Hayat Boumeddiene, a mulher de Amédy Coulibaly, o terrorista morto depois de tomar um supermercado judaico e matar quatro reféns ontem em Paris, viajou em 2 de janeiro de 2015 a Istambul, na Turquia, de onde teria ido para a Síria, noticiou há pouco o jornal francês Le Monde.
Ela está sendo procurada pela polícia desde o assassinato de uma policial em Montrouge, na periferia sul da capital da França, aparentemente cometido por seu marido na quinta-feira, um dia depois do ataque que deixou 12 mortos na redação do jornal satírico Charlie Hebdo.
Em entrevista durante o cerco, Coulibaly declarou ser membro do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a milícia extremista que ocupa hoje cerca de um quarto do território da Síria e um terço do iraquiano. Os irmãos Saïd e Chérif Houachi, que atacaram o jornal, disseram estar a serviço da rede terrorista Al Caeda no Iêmen.
Quando estava cercado, Chérif afirmou ter recebido dinheiro e treinamento de Anwar al-Awlaki, o jihadista americano. Nascido no Novo México, Awlaki virou líder intelectual da rede Al Caeda na Península Arábica, que se instalou no Iêmen para escapar da repressão na Arábia Saudita. Foi morto pelo bombardeio de um drone (avião não tripulado) dos Estados Unidos em 30 de setembro de 2011.
Sua morte deflagrou um debate sobre o uso de drones para matar um cidadão americano. É uma das armas preferidas pelo governo Barack Obama, que matou cerca de 4 mil pessoas em ataques teleguiados por computadores instalados nos EUA, quase todos no Iêmen e no Paquistão.
Há uma concorrência entre os principais grupos jihadistas, Al Caeda e Estado Islâmico, para ver quem mata mais, quem arrecada mais e quem recruta mais voluntários para o martírio. É capaz de provocar novos ataques a alvos desprotegidos em grandes cidades da Europa e da América do Norte.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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