e vai até setembro de 2016, anunciou hoje em Frankfurt o presidente do BCE, o italiano Mario Draghi. A compra de títulos não poderá passar de um terço da dívida total de um país e 80% das aquisições serão feitas pelos bancos centrais nacionais.
No caso europeu, o objetivo da política de alívio quantitativo, aplicada com sucesso nos Estados Unidos e no Reino Unido, é elevar a inflação para a meta de 2% ao ano. Em 2014, a Eurozona teve deflação de 0,2%. Foi a primeira queda de preços em cinco anos. O desemprego está em 11,5% e o crescimento foi de apenas 0,2% no terceiro trimestre do ano passado.
"A inflação deve continuar muito baixa ou negativa nos próximos meses", declarou Draghi em entrevista coletiva, "por causa da queda acentuada nos preços do petróleo".
Para evitar o impacto de uma possível desvalorização do euro, a Dinamarca, que tem paridade cambial com o euro, reduziu as taxas de juros e o Banco Central da Suíça desvinculou a cotação do frango suíço do euro, levando a uma valorização imediata de sua moeda em 20%.
As bolsas de valores subiram com o anúncio do BCE, mas a moeda comum europeia atingiu sua cotação mais baixa diante do dólar americano em 11 anos: US$ 1,137.
A operação começa em março e vai até setembro de 2016, anunciou hoje em Frankfurt o presidente do BCE, o italiano Mario Draghi. A compra de títulos não poderá passar de um terço da dívida total de um país e 80% das aquisições serão feitas pelos bancos centrais nacionais.
No caso europeu, o objetivo da política de alívio quantitativo, aplicada com sucesso nos Estados Unidos e no Reino Unido, é elevar a inflação para a meta de 2% ao ano. Em 2014, a Eurozona teve deflação de 0,2%. Foi a primeira queda de preços em cinco anos. O desemprego está em 11,5% e o crescimento foi de apenas 0,2% no terceiro trimestre do ano passado.
"A inflação deve continuar muito baixa ou negativa nos próximos meses", declarou Draghi em entrevista coletiva, "por causa da queda acentuada nos preços do petróleo".
Para evitar o impacto de uma possível desvalorização do euro, a Dinamarca, que tem paridade cambial com o euro, reduziu as taxas de juros e o Banco Central da Suíça desvinculou a cotação do frango suíço do euro, levando a uma valorização imediata de sua moeda em 20%.
As bolsas de valores subiram com o anúncio do BCE, mas a moeda comum europeia atingiu sua cotação mais baixa diante do dólar americano em 11 anos: US$ 1,137.
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Chaveiro complica versão de suicídio de promotor na Argentina
O chaveiro que abriu a porta do apartamento do promotor Alberto Nisman, encontrado morto no domingo em casa em Buenos Aires, declarou que "a porta de serviço estava aberta", ao contrário do que diz a versão oficial de suicídio defendida pelo governo da Argentina, de que a residência estava trancada por dentro. Havia ainda um terceiro acesso. "Qualquer um poderia entrar."
Nisman denunciou na semana passada a presidente Cristina Kirchner e o ministro do Exterior, Héctor Timerman, de acobertar os responsáveis pelo atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 18 de julho de 1994, quando 85 pessoas morreram e outras 300 saíram feridas. Na segunda-feira, apresentaria suas conclusões à Comissão de Legislação Penal da Câmara dos Deputados.
As acusações recaíram sobre o regime teocrático do Irã e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), sua aliada. Em 27 de janeiro de 2013, o Dia da Libertação de Auschwitz, a Argentina assinou um memorando de entendimento com o governo iraniano para formar uma comissão mista e revisar todo o caso.
No mesmo ano, Nisman denunciou em relatório de 502 páginas a existência de uma rede terrorista criada pelo Irã na América Latina desde os anos 1980s estendendo-se pela Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia, Guiana, Suriname e Trinidad-Tobago.
Essa aproximação iniciada pelo falecido presidente venezuelano Hugo Chávez trazia a promessa de compra de trigo e cereais argentinos pelos iranianos, que por sua vez venderiam petróleo à Argentina.
Ontem o presidente da Corte Suprema de Justiça da Argentina, ministro Ricardo Lorenzetti, encontrou-se com a juíza Fabiana Palmaghini para dar todo o apoio do Poder Judiciário à investigação. Ela estava em férias no Brasil na semana passada. Voltou rapidamente porque o processo caiu na sua vara.
Nisman denunciou na semana passada a presidente Cristina Kirchner e o ministro do Exterior, Héctor Timerman, de acobertar os responsáveis pelo atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 18 de julho de 1994, quando 85 pessoas morreram e outras 300 saíram feridas. Na segunda-feira, apresentaria suas conclusões à Comissão de Legislação Penal da Câmara dos Deputados.
As acusações recaíram sobre o regime teocrático do Irã e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), sua aliada. Em 27 de janeiro de 2013, o Dia da Libertação de Auschwitz, a Argentina assinou um memorando de entendimento com o governo iraniano para formar uma comissão mista e revisar todo o caso.
No mesmo ano, Nisman denunciou em relatório de 502 páginas a existência de uma rede terrorista criada pelo Irã na América Latina desde os anos 1980s estendendo-se pela Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia, Guiana, Suriname e Trinidad-Tobago.
Essa aproximação iniciada pelo falecido presidente venezuelano Hugo Chávez trazia a promessa de compra de trigo e cereais argentinos pelos iranianos, que por sua vez venderiam petróleo à Argentina.
Ontem o presidente da Corte Suprema de Justiça da Argentina, ministro Ricardo Lorenzetti, encontrou-se com a juíza Fabiana Palmaghini para dar todo o apoio do Poder Judiciário à investigação. Ela estava em férias no Brasil na semana passada. Voltou rapidamente porque o processo caiu na sua vara.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Câmara dos EUA convida Netanyahu à revelia de Obama
No duelo político entre o presidente Barack Obama e o Congresso dominado pela oposição, o presidente da Câmara, deputado John Boehner, convidou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para discursar numa sessão conjunto no plenário do Capitólio sobre o terrorismo internacional e a ameaça do Irã em 11 de fevereiro de 2015.
Obama ameaçou vetar a imposição de novas sanções ao Irã enquanto os Estados Unidos e as outras grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas estiverem negociando o desarmamento do programa nuclear iraniano para evitar que o país faça a bomba atômica.
O chefe de governo linha-dura de Israel não acredita nas negociações. Acha que são apenas uma cortina de fumaça para o Irã continuar desenvolvendo armas nucleares. Quer manter as sanções até inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) comprovarem que o programa nuclear iraniano foi desmantelado.
Netanyahu não tem boas relações com o presidente Obama, que é contra a expansão das colônias israelenses nos territórios árabes ocupados e gostaria de ver maior interesse do governo israelense nas negociações de paz com os palestinos.
A antiga noção de que a política interna só vai até as fronteiras do país foi atropelada. O governo linha-dura de Israel é aliado da direita americana. A um mês das eleições em Israel, que palanque melhor quer Netanyahu do que o Congresso dos EUA.
Obama ameaçou vetar a imposição de novas sanções ao Irã enquanto os Estados Unidos e as outras grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas estiverem negociando o desarmamento do programa nuclear iraniano para evitar que o país faça a bomba atômica.
O chefe de governo linha-dura de Israel não acredita nas negociações. Acha que são apenas uma cortina de fumaça para o Irã continuar desenvolvendo armas nucleares. Quer manter as sanções até inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) comprovarem que o programa nuclear iraniano foi desmantelado.
Netanyahu não tem boas relações com o presidente Obama, que é contra a expansão das colônias israelenses nos territórios árabes ocupados e gostaria de ver maior interesse do governo israelense nas negociações de paz com os palestinos.
A antiga noção de que a política interna só vai até as fronteiras do país foi atropelada. O governo linha-dura de Israel é aliado da direita americana. A um mês das eleições em Israel, que palanque melhor quer Netanyahu do que o Congresso dos EUA.
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Israel reforça fronteira do Líbano com tanques
À espera de uma reação da milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) pela morte de um comandante do grupo e um general iraniano, Israel reforçou sua fronteira com o Líbano com tanques e o escudo de defesa antiaérea Domo de Ferro, noticiou hoje o jornal libanês The Daily Star. Todas as unidades da área e reservistas estão de prontidão.
Aviões da Força Aérea de Israel sobrevoaram o Sul do Líbano e suas águas territoriais. A tensão cresceu por causa do bombardeio israelense contra uma caravana do Hesbolá na Síria que matou seis militantes do grupo e um general da Guarda Revolucionária do Irã há dois dias.
Israel declarou não saber que havia um general iraniano no comboio. Tenta evitar um conflito maior com o Hesbolá que envolveria a guerra civil na Síria.
Com a concentração do Hesbolá e da Guarda Revolucionária Iraniana na guerra civil síria, Israel não acredita numa retaliação em grande escala no momento.
Uma ação retaliatória provavelmente usaria foguetes. Por isso, além das defesas antimísseis, foram deslocados para a fronteira do Líbano aviões de guerra, helicópteros de combate e drones a fim de deter a movimentação de lançadores de foguetes do inimigo do outro lado da fronteira.
Aviões da Força Aérea de Israel sobrevoaram o Sul do Líbano e suas águas territoriais. A tensão cresceu por causa do bombardeio israelense contra uma caravana do Hesbolá na Síria que matou seis militantes do grupo e um general da Guarda Revolucionária do Irã há dois dias.
Israel declarou não saber que havia um general iraniano no comboio. Tenta evitar um conflito maior com o Hesbolá que envolveria a guerra civil na Síria.
Com a concentração do Hesbolá e da Guarda Revolucionária Iraniana na guerra civil síria, Israel não acredita numa retaliação em grande escala no momento.
Uma ação retaliatória provavelmente usaria foguetes. Por isso, além das defesas antimísseis, foram deslocados para a fronteira do Líbano aviões de guerra, helicópteros de combate e drones a fim de deter a movimentação de lançadores de foguetes do inimigo do outro lado da fronteira.
Polícia enfrenta manifestantes na República Democrática do Congo
Pelo terceiro dia seguido, a política enfrentou manifestantes que protestam contra a reforma da lei eleitoral para adiar as eleições previstas para 2016 na República Democrática do Congo, o antigo Congo Belga e ex-Zaire. O governo admite 15 mortes. A oposição fala em muito mais.
Os manifestantes fizeram barricadas de fogo com pneus e atacaram a polícia com pedradas. Em pelo menos um confronto, as forças de segurança teriam reagido com munição real.
A reforma da lei eleitoral foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 17 de janeiro de 2015 e deve ser votada no Senado amanhã, 22 de janeiro.
Doze anos depois do fim da Primeira Guerra Mundial Africana (1997-2002), que envolveu exércitos de nove países e centenas de grupos irregulares, e causou mais de 5 milhões de mortes violentas, de fome ou doença, o antigo Congo Belga, um país enorme, riquíssimo em recursos mineiros, situado no coração da África, é um dos maiores exemplos de fracasso e subdesenvolvimento no continente.
"O Congo deveria ser um Brasil, um motor da África Subsaariana em energia hidrelétrica, agricultura e mineração", observa Aly-Khan Satchu, analista de investimentos na África.
Na prática, o Congo é o segundo mais país menos desenvolvido do mundo, depois do Níger. É o maior produtor mundial de cobalto e o maior da África de cobre.
O presidente Joseph Kabila está no poder desde 2001, quando morreu seu pai, Laurent Kabila, companheiro de luta da aventura africana de Che Guevara nos anos 1960s, que derrubou o ditador Joseph Mobutu em 1997.
Mobutu Sese Seko, como gostava de ser chamado, tomou o poder em meio a uma guerra civil em que foi preso e assassinado o grande herói da independência do Congo, Patrice Lumumba, em 1961. A história do país, brutalmente explorado pelo rei Leopoldo II, da Bélgica, no início do século, é uma tragédia atrás da outra.
Um possível candidato de oposição é Moise Katumbi, governador da rica província de Katanga e dono do clube de futebol Mazembe, que derrotou o Internacional no Mundial de Clubes em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Ex-aliado de Kabila, Katumbi é um dos homens mais populares do país e um dos representantes da elite que gostaria de se livrar da dinastia dos Kabila. Em entrevista ao jornal inglês Financial Times na semana passada, ele falou como candidato: "O Congo é o elefante da África. No momento, é um elefante morto. Temos de levantar este para ir em frente."
Os manifestantes fizeram barricadas de fogo com pneus e atacaram a polícia com pedradas. Em pelo menos um confronto, as forças de segurança teriam reagido com munição real.
A reforma da lei eleitoral foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 17 de janeiro de 2015 e deve ser votada no Senado amanhã, 22 de janeiro.
Doze anos depois do fim da Primeira Guerra Mundial Africana (1997-2002), que envolveu exércitos de nove países e centenas de grupos irregulares, e causou mais de 5 milhões de mortes violentas, de fome ou doença, o antigo Congo Belga, um país enorme, riquíssimo em recursos mineiros, situado no coração da África, é um dos maiores exemplos de fracasso e subdesenvolvimento no continente.
"O Congo deveria ser um Brasil, um motor da África Subsaariana em energia hidrelétrica, agricultura e mineração", observa Aly-Khan Satchu, analista de investimentos na África.
Na prática, o Congo é o segundo mais país menos desenvolvido do mundo, depois do Níger. É o maior produtor mundial de cobalto e o maior da África de cobre.
O presidente Joseph Kabila está no poder desde 2001, quando morreu seu pai, Laurent Kabila, companheiro de luta da aventura africana de Che Guevara nos anos 1960s, que derrubou o ditador Joseph Mobutu em 1997.
Mobutu Sese Seko, como gostava de ser chamado, tomou o poder em meio a uma guerra civil em que foi preso e assassinado o grande herói da independência do Congo, Patrice Lumumba, em 1961. A história do país, brutalmente explorado pelo rei Leopoldo II, da Bélgica, no início do século, é uma tragédia atrás da outra.
Um possível candidato de oposição é Moise Katumbi, governador da rica província de Katanga e dono do clube de futebol Mazembe, que derrotou o Internacional no Mundial de Clubes em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Ex-aliado de Kabila, Katumbi é um dos homens mais populares do país e um dos representantes da elite que gostaria de se livrar da dinastia dos Kabila. Em entrevista ao jornal inglês Financial Times na semana passada, ele falou como candidato: "O Congo é o elefante da África. No momento, é um elefante morto. Temos de levantar este para ir em frente."
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Rebeldes impõem condições no Iêmen
Depois de praticamente tomarem a capital, do Iêmen, os rebeldes hutis, representantes da minoria xiita zaidita, não derrubaram o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, mas exigem a indicação de um vice-presidente de seu grupo, informou hoje a televisão árabe Al Jazira. O primeiro-ministro Khaled Banah teria deixado o palácio presidencial e ido para um "local seguro".
Os líderes hutis exigem ainda que 10 mil membros de sua milícia sejam integrados às Forças Armadas e outros 10 mil à Polícia. "Se estas exigências não forem atendidas", advertiu o porta-voz huti Mahdi al-Muchat, "uma primeira declaração está pronta."
Neste caso, os rebeldes tomariam o poder, derrubando um governo aliado dos Estados Unidos na luta contra o terrorismo. Com o colapso do Estado no Iêmen, a rede Al Caeda na Península Arábica se instalou lá para fugir da repressão na Arábia Saudita. Pelo menos um dos terroristas que atacaram há duas semanas o jornal satírico francês Charlie Hebdo, Saïd Kouachi, foi treinado lá.
Os líderes hutis exigem ainda que 10 mil membros de sua milícia sejam integrados às Forças Armadas e outros 10 mil à Polícia. "Se estas exigências não forem atendidas", advertiu o porta-voz huti Mahdi al-Muchat, "uma primeira declaração está pronta."
Neste caso, os rebeldes tomariam o poder, derrubando um governo aliado dos Estados Unidos na luta contra o terrorismo. Com o colapso do Estado no Iêmen, a rede Al Caeda na Península Arábica se instalou lá para fugir da repressão na Arábia Saudita. Pelo menos um dos terroristas que atacaram há duas semanas o jornal satírico francês Charlie Hebdo, Saïd Kouachi, foi treinado lá.
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Força da ONU ataca rebeldes tuaregues no Norte do Mali
Com helicópteros de combate da Holanda, a Missão de Estabilização Multidimensional Integrada das Nações Unidas no Mali atacou hoje rebeldes tuaregues no Norte do país, informou o sítio de notícias turco World Bulletin. Foi a primeira vez que holandeses desta força de paz entraram em combate.
A força da ONU declarou estar respondendo ao fogo de artilharia pesada de que foi alvo na cidade de Tabankorte. Em nota, a missão de paz afirmou ter disparado contra um veículos dos rebeldes depois de tiros de advertência terem sido ignorados.
Na versão dos rebeldes do Movimento Nacional de Libertação de Azawade (MNLA), não houve tiros de advertência, cinco guerrilheiros foram mortos e vários outros feridos. O grupo negocia a paz com o governo do Mali.
Cerca de 450 comandos de operações especiais, agentes secretos e quatro helicópteros de combate Apache da Holanda integram a missão de paz da ONU, que tem um total de 12 mil soldados.
A missão de paz da ONU substitui uma força expedicionária da França que interveio no Mali em 2012 depois que os rebeldes do MNLA tomaram o Norte do país e de avançarem rumo à capital, Bamako, em aliança com grupos jihadistas africanos como a rede terrorista Al Caeda no Magrebe Islâmico.
Desde então, aumentou o combate a grupos extremistas muçulmanos na região do Sahel, na África, ao sul do Deserto do Saara.
A força da ONU declarou estar respondendo ao fogo de artilharia pesada de que foi alvo na cidade de Tabankorte. Em nota, a missão de paz afirmou ter disparado contra um veículos dos rebeldes depois de tiros de advertência terem sido ignorados.
Na versão dos rebeldes do Movimento Nacional de Libertação de Azawade (MNLA), não houve tiros de advertência, cinco guerrilheiros foram mortos e vários outros feridos. O grupo negocia a paz com o governo do Mali.
Cerca de 450 comandos de operações especiais, agentes secretos e quatro helicópteros de combate Apache da Holanda integram a missão de paz da ONU, que tem um total de 12 mil soldados.
A missão de paz da ONU substitui uma força expedicionária da França que interveio no Mali em 2012 depois que os rebeldes do MNLA tomaram o Norte do país e de avançarem rumo à capital, Bamako, em aliança com grupos jihadistas africanos como a rede terrorista Al Caeda no Magrebe Islâmico.
Desde então, aumentou o combate a grupos extremistas muçulmanos na região do Sahel, na África, ao sul do Deserto do Saara.
Paquistão prende comandante local do Estado Islâmico
As forças de segurança do Paquistão prenderam um suspeito acusado de ser o comandante local da milícia extremista Estado Islâmico e dois agentes de recrutamento do grupo, noticiou a agência Reuters citando fontes não identificadas das Forças Armadas paquistanesas.
Preso na cidade de Lahore, Youssaf al-Salafi teria confessado ser líder do EI no Paquistão. Ele seria um sírio de origem paquistanesa que chegou ao Paquistão há cinco meses vindo da Turquia, onde teria sido detido temporariamente.
Preso na cidade de Lahore, Youssaf al-Salafi teria confessado ser líder do EI no Paquistão. Ele seria um sírio de origem paquistanesa que chegou ao Paquistão há cinco meses vindo da Turquia, onde teria sido detido temporariamente.
Obama faz discurso de esquerda em desafio à oposição
No seu sexto Discurso sobre o Estado da União, o presidente Barack Obama elogiou a recuperarão da economia dos Estados Unidos, pediu autorização ao Congresso para a guerra contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, defendeu a neutralidade da Internet, declarou que "nenhum ciberpirata pode ser capaz de derrubar nossas redes ou roubar nossos segredos", criticou a Rússia, propôs aumentos de impostos para os ricos e para os bancos para financiar reduções e mais benefícios sociais para a classe média, e apontou o aquecimento global como "a maior ameaça às futuras gerações".
Obama festejou a recuperação, a "criação de 11 milhões de empregos", o crescimento econômico em ritmo de 5% ao ano, a alta nas bolsas de valores e o aumento do número de americanos que têm seguro-saúde: "A crise passou e o Estado da União é forte", afirmou este presidente pela primeira vez.
Em política interna, o presidente se colocou à esquerda, em confronto direto com o Congresso, hoje dominado pela oposição republicana na Câmara e no Senado, que rejeita aumentos de impostos por princípio. Obama tenta encurralar politicamente os conservadores tendo em vista as eleições de 2016.
O presidente defendeu melhores salários, auxílio por afastamento do trabalho por motivo de doença, licença-maternidade, creches para os filhos dos trabalhadores, universidades públicas gratuitas e redução das dívidas já contraídas por estudantes.
Ao defender sua política externa "inteligente", ele usou como exemplo a intervenção militar contra o Estado Islâmico, em que os EUA se limitam a bombardeios aéreos enquanto guerrilheiros curdos e o Exército do Iraque travam os combates em terra. Mais uma vez, prometeu "degradar e destruir" a milícia extremista.
"Os EUA vão continuar a caça terroristas e desmantelar sua redes", reiterou o presidente. Em outro momento, observou: "Os EUA permanecem fortes e unidos com seus aliados, enquanto a Rússia está isolada e sua economia em ruínas."
Depois de criticar o boicote econômico a Cuba, "quando algo não funciona há mais de 50 anos é melhor tentar algo diferente", Obama pediu ao Congresso que aprove o fim do embargo à ilha.
Leia aqui o texto do discurso distribuído pela Casa Branca.
Obama festejou a recuperação, a "criação de 11 milhões de empregos", o crescimento econômico em ritmo de 5% ao ano, a alta nas bolsas de valores e o aumento do número de americanos que têm seguro-saúde: "A crise passou e o Estado da União é forte", afirmou este presidente pela primeira vez.
Em política interna, o presidente se colocou à esquerda, em confronto direto com o Congresso, hoje dominado pela oposição republicana na Câmara e no Senado, que rejeita aumentos de impostos por princípio. Obama tenta encurralar politicamente os conservadores tendo em vista as eleições de 2016.
O presidente defendeu melhores salários, auxílio por afastamento do trabalho por motivo de doença, licença-maternidade, creches para os filhos dos trabalhadores, universidades públicas gratuitas e redução das dívidas já contraídas por estudantes.
Ao defender sua política externa "inteligente", ele usou como exemplo a intervenção militar contra o Estado Islâmico, em que os EUA se limitam a bombardeios aéreos enquanto guerrilheiros curdos e o Exército do Iraque travam os combates em terra. Mais uma vez, prometeu "degradar e destruir" a milícia extremista.
"Os EUA vão continuar a caça terroristas e desmantelar sua redes", reiterou o presidente. Em outro momento, observou: "Os EUA permanecem fortes e unidos com seus aliados, enquanto a Rússia está isolada e sua economia em ruínas."
Depois de criticar o boicote econômico a Cuba, "quando algo não funciona há mais de 50 anos é melhor tentar algo diferente", Obama pediu ao Congresso que aprove o fim do embargo à ilha.
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terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Primeiro-ministro admite que há apartheid étnico e social na França
Dez anos depois de admitir que havia "guetos" e "segregação" na França, o primeiro-ministro socialista Manuel Valls declarou hoje que há um "apartheid territorial, social e étnico" no país, reporta o jornal Le Monde.
"Os últimos dias sublinharam bem os males que rondam nosso país e os desafios que temos de enfrentar. A eles, temos de acrescentar todas as fraturas, as tensões acumuladas há muito tempo de que só se fala de vez em quando", afirmou o primeiro-ministro em entrevista em Paris, enquanto a França faz um exame de consciência para tentar entender a origem dos ataques terroristas que mataram 17 pessoas duas semanas atrás.
Valls lembrou a revolta da periferia em 2005, quando 10 mil carros foram incendiados numa onda de protestos depois que um jovem inocente morreu eletrocutado ao se esconder numa casa de força para escapar da polícia: "Quem se lembra dos acontecimentos de 2005? E, no entanto, o estigma está presente até hoje."
Na época, o governo francês decretou estado de emergência pela primeira vez desde 1955, durante a guerra da independência da Argélia.
"Os últimos dias sublinharam bem os males que rondam nosso país e os desafios que temos de enfrentar. A eles, temos de acrescentar todas as fraturas, as tensões acumuladas há muito tempo de que só se fala de vez em quando", afirmou o primeiro-ministro em entrevista em Paris, enquanto a França faz um exame de consciência para tentar entender a origem dos ataques terroristas que mataram 17 pessoas duas semanas atrás.
Valls lembrou a revolta da periferia em 2005, quando 10 mil carros foram incendiados numa onda de protestos depois que um jovem inocente morreu eletrocutado ao se esconder numa casa de força para escapar da polícia: "Quem se lembra dos acontecimentos de 2005? E, no entanto, o estigma está presente até hoje."
Na época, o governo francês decretou estado de emergência pela primeira vez desde 1955, durante a guerra da independência da Argélia.
Chade prepara ataque ao Boko Haram no Norte de Camarões
Com 400 veículos, helicópteros de combate e um número não divulgado de soldados, o Exército do Chade está preparando uma ofensiva contra a milícia terrorista nigeriana Boko Haram no Norte da vizinha República de Camarões, revelou hoje a Agência France Presse (AFP).
O ministro das Comunicações de Camarões, Issa Tchiroma Bakary, declarou que ainda falta um grande trabalho de planejamento e coordenação entre os dois exércitos.
Na semana passada, a milícia extremista sequestrou 80 pessoas em Camarões, perto da fronteira com a Nigéria, origem do Boko Haram, que luta contra a educação ocidental e para impor a lei islâmica na região. Só 24 reféns foram comprovadamente libertados até agora.
O ministro das Comunicações de Camarões, Issa Tchiroma Bakary, declarou que ainda falta um grande trabalho de planejamento e coordenação entre os dois exércitos.
Na semana passada, a milícia extremista sequestrou 80 pessoas em Camarões, perto da fronteira com a Nigéria, origem do Boko Haram, que luta contra a educação ocidental e para impor a lei islâmica na região. Só 24 reféns foram comprovadamente libertados até agora.
Estado Islâmico exige US$ 200 milhões para não matar japoneses
A milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante exige um resgate de US$ 200 milhões para não matar dois reféns japoneses capturados na Síria em 72 horas. Durante visita ao Oriente Médio, o primeiro-ministro Shinzo Abe, que está hoje em Jerusalém, prometeu não ceder à chantagem e manter o "apoio à luta antiterrorista", exigindo a "libertação imediata dos reféns".
Em vídeo divulgado na Internet, um militante do EI falando inglês britânico, apelidado de Jihadi John pela mídia ocidental, aparece entre os dois japoneses, Haruna Yukawa e Kenji Goto. Eles estão ajoelhados com roupas cor de laranja como os jornalistas ocidentais degolados pelo grupo terrorista.
De acordo com o jornal japonês Asahi Shimbun, Yukawa, de 42 anos, era gerente de uma empresa de segurança que atua na Síria como uma milícia privada. Goto, de 47 anos, é um jornalista independente que produz documentários em zonas de conflito.
A ameaça de morte é um duro golpe na política de Abe de aumentar a influência internacional do país. O apoio à guerra aérea dos EUA contra o Estado Islâmico não tem apoio popular no Japão.
O governo japonês manteve a promessa de dar US$ 200 milhões para "ajuda humanitária" no Oriente Médio.
Em vídeo divulgado na Internet, um militante do EI falando inglês britânico, apelidado de Jihadi John pela mídia ocidental, aparece entre os dois japoneses, Haruna Yukawa e Kenji Goto. Eles estão ajoelhados com roupas cor de laranja como os jornalistas ocidentais degolados pelo grupo terrorista.
De acordo com o jornal japonês Asahi Shimbun, Yukawa, de 42 anos, era gerente de uma empresa de segurança que atua na Síria como uma milícia privada. Goto, de 47 anos, é um jornalista independente que produz documentários em zonas de conflito.
A ameaça de morte é um duro golpe na política de Abe de aumentar a influência internacional do país. O apoio à guerra aérea dos EUA contra o Estado Islâmico não tem apoio popular no Japão.
O governo japonês manteve a promessa de dar US$ 200 milhões para "ajuda humanitária" no Oriente Médio.
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Rebeldes xiitas tomam palácio presidencial do Iêmen
Os rebeldes xiitas do grupo huti tomaram hoje o palácio presidencial do Iêmen, cercaram a casa do primeiro-ministro Khaled Banah, tomaram um quartel e grande quantidade de armas na capital, Saná, jogando o país ainda mais no caos e na anarquia, admitiu a ministra da Informação, que denuncia um golpe de Estado. Não se sabe onde está o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi.
A ofensiva iniciada ontem com o cerco à casa do chefe de governo tomou hoje o quartel-general da 3ª Brigada do Exército do Iêmen e, menos de uma hora mais tarde, o palácio presidencial. Pelo menos dois guardas foram mortos.
Ao ocupar o palácio, os hutis fizeram dezenas de reféns das forças do governo, treinadas pelos Estados Unidos para combater a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para fugir da repressão na Arábia Saudita. Também pegaram as armas da 1ª e da 3ª divisões da guarda presidencial iemenita.
Os hutis, apoiados pelo Irã, querem maior participação no governo e uma nova Constituição.
Quatro forças lutam no mais pobre dos países árabes, hoje um Estado em colapso: o governo, os hutis, Al Caeda e os EUA, que bombardeiam os jihadistas com aviões não tripulados, os drones.
A ofensiva iniciada ontem com o cerco à casa do chefe de governo tomou hoje o quartel-general da 3ª Brigada do Exército do Iêmen e, menos de uma hora mais tarde, o palácio presidencial. Pelo menos dois guardas foram mortos.
Ao ocupar o palácio, os hutis fizeram dezenas de reféns das forças do governo, treinadas pelos Estados Unidos para combater a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para fugir da repressão na Arábia Saudita. Também pegaram as armas da 1ª e da 3ª divisões da guarda presidencial iemenita.
Os hutis, apoiados pelo Irã, querem maior participação no governo e uma nova Constituição.
Quatro forças lutam no mais pobre dos países árabes, hoje um Estado em colapso: o governo, os hutis, Al Caeda e os EUA, que bombardeiam os jihadistas com aviões não tripulados, os drones.
Perícia não acha pólvora na mão do promotor morto na Argentina
A perícia da polícia da Argentina não descobriu sinais de pólvora nem dos gases produzidos pela detonação de uma arma de fogo na mão direita do promotor Alberto Nisman, encontrado morto no domingo em seu apartamento em Buenos, admitiu hoje a promotora encarregada do caso, Viviana Fein, citado pelo jornal Clarín.
"Eram muito poucas as partículas detectadas no local", admitiu a promotora, sem excluir a hipótese de suicídio, que eximiria de culpa o governo argentino, por se tratar de uma pequena pistola de 22 milímetros. A arma não era dele, acrescentou a promotora. Ela também trabalha com a hipótese de "suicídio induzido" por causa das pressões a que o morto estava submetido.
Na segunda-feira, Nisman apresentaria ao Congresso a conclusão de um inquérito em que acusa a presidente Cristina Kirchner de acobertar iranianos denunciados por um atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), uma associação cultural judaica, que matou 85 pessoas em Buenos Aires, em 1994.
Nisman foi morto com apenas um tiro, disparado da arma encontrada ao lado do cadáver. Ele estava sob proteção policial, mas, no momento da morte, estava sozinho.
Sua família descarta a hipótese de suicídio e cita como evidência uma lista de compras a serem feitas ontem por sua empregada, declarou Jorge Kirszenbaum, ex-presidente de outra associação israelita. Seria um indício de que o promotor "não tinha a menor intenção de se suicidar".
"Eram muito poucas as partículas detectadas no local", admitiu a promotora, sem excluir a hipótese de suicídio, que eximiria de culpa o governo argentino, por se tratar de uma pequena pistola de 22 milímetros. A arma não era dele, acrescentou a promotora. Ela também trabalha com a hipótese de "suicídio induzido" por causa das pressões a que o morto estava submetido.
Na segunda-feira, Nisman apresentaria ao Congresso a conclusão de um inquérito em que acusa a presidente Cristina Kirchner de acobertar iranianos denunciados por um atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), uma associação cultural judaica, que matou 85 pessoas em Buenos Aires, em 1994.
Nisman foi morto com apenas um tiro, disparado da arma encontrada ao lado do cadáver. Ele estava sob proteção policial, mas, no momento da morte, estava sozinho.
Sua família descarta a hipótese de suicídio e cita como evidência uma lista de compras a serem feitas ontem por sua empregada, declarou Jorge Kirszenbaum, ex-presidente de outra associação israelita. Seria um indício de que o promotor "não tinha a menor intenção de se suicidar".
Marchas e panelaços pressionam governo argentino por morte de promotor
Com cartazes de "Eu sou Nisman", milhares de pessoas protestaram hoje à noite com marchas e panelaços contra a morte do promotor de Justiça Alberto Nisman. Houve manifestações na Praça de Maio, no centro de Buenos Aires, diante da residência oficial da Presidência em Olivos, em vários bairros da capital e no interior, em Córdoba, Mendoza e outras grandes cidades da Argentina, informa o jornal Clarín.
Na semana passada, Nisman acusou a presidente Cristina Kirchner e o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, de encobrir o caso sobre o atentado que matou 85 pessoas em 1994 na AMIA, uma associação cultural israelita de Buenos Aires para acobertar o Irã. No domingo, horas antes de apresentar as provas, foi encontrado morto em seu apartamento no bairro de Porto Madero, em Buenos Aires.
A polícia declarou que inicialmente está tratando do caso como suicídio, mas a multidão nas ruas não acredita nessa versão.
O inquérito oficial sobre o atentado terrorista apontou a responsabilidade da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá, a serviço do regime teocrático iraniano. Seria uma vingança porque o então presidente Carlos Menem, um muçulmano convertido ao catolicismo, pedira dinheiro a países árabes durante a campanha eleitoral e, no poder, fazia o jogo dos Estados Unidos e de Israel.
A operação teria sido conduzida por terroristas infiltrados através da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, na Foz do Iguaçu, concluiu Nisman.
Várias autoridades iranianas foram denunciadas, inclusive o então presidente Ali Akbar Hachemi Rafsanjani, até hoje um importante líder do regime dos aiatolás, e o comandante da Guarda Revolucionária Iraniana e ex-ministro da Defesa Ahmad Vahidi.
Com a aproximação entre os governos argentinos do casal Kirchner e a Venezuela, o falecido presidente Hugo Chávez, aliado do Irã por ter petróleo e ser antiamericano, tentou melhorar as relações entre Argentina e Irã. Os maiores obstáculos eram os atentados contra a Embaixada de Israel, em 1992, e contra a AMIA, em 1994.
O governo Cristina Kirchner chegou a criar uma comissão bilateral com o Irã. Daí partem as denúncias de acobertamento.
Na semana passada, Nisman acusou a presidente Cristina Kirchner e o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, de encobrir o caso sobre o atentado que matou 85 pessoas em 1994 na AMIA, uma associação cultural israelita de Buenos Aires para acobertar o Irã. No domingo, horas antes de apresentar as provas, foi encontrado morto em seu apartamento no bairro de Porto Madero, em Buenos Aires.
A polícia declarou que inicialmente está tratando do caso como suicídio, mas a multidão nas ruas não acredita nessa versão.
O inquérito oficial sobre o atentado terrorista apontou a responsabilidade da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá, a serviço do regime teocrático iraniano. Seria uma vingança porque o então presidente Carlos Menem, um muçulmano convertido ao catolicismo, pedira dinheiro a países árabes durante a campanha eleitoral e, no poder, fazia o jogo dos Estados Unidos e de Israel.
A operação teria sido conduzida por terroristas infiltrados através da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, na Foz do Iguaçu, concluiu Nisman.
Várias autoridades iranianas foram denunciadas, inclusive o então presidente Ali Akbar Hachemi Rafsanjani, até hoje um importante líder do regime dos aiatolás, e o comandante da Guarda Revolucionária Iraniana e ex-ministro da Defesa Ahmad Vahidi.
Com a aproximação entre os governos argentinos do casal Kirchner e a Venezuela, o falecido presidente Hugo Chávez, aliado do Irã por ter petróleo e ser antiamericano, tentou melhorar as relações entre Argentina e Irã. Os maiores obstáculos eram os atentados contra a Embaixada de Israel, em 1992, e contra a AMIA, em 1994.
O governo Cristina Kirchner chegou a criar uma comissão bilateral com o Irã. Daí partem as denúncias de acobertamento.
China cresceu 7,4% em 2014, menor ritmo em 24 anos
A China, segunda maior economia do mundo, cresceu num ritmo de 7,3% ao ano no quarto trimestre de 2014, fechando o ano com uma expansão de 7,4%, abaixo da meta oficial de 7,5%, anunciou há pouco o Bureau Nacional de Estatísticas da China. Os economistas esperavam 7,3%.
Foi a menor alta do produto interno bruto chinês desde 1990, quando o país era alvo de sanções internacionais por causa do massacre do movimento pela democracia na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 1989. Nos dois anos anteriores, o crescimento foi de 7,7%.
No trimestre, o avanço foi de 1,5%. A taxa atualizada, de 7,3%, foi a menor desde os 6,6% no primeiro semestre de 2009, no auge da crise financeira internacional.
A produção industrial cresceu 7,9% nos últimos 12 meses, acima da previsão dos analistas, de 7,4%. As vendas no varejo em dezembro foram 11,9% maiores do que um ano antes.
Apesar de crescer menos, pelo critério de paridade do poder de compra, o Fundo Monetário Internacional estima que o PIB da China tenha chegado a US$ 17,6 trilhões, ultrapassando os Estados Unidos para se tornar a maior economia do mundo. Em valores nominais, em dólares reais, os EUA ainda são o número um do mundo.
Depois de três décadas e meia do maior crescimento da história, diante da crise internacional, a China tenta reorientar sua economia das exportações para o aumento do consumo interno. O governo afrouxou a política monetária, mas muito dinheiro barato foi desviado para a especulação financeira. A transição terá incentivos, desincentivos e solavancos, observa a coluna Lex do jornal inglês Financial Times.
Foi a menor alta do produto interno bruto chinês desde 1990, quando o país era alvo de sanções internacionais por causa do massacre do movimento pela democracia na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 1989. Nos dois anos anteriores, o crescimento foi de 7,7%.
No trimestre, o avanço foi de 1,5%. A taxa atualizada, de 7,3%, foi a menor desde os 6,6% no primeiro semestre de 2009, no auge da crise financeira internacional.
A produção industrial cresceu 7,9% nos últimos 12 meses, acima da previsão dos analistas, de 7,4%. As vendas no varejo em dezembro foram 11,9% maiores do que um ano antes.
Apesar de crescer menos, pelo critério de paridade do poder de compra, o Fundo Monetário Internacional estima que o PIB da China tenha chegado a US$ 17,6 trilhões, ultrapassando os Estados Unidos para se tornar a maior economia do mundo. Em valores nominais, em dólares reais, os EUA ainda são o número um do mundo.
Depois de três décadas e meia do maior crescimento da história, diante da crise internacional, a China tenta reorientar sua economia das exportações para o aumento do consumo interno. O governo afrouxou a política monetária, mas muito dinheiro barato foi desviado para a especulação financeira. A transição terá incentivos, desincentivos e solavancos, observa a coluna Lex do jornal inglês Financial Times.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
45 igrejas cristãs são queimadas no Níger em protesto contra charges
Pelo menos 45 igrejas cristãs foram alvo de incêndios criminosos numa onda de protestos contra a publicação de novas caricaturas do profeta Maomé pelo jornal satírico francês Charlie Hebdo, na quarta-feira passada. Dez pessoas morreram nos ataques.
O governo do Níger, aliado da França e dos Estados Unidos na luta contra o jihadismo na região do Sahel, na África, decretou luto nacional por três dias e prometeu punir os responsáveis.
Depois que a Redação foi metralhada, em 7 de janeiro de 2015, a edição da semana passada voltou a desafiar a lógica dos terroristas, mas muçulmanos do mundo inteiro ficaram revoltados mais uma vez.
O governo do Níger, aliado da França e dos Estados Unidos na luta contra o jihadismo na região do Sahel, na África, decretou luto nacional por três dias e prometeu punir os responsáveis.
Depois que a Redação foi metralhada, em 7 de janeiro de 2015, a edição da semana passada voltou a desafiar a lógica dos terroristas, mas muçulmanos do mundo inteiro ficaram revoltados mais uma vez.
Irã ameaça retaliar Israel por ataque ao Hesbolá na Síria
O "movimento de resistência" vai responder duramente a ações recentes de Israel, advertiu hoje o secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional do Irã, Ali Chamkani, citado pela imprensa oficial do país. Ontem o bombardeio a uma caravana da milícia jihadista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) na Síria matou 12 pessoas, inclusive dois comandantes do grupo e um da Guarda Revolucionária Iraniana.
Chamkani teria avisado o ministro do Interior do Iraque, Mohamed Salem al-Ghaban, da retaliação. O general iraniano era Mohamed Ali-Allah Dadi, comandante da Brigada Al-Quods, braço da Guarda Revolucionária Iraniana para operações no exterior.
Além de seis militantes do Hesbolá, seis iranianos morreram no bombardeio israelense, que destruiu três carros, informa o jornal conservador The Times of Israel. Há relatos não confirmados sobre a morte de um comandante do Exército do Irã, Abu Ali Tabtabai. Eles lutavam ao lado da ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria.
Chamkani teria avisado o ministro do Interior do Iraque, Mohamed Salem al-Ghaban, da retaliação. O general iraniano era Mohamed Ali-Allah Dadi, comandante da Brigada Al-Quods, braço da Guarda Revolucionária Iraniana para operações no exterior.
Além de seis militantes do Hesbolá, seis iranianos morreram no bombardeio israelense, que destruiu três carros, informa o jornal conservador The Times of Israel. Há relatos não confirmados sobre a morte de um comandante do Exército do Irã, Abu Ali Tabtabai. Eles lutavam ao lado da ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria.
Rebeldes hutis cercam primeiro-ministro do Iêmen
Os rebeldes xiitas conhecidos como hutis cercaram o primeiro-ministro do Iêmen, Khaled Banah, em Saná, e o governo praticamente parou de funcionar, admitiu a ministra da Informação, Nadia Sakkaf, em entrevista à televisão americana CNN. A Embaixada dos Estados Unidos no país foi fechada. O governo americano avalia a necessidade de realizar uma operação para resgatar diplomatas e funcionários.
Quatro forças lutam na guerra civil do mais pobre entre os países árabes: o governo; os hutis, apoiados pelo Irã; a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, que se instalou lá fugindo da repressão na Arábia Saudita; e os Estados Unidos, que bombardeiam a rede terrorista com aviões não tripulados, os drones.
Com o fechamento da embaixada, a operação antiterrorismo dos EUA no país fica muito mais difícil. Um dos terroristas responsáveis pelo ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo em 7 de janeiro de 2015 foi treinado e declarou lealdade a Al Caeda no Iêmen.
Quatro forças lutam na guerra civil do mais pobre entre os países árabes: o governo; os hutis, apoiados pelo Irã; a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, que se instalou lá fugindo da repressão na Arábia Saudita; e os Estados Unidos, que bombardeiam a rede terrorista com aviões não tripulados, os drones.
Com o fechamento da embaixada, a operação antiterrorismo dos EUA no país fica muito mais difícil. Um dos terroristas responsáveis pelo ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo em 7 de janeiro de 2015 foi treinado e declarou lealdade a Al Caeda no Iêmen.
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1% mais rico terá mais da metade da riqueza do mundo em 2016
Na véspera do início da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, um relatório da organização não governamental Oxfam (Comitê de Oxford para Alívio da Fome) adverte: com o aumento da concentração da renda, em 2016, a parcela 1% mais rica da população mundial vai acumular mais da metade da riqueza mundial, mais do que os outros 99%.
O objetivo da Oxfam é pressionar a elite política e econômica reunida na estação de esqui na Suíça a tomar medidas para reduzir a desigualdade, informa o jornal inglês The Guardian.
Desde a Grande Recessão de 2008-9, a renda do 1% mais rico passou de 44% em 2009 para 48% em 2005, enquanto os 80% mais pobres levaram apenas 5,5% do bolo. Com esta tendência, no próximo ano, os ultrarricos terão mais do que todo o resto do mundo.
"A mensagem é que o crescimento da desigualdade é perigoso. É ruim para a economia e para a governabilidade. Vemos a riqueza concentrada tomando o poder e deixando a pessoa comum sem voz nem ninguém que defenda seus interesses", declarou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam e co-presidente do Fórum de Danos neste ano.
No ano passado, a Oxfam revelou que 85 bilionários tinham a mesma riqueza do que 3,5 bilhões de pessoas, a metade da população mundial mundial. Em 2010, os 388 mais ricos tinham tanto quanto a metade mais pobre. Hoje, bastam os 80 mais ricos para igualar os 3,5 bilhões.
"Queremos viver num mundo em que 1% ganham mais do que todo o resto?", questionou a diretora da ONG. "A escala da desigualdade global é assustadora. Apesar do tema estar cada vez mais em evidência na agenda global, a distância entre os mais ricos e o resto aumenta rapidamente."
O livro O Capital no Século 21, do economista francês Thomas Picketty, publicado em 2013, relançou o debate em termos científicos ao comparar a evolução da distribuição da riqueza em 20 países desde a Revolução Industrial do século 18.
Sua conclusão, baseada na mais ampla análise de dados realizada até hoje, derruba a tese da mão invisível do mercado, do britânico Adam Smith, considerado o pai da ciência econômica e do liberalismo econômico.
Smith acreditava que a longo prazo o livre mercado corrigiria suas próprias distorções naturalmente e chegaria a posições de equilíbrio. Picketty alega o contrário. Quando o mercado funciona como prevê a ciência econômica, a concentração da riqueza aumenta simplesmente porque uns têm mais sucesso do que os outros e ganham mais dinheiro.
Como o trabalho é mais abundante do que o capital, pela lei da oferta e da procura a remuneração do capital (rendas, juros e lucros) é maior do que a remuneração do trabalho (salário), sempre pressionada pela existência de uma massa de desempregados dispostos a trabalhar ganhando menos.
Pelo raciocínio do economista francês, a única maneira de combater a concentração da riqueza é taxar mais fortemente o capital, especialmente as heranças e as transações financeiras, o que também ajudaria a combater a especulação financeira.
Em 1972, o economista americano James Tobin propôs a cobrança de um imposto sobre operações cambiais para conter a especulação, sugerindo que a alíquota poderia ser de 0,5%.
A proposta foi encampada pela organização não governamental Associação pela Taxação das Transações Financeiras e Ajuda ao Cidadão (ATTAC), criado em 1998 para defender a cobrança de 1% sobre todas as transações financeiras internacionais. O dinheiro arrecadado seria investido em programas de desenvolvimento social para compensar os efeitos perversos da globalização econômica.
Logo depois da crise de 2008, agravada pela falência do banco de investimentos Lehman Brothers, nas primeiras reuniões do Grupo dos Vinte (19 países mais rico do mundo e a União Europeia), a sugestão voltou à pauta. Com a recuperação, cada país do G-20 passou a cuidar de seus próprios interesses. Mais uma vez, o Imposto Tobin foi abandonado.
Amanhã, no discurso sobre o Estado da União, o presidente Barack Obama vai propor aumentos de impostos para os ricos e para os bancos. É praticamente impossível que o conservador Partido Republicano, que controla a Câmara e o Senado dos Estados Unidos, dominado pelos lobbies de grandes empresas e do centro financeiro de Wall Street, concorde.
O objetivo da Oxfam é pressionar a elite política e econômica reunida na estação de esqui na Suíça a tomar medidas para reduzir a desigualdade, informa o jornal inglês The Guardian.
Desde a Grande Recessão de 2008-9, a renda do 1% mais rico passou de 44% em 2009 para 48% em 2005, enquanto os 80% mais pobres levaram apenas 5,5% do bolo. Com esta tendência, no próximo ano, os ultrarricos terão mais do que todo o resto do mundo.
"A mensagem é que o crescimento da desigualdade é perigoso. É ruim para a economia e para a governabilidade. Vemos a riqueza concentrada tomando o poder e deixando a pessoa comum sem voz nem ninguém que defenda seus interesses", declarou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam e co-presidente do Fórum de Danos neste ano.
No ano passado, a Oxfam revelou que 85 bilionários tinham a mesma riqueza do que 3,5 bilhões de pessoas, a metade da população mundial mundial. Em 2010, os 388 mais ricos tinham tanto quanto a metade mais pobre. Hoje, bastam os 80 mais ricos para igualar os 3,5 bilhões.
"Queremos viver num mundo em que 1% ganham mais do que todo o resto?", questionou a diretora da ONG. "A escala da desigualdade global é assustadora. Apesar do tema estar cada vez mais em evidência na agenda global, a distância entre os mais ricos e o resto aumenta rapidamente."
O livro O Capital no Século 21, do economista francês Thomas Picketty, publicado em 2013, relançou o debate em termos científicos ao comparar a evolução da distribuição da riqueza em 20 países desde a Revolução Industrial do século 18.
Sua conclusão, baseada na mais ampla análise de dados realizada até hoje, derruba a tese da mão invisível do mercado, do britânico Adam Smith, considerado o pai da ciência econômica e do liberalismo econômico.
Smith acreditava que a longo prazo o livre mercado corrigiria suas próprias distorções naturalmente e chegaria a posições de equilíbrio. Picketty alega o contrário. Quando o mercado funciona como prevê a ciência econômica, a concentração da riqueza aumenta simplesmente porque uns têm mais sucesso do que os outros e ganham mais dinheiro.
Como o trabalho é mais abundante do que o capital, pela lei da oferta e da procura a remuneração do capital (rendas, juros e lucros) é maior do que a remuneração do trabalho (salário), sempre pressionada pela existência de uma massa de desempregados dispostos a trabalhar ganhando menos.
Pelo raciocínio do economista francês, a única maneira de combater a concentração da riqueza é taxar mais fortemente o capital, especialmente as heranças e as transações financeiras, o que também ajudaria a combater a especulação financeira.
Em 1972, o economista americano James Tobin propôs a cobrança de um imposto sobre operações cambiais para conter a especulação, sugerindo que a alíquota poderia ser de 0,5%.
A proposta foi encampada pela organização não governamental Associação pela Taxação das Transações Financeiras e Ajuda ao Cidadão (ATTAC), criado em 1998 para defender a cobrança de 1% sobre todas as transações financeiras internacionais. O dinheiro arrecadado seria investido em programas de desenvolvimento social para compensar os efeitos perversos da globalização econômica.
Logo depois da crise de 2008, agravada pela falência do banco de investimentos Lehman Brothers, nas primeiras reuniões do Grupo dos Vinte (19 países mais rico do mundo e a União Europeia), a sugestão voltou à pauta. Com a recuperação, cada país do G-20 passou a cuidar de seus próprios interesses. Mais uma vez, o Imposto Tobin foi abandonado.
Amanhã, no discurso sobre o Estado da União, o presidente Barack Obama vai propor aumentos de impostos para os ricos e para os bancos. É praticamente impossível que o conservador Partido Republicano, que controla a Câmara e o Senado dos Estados Unidos, dominado pelos lobbies de grandes empresas e do centro financeiro de Wall Street, concorde.
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