Em vídeo de 11 minutos divulgado em fóruns jihadistas na Internet, a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, com sede no Iêmen, reivindicou a autoria do ataque contra o jornal satírico Charlie Hebdo há uma semana em Paris, quando 12 pessoas foram mortas. Mas há dúvidas.
Sem apresentar nenhuma prova de sua participação, o comandante militar do grupo, Nasser ben Ali al-Anessi, pressionado pela ascensão do Estado Islâmico, tenta faturar na propaganda o que chamou de "bendita invasão" de Paris, mas os serviços secretos ocidentais não acreditaram muito nessa versão.
Os irmãos Saïd e Chérif Kouachi, que metralharam a redação do jornal, tinham uma antiga ligada com Al Caeda. A rede tenta se associar à tragédia tardiamente para tentar aumentar a arrecadação e recrutar novos voluntários para a "guerra santa". Se realmente fosse responsável pelo atentado, provavelmente reivindicaria a responsabilidade no primeiro momento.
Al-Anessi acusou a França de pertencer ao "partido do demônio" e ameaçou com novas "tragédias e terror", afirmando que Al Caeda "escolheu o alvo, formulou o plano e financiou a operação". Seja responsável ou não, a rede terrorista já faturou com a publicidade gratuita dada pelo caso.
Em Paris, o jornal Charlie Hebdo voltou a circular hoje com uma tiragem recorde de 5 milhões de exemplares. Pelo menos 750 mil exemplares foram vendidos de manhã na capital francesa, onde havia longas filas diante das bancas de jornais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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