Em sua primeira ação oficial como chefe de governo da Grécia, antes de anunciar o ministério, o primeiro-ministro Alexis Tsipras, da Coligação de Esquerda Radical (Syriza), foi até o Muro dos Fuzilados em Atenas, onde 200 comunistas foram fuzilados pelos nazistas em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. O monumento virou um símbolo da resistência grega contra a Alemanha.
Ao impor políticas duríssimas à Grécia em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros, a Alemanha é considerada a principal responsável pela depressão econômica que levou a uma queda de 25% no produto interno bruto grego nos últimos seis anos e não dá sinais de que pretenda ceder diante do novo governo.
A esquerda grega alega que a Alemanha ainda deve ao país reparações pelos crimes cometidos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Esse dinheiro aliviaria a situação econômica da Grécia.
O recado de Berlim depois da vitória da Syriza foi claro. Para a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, a Grécia precisa "respeitar os acordos" feitos pelos governos anteriores. A Alemanha, a Áustria, a Finlândia e a Holanda, países com as contas públicas equilibradas, admitem prorrogar o prazo de pagamento, mas não reduzir ainda mais a dívida grega.
A Syriza elegeu 149 dos 300 deputados gregos nas eleições legislativas de domingo e se aliou ao partido nacionalista de direita Gregos Independentes, com 13 deputados, para obter maioria absoluta no Parlamento.
Na campanha, Tsipras prometeu rasgar os acordos firmados com a troika formada pela União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), restaurar salários e aposentadorias, retomar investimentos e criar empregos públicos para combater o desemprego. Como não tem dinheiro, terá de negociar. Se não houver acordo, a Grécia pode deixar a Zona do Euro e até a UE.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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