A Coligação de Esquerda Radical (Syriza) fechou hoje um acordo com o partido direitista Gregos Independentes para formar o próximo governo da Grécia. O líder da Syriza, Alexis Tsipras, foi oficialmente nomeado primeiro-ministro pelo atual presidente.
Com 36% dos votos, a Syriza elegeu 149 dos 300 deputados do Parlamento da Grécia, dois a menos do que a maioria absoluta.
No discurso da vitória ontem, Tsipras mandou um recado à troika formada pela União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE): "A população grega fez história e deixou para trás cinco anos de humilhação e sofrimento. Vamos recuperar a soberania com nossas propostas de negociação."
Durante a campanha, a esquerda radical prometeu acabar com o programa de austeridade imposto em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros para a Grécia pagar sua dívida pública, restaurar os valores de salários e aposentadorias, criar empregos públicos e renegociar uma nova redução da dívida. Apesar do esforço fiscal, que custou uma queda de 25% no produto interno bruto e desemprego acima de 50%, a dívida grega pulou de 120 bilhões de euros no início da crise para 320 bilhões hoje.
Em Berlim, a grande defensora das políticas de controle rígido das contas públicas, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, declarou estar disposta a negociar, mas não a reduzir a dívida grega. A Finlândia admite prorrogar os prazos de pagamento para dar algum fôlego à recuperação da Grécia. Mas rejeita a redução da dívida.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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