Para combater a deflação e estimular a retomada do crescimento nos 19 países da Zona do Euro, o Banco Central Europeu vai comprar títulos públicos e privados no valor de 60 bilhões de euros (R$ 175 bilhões) por mês, mais do que esperado, durante um ano e meio colocando assim mais de 1 trilhão de euros em circulação.
A operação começa em março e vai até setembro de 2016, anunciou hoje em Frankfurt o presidente do BCE, o italiano Mario Draghi. A compra de títulos não poderá passar de um terço da dívida total de um país e 80% das aquisições serão feitas pelos bancos centrais nacionais.
No caso europeu, o objetivo da política de alívio quantitativo, aplicada com sucesso nos Estados Unidos e no Reino Unido, é elevar a inflação para a meta de 2% ao ano. Em 2014, a Eurozona teve deflação de 0,2%. Foi a primeira queda de preços em cinco anos. O desemprego está em 11,5% e o crescimento foi de apenas 0,2% no terceiro trimestre do ano passado.
"A inflação deve continuar muito baixa ou negativa nos próximos meses", declarou Draghi em entrevista coletiva, "por causa da queda acentuada nos preços do petróleo".
Para evitar o impacto de uma possível desvalorização do euro, a Dinamarca, que tem paridade cambial com o euro, reduziu as taxas de juros e o Banco Central da Suíça desvinculou a cotação do frango suíço do euro, levando a uma valorização imediata de sua moeda em 20%.
As bolsas de valores subiram com o anúncio do BCE, mas a moeda comum europeia atingiu sua cotação mais baixa diante do dólar americano em 11 anos: US$ 1,137.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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