Dez anos depois de admitir que havia "guetos" e "segregação" na França, o primeiro-ministro socialista Manuel Valls declarou hoje que há um "apartheid territorial, social e étnico" no país, reporta o jornal Le Monde.
"Os últimos dias sublinharam bem os males que rondam nosso país e os desafios que temos de enfrentar. A eles, temos de acrescentar todas as fraturas, as tensões acumuladas há muito tempo de que só se fala de vez em quando", afirmou o primeiro-ministro em entrevista em Paris, enquanto a França faz um exame de consciência para tentar entender a origem dos ataques terroristas que mataram 17 pessoas duas semanas atrás.
Valls lembrou a revolta da periferia em 2005, quando 10 mil carros foram incendiados numa onda de protestos depois que um jovem inocente morreu eletrocutado ao se esconder numa casa de força para escapar da polícia: "Quem se lembra dos acontecimentos de 2005? E, no entanto, o estigma está presente até hoje."
Na época, o governo francês decretou estado de emergência pela primeira vez desde 1955, durante a guerra da independência da Argélia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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