A agência de classificação de risco Moody's rebaixou ontem a nota de crédito da dívida soberana da Venezuela em dois níveis, de Caa1 para Caa3, com perspectiva estável, por causa das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país, agravada pela queda de 57% nos preços internacionais do petróleo nos últimos seis meses.
Para a Moody's, há um risco crescente de calote e o regime chavista não parece inclinado a fazer as reformas necessárias para normalizar a situação da economia, onde o dólar vale 6,30 bolívares fortes no câmbio oficial e até 180 bolívares (fraquíssimos) no mercado paralelo.
Com este distorção no câmbio, a Venezuela, que tem uma das maiores reservas mundiais de petróleo e exportou mais de US$ 1 trilhão desde a primeira posse de Hugo Chávez, em 1999, não tem dinheiro para importar produtos básicos. Os venezuelanos ficam oito horas na fila para comprar arroz, leite, farinha, óleo de cozinha e papel higiênico. A inflação passa de 60% ao anos.
Diante do caos econômicos, empresas de consultoria e análise estratégica prevêem um ano muito difícil e temem um golpe de Estado dentro do próprio regime chavista, onde o descontentamento com o presidente Nicolás Maduro é cada vez maior.
No momento, o regime chavista tenta apresentar o giro internacional de Maduro para pedir dinheiro à China e à Rússia, e implorar sem sucesso aos países árabes que reduzam a produzam menos para aumentar os preços do petróleo. Diante do excesso de oferta, de 2 milhões barris acima da demanda atual, os preços continuam em queda.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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