As negociações sobre a questão nuclear seriam mais fáceis se o Ocidente respeitasse os muçulmanos,
lamentou hoje o ministro do Exterior do Irã, Javad Zarif, referindo-se à edição de hoje do jornal satírico francês Charlie Hebdo com uma caricatura do profeta Maomé na capa.
Uma semana depois do atentado contra sua sede, onde 11 pessoas foram mortas, o Charlie Hedbo voltou às bancas com uma edição de 5 milhões de exemplares como resposta aos terroristas. Sob a manchete "Tudo é perdoado", Maomé chora e segura o cartaz dizendo "eu sou Charlie".
Para os liberais do Ocidente, o jornal admite perdoar, fazendo um gesto conciliatórios, mas os muçulmanos radicais voltaram a se indignar porque sua religião proíbe a representação da figura humana, inclusive do profeta Maomé, para evitar a idolatria. Só Alá deve ser cultuado.
Na Turquia, o governo está bloqueando o acesso via Internet à nova edição do Charlie Hebdo.
"Acreditamos que as santidades precisam ser respeitadas", declarou o chanceler iraniano.
O Irã, as cinco grande potências com direito de veto nas Nações Unidas (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido) e a Alemanha estão começando uma nova rodada de negociações para desarmar o programa nuclear iraniano e evitar que o país fabrique armas atômicas. O fim das negociações está previsto para 30 de junho, mas a expectativa é chegar a um acordo inicial até 1º de março.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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