A tarefa de garantir a segurança do povo francês ainda não está concluída, admitiu há pouco em rede nacional de televisão o presidente François Hollande, convocando o país para a vigilância, unidade e mobilização na luta contra o terrorismo. A rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, com sede no Iêmen, reivindicou a autoria do atentado.
Depois de elogiar "a bravura, a coragem e a eficiência" das forças de segurança, o presidente francês repudiou o ataque a um supermercado kosher como um ato antissemita e prometeu ser implacável com o racismo e o nazismo. Em seguida, desvinculou os assassinos da religião que dizem representar: "Esses fanáticos nada tem a ver com a religião muçulmana."
Hollande convocou os franceses a participar de grande passeata convocada para domingo pela democracia e a liberdade, prometendo liderar a manifestação.
"A França enfrenta um desafio sem precedentes", afirmou o primeiro-ministro Manuel Valls, esclarecendo: "Estamos em guerra contra o terrorismo, não contra uma religião nem contra o Islã",
Em entrevista ao telejornal 20 Heures, da TV France 2, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, descreveu os atos terroristas dos últimos dias como "um ataque ao jornalismo, à liberdade de expressão, ao Estado francês, à tolerância religiosa e à integração social", já que a loja atacada hoje em Paris vendia comida judaica. Foi uma ação antissemita.
Os dois assassinos dos jornalistas do jornal satírico Charlie Hebdo, decididos a morrer como mártires, teriam saído atirando de um escritório da fábrica onde se refugiaram, na cidade de Dammmartin-en-Goële, quando foram mortos pela polícia.
A redação do Charlie Hebdo se instalou hoje no jornal Libération, como já tinha feito quando a sede anterior foi incendiada por extremistas muçulmanos, em 2011.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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