De volta de uma viagem internacional com poucos resultados práticos, o presidente Nicolás Maduro voltou a acusar a "burguesia parasita" de travar uma "guerra econômica" contra seu governo, enquanto filas se acumulam diante dos supermercados para compras de produtos básicos que estão em falta, sob racionamento. Sua popularidade baixou para 22%.
Mais de 28% das prateleiras dos supermercados estão vazias, a inflação passa de 60% ao ano e o câmbio oficial é totalmente divorciado da realidade econômica. O país que se gaba de ter as maiores reservas mundiais de petróleo não tem dinheiro para comprar papel higiênico, leite, carne, açúcar e farinha de trigo.
Entre as medidas cosméticas, Maduro mudou as regras do câmbio, em que há várias cotações diferentes. Para a compra e venda de alimentos e medicamentos, a moeda venezuelana está cotada a 6,30 bolívares por dólares. No mercado negro, estava hoje em 184 bolívares por dólar.
Enquanto o arqui-incompetente Maduro não se render à realidade, a situação econômica da Venezuela vai continuar piorando. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma recessão de 7% neste ano na Venezuela, agravada pela queda dos preços internacionais do petróleo em mais de 50% nos últimos sete meses, reporta o jornal americano Los Angeles Times. O petróleo representa 95% das exportações venezuelanas.
Seu giro internacional rendeu uma ajuda internacional da China, mas a Rússia e o Irã, também abalados pela baixa nos preços do petróleo, não estão em condições de ajudar. Sem mudar o modelo econômico e abandonar as "ideologias infantis do passado", como disse o jornal venezuelano El Universal, o país não vai sair do buraco e as pressões para derrubar Maduro só tendem a aumentar, dentro e fora do regime chavista.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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