A Coligação de Esquerda Radical (Syria) é a favorita nas eleições parlamentares de hoje na Grécia, com vantagem de 3 a 10 pontos percentuais sobre o partido conservador Nova Democracia, do atual primeiro-ministro Antonis Samaras.
Sob a liderança de Alexis Tsipras, a Syriza promete abandonar o programa de corte de gastos públicos imposto pela União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) em troca de ajudas de emergência de 240 bilhões de euros; renegociar a dívida pública grega, equivalente hoje a 170% do produto interno bruto; criar empregos públicos para e investir para retomar o crescimento.
É um programa que entra em conflito direto com a liderança da Alemanha. Com as finanças em ordem, desde o início da crise, o governo alemão condicionou qualquer ajuda a políticas rígidas de controle de gastos e aumento de impostos, cortes de pensões e aposentadorias. Essas políticas causaram uma queda de 25% no PIB grego. O desemprego chegou a 26% e a 56% entre os jovens.
Tsipras afirma que não quer deixar a Zona do Euro, quer negociar com os parceiros europeus. A Alemanha, a Áustria, a Finlândia e a Holanda já rejeitaram a possibilidade de reduzir a dívida da Grécia.
O governo alemão acredita que hoje a união monetária esteja preparada para o possível choque de uma saída da Grécia porque os outros países que entraram em crise em 2011, Irlanda, Portugal e Espanha, estão em recuperação.
As pesquisas de boca de urna e os primeiros resultados serão anunciados a partir das 15h pelo horário de Brasília.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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