quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Suspeito do atentado recebeu treinamento no Iêmen

Um dos suspeitos pelo atentado com 12 mortes contra o jornal satírico Charlie Hebdo, Saïd Kouachi, de 34 anos, recebeu treinamento de guerrilha no Iêmen, revelaram hoje funcionários dos Estados Unidos. O serviço francês chegou à mesma conclusão. Ele e o irmão, Chérif Kouachi, estava na lista de pessoas proibidas de entrar nos EUA por suspeita de terrorismo.

O Iêmen é hoje a principal base da rede Al Caeda na Península Arábica, que fugiu da Arábia Saudita para escapar da repressão. Lá foi treinado o terrorista nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab, que tentou explodiu um Airbus A330 da companhia aérea Northwest Airlines que fazia a rota Amsterdã-Detroit no Natal de 2009.

"Sabemos que eles foram inspirados pela Caeda, mas não sabemos até onde eles estão ligados à rede", comentou um funcionário do governo dos EUA citado anonimamente pelo jornal The Wall St. Journal.

Quando invadiram a sede do jornal, em 7 de janeiro de 2015, os terroristas berraram que eram d'al Caeda no Iêmen. Hoje o Estado Islâmico do Iraque e do Levante elogiou o atentado, mas não reivindicou a responsabilidade. Há uma concorrência entre os dois grupos jihadistas para ver qual provoca maior ultraje.

"O ataque foi muito complexo. Obviamente foi menos complexo do que os atentados de 11 de setembro, mas foi taticamente complexo. Exigiu planejamento, reconhecimento do terreno, logística e apoio", concluiu o general reforma Michael Flynn, ex-chefe da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA. "Eles treinaram para este ataque em algum outro lugar, mas hoje menos tempo é gasto em centros de treinamento. Claramente eles ensaiaram esse ataque."

Como analista de inteligência, Flynn está convencido de que os terroristas atingiram o objetivo desejado ao massacrar a redação do Charlie Hebdo: "O impacto estratégico é exatamente o que eles queriam. O que eles querem é a condenação internacional. Pode parecer estranho para nós, mas faz sentido para eles. É o que os transforma em heróis. O triunfo para eles é serem vistos como heróis no mundo dos islamitas radicais."

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