quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

China mobiliza Exército contra nevascas

O governo da China mobilizou 1,5 milhão de soldados para desobstruir estradas, reconstruir redes de energia elétrica e socorrer a população atingida pelas tempestades de neve no pior inverno dos últimos 50 anos no país.

Com a festa do Ano Novo Lunar chinês em 7 de fevereiro, as autoridades estimavam que 240 milhões de pessoas viajariam. Os líderes do Partido Comunista temem uma revolta popular.

Homem-bomba mata vice-governador afegão

Um terrorista suicida matou nesta quinta-feira o vice-governador da província de Helmand, no Sul do Afeganistão, uma das principais áreas de atividades da milícia fundamentalista dos Talebã, e pelo menos mais cinco pessoas. Outras 18 saíram feridas.

O vice-governador Pir Mohammad fazia suas orações numa mesquita que fica diante da sede governo em Lachkar Gah, a capital da província. "Quando as pessoas se levantaram para rezar, o homem-bomba se aproximou do governador e detonou os explosivos", contou Nissar Ahmad Barakzai, subsecretário provincial de Saúde.

Mais cedo, houve outro atentado terrorista suicida em Cabul, a capital do Afeganistão. O alvo era um ônibus com soldados do Exército. Um civil morreu e outros quatro foram feridos.

As ações terroristas ocorrem no momento em que dois novos estudos alertam que o Afeganistão corre sério risco de voltar a ser um Estado falido e um antro de terroristas, se a sociedade internacional não realizar esforós efetivos para ganhar a guerra e promover o desenvolvimento do país.

Recentemente, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, acusou os aliados europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de não estarem preparados para travar uma guerra de contra-insurgência.

Até outubro de 2001, o regime fundamentalista dos Talebã abrigava a rede terrorista Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro daquele ano nos EUA, os piores da história.

Irã anuncia reatamento em breve com Egito


Depois de quase 30 anos de rompimento, o Irã quer reatar relações diplomáticas com o Egito, um dos maiores aliados dos Estados Unidos no mundo árabe.

O presidente do parlamento iraniano, Gholam Ali Hadad Adel (à esquerda, na foto), saiu otimista de um encontro com o ditador egípcio, Hosni Mubarak, no Cairo, na quarta-feira: "O fato de eu estar aqui é uma prova da melhoria de relações entre a República Islâmica e o Egito", declarou o chanceler do Irã.

"Talvez algumas pessoas acreditem que os Estados Unidos estão pressionando para impedir o reatamento de relações entre o Egito e o Irã", acrescentou, "mas o presidente Mubarak me disse que não aceita pressões dos EUA.

Egito e Irã romperam relações em 1980, ano seguinte à revolução islâmica, em protesto pelo acordo de paz egípcio-israelense, o asilo político concedido pelo Egito ao depois xá do Irã e seu apoio a Saddam Hussein na Guerra Irã-Iraque.

Guerra de Israel no Líbano em 2006 fracassou

Israel cometeu graves erros na fracassada invasão do Líbano de 12 de julho a 14 de agosto de 2006 para atacar a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), e o insucesso da operação fortaleceu os inimigos do Estado judaico, concluiu uma comissão de inquérito presidida pelo juiz superior Eliyahu Winograd. O relatório final evitou apontar diretamente o primeiro-ministro Ehud Olmert.

Pelo menos 1,2 mil libaneses, na maioria civis, e 160 soldados israelenses morreram nos 34 dias de combates.

Mais do que isso, a guerra acabou com o mito da invencibilidade israelense.

A mais poderosa máquina militar do Oriente Médio não foi capaz de dominar e vencer um grupo altamente disciplinado de guerrilheiros movidos pelo fundamentalismo islâmico. Essa foi a maior derrota para Israel.

"A visão geral da guerra é uma mistura de falhas na conduta das lideranças políticas e militares, de desempenho falho dos militares, especialmente das forças terrestres, e de deficiências na preparação de Israel", critica o Relatório Winograd. "Descobrimos sérios fracassos e falhas por falta de planejamento e de raciocínio estratégico."

Apesar de tudo, a comissão optou por não culpar indivíduos, buscando maneiras de evitar a repetição dos erros. Mas ressalvou: "O fato de evitarmos apontar responsabilidades individuais não significa que elas não existam." Olmert e o então ministro da Defesa, Amir Peretz, foram as autoridades civis que conduziram a guerra.

Grande parte das 629 páginas do relatório foram dedicadas a criticar uma ofensiva terrestre de última hora, lançada pouco antes de entrar em vigor o cessar-fogo imposto pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Pelo menos 30 soldados israelenses morreram nessa operação.

As oposições à direita e à esquerda concordaram que o fracasso compromete o primeiro-ministro Olmert. Se o pacifista Yossi Beilin entende que a guerra não deveria ter sido realizada, o partido linha-dura Likud, de onde Olmert saiu, afirma que só resta ao primeiro-ministro pedir demissão e convocar eleições antecipadas.

Leia mais no jornal israelense Haaretz.

Abbas recusa-se a discutir Gaza com Hamas

Depois de se encontrar com o ditador do Egito, Hosni Mubarak, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, negou-se a negociar com o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que qualificou de "partido ilegítimo", a questão da fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, aberta pela destruição de partes do muro que a marca.

"O Hamas tem recuar em seu golpe de Estado e aceitar a legitimidade, então os corações e mentes estarão abertos ao diálogo", declarou Abbas, referindo-se à derrota das forças de seu partido, a Fatah (Luta), para o Hamas na Faixa de Gaza.

Apesar de ter vencido as eleições parlamentares palestinas de 25 de janeiro de 2006, o Hamas é rejeitado pelo Ocidente por não reconhecer Israel nem renunciar à luta armada. Indicou claramente que pretende evitar o fechamento da fronteira, se sua autoridade não for aceita.

"Falar de um papel parcial contradiz a realidade", respondeu o ex-ministro do Exterior palestino, Mahmoud al-Zahar, um importante líder do Hamas. "A realidade é que há um governo legítimo em Gaza. Não vamos abrir mão da nossa legitimidade."

Uma delegação chefiado pelo líder máximo do Hamas, Khaled Mechal, é esperada no Cairo nesta quinta-feira para discutir a questão da fronteira de Gaza com o chefe do serviço secreto do Egito.

A realidade é que a ditadura militar egípcia tem sua principal oposição nos fundamentalistas da Irmandade Muçulmana e não quer o Hamas patrulhando sua fronteira.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Giuliani sai e apóia McCain à Casa Branca

Depois de um desempenho decepcionante na eleição primária do Partido Republicano na Flórida, o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani abandonou a disputa pela candidatura à eleição presidencial de novembro e anunciou seu apoio ao senador John McCain.

John Edwards abandona corrida à Casa Branca

O ex-senador John Edwards desistiu de concorrer à candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos. A disputa agora fica entre os senadores Barack Obama e Hillary Clinton.

Edwards não apoiou nenhum dos candidatos remanescentes. Está guardando suas fichas. Em 2004, ele também abandonou a disputa e acabou sendo candidato a vice-presidente na chapa do senador John Kerry.

EUA cresceram 0,6% no final de 2007

A economia dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anual de apenas 0,6% no último trimestre de 2007, sinal de que está à beira da recessão.

Dentro de meia hora, o banco central americano deve anunciar um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, que assim cairá para 3% ao ano.

Fed deve baixar taxa básica para 3% ao ano

Em mais uma tentativa de evitar uma recessão, o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board, o comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos, deve cortar hoje a taxa básica de juros da maior economia do mundo em meio ponto percentual, de 3,5% para 3% ao ano.

Na semana passada, o Fed surpreendeu o mercado com um corte de 0,75 ponto percentual, descrito pelos críticos como uma reação de pânico.

Apesar da crise, a economia americana continua mandando sinais contraditórios. Na terça-feira, veio a notícia de que as encomendas de bens duráveis à indústria subiram 5,2% em dezembro, uma grata surpresa para o mercado.

Por outro lado, os preços da casa própria em 10 grandes regiões metropolitanas caíram 8,4% em novembro em relação ao ano anterior.

FMI reduz previsão de crescimento mundial

O Fundo Monetário Internacional revisou para baixo sua previsão de crescimento da economia mundial para 2008, de 4,9% para 4,1%. A maior economia do mundo, os Estados Unidos, deve crescer apenas 1,5% este ano, em comparação com os 2,2% esperados para 2007, que ainda não tem números definitivos.

A boa nova é que o FMI não prevê recessão nos EUA, mas será um crescimento medíocre, provavelmente abaixo da taxa de inflação.

EUA financiam madrassás no Afeganistão

Os Estados Unidos estão financiando a construção de escolas islâmicas, as madrassás, no Leste do Afeganistão, para evitar que os alunos procurem as do Paquistão, muito mais radicais, onde foram educados os refugiados afegãos que formaram a milícia dos Talebã (estudantes em pachtum).

O comandante David Adams, chefe da equipe americana de reconstrução na província de Khost, na fronteira com o Paquistão, anunciou a criação de mais madrassás: "Queremos ver pequenas escolas religiosas em cada distrito para que as famílias não mandem seus filhos para o outro lado da fronteira".

Nevascas paralisam parte da China

O pior inverno dos últimos 50 anos na China está causando sérios problemas nos sistemas de de transportes e de energia, e já afeta a terceira maior economia do mundo, que superou a Alemanha no ano passado.

Com estradas e 24 aeroportos bloqueados por nevascas, inclusive o de Xangai, maior cidade do país, cerca de 77 milhões de chineses que aproveitam o Ano Novo Lunar para visitar parentes e amigos foram afetados.

Na província de Cantão, temendo a reação popular negativa, o governo acionou a polícia e a defesa civil para "manter a ordem".

O primeiro-ministro Wen Jiabao pediu calma, dizendo que primeiro é preciso consertar a rede elétrica para que os trens possam trafegar.

Mais nevascas estão previstas para a próxima semana. O Ano Novo chinês será comemorado em 7 de fevereiro. As autoridades estimam que 238 milhões de pessoas viajariam durante as festividades.

McCain ganha primária republicana na Flórida

Ao vencer a eleição primária na Flórida, o senador pelo Arizona John McCain, um veterano de guerra que ficou mais de cinco anos preso pelos vietcongues durante a Guerra do Vietnã, deu um passo importante para conquistar a candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em novembro.

Com mais de 90% dos votos apurados, McCain obteve 36% do total, batendo seu maior rival, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, com 31%. Com apenas 15%, o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani pode anunciar nesta quarta-feira sua retirada e o apoio a McCain. O ex-governador do Arkansas Mike Huckabee ficou com 13%.

McCain é considerado um moderado e é a favor do aborto, um problema para os setores mais conservadores do partido. Mas é o mais preparado dos candidatos em questões de defesa e de segurança nacional, um dos pontos fortes dos republicanos, no momento em que os EUA estão em guerra contra os fundamentalistas muçulmanos liderados por Ossama ben Laden.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Morte de deputado agrava crise no Quênia

A morte do deputado oposicionista Melitus Were, do Movimento Democrático Laranja, levou os protestos violentos dos últimos dias até Nairóbi, a capital do Quênia, agravando a crise que provocou a morte de cerca de 850 pessoas desde a eleição presidencial de 27 de dezembro, denunciada pela oposição como fraudulenta.

Were foi baleado diante de sua casa na capital no dia 28. Assim que a morte foi anunciada, seus partidários foram até lá para protestar e chorar a tragédia.

Em Naivacha, no Grande Vale da África, um dos lugares mais lindos do planeta, o governo usou helicópteros para dispersar manifestantes que se enfrentaram violentamente desde o fim de semana, com cerca de 100 mortes.

Enquanto isso, o ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan se reuniu com o presidente queniano, Kwai Kibaki, e o líder da oposição, Raila Odinga, para pressioná-los a acabar com a violência. Ele espera pacificar o país em um mês, mas admite que há questões que só possam ser resolvidas dentro de um ano.

As origens da crise remontam ao colonialismo britânico.

Na sua estratégia de dividir para reinar, os britânicos privilegiaram o maior grupo étnico do país, os quicuios, que são hoje 20% dos 37 milhões de quenianos. Eles tiveram acesso à melhor educação e a melhores empregos que o resto da população.

Quando o grande herói nacional do Quênia, Jomo Kenyatta, declarou a independência do país, o Império Britânico tentou articular uma aliança com outras tribos. Sem sucesso. Mas a semente da discórdia estava lançada.

Depois da independência, conquistada em 1963, Kenyatta distribuiu terras abandonadas pelos brancos entre seus aliados. Parte ficava fora das tradicionais regiões habitadas pelos quicuios, aumentando a tensão interétnica.

Quando Kenyatta, o pai da pátria, morreu, em 1978, foi sucedido por Daniel arap Moi, da etnia calenjim. Sem recursos para distribuir a sua tribo, Moi tratou de enriquecer os amigos.

Em 2002, Kibaki chegou ao poder e fez o mesmo. Marginalizou a elite calenjim, devolvendo o controle político e econômico à elite quicuia.

Hoje, a maioria dos negócios no Quênia está nas mãos de quenianos de origem indiana ou de quicuios. A economia do país cresce a uma média anual de 5% ao ano, mas mais de metade da população vive na miséria. Isto alimenta a revolta.

O resto do Quênia se considera vítima de uma conspiração dos quicuios. A fraude eleitoral foi o estopim da violência. Gangues de jovens desempregados começaram a atacar os quicuios que vivem nas suas regiões. Como vingança, os quicuios passaram a fazer o mesmo nas suas áreas, expulsando os luos e calenjins.

Além das 850 mortes, cerca de 250 mil pessoas fugiram de suas casas. É uma tragédia para o Quênia, para a estabilidade na região e para a democracia na África.

Giuliani deve abandonar corrida à Casa Branca

Com apenas 15% dos votos no resultado parcial da eleição primária do Partido Republicano na Flórida, o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani está praticamente fora da disputa pela candidatura do partido à Presidência dos Estados Unidos em novembro.

Giuliani não fez campanha para as outras prévias, concentrando sua campanha na Flórida. Foi um erro grave. Os outros candidatos chegaram embalados, especialmente o senador John McCain e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, que lutam pela vitória, com vantagem no momento para McCain.

A expectativa agora é que Giuliani, que ganhou projeção nacional ao coordenar a operação de socorro depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, abandone a corrida à Casa Branca e apóie McCain.

Se vencer na Flórida e receber o apoio de Giuliani, McCain chega fortalecido à Superterça-Feira, 5 de fevereiro, quando haverá primárias em 22 estados. Sua arremetida pode se tornar irreversível.

No momento, apurados 35% dos votos, McCain lidera com 34% e Romney tem 32%. O resultado ainda está definido. McCain tem ampla vantagem no condado de Dade, onde fica Miami, que apurou apenas 7% dos votos até agora. Se confirmar esta vantagem, McCain ganha na Flórida.

Hillary ganha primária democrata na Flórida

A senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton venceu a eleição primária do Partido Democrata no estado da Flórida.

Com 30% dos votos apurados, Hillary tem 49% do total. O senador negro Barack Obama obteve 29% e o ex-senador John Edwards, 15%.

Hillary foi a preferida da maioria dos eleitores de origem latino-americana, que têm um grande peso na Flórida. Mas o diretório nacional do partido não quer considerar o resultado para punir o diretório regional, que contrariou a cúpula democrata e decidiu antecipar a prévia.

"Economia da China está se descolando dos EUA"

A economia da China está se descolando da americana e há uma década o país é uma das locomotivas da economia mundial, afirmou hoje o embaixador do Brasil em Beijim, Luiz Augusto Castro Neves, em palestra realizada hoje no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio de Janeiro.

Com uma perspectiva otimista, o embaixador previu que o impacto da crise econômica nos Estados Unidos será menor do que se teme, especialmente em grandes países em desenvolvimento como o Brasil e a China.

Bush repete discurso surrado

No seu último discurso sobre o Estado da União, uma prestação de contas que o presidente dos Estados Unidos faz todos os anos no Congresso, George Walker Bush concentrou-se nas duas questões que definirão seu legado: a economia e a guerra no Iraque.

Sem novas idéias nem projetos, Bush insistiu na fórmula de cortar impostos para estimular a economia e defendeu a decisão de invadir o Iraque e derrubar Saddam Hussein.

Bush disse que os EUA são "guiados pela filosofia que se baseia no poder do indivíduo, na sabedoria coletiva dos cidadãos comuns". Isso implica "confiar em que as pessoas sabem o que fazer com seu próprio dinheiro".

Num ataque os aspirantes à candidatura do Partido Democrata à eleição presidencial de novembro, Bush declarou que "há quem diga estar preparado para pagar mais impostos". Ele ameaçou vetar aumentos de impostos e de gastos com emendas parlamentares para financiar pequenos projetos em seus distritos eleitorais.

"Precisamos de escolha do consumidor, não de controle do governo", afirmou o presidente americano para argumentar que os cortes de impostos que propôs se tornem permanentes.

Em política externa, propôs a "expansão do império da liberdade", lembrando que cerca de 40 países lutam ao lado dos EUA contra a milícia fundamentalista dos talebã e a rede terrorista Al Caeda no Afeganistão. Exaltou ainda o sucesso de sua estratégia de reforço das tropas americanas no Iraque, anunciada um ano atrás.

"Os iraquianos estão assumindo o controle de suas vidas. Um Iraque livre vai negar refúgio a Al Caeda", falou Bush, lembrando que no final de 2006 os sunitas se rebeleram contra Al Caeda e passaram a apoiar os EUA.

Também defendeu a criação de um Estado palestino democrático até o final do ano e disse que os EUA se opõem às ditaduras de Cuba, Zimbábue, Bielorrúsia e Birmânia.

Annan pressiona quenianos a parar matança

O ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan está pressionando o presidente Kwai Kibaki, e o líder da oposição no Quênia, Raila Odinga, a nomear representantes para negociar a paz e acabar com a onda de violência que matou cerca de 800 pessoas desde a eleição presidencial de 27 de dezembro, denunciada pela oposição como fraudulenta.

Desde domingo, cerca de 100 quenianos foram mortos em conflitos tribais entre os quicuios, que dominam a economia e a política do país mais rico do Leste da África, e os luos, etnia de Odinga. Essas tribos nunca se reconciliaram dos conflitos estimulados pelo Império Britânico para dividir a população local, exacerbados por políticos desde a independência do país, em 1963.

"O que é mais alarmante nos últimos dias é que evidentemente há mãos ocultas organizando a violência agora", observou o ministro britânico para a África, Mark Malloch Brown. "As milícias estão aparecendo e os alvos são muito específicos".

Ambos os lados se acusam de genocídio.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Seqüestradores soltam 250 crianças no Paquistão

Os seqüestradores que tomaram uma escola no Paquistão libertaram 250 crianças que mantinham como reféns e se entregaram a líderes tribais, no Noroeste do país. As informações são de que se tratam de criminosos comuns e não de extremistas muçulmanos.

Em Londres, depois de se encontrar com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o ditador paquistanês atribuiu a ação a extremistas.

De qualquer maneira, é mais um sintoma da violência endêmica e da falta de controle do governo sobre o país.

Bolsas da Ásia e da Europa operam em queda

Por causa do medo dos investidores de uma recessão global, as bolsas de valores da Ásia e da Europa voltaram a cair neste segunda-feira.

Um estudo do banco de investimentos americanos Goldman Sachs indicando que o Japão está em recessão e uma violenta tempestade de neve que paralisou as atividades em diversas regiões da China enervaram os investidores neste momento de incerteza, em que ainda não sabe qual o total do prejuízo no mercado de crédito hipotecário nos Estados Unidos.

A maior baixa foi na Bolsa de Xangai, na China, onde as ações perderam em média 7,2%, em parte porque uma nevada paralisou as atividades em diversas regiões do país, com prejuízos estimados em mais de US$ 3 bilhões. Na Europa, as quedas são de 1% a 2%.

Violência tribal aumenta de novo no Quênia

A violência étnica voltou a explodir no Quênia, um dos principais países do Leste da Ásia. Pelo menos 100 pessoas foram mortas desde domingo, aumentando para cerca de 800 o total de mortes desde a eleição presidencial de 27 de dezembro de 2007, denunciada como fraudulenta pela oposição.

Os piores conflitos neste momento acontecem no Grande Vale da África, onde turbas armadas com facões, paus e pedras atacam membros de tribos inimigas. Em Nakuru e Naivacha, quicuios, da etnia do presidente Mwai Kibaki, investiram contra os luos, da tribo do líder da oposição, Raila Odinga, que responsabilizam pela violência ocorrida logo após a eleição.

É o pior momento da história do país desde a independência do Império Britânico, em 1963.

Egito volta a fechar fronteira com Faixa de Gaza

A polícia do Egito bloqueou nesta segunda-feira as passagens no muro que marca a fronteira com a Faixa de Gaza. Elas foram abertas à força por palestinos do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na quarta-feira, 23 de janeiro, para romper o fechamento imposto por Israel há 10 dias, que cortou os suprimentos de energia e alimentos para o território, uma estreita faixa de areia junto ao Mar Mediterrâneo onde vivem 1,4 milhão de palestinos, numa das maiores concentrações populacionais do mundo.

Na quarta-feira, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, se reunirá na próxima quarta-feira, 30 de janeiro de 2008, com o ditador egípcio, Hosni Mubarak, no Cairo, para discutir a situação.

Protestos violentos causam oito mortes no Líbano


Pelo menos oito pessoas morreram e outras 22 foram feridas domingo em Beirute, em um dos dias de maior violência doméstica desde o fim da guerra civil no Líbano (1975-90). A maioria dos mortos era ligada aos partidos oposicionistas xiitas Amal e Hesbolá (Partido de Deus).

Os protestos de domingo começaram no bairro de Mar Mikhael, no Sul de Beirute, perto de onde aconteceu o massacre de palestinos que deflagrou a guerra civil.

A situação se agravou quando um ativista da Amal, Ali Hassan Hamza, foi mortalmente baleado quando apelava a seus companheiros para atender aos pedidos do Exército para dispersar uma manifestação contra cortes de energia elétrica.

Mais tarde, uma granada de mão foi jogada em Ain al-Rummaneh, um bairro cristão próximo de Mar Mikhael. Homens armados circulavam pelas ruas. Houve violentos tiroteios nos bairros cristão e xiita.

Vários carros foram incendiados. Os manifestantes também queimaram pneus e usaram o fogo para bloquear diversas ruas, inclusive o acesso ao aeroporto da capital.

A violência se alastrou além dos bairros xiitas do Sul de Beirute e chegou ao Vale do Becá, no Leste do Líbano.

O governo pró-ocidental do Líbano acusou os partidos xiitas de manipular os movimentos sociais com objetivos políticos.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Uribe manda cercar as FARC

Em uma demonstração de força, o presidente Álvaro Uribe decidiu pressionar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Mandou o Exército cercar as áreas onde a guerrilha esquerdista mantêm reféns para forçá-las a negociar sua libertação.

"A instrução para a força pública é localizar os lugares onde estão os seqüestrados, cercá-los e, no momento em que estiverem sitiados, convocar a comunidade nacional e internacional para definir um procedimento humanitário para a libertação total", declarou o presidente colombiano no sábado, 26 de janeiro de 2008.

Isto pode deteriorar ainda mais as relações com a Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez acusou ontem a Colômbia de querer uma guerra contra a Venezuela

Ao negociar a libertação de duas reféns, Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, Chávez mostrou estar mais próxima da guerrilha do que do governo colombiano, especialmente ao pedir à sociedade internacional que não considere mais as FARC um grupo terrorista e as declare "forças beligerantes".

As FARC querem trocar 43 políticos seqüestrados por 500 guerrilheiros presos e têm em Chávez seu principal aliado. Para negociar, exigem a desmilitarização dos municípios de Florida e Pradera. Uribe rejeita esta reivindicação. Alega que daria uma vantagem militar à guerrilha.

Iraque lança ofensiva contra Al Caeda em Mossul

O primeiro-ministro Nuri al-Maliki lançou uma grande ofensiva contra a rede terrorista Al Caeda na cidade de Mossul, no Norte do Iraque, prometendo uma "batalha decisiva" depois que dezenas de pessoas foram mortas em ataques a bomba.

Pelo menos 35 pessoas foram mortas e outras 217 feridas num grande ataque a bomba na quarta-feira que destruiu um edifício e diversas casas em Mossul, a terceira maior cidade do país, capital da província de Nínive.

"Criamos um centro de operações em Nínive para a batalha final contra Al Castro e os remanescentes do antigo regime" de Saddam Hussein, anunciou Maliki na sexta-feira. "Hoje [sexta-feira], nossas forças estão marchando em direção a Mossul. O crime cometido pela Caeda na quarta-feira foi seu último recurso. Derrotamos a Al Caeda no Iraque. Só falta Nínive".

Na opinião dos estrategistas americanos, Mossul é o "centro de gravidade estratégico" da Caeda no Iraque por sua ligação rodoviária com a fronteira da Síria, por onde entra no país se infiltra a maioria dos combatentes sunitas.

Terroristas planejavam vários ataques na Europa

Os 10 extremistas muçulmanos presos na semana passada em Barcelona planejavam realizar atentados terroristas suicidas combinados, no estilo da rede Al Caeda, na Espanha, Alemanha, França, Portugal e Reino Unido, afirmou o jornal espanhol El País citando um informante infiltrado no grupo.

"Se atacarmos o metrô [de Barcelona], os serviços de emergência não conseguirão chegar lá", disse um terrorista suicida citado pelo informante. "Nosso alvo preferencial é o transporte público."

Na semana passada, o ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, revelou que o ataque contra o metrô de Barcelona seria realizado entre 18 e 20 de novembro, mas ressalvou que a informação se baseava em uma única fonte, o agente infiltrado.

A célula terrorista desmantelada tinha seis homens-bomba, dois especialistas em explosivos e dois ideólogos, declarou na semana passada o procurador-geral da Espanha, Cándido Conde-Pumpido. Nove são paquistaneses e o outro é um indiano muçulmano.

Dois grupos de terroristas iriam para estações de metrô diferentes. As bombas seriam escondidas em mochilas pelos suicidas e detonadas por controle remoto por outros integrantes dos grupos.

Outros dois grupos de terroristas suicidas atacariam outra cidade espanhola. Pelo menos um homem-bomba foi designado para se explodir na Alemanha, três na França e um em Portugal. Não foram mencionadas cidades e datas para esses atentados.

Al Caeda assumiria a responsabilidade pelo atentado contra Barcelona através de Baitullah Mehsud, um comandante dos talebã paquistaneses apontado pelo governo do Paquistão como mandante do assassinato da líder oposicionista Benazir Bhutto.

"Só a liderança da organização sabe que exigências o emir fará depois do primeiro ataque", advertiu o líder da célula terrorista. "Se elas não forem aceita, haverá um segundo ataque e um terceiro. E depois, na Alemanha, na França, no Reino Unido e em Portugal. Há muita gente preparada a postos nestes países."

Desde os atentados de 11 de março de 2004 contra o sistema de transportes de Madri, que mataram 191 pessoas e feriram outras 1,8 mil, a polícia espanhola prendeu mais de 300 fundamentalistas muçulmanos suspeitos de terrorismo.

Os atentados, às vésperas das eleições legislativas, provocaram a derrota do governo conservador do primeiro-ministro José María Aznar, que os atribui ao grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade).

As próximas eleições serão realizadas em 9 de março.

Morre o ex-ditador indonésio Suharto

Um dos líderes mais corruptos e brutais do século 20, o ditador da Indonésia Mohamed Suharto morreu hoje aos 86 anos. Seu governo foi marcado por graves violações dos direitos humanos, crescimento econômico e corrupção generalizada.

Suharto chegou ao poder na Indonésia em 1965 numa onda de violência anticomunista em que mais de 500 mil pessoas foram mortas, foi um aliado leal dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Promoveu o desenvolvimento econômico do país e caiu em 1998 por causa da crise econômica na Ásia.

PSOE quer dar pílula do dia seguinte de graça

Em uma tentativa de seduzir o eleitorado jovem, o Partido Socialista Operário Espanhol, do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, promete distribuir gratuitamente a pílula anticoncepcional do dia seguinte, se vencer as eleições de março.

"Queremos que qualquer menina possa ir a um hospital ou centro de saúde em qualquer ponto da Espanha e recebir grátis a pílula, se teve uma relação sexual de risco durante as 24 horas do dia e os 365 dias do ano através dos serviços de emergência", declara o PSOE, advertindo: "Nestes casos, não cabe a objeção de consciência de nenhum médico".

Hoje, a pílula para ser tomada depois do ato sexual custa 20 euros e só pode ser vendida com receita médica, o que impede muitas jovens de usá-la.

Nas últimas décadas, aumentou muito na Espanha o número de gravidezes indesejadas de menores de idade. Em 2005, elas fizeram 13 mil abortos.

Zapatero promete 400 euros para cada contribuinte

Em campanha para as eleições parlamentares de março na Espanha, o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero aproveitou o plano anticrise anunciado pelo governo dos Estados Unidos para fazer uma proposta semelhante.

Rodríguez Zapatero promete restituir cerca de 400 euros (cerca de R$ 1.050,88) para cada um dos 13 milhões de espanhóis que declaram imposto de renda. Seria uma atitude inédita no país.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Filha de Kennedy apóia Obama

Caroline Kennedy, a única sobrevivente do núcleo familiar do presidente John Kennedy, apóia o senador Barack Obama na luta pela candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos na eleição deste ano, revelou agora há pouco a rede de televisão americana CNN.

Neste domingo, o jornal The The New York Times publica artigo de Caroline justificando sua escolha. Ela compara Obama a seu pai.

Governador da Flórida apóia McCain

O governador da Flórida, Charlie Crist, acaba de declarar apoio ao senador John McCain na disputa pela candidatura do Partido Republicano à eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos.

A eleição primária do partido na Flórida será realizada na terça-feira, 29 de janeiro. McCain, um moderado, lidera as pesquisas na Flórida, mas está praticamente empatado nas pesquisas com o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, um conservador. Assim, o apoio do governador pode ser decisivo.

Quem fica numa situação difícil é o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani. Ele preferiu não participar das primeiras eleições prévias, concentrando sua campanha na Flórida, e chega à votação sem a mesma visibilidade dos outros aspirantes.

No momento, Giuliani disputa o terceiro lugar nas pesquisas com o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee, mas o terceiro lugar talvez não seja suficiente para manter viva sua candidatura.

Obama obtém ampla vitória na Carolina do Sul

O senador Barack Obama venceu hoje a eleição primária do estado da Carolina do Sul para a escolha do candidato do Partido Democrata à eleição presidencial de novembro de 2008 nos Estados Unidos.

Com 15% dos votos apurados, Obama lidera com 53%, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton tem 28% e o ex-senador John Edwards, 19%.

Mais da metade dos eleitores democratas da Carolina do Sul é de origem africana, o que deu uma vantagem a Obama. Hillary chegou a estar em empate técnico com Edwards nas pesquisas. O terceiro lugar tornaria a derrota amarga. Edwards, por sua vez, esperava um resultado melhor no estado onde nasceu. Ele foi senador pela Carolina do Norte.

A grande batalha será na Superterça-Feira, quando haverá primárias em 22 estados e um dos dos principais candidatos poderá abrir uma vantagem decisiva.

RESULTADO FINAL: Obama, 55%; Clinton, 27%; Edwards, 18%.

Morre líder radical palestino Georges Habache

O fundador da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), Georges Habache, morreu hoje aos 81 anos em Amã, na Jordânia, onde vivia desde 1992. Ele deixara a liderança da FPLP em 2000, depois de 30 anos.

Médico, palestino e cristão, formado na Universidade Americana de Beirute, no Líbano, ele abandonou a profissão para se dedicar a uma luta sem trégua contra a ocupação de Israel e seus aliados ocidentais, marcada sobretudo por seqüestros aéreos.

Habache sempre foi o líder e a face da "frente de rejeição", que recusava qualquer acordo ou concessão. Revoltado com a derrota árabe na Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, declarou-se marxista e passou a pregar uma "guerra popular" e uma revolução no mundo árabe, atribuindo seu anticomunismo do passado a suas "origens burguesas" e sua cultura anglo-saxã.

Filho de uma família de comerciantes gregos ortodoxos, Habache nasceu em Lida, em 1926, 22 anos antes da criação do Estado de Israel. Ele viu a expulsão dos moradores árabes da cidade, inclusive parentes seus.

Chocado, ele iniciou sua militância na universidade, onde fundou o Movimento dos Nacionalistas Árabes. Em 1952, foi para Amã, onde fundou uma escola para refugiados palestinos e uma clínica.

Com a decretação de lei marcial na Jordânia em abril de 1957, Habache foi para a clandestinidade. Por causa de diversos atentados atribuídos ao MNA, foi condenado a 32 anos de reclusão.

A criação da República Árabe Unida, reunindo Egito e Síria, em 1958, sob a inspiração do presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, o atrai para Damasco, a capital síria.

Desde a guerra de 1967, seu ativismo concentrou-se na luta pela libertação da palestina. Em dezembro daquele ano, de volta à Síria, Habache criou a FPLP, unindo os Heróis do Retorno, a Juventude da Vingança e a Frente de Libertação da Palestina chefiada por Ahmed Jibril.

Radical, ele se afastou dos governo árabes e até mesmo de Nasser, quando o presidente egípcio aceitou um plano de desengajamento dos Estados Unidos, e produziu algumas de suas frases mais famosas: "O caminho para Telavive passa por Amã e Beirute" e "A causa palestina tem necessidade, para triunfar, de uma Hanói árabe", pregando a derrubada dos regimes árabes, que considerava coniventes com Israel.

Depois da Guerra do Yom Kippur, em 1973, Habache se afastou da direção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em junho de 1974, ameaçando dividir o movimento se Yasser Arafat concordasse com a realização de uma conferência de paz em Genebra, na Suíça.

Em 1974, Habache foi acusado pela União Soviética de ser um "pseudo-revolucionário". Foi reabilitado em 1979, ao aceitar a fórmula de dois países, um palestino e um judaico, convivendo lado a lado no território histórico da Palestina, e a "solução provisória" proposta por Arafat.

A Guerra Civil no Líbano (1975-90) e a intervenção síria reduziram o poder de barganha de Habache dentro da OLP. O movimento palestino foi se tornando mais moderado até renunciar a luta armada e reconhecer o direito de existência de Israel, em 1988. Habache protestou mas evitou a ruptura. Teria a mesma atitude em 1991, quando foi realizada a conferência de paz de Madri.

Mas, em 1987, nascia o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que tomaria de Habache o manto do radicalismo.

Entre as ações terroristas que lhe são atribuídas por Israel, estão um atentado contra o aeroporto de Lod e Telavive cometido em 1972 por três terroristas japoneses, com 26 mortos; um ataque contra os passageiros da companhia aérea israelense El Al no aeroporto de Orly, em Paris, que causou duas mortes; e o atentado contra a sinagoga da Rua Copernic, também em Paris, em 1980, responsável por duas mortes e ferimentos em outras 70 pessoas.

Habache também foi acusado pelo assassinato de palestinos moderados que considerava "colaboradores" de Israel nos territórios ocupados, como o prefeito de Nablus, Zafer el Masri, em 1986.

ALBA cria banco de desenvolvimento

Cuba, Bolívia, Nicarágua e Venezuela fundaram neste sábado em Caracas o Banco da Alba, a Alternativa Bolivarista para os Povos da América, lançada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, como um contraponto ao projeto americano da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

"O Banco da Alba tomará decisões políticas, não estará preso a definições econômicas e financeiras, o que o diferencia do sistema financeiro internacional", afirmou o ministro venezuelano das Finanças, Rafael Isea. Terá um capital inicial de US$ 1 bilhão.

A 6ª reunião de cúpula do bloco, criado em 14 de dezembro de 2004 por Chávez e o presidente cubano, Fidel Castro, aprovou ainda a entrada da ilha caribenha de Dominica.

Chávez aproveitou a reunião de cúpula para atacar os Estados Unidos e a Colômbia, denunciando uma conspiração americana para atacar a Venezuela. Recebeu o apoio do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), um antigo inimigo dos EUA.

Ortega afirmou que a Colômbia está "ocupada militarmente pelos EUA", que "tratam de acabar com este espaço que a ALBA está abrindo na América Latina".

Já o presidente boliviano, Evo Morales, somou-se às acusações ao "império" alegando que, "por trás da luta contra o narcotráfico, estão os interesses dos EUA". Sob este pretexto, afirmou, os americanos "tratam de intervir" em países do continente.

Morales disse que é preciso acabar com o consumo de cocaína, mas insistiu em que a luta contra as drogas ilegais é "um grande instrumento do império para o controle geopolítico".

Em mais uma de suas provocações, Chávez mascou folhas de coca ao lado de Morales, que começou na política liderando o movimento dos produtores de coca contra a política de erradicação imposta pelos EUA.

Annan pede investigação sobre violência no Quênia

O ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan pediu hoje uma investigação sobre a onda de violência que matou cerca de 700 pessoas no Quênia desde a eleição presidencial de 27 de dezembro. Quer garantir que os responsáveis por graves violações dos direitos humanos" serão punidos.

Depois que a reeleição do presidente Mwai Kibaki foi rejeitada pela oposição como fraudulenta, o país viveu um clima de caos. A oposição é acusada de organizar a violência.

Seu candidato, Raila Odinga, afirma que a reação popular foi espontânea. Em resposta, o governo mandou a polícia atirar para matar.

Preso corretor que deu prejuízo recorde

A polícia da França prendeu o corretor Jérôme Kerviel, de 31 anos, responsável pela maior fraude já realizada contra um banco, o Société Générale, no valor de 4,9 milhões de euros, cerca de US$ 7,2 bilhões ou R$ 12 bilhões.

Ele está detido na delegacia da polícia financeira, no Sudeste de Paris.

Para o presidente francês, Nicolas Sarkozy, está na hora de reformar "um sistema financeiro que perdeu o sentido. Se é possível lucrar em poucas horas, também pode haver perdas gigantescas em poucas horas".

Terroristas podem tomar países, adverte Karzai

Se não houver maiores esforços para conter o extremismo, especialmente no vizinho Paquistão, o Afeganistão corre o risco de cair mais uma vez em poder dos terroristas, advertiu na sexta-feira, 25 de janeiro, o presidente afegão, Hamid Karzai.

"Entendo que é preciso fazer um esforço maior e mais robusto, concentrado no objetivo certo", disse Karzai em entrevista à rede de televisão americana CNN durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

"A luta contra o terrorismo não é só no Afeganistão", acrescentou. "Uma pequena parte pode ser no Afeganistão, mas a maior parte é nos refúgios onde os terroristas são treinados e motivados. É lá que precisamos ir e, se não fizermos isso, este ciclo vicioso vai continuar".

Esses refúgios ficam em zonas tribais na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. Nos últimos dias, os Estados Unidos ofereceram tropas para ajudar o Paquistão no combate ao terrorismo.

O governo paquistanês reluta em aceitar porque seria extremamente impopular. Já os EUA temem desestabilizar ainda mais o único país muçulmano com armas nucleares.

Líder das FARC teria câncer terminal

Um guerrilheiro preso pelo Exército da Colômbia afirmou, em entrevista à cadeia de rádio e TV RCN, que há uma luta interna pelo poder nas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) porque o comandante Manuel Marulanda, o Tiro-certeiro, está doente.

Na quinta-feira, o Correio Braziliense noticiou que Marulanda tem câncer terminal, citando como fonte um analista da Agência Brasileira de Informação (Abin).

Chávez acusa Uribe de ser peão dos EUA

O presidente venezualano, Hugo Chávez, aumentou ainda mais a tensão com a vizinha Colômbia ontem, acusando o presidente Álvaro Uribe de "ser um peão do império" e de estar tramando uma guerra contra a Venezuela durante a visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a Bogotá.

Chávez rompeu com Uribe quando negociava a libertação de reféns seqüestrados pelo grupo guerrilheiro de esquerda Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Agravou a situação ao tentar legitimar as FARC como força política, declarando que não é um grupo terrorista mas bolivarista, isto é, seu aliado.

Uribe, por sua vez, bate recordes de popularidade. Com a libertação de três reféns e os ataques chavistas, tem o apoio de mais de 80% da população colombiana, que apóia sua estratégia militar contra a guerrilha, negando-lhe legitimidade política.

Fronteira de Gaza ainda está aberta

Apesar da iniciativa das autoridades do Egito para tentar fechar sua fronteira com a Faixa de Gaza, retroescavadeiras do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) abriram novas brechas no muro.

Agora, são 8h de sábado e a BBC mostra imagens ao vivo de Gaza com os palestinos cruzando a fronteira livremente para fugir do bloqueio imposto por Israel desde o dia 17 em retaliação aos ataques de foguetes contra seu território.

Generais querem uso preventivo de arma nuclear

Em um mundo mais incerto e imprevisível, com redes terroristas internacionais, cinco ex-chefes de Estados-Maiores de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) defendem o uso preventivo de armas nucleares para impedir um ataque inimigo com armas de destruição em massa.

O documento Rumo a uma grande estratégia para um mundo incerto foi escrito pelo general americano John Shalikashvili, ex-comandante da OTAN na Europa, o marechal britânico Peter Inge, o general alemão Klaus Naumann, ex- presidente do comitê militar da OTAN, o general holandês Henk van den Breemen e o almirante francês Jacques Lanxade. Será examinado na próxima reunião da OTAN, em Bucareste, na Romênia, em abril.

Ouro bate recorde a mais de US$ 920 a onça

Com a paralisação das minas da África do Sul, segundo maior exportador mundial, os preços do ouro beteram recordes.

Na Bolsa Mercantil de Londres, a onça de 28,35 gramas de ouro foi cotada a US$ 923,40 e a de platina em US$ 1.697.

Os metais preciosos são alternativas para investidores assustados em épocas de crise. Com a queda tanto nos preços das ações quanto do dólar, o ouro e a platina estão entre os poucos portos seguros.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Inflação japonesa sobe para 0,8% ao ano

Sob pressão da alta nos preços do petróleo, o índice de crescimento de preços no Japão dobrou de novembro para dezembro, chegando a 0,8% ao ano. Isso cria um dilema para o Banco do Japão no momento em que a segunda maior economia do mundo volta a dar sinais da estagnação que a paralisou nos anos 90.

Excluídos os preços de energia e de alimentos, houve uma deflação de 0,1% ao ano, mesma taxa de novembro.

O Banco do Japão está sob pressão para reduzir sua taxa básica de juros, atualmente em 0,5% ao ano, para estimular a economia. Mas alguns membros do seu comitê de política monetária estão mais preocupados com a inflação.

Ao depor nesta sexta-feira, 25 de janeiro, na Dieta, o parlamento japonês, o presidente do banco, Toshihiko Fukui, admitiu que o crescimento no ano fiscal que termina em 31 de março ficará em torno de 1%, abaixo da previsão oficial anterior de 1,8%.

Fukui rejeitou o argumento do deputado Kozo Yamamoto, um duro crítico da política monetária, que propõe um corte de juros imediato para evitar a recessão.

"Mesmo que a crise se agrave, vamos examinar calmamente as condições e tomar as decisões de política monetária apropriadas", declarou Fukui, cujo mandato termina em março. "Vamos conduzir a política monetária baseados na crença de que o Japão pode continuar a crescer de maneira estável".

Na interpretação dos analistas, ele quis dizer que, embora o banco não tenha urgência em aumentar os juros, é mais provável que o próximo movimento seja para cima.

As minutas do Banco do Japão revelam que alguns membros do comitê de política monetária acreditam que os consumidores estão aceitando aumentos de preços e que as empresas mostram maior tendência de repassar custos aos preços. Temem que "a taxa de inflação seja maior do que esperado, se as expectativas de inflação aumentarem".

Egito começa a fechar fronteira com Gaza

Com arame farpado e canhões de água, o Egito começou a fechar hoje a fronteira com a Faixa de Gaza, aberta à força na quarta-feira por militantes palestinos que explodiram um trecho do muro para escapar do bloqueio imposto por Israel desde 17 de janeiro.

Tropas do Egito patrulham os trechos abertos da fronteira. Os correspondentes da TV britânica BBC em Gaza informam que os soldados egípcios pararam há pouco de impedir os palestinos de entrar e sair do Egito. Retroescavadeiras do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) abriram novas brechas no muro

As Nações Unidas estimam que 700 mil palestinos, metade da população de Gaza, cruzaram a fronteira para fazer compras, principalmente de alimentos e combustíveis. Israel teme que os militantes do Hamas aproveitem a oportunidade para contrabandear armas.

O Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza em junho passado, depois de derrotar as forças da Fatah (Luta), partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), em junho de 2007.

Bush e Congresso acertam pacote econômico

O presidente George Walker Bush e a oposição democrata chegaram a um acordo para adotar medidas de estímulo da ordem de US$ 150 bilhões para evitar uma recessão nos Estados Unidos.

A proposta central do pacote é uma restituição de impostos no valor de US$ 100 bilhões para 117 milhões de famílias. Em poucos meses, a maioria dos contribuintes que pagam imposto de renda receberá pelo correio um cheque de US$ 600.

Quem ganha pelo menos US$ 3 mil e está isento do imposto de renda deve ganhar de US$ 300 a US$ 600. Todos ganham mais US$ 300 por filho.

A maioria democrata promete enviar a lei para sanção presidencial até 15 de fevereiro. Neste caso, os cheques devem chegar aos lares americanos entre maio e julho.

Para estimular as empresas a investir em novos equipamentos, haverá possibilidade de uma dedução adicional de até 50%. As pequenas empresas poderão deduzir até US$ 250 mil em despesas na sua declaração de renda, o dobro do permitido hoje.

Giuliani luta para salvar candidatura

Em terceiro lugar nas pesquisas para a eleição primária de 29 de janeiro na Flórida, a candidatura à Casa Branca do ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani começa a ser questionada.

Giuliani desprezou as primeiras prévias, onde não tinha grandes chances, e apostou todas as suas fichas na Flórida. Ignorou que seus adversários na disputa pela candidatura do Partido Republicano à eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos chegariam à Flórida embalados por vitórias anteriores.

Até agora, o senador John McCain ganhou em Novo Hampshire e na Carolina do Sul; o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, em Michigan, Nevada e Wyoming; e o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee, em Iowa.

Resultado: na média das pesquisas na Flórida, McCain tem 27% e Romney está com 25%. Giuliani tem o apoio de apenas 16% dos republicanos no estado. Disputa o terceiro lugar com Huckabee.

Como não há muitos indecisos na Flórida, Rudy tem poucas chances de se recuperar até a próxima terça-feira. Ele mudou um pouco seu discurso de campanha. Passou da idéia de uma "liderança testada" pelos atentados de 11 de setembro de 2001 para uma fórmula da combate à crise econômica, prometendo "o maior corte de impostos da História dos EUA", um tema que agrada ao eleitorado republicano.

Estilo de vida ocidental dá câncer de seio

A incidência de câncer de seio aumentou 80% no Reino Unido desde os anos, atingiu níveis quase epidêmicos na Europa e nos Estados Unidos, e se espalha pelo resto do mundo. Cerca de 1,3 milhão de novos casos foram diagnosticados em 2007.

Entre as causas, está a prosperidade crescente, que leva à adoção de estilos de vida ocidentais, do consumismo.

Uma dieta rica em gorduras, famílias pequenas, a maternidade adiada e o aleitamento por pouco tempo aumentam o risco de câncer de seio, assim como a obesidade e o consumo de bebidas alcoólicas.

Desde 2006, o câncer de seio superou o câncer nos pulmões, que atinge ambos os sexos, como o tipo mais comum da doença na Europa, por causa das campanhas cada vez maiores contra o tabaco.

Com o rápido crescimento da Ásia, a incidência da doença dobrou no Japão, em Cingapura e na Coréia do Sul. Na China, houve um aumento de 20% a 30% nos últimos 10 anos.

Leia mais no jornal inglês The Independent.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Cai o governo da Itália

O primeiro-ministro Romano Prodi pediu demissão hoje, depois que seu governo de centro-esquerda não obteve um voto de confiança do Senado da Itália.

Agora, o presidente Giorgio Napolitano pode pedir a Prodi que tente formar um novo governo ou antecipar as eleições. Ele pode nomear um governo provisório para realizar uma reforma eleitoral, em uma tentativa de combater a instabilidade crônica do sistema político italiano.

Milícias pró-EUA são alvo de radicais no Iraque

As milícias sunitas que se aliaram aos Estados Unidos contra a rede terrorista Al Caeda e outros grupos rebeldes estão sendo alvo de uma onda de bombas e assassinatos que ameaça esse elo fundamental na nova estratégia americana para o Iraque.

Pelo menos 100 milicianos sunitas foram mortos nos últimos 30 dias.

Leia mais no jornal americano The New York Times .

UE lança plano contra aquecimento global

A União Européia anunciou ontem um plano ambicioso para reduzir suas emissões de gases que agravam o efeito estufa, causando o aquecimento da Terra, e desafiou os Estados Unidos a seguir seu exemplo.

Até 2020, 20% da energia consumida pelos europeus deverá vir de fontes renováveis.

Veja os detalhes no jornal inglês The Guardian.

Fraude dá prejuízo de US$ 7,2 bi a banco francês

O banco Société Générale, o segundo maior da França, teve um prejuízo de 4,9 bilhões de euros (US$ 7,2 bilhões) por causa de uma fraude realizada por um operador desonesto.

Jérôme Kerviel, de 31 anos, está desaparecido. Ele trabalhava na mesa de operações do mercado europeu de derivativos, em Paris, e foi descrito pelo presidente do Banco da França como um "gênio da fraude". Foi descoberto quando um supervisor descobriu uma transação acima do valor-limite estipulado pelo banco e deu o alerta.

Depois do anúncio, a negociação de ações do banco foi suspensa.

Em entrevista à TV britânica BBC, o ex-corretor Nick Leeson, que quebrou em 1995 o Barings, o mais antigo banco de investimentos do centro financeiro de Londres, com um prejuízo de 900 milhões de libras (US$ 1,4 bilhão pelo câmbio da época) na sua filial em Cingapura, tentou explicar como esses processos acontecem.

É um ambiente ultracompetitivo, onde operadores inteligentes ganham fortunas e manipulam quantias formidáveis, mas também de alto risco.

Para um corretor de prestígio, que conhece o funcionamento do sistema, é enorme a tentação de esconder suas perdas. Ou seja: faltou supervisão. Leeson era um livre-atirador.

Quando os prejuízos aumentaram, a única alternativa a assumir a perda era fazer apostas ainda mais altas, na expectativa de se recuperar. Sem sucesso, cresce o passivo.

Aparentemente, Kerviel não se beneficiou de suas fraudes.

Israel quer se desligar da Faixa de Gaza

Israel quer cortar suas ligações com a Faixa de Gaza, controlada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), afirmou hoje o vice-ministro da Defesa israelense, Matan Vilnai.

Militantes do Hamas destruíram ontem um trecho do muro que separa o território do Egito, permitindo a saída de até centenas de milhares de palestinos que sofrem com um bloqueio imposto por Israel em retaliação contra os ataques de foguete.

Milhares de palestinos voltaram a atravessar nesta quinta-feira, 24 de janeiro, a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, aberta ontem pela explosão de um muro.

O Hamas pagou os salários de seus 16 mil funcionários em Gaza. Com as lojas vazias por causa do bloqueio israelense, que permite apenas o ingresso de uma quantidade limitada de combustíveis, e a explosão do muro, a saída foi comprar no Egito.

Agora, Israel quer transferir para o Egito serviços como suprimento de água, energia e medicamentos, explicou o vice-ministro da Defesa: "É preciso entender que, quando Gaza está aberta para o outro lado, perdemos a responsabilidade por ela. Então, queremos nos desligar.

Um porta-voz do Hamas, que assumiu o controle total de Gaza em junho de 2007, depois de derrotar as forças da Fatah (Luta), do presidente palestino, Mahmoud Abbas, alegou que Israel não pode se eximir de responsabilidade "porque Gaza ainda é um território ocupado". Mas a idéia não agradou um assessor de Abbas, que vê uma tentativa de Israel de separar Gaza da Cisjordânia, o outro território palestino ocupado.

Prodi está sob pressão para renunciar

Com dificuldade para receber um voto de confiança do Senado, o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, está sob pressão para pedir demissão. Será o fim do 62º governo italiano do pós-guerra.

Prodi venceu com facilidade na Câmara, por 326 a 275. Mas o governo perdeu sua escassa maioria no Senado com a defecção de um pequeno partido de centro acusado de corrupção.

Se as eleições forem antecipadas, o favoritismo é da coligação direitista liderada pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o homem mais rico da Itália, repetidamente acusado de corrupção.

Bolsas da Ásia operam em alta

Depois da espetacular alta de quase 300 pontos no Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova Iorque, quase todas as bolsas da Ásia estão subindo nesta quinta-feira pelo segundo dia consecutivo.

A exceção é Hong Kong, onde os investidores estão realizando lucros depois da forte recuperação de ontem, de cerca de 10%.

China já está crescendo menos

A economia da China cresceu 11,4% em 2007, o ritmo mais forte em 13 anos, mas desacelerou-se no final do ano passado, com a queda da demanda global causada pela crise de crédito nos Estados Unidos e medidas tomadas pelo governo chinês para controlar a inflação e os empréstimos bancários.

Leia mais no jornal inglês Financial Times.

Fillon quer congelar gastos públicos

No mais ambicioso programa de reformas econômicas e sociais desde os anos 60, o primeiro-ministro François Fillon planeja congelar os gastos públicos na França pelos próximos cinco anos.

Antes de se tornar o primeiro chefe de governo da França a falar no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, em 25 anos, Fillon deu entrevista ao jornal inglês Financial Times.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Mais de 350 mil palestinos fogem de Gaza

Diante da escassez de alimentos e de energia causada pelo bloqueio israelense à Faixa de Gaza, mais de 350 mil palestinos teriam aproveitado a explosão de um muro da fronteira com o Egito para escapar do território.

Israel adotou a medida em retaliação contra os ataques de foguetes lançados contra seu território por guerrilheiros do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e da Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina.

Desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza, em junho passado, depois de derrotar os militantes da Fatah, partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, Israel declarou que o território é uma "entidade hostil".

Mais de 1,4 milhão de palestinos vivem na Faixa de Gaza, em uma das maiores concentrações populacionais do mundo. Ao desemprego crônico, somam-se agora a falta de comida e de energia, aumentando o desespero dos palestinos.

No final de 2007, Israel retomou as negociações de paz com Abbas mas exclui o Hamas porque este partido islamita nega-se a abandonar a luta armada e a reconhecer Israel.

A União Européia condenou o bloqueio de Gaza como "punição coletiva".

Sarkozy promete 45 mil empregos para pobres

O governo da França pretende criar nos próximos três anos 45 mil empregos para jovens moradores de 300 bairros pobres, onde o índice de desemprego chega a ser cinco vezes superior à média nacional.

A apresentação oficial do plano, com suas propostas formais, será feita em 8 de fevereiro pelo presidente Nicolas Sarkozy.

Explosões matam 17 no Norte do Iraque

A violência explodiu em vários lugares do Norte do Iraque nesta quarta-feira, com os insurgentes reagindo à ofensiva dos Estados Unidos contra a rede terrorista Al Caeda e outros grupos rebeldes.

Pelo menos 17 pessoas morreram nas explosões e os americanos afirmaram ter morto pelo menos 20 militantes.

Em Zanjili, ao sul de Mossul, na província de Nínive, 12 pessoas morreram e outras 130 ficaram feridas na explosão de um prédio residencial.

A polícia de Mossul informou que o Exército do Iraque soube que havia uma célula terrorista no prédio. Quando se aproximou, os insurgentes detonaram seu arsenal, talvez acidentalmente, abalando a estrutura do edifício.

Em Debis, perto da cidade de Kirkuk, pelo menos cinco pessoas morreram e outras 11 foram feridas pela explosão de um carro-bomba num mercado movimentado. O alvo era uma patrulha da polícia.

O comando militar americano declarou que as forças da coalizão liderada pelos EUA mataram 15 "terroristas" na terça e na quarta-feira.

GM e Toyota disputam liderança

Depois de 70 anos de domínio da General Motors, a empresa japonesa Toyota ameaçou em 2007 a posição da GM como maior fabricante de automóveis do mundo.

A GM said anunciou a venda de 9.369.524 milhões no ano passado, um acréscimo de 3% em relação ao ano anterior.

A Toyota revelou números preliminares, dizendo ter vendido 9,37 milhões. Até o final do mês, promete divulgar dados mais precisos.

Bolsa de Nova Iorque sobe quase 300 pontos

Numa recuperação impressionante, mas que não afasta o temor de uma recessão global, a Bolsa de Valores de Nova Iorque se recuperou de uma queda de 300 pontos durante a manhã e fechou em alta de 298,98 pontos (+2,5%).

O S&P subiu 2,14% e a Nasdaq, 1,05%.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Fed baixa taxa básica para 3,5% ao ano

Em uma medida de emergência, diante do agravamento da crise financeira, o Federal Reserve Board, banco central dos Estados Unidos, baixou hoje sua taxa básica de juros em 0,75 percentual, para 3,5%.

O Fed agiu depois que as bolsas da Ásia desabaram mas na Europa o mercado teve tempo de reagir, fechando em alta.

A Bolsa de S. Paulo fechou em forte alta, de 4,45%.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Argentina importa 43% mais que na dolarização

A importação bateu recorde na Argentina, chegando a US$ 44,78 bilhões em 2007, 43% a mais do que em 1998, no auge da dolarização da economia promovida no governo Carlos Menem (1989-99).

Houve um aumento significativo na importação de bens intermediários, o que sugere não apenas consumo mas investimento em modernização capaz de garantir o crescimento sustentado da economia.

China recebeu US$ 83 bi de investimento externo

A China recebeu US$ 82,66 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em 2007, um aumento de 13,8% em relação ao ano anterior.

Pelo quinto ano seguido, a economia chinesa deve crescer dois dígitos em 2007, graças principalmente às exportações e aos investimentos externos.

Filho de Ben Laden repudia luta do pai

Um filho de Ossama ben Laden, o terrorista mais procurado do mundo, disse ter aconselhado o pai a se afastar da violência e a buscar outros caminhos para realizar suas idéias.

Em entrevista à rede de televisão americana CNN, Omar ben Laden, casado com uma inglesa duas vezes mais velha do ele, contou ter pouco contato com o pai, que teria visto pela última vez em 2000, quando abandonou a luta armada, com o consentimento de Ossama.

Ele não quis dizer se o pai está ou não escondido nas montanhas entre o Paquistão e o Afeganistão. Considera que Ossama está bem protegido pela lealdade das tribos locais.

Radical vence primeiro turno na Sérvia

Com 39% contra 35% dos votos, o nationalista radical Tomislav Nikolic venceu o atual presidente da Sérvia, Boris Tadic, no primeiro turno de uma eleição presidencial dominada pela questão da independência do Kossovo, uma província que está no centro do mito nacionalista sérvio mas onde a maioria hoje é albanesa.

Depois de uma cruel repressão ordenada pelo ditador sérvio Slobodan Milosevic no final dos anos 90 e de uma guerra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1999, a reconciliação entre sérvios e albaneses no Kossovo é praticamente impossível. A província marcha para declarar sua independência depois das eleições sérvias.

Os nacionalistas radicais ameaçam suspender o processo de integração à União Européia, se os países da UE reconhecerem a independência do Kossovo, e se aproximar da Rússia.

Esse clima de confrontação e a sensação de injustiça histórica são marcas do belicoso nacionalismo sérvio. Mais uma vez, a Sérvia se coloca numa encruzilhada entre Ocidente e Oriente.

Milosevic morreu do coração na prisão do tribunal internacional de Haia, na Holanda, enquanto aguardava julgamento por crimes contra a humanidade. O presidente do Partido Radical Sérvio, Vojislav Seselj, também está preso em Haia.

O segundo turno será realizada em 3 de fevereiro.

Bolsas desabam com medo de recessão global

As bolsas de valores desabaram no mundo inteiro nesta segunda-feira, com medo de que os Estados Unidos entrem em recessão e arrastem o resto do mundo pelo mesmo caminho.

Hoje era feriado em homenagem a Martin Luther King Jr. nos EUA. A Bolsa de Valores de Nova Iorque não funcionou. Mas a derrubada geral nos preços das ações, atribuída aos problemas da maior economia do mundo, começou na Ásia, com baixas de mais de 5% em Cingapura e Hong Kong, e 3,86% em Tóquio. Em Londres, a queda foi de 5,5% e chegou a 7,2% em Frankfurt, na Alemanha.

"Como o mercado acredita que o problema não é só dos EUA, a aversão ao risco é generalizada", comentou Paul Robson, estrategista de câmbio do Royal Bank of Scotland Global Banking.

domingo, 20 de janeiro de 2008

McCain vence Huckabee na Carolina do Sul

Com 33% dos votos, o senador John McCain venceu a eleição primária de sábado, 19 de janeiro, na Carolina do Sul, superando o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee (30%), o ex-senador Fred Thompson (16%) e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney (15%) na disputa pela candidatura do Partido Republicano à eleição presidencial de novembro de 2008 nos Estados Unidos.

Os republicanos agora se concentram na eleição primária de 29 de janeiro, na Flórida. Uma vitória de McCain o colocará claramente na liderança antes da Superterça-Feira, 5 de fevereiro, quando haverá prévias em 22 estados, o que na prática poderá decidir as disputas.

Bloqueio israelense provoca blecaute em Gaza

O bloqueio das fronteiras da Faixa de Gaza pelas Forças Armadas de Israel já provoca falta de combustível na única usina geradora de eletricidade e um blecauteneste território palestino.

Hillary e Romney ganham em Nevada

A senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, no Partido Democrata, e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, no Partido Republicano, venceram as convenções regionais realizadas no sábado, 19 de janeiro, para escolha dos candidatos à eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos.

Com 97% dos votos apurados, Hillary tinha 51% contra 45% para o senador Barack Obama e apenas 4% para o ex-senador John Edwards.

Assim como em Novo Hampshire, as mulheres garantiram a vitória de Hillary. Quase 60% dos 114 mil convencionais democratas eram mulheres; destas, 51% votaram em Hillary e 38% em Obama.

Na Carolina do Sul, o senador John McCain tem uma pequena vantagem sobre o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee. Nenhum republicano chegou à Casa Branca sem ganhar a primária na Carolina do Sul.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Néstor Kirchner presidirá partido peronista

Depois da muitas negativas, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner decidiu finalmente que será o novo líder do Partido Justicialista.

A partir da próxima semana, ele receberá os líderes das diversas correntes peronistas em seu escrtório em Puerto Madero, no centro de Buenos Aires para fazer um "calendário de normalização" do partido, que está sob intervenção federal.

Dois adversários internos de Kirchner, o ex-presidente Eduardo Duhalde e o governador de San Luis, Alberto Rodríguez de Saá, prometem ficar atentos para tentar evitar uma concentração ainda maior de poderes no casal Kirchner, agora que Cristina Fernández de Kircher tornou-se presidente.

Ataque de culto xiita causa 75 mortes no Iraque

Um culto xiita messiânico entrou em combate com autoridades do Iraque durante o festival religioso da Achura, o mais importante do calendário xiita, causando a morte de pelo menos 75 pessoas nos últimos dois dias.

Na sextas-feira, 18 de janeiro, pelo menos 66 pessoas morreram em violentos combates iniciados pelo culto xiita em duas importantes cidades sagradas do Sul do país: Bássora e Nassíria.

O primeiro-ministro Nuri al-Maliki declarou oficialmente que "as forças militares e de segurança conseguiram o controle total da situação, restaurando a calma".

A Achura comemora o martírio do imã Hussein, neto do profeta Maomé, no século 7.

CIA e Paquistão apontam assassino de Benazir

Os serviços secretos dos Estados Unidos e do Paquistão concluíram que Baitullah Mehsud - líder dos Talebã do Paquistão - foi o mandante do assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.

Logo depois do atentado de 27 de dezembro, o governo paquistanês responsabilizou Meshud dizendo ter gravações telefônicas clandestinas que comprometiam seu grupo radical. O diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) confirmou a suspeita em entrevista ao jornal The Washington Post de sexta-feira, 18 de janeiro.

Meshud age a partir de regiões tribais do Noroeste do Paquistão. As autoridades paquistaneses culpam-no por uma série de ataques, inclusive um nesta semana em que fundamentalistas muçulmanos tomaram um posto militar no Waziristão do Sul.

Terroristas planejavam atacar Barcelona

A polícia espanhola prendeu nas últimas horas 14 suspeitos de planejar um atentado terrorista contra Barcelona, anunciou neste sábado, 19 de janeiro, o ministro do Interior da Espanha, Alfredo Perez Rubalcaba.

O ataque não era iminente, e o ministro não revelou detalhes sobre possíveis alvos. Mas os serviços secretos da Espanha e de outros países europeus advertiram a polícia de que os suspeitos estavam comprando material para fabricar bombas,inclusive detonadores.

"Eles deram um passo além do radicalismo muçulmano. Estavam buscando meios para fabricar explosivos", disse Pérez Rubalcaba.

Doze suspeitos são paquistaneses; os outros dois foram identificados como hindus, o que é uma religião, não uma nacionalidade.

Desde os atentados terroristas que mataram 191 pessoas em 11 de março de 2004 em Madri, a polícia espanhola prendeu mais de 250 suspeitos de terrorismo.

Hackers chantageiam serviços públicos

Piratas de computador estão invadindo os sistemas de informática de grandes empresas de serviços públicos e fazendo exigências sob ameaças, como, por exemplo, cortar o fornecimento de energia elétrica para várias cidades, revelou nesta semana um analista da Agência Central de Inteligência (CIA), o serviço de espionagem dos Estados Unidos.

"Não sabemos quem realizou esses ataques, mas temos certeza de que houve invasão via Internet", declarou Tom Donahue, especialista de segurança cibernética da CIA, na quarta-feira, 16 de janeiro, numa conferência em Nova Orleans, no estado da Louisiana.

O especialista acredita que os piratas, que chegaram perto de um terrorismo cibernético, tinham conhecimento prévio dos sistemas que invadiram, provavelmente passado por funcionários das empresas atacadas.

Leia mais no jornal americano The Washington Post.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

China é maior produtora mundial de ouro

A China acabou com um século de dominação da África do Sul, passando a ser a maior produtora mundial de ouro em 2007, com 276 toneladas, 12% a mais do que em 2006, contra 272 toneladas dos sul-africanos.

A China é a maior produtora de alumínio, chumbo e zinco, e a segunda da estanho.

"FARC são clube de bandidos e traficantes"

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) são um grupo guerrilheiro decadente que não passa hoje de "um clube de bandidos e traficantes", acusa um dos principais líderes guerrilheiros da América Latina, Joaquín Villalobos, ex-comandante da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), de El Salvador.

Leia o artigo publicado no jornal argentino La Nación.

Bush propõe pacote de US$ 145 bi contra crise

O presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, propôs nesta sexta-feira, 18 de dezembro, reduções de impostos no valor de US$ 145 bilhões, entre outras medidas para evitar uma recessão na maior economia do mundo.

A proposta final ainda precisa ser acertada com o Congresso.

O Partido Democrata defende uma ajuda direta aos mutuários que não foram capazes de honrar as prestações da casa própria, causando a crise de crédito hipotecário. Eles correm o risco de perder suas casas. Mais conservador, o Partido Republicano prefere cortes de impostos.

Bush está propondo isenções para empresas e restituição para pessoas físicas.

Depois de dias de forte queda, as bolsas de valores registraram alguma recuperação hoje, com os investidores aproveitando para comprar barganhas. Mas o mercado não se impressionou muito.

A lógica da proposta de Bush é que os americanos receberão cheques pelo correio com devolução do imposto de renda, usarão esse dinheiro para o consumo e assim não haverá recessão.

Em um ano eleitoral, a idéia de mandar cheques pelo correio aos contribuintes recebeu o apoio dos dois grandes partidos.

O problema, na visão dos economistas, é que a crise de crédito hipotecário atingiu sobretudo os bancos e as instituições financeiras. Se não houver medidas específicas para sanear este setor, a crise não acaba.

Leia mais no jornal americano The Washington Post deste sábado.

Venezuela reconhece guerrilha colombiana

A Assembléia Nacional da Venezuela reconheceu oficialmente os dois grandes grupos guerrilheiros de esquerda da vizinha Colômbia, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), como organizações políticas, tirando-lhes a tarja de terroristas.

O projeto aprovado repudia "as listas unilaterais impostas pelo governo dos Estados Unidos" que qualificam como "terroristas" esses grupos colombianos que seriam "movimentos de libertação não-subordinados à dominação".

Para o parlamento venezuelano, amplamente dominado por partidários do presidente Hugo Chávez, a medida é positiva para as negociações de paz na Colômbia. Na realidade, aprofunda o fosso entre os dois governos.

Cada vez mais, Chávez parece mais próximo dos rebeldes, com quem tem um canal de comunicação direta, do que com o governo Álvaro Uribe, com o qual está formalmente rompido.

Na quinta-feira, 17 de janeiro, horas depois de Chávez dizer que fazem planos em Bogotá para assassiná-lo, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela atacou: "O governo colombiano não está comprometido com a paz e, sim, com a obsessão de derrotar a guerrilha militarmente".

Uma semana antes, no dia seguinte à libertação das reféns Clara Rojas e Consuelo González, Chávez declarou que as FARC não são terroristas mas, sim, "um grupo rebelde com um projeto bolivarista".

A reação colombiana foi dura, tanto do governo como da oposição e até da própria Igreja. O ex-presidente Andrés Pastrana, que foi refém, lamentou a declaração afirmando ter passado todo o seu governo tentando convencer a União Européia de que as FARC não eram Robin Hood.

Uribe foi direto: “As FARC são terroristas porque seqüestram”. Se soltarem as centenas de reféns seqüestrados e negociarem a paz, deixam de ser terroristas.

Um dos problemas é o terrorismo de direita, dos grupos paramilitares acobertados pelo governo. Mais de mil militantes da União Patriótica, criada para abrigar ex-guerrilheiros que abandonaram as armas, foram assassinados nos anos 80 e 90.

O bolivarismo é a peça central da ideologia chavista. Baseia-na nas idéias de Simón Bolívar, libertador de cinco países da América do Sul (Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia).

Bolívar era a favor da integração hispano-americana para contrabalançar o poderio dos Estados Unidos, que na verdade admirava. O bolivarismo de Chávez é antes de mais nada uma aliança antiamericana.

Além do nacionalismo, o bolivarismo de Chávez defende uma integração latino-americana nos seus termos. Ou seja: tem um projeto para toda a região. Este projeto começa na Colômbia. Bolívar era a favor da Grã-Colômbia, recriando o Vice-Reino de Nova Granada do tempo da dominação espanhola.

O primeiro passo seria então recriar a Grã-Colômbia. Quando Chávez apóia grupos rebeldes com a visível intenção de que cheguem pelo menos a dividir o poder em Bogotá, está advogando em causa própria, projetando seu sonho imperial pelo país vizinho, suspeito de suas reais intenções.

Diplomaticamente, Uribe está sob grande pressão internacional para negociar a paz. Com sua evidente intenção de tirar proveito político disso, fincando a bandeira de seu movimento no país vizinho, Chávez interfere mais uma vez nos assuntos internos de outro país.

Polícia do Quênia ataca favela de Nairóbi

No final do segundo do terceiro dia de manifestações nacionais de protesto denunciando fraude na eleição presidencial de 27 de dezembro de 2007, a polícia do Quênia invadiu, nesta quinta-feira, a maior favela da capital: Mathare.

Desde quarta-feira, pelo menos 24 pessoas morreram, elevando para mais de 700 o total de mortos desde a reeleição fraudulenta do presidente Mwai Kibaki.

Na quarta-feira, quando o líder da oposição, Raila Odinga, pediu mais uma vez um boicote internacional ao governo queniano, a polícia limitou-se a bloquear a saída da favela para evitar que seus moradores participassem do protesto no centro de Nairóbi. Ontem, a tática da repressão mudou.

Odinga acusou a polícia de cometer uma "orgia de mortes".

GM espera vender 73 milhões de carros em 2008

A empresa americana General Motors, que disputa com a japonesa Toyota a posição de maior fabricante mundial de automóveis, espera vender em 2008 um número recorde de 73milhões de veículos, superando os 71 milhões de 2007.

A GM já foi a maior empresa do mundo. Chegou a ser considerada a terceira maior potência mundial pelo francês Jean-Jacques Servan-Schreiber no livro O Desafio Americano, um clássico dos anos 60.

Com prejuízos recordes nos últimos anos, luta desesperadamente para cortar custos. Anunciou hoje que espera reduzir seus custos estruturais em 23% até 2012, menos do que sua meta anterior, de 25% até 2010. A expectativa é que um acordo coletivo com os sindicatos do setor fechado no final de 2007 proporcione uma economia de US$ 5 bilhões até 2011.

Para 2008, a perspectiva é de um crescimento de vendas em todas as regiões do mundo. Mas o aperto de crédito provocado pela recessão no setor habitacional e a alta da gasolina reduziram a expectativa de venda no mercado americano para 16 milhões de veículos.

Vamos esperar pelos números da Toyota para ver qual é a maior companhia automobilística do mundo.

Israel bloqueia a Faixa de Gaza

O ministro da Defesa de Israel, o general, líder trabalhista e ex-primeiro-ministro Ehud Barak, ordenou o fechamento das fronteiras da Faixa de Gaza, proibindo o trânsito de alimentos, combustíveis e medicamentos. Em caso de emergência, os pacientes palestinos serão autorizados a receber tratamento do outro lado da fronteira, afirmou o governo israelense.

As Forças Armadas de Israel bombardearam duas vezes hoje um antigo prédio do Ministério do Interior controlado pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na cidade de Gaza, matando uma mulher palestina e ferindo outras 60 pessoas.

Esses ataques são retaliações pelo disparo de foguetes contra Israel por ativistas do Hamas e do grupo terrorista Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina.

"Israel vai tomar todas as medidas necessárias para neutralizar esses foguetes", afirmou uma porta-voz israelense.

Com o fechamento das fronteiras de Gaza, a crise econômica tende a se agravar nesse território onde vivem 1,4 milhão da palestinos, em uma das maiores densidades populacionais do mundo. De imediato, pode falar energia.

O Exército de Israel prometeu reavaliar a situação dentro de alguns dias.

Nos últimos três dias, Israel matou pelo menos 30 palestinos. É o maior número de mortos em tão pouco tempo em mais de um ano.

Rússia fecha escritórios do Conselho Britânico

Na sua guerrinha fria com o Reino Unido desde o assassinato em Londres do ex-espião russo naturalizado britânico Alexander Litvinenko, em novembro de 2006, a Rússia fechou todos os escritórios no país do Conselho Britânico, um órgão de promoção cultural da Grã-Bretanha.

O ministro do Exterior britânico, David Miliband, acusou a Rússia de ressuscitar os métodos da Guerra Fria, a grande confrontação entre capitalismo e comunismo que marcou a história da segunda metade do século 20, considerando a atitude russa "repreensível".

Em Moscou, o governo russo alegou que "tentativas de politizar o tema de parte dos britânicos, de distorcer os fatos e de usar uma retórica negativa não ajudam a melhorar as relações bilaterais.

Litvinenko, ligado a líderes da oposição russa como o megaempresário Boris Berezovski, foi envenenado em Londres pelo elemento radioativo Polônio-210 e agonizou durante três semanas.

O principal acusado pela polícia britânica pelo assassinato, Andrei Lugovoi, outro ex-agente russo, foi eleito deputado federal da Duma do Estado (Câmara) em dezembro do ano passado. Goza, agora de imunidade parlamentar. Mas é claro que o Kremlin nunca pensou em extraditá-lo.

Morre Bobby Fischer, gênio do xadrez

Bobby Fischer, o único americano a se tornar campeão mundial de xadrez, ao derrotar o soviético Boris Spassky numa batalha épica durante a Guerra Fria, morreu hoje aos 64 anos no exílio, em Reikjavik, na Islândia, onde a final foi disputada, em 1972.

Há semanas circulavam na internet rumores de que o Mozart do Xadrez estava mal. A rádio nacional da Islândia informou apenas que ele morreu de uma grave doença.

Arrogante e auto-suficiente, Fischer evoluiu de menino-prodígio a herói nacional, mas estava sujeito a prisão nos Estados Unidos por violar as sanções internacionais contra a antiga Iugoslávia ao jogar xadrez com Spassky lá, em 1992.

O ex-campeão mundial Garry Kasparov exaltou Fischer como "o pioneiro e o pai do xadrez profissional".

Kasparov recorda-se do quanto aprendeu assistindo à final de 1972: "Fischer era novo e criativo, então todos crescemos sob forte influência das vitórias de Fischer", declarou o ex-campeão à TV inglesa Sky News.

"Do ponto de vista ideológico, era a luta de um indivíduo contra um sistema totalitário", comentou Kasparov. "Ele tinha torcida na União Soviética. Ninguém via um americano lutando contra os soviéticos. Era mais um grande homem lutando contra uma máquina poderosa".

Fischer foi campeão juvenil dos EUA aos 13 anos e campeão nacional aos 14, retendo seu título contra quem ousasse desafiá-lo. Aos 15, tornou-se grão-mestre. Chegou a derrotar 21 grandes mestres em seqüência.

Com o sucesso espetacular, apareceram também suas excentricidades, seu comportamento imprevisível. Fischer abandonava torneio por problemas com a iluminação ou o ar condicionado, e negava-se a jogar no sábado, dia religioso dos judaico.

Nos anos 60, Fischer se retirou de dois campeonatos mundiais por entender que as regras favoreciam os soviéticos. Pegou sua vasta biblioteca sobre xadrez e foi para a Califórnia estudar. Voltou em 1972 para atingir a glória.

Jamais colocou seu título em jogo. Certa vez, lhe perguntaram quem era o melhor enxadrista do mundo: "É bom ser modesto, mas seria uma tolice não dizer a verdade. É Fischer".

Depois da partida na Iugoslávia em 1992, onde ganhou US$ 3 milhões, Fischer desapareceu. Ressurgiu em 11 de setembro de 2001. Em entrevista a uma rádio das Filipinas, elogiou os atentados terroristas.

No final dos anos 90, ele teria sido visto hospedado em hotéis baratos de Pasadena, na Grande Los Angeles. Sobreviveria com os direitos autorais de seus livros.

Em 2005, ele obteve a cidadania islandesa. Morreu em Reikjavik, a cidade onde viveu sua maior glória.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Dow Jones cai mais de 300 pontos

Com o anúncio do banco Merrill Lynch de que teve no final do ano passado o maior prejuízo trimestral de sua história, US$ 9,83 bilhões, a Bolsa de Valores de Nova Iorque operou em forte queda, com o índice Dow Jones baixando cerca de 300 pontos.

Para enfrentar a crise, o banco recebeu US$ 13 bilhões de fundos de Cingapura, da Coréia do Sul e do Kuwait.

No final do dia, o Índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais ações na Bolsa de Wall St., registrava contração de 306,95 pontos (-2,46%), fechando em 12.159,21. Todas as 30 ações que compõem o índice se desvalorizaram.

O S&P caiu 2,91% e a Nasdaq, 1,99%.

Diante do risco cada vez maior de recessão nos Estados Unidos, os preços do petróleo baixaram, com o barril sendo cotada a US$ 90,13 em Nova Iorque e a US$ 88,75 em Londres.

Bernanke pede estímulo urgente à economia

Ao depor hoje no Congresso dos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, Ben Bernanke, previu que a maior economia do mundo não cairá em recessão em 2008 mas terá "crescimento lento".

Bernanke pediu um estímulo urgente para evitar que isto aconteça. Mas advertiu que qualquer plano deve ser rápido e não pode aumentar significativamente o endividamento público.

"Um estímulo fiscal e montário poderia dar uma sustenção mais ampla à economia do que simplesmente a baixa de taxas de juros", declarou Bernanke".

Os dois grandes partidos estão divididos. Enquanto os republicanos querem incluir no pacote a prorrogação dos cortes de impostos que devem expirar em 2010, os líderes da oposição democrata alertam que isso pode provocar uma longa batalha parlamentar, adiando a aprovação da lei.

A Casa Branca ainda não se pronunciou sobre os detalhes do plano, a serem anunciados nesta sexta-feira pelo presidente George Walker Bush.

Usinas européias terão de absorver carbono

Dentro de dois anos, todas as novas usinas geradoras de energia que usarem combustíveis fósseis na União Européia serão obrigadas a ter mecanismos de absorção e armazenagem de dióxido de carbono, propõe a Comissão Européia, órgão executivo da UE.

A nova diretriz, a ser anunciada na próxima semana, exigirá que os projetos reservem espaço para controlar as emissões dos gases que agravam o efeito estufa, causando o aquecimento da Terra.

Confira na revista científica Nature.

EUA atacaram mais Iraque pelo ar em 2007

Para apoiar o reforço de tropas terrestres, a Força Aérea dos Estados Unidos fez em 2007 seis vezes mais ataques aéreos no Iraque do que em 2006, detonando um total de 1.447 bombas, em contraste com 229 no ano passado. Os principais alvos foram esconderijos da rede terrorista Al Caeda, fábricas de bombas e arsenais clandestinos.

Com informações mais precisas, o alto comando militar americano no Iraque teve mais facilidade para identificar os redutos dos extremistas. Como estava mandando mais soldados por terra, precisa reforçar o apoio aéreo.

Leia mais no jornal The Washington Post.

Airbus bate seu recorde mas perde para a Boeing

A indústria aeronáutica européia Airbus recebeu um número recorde de encomendas em 2007. Ainda assim, ficou atrás de sua concorrente americana Boeing pelo segundo ano consecutivo, num sinal do aquecimento do setor.

Ao longo do ano passado, a Airbus teve 1.341 novas encomendas, um aumento de 70% em relação aos 790 aviões de 2006 e de seu recorde anterior, de 1.055, em 2005. Seu valor total chegou a US$ 157,1 bilhões.

Já a Boeing teve um aumento de vendas de 35%, de 1.044 para 1.413.

Em 2007, as duas empresas receberam um total combinado de 2.754 encomendas de aviões a jato para mais de 120 passageiros. A expectativa é de que este ano seja bem pior.

Brasil aposta na abertura econômica em Cuba

Os acordos comerciais firmados anteontem, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Cuba, revelam uma expectativa do governo e de empresários brasileiros de que haverá uma abertura econômica na ilha depois da morte ou do afastamento definitivo de Fidel Castro.

"O aspecto comercial e econômico é uma aposta de Lula e dos empresários brasileiros de que muito em breve, quando se desenvolver mais a modesta mas continua abertura da economia de Cuba, e quando Fidel Castro não estiver mais no poder, as oportunidades vão se multiplicar para Brasil", declarou o embaixador José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Com valor de US$ 1 bilhão, os acordos prevêem o estabelecimento de marcos de cooperaão em diversas áreas, sobretudo no setor petrolífero, onde a Petrobrás dispõe da tecnologia mais avançada do mundo para exploração em águas profundas. A alta nos preços do petróleo viabiliza a exploração de áreas anteriormente antieconômicas.

Também devem ser construídas novas estradas em Cuba e serem feitos outros investimentos no setor de turismo.

"Lula busca preparar o terreno para investimentos de empresas públicas e privadas que esperam novas oportunidades em Cuba", explicou o embaixador Botafogo.

A Petrobras, fará prospecção e extração de petróleo em águas profundas no Golfo do México. Cuba tem uma zona econômica exclusiva no golfo, dividida em 59 áreas, onde também há investimentos da Índia, Noruega, Malásia, Canadá e Venezuela.

"Até os americanos já acenam para a abertura econômica em Cuba. [O pré-candidato democrata Barack] Obama está dispuesto a iniciar um diálogo com a ilha", comentou Botafogo Gonçalves.

Para os cubanos, o investimento brasileiro ajuda a diminui a crise, além de firmar a posição do país como segundo maior parceiro comercial de Cuba na América latina, atrás apenas da Venezuela de Hugo Chávez.

O comércio bilataral cresceu de US$ 117 milhões, em 2001, para US$ 453 milhões, em 2006.

Durante a visita, Lula declarou que Fidel está plenamente recuperado, em condições de saúde de reassumir todos os cargos de que se afastou em 31 de julho de 2006 para ser submetido a uma cirurgia de emergência. Mas o comandante e líder da revolução cubana admitiu que está muito fraco para falar em público.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

"FARC são terroristas porque seqüestram"

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, reafirmou ontem que "as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) são um grupo terrorista porque seqüestram", entrando na polêmica deflagrada pelo pedido do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de que o grupo guerrilheiro deixasse de ser considerado terrorista.

Uribe disse que deixará de considerar as FARC terroristas se as negociações de paz avançarem e a guerrilheira deixar de cometer atos de violência.

Alemanha teve inflação de 2,2% no ano passado

O índice de crescimento de preços na Alemanha em 2007 foi de 2,2%, o mais alto em 13 anos.

A inflação fora de 1,7% em 2006, 2% em 2005 e 1,6% em 2004.

Inflação americana foi de 4,1% em 2007

O índice de preços ao consumidor cresceu no seu ritmo mais rápido em quase duas décadas nos Estados Unidos em 2007. As contas de energia, alimentação e despesas de saúde pesaram mais no bolso do consumidor, indicando que a maior economia do mundo corre um risco de estagflação, mistura de crescimento baixo com aumento de preços.

A inflação plena de 2007 ficou em 4,1%. O núcleo da inflação, excluídos os preços de energia e alimentos, ficou em 2,4%. Este é o principal indicador observado pelo Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, ao tomar decisões sobre taxas de juros.

Em dezembro, a inflação plena foi de 0,3%, abaixo dos 0,8% de novembro, enquanto o núcleo ficava em 0,2%.

Esses números indicam que a alta nos preços do petróleo está pressionando a inflação, como reconheceu na semana passada o presidente do Fed, Ben Bernanke.

A próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto será em 29 e 30 de janeiro. O mercado espera um corte de juros de meio ponto percentual.

Roedor de uma tonelada viveu no Uruguai

Os restos de um crânio encontrado no litoral do Uruguai indicam que ali viveu o maior de todos os roedores conhecidos, um ratão com peso de uma tonelada.

Para comparar, o maior roeder existente hoje, a capivara, atinge cerca de 60 quilos. O ratão pré-histórico uruguaio tinha dois a três metros de comprimento.

Confira na revista científica Nature.

BBC precisa de mais dinheiro na era digital

O diretor-geral da rádio e televisão pública britânica BBC advertiu ontem que o governo do Reino Unido terá de gastar mais dinheiro se quiser manter o serviço público de telerradiodifusão na era digital.

"Não é uma questão de ficar derramando lágrimas de crocodilo", afirmou Mark Thompson. "A questão é quanto queremos de serviço público de telerradiodifusão e como isso será pago.

Leia a entrevista do diretor da BBC no jornal inglês The Guardian.

Gates critica atuação da OTAN no Afeganistão

Numa rara crítica feita abertamente, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de não saber travar uma guerra contra guerrilheiros, responsabilizando-se pelo ressurgimento da milícia fundamentalista dos Talebã, no Afeganistão.

"Estou preocupado que estejamos enviado assessores militares que não estejam propriamente treinados e que algumas forças militares não saibam realizar operações contra-insurgência", declarou Gates ao jornal Los Angeles Times.

A discussão pública dos problemas da guerra revela a desunião entre os comandantes americanos e da OTAN, a aliança militar entre os EUA e a Europa.

Israel mata 19 palestinos na Faixa de Gaza

As forças de Israel mataram 19 palestinos na terça-feira na Faixa de Gaza, sendo três civis e o filho de um ex-ministro do Exterior palestino, um dia depois do reinício das negociações de paz entre o governo israelense e a Autoridade Nacional Palestina.

No dia mais violento no conflito israelo-palestino em mais de um ano, a vítima mais conhecida era o filho do ex-chanceler Mahmoud Zahar. Mas Israel afirma ter morto um importante líder do grupo terrorista Jihad Islâmica para a Libertação da Plaestina.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, deplorou o "massacre": "O que houve foi um massacre. Esses massacres não trarão a paz".

Com tanques e helicópteros, Israel fez uma incursão na Faixa de Gaza para atacar extremistas do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e da Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina, que disparam foguetes da região, controlada pelo Hamas, contra o território palestino.

Hussam Zahar, de 24 anos, foi um dos guerrilheiros que reagiu à invasão israelense.

Mais de 115 palestinos foram mortos por ataques de Israel contra a Faixa de Gaza desde que israelenses e palestinos relançaram o processo de paz numa conferência internacional em novembro de 2007 em Anápolis, Maryland, nos Estados Unidos.

Morre líder trotskista Pierre Lambert

O Partido dos Trabalhadores da França anunciou nesta quarta-feira, 16 de janeiro, a morte de seu líder, Pierre Lambert, fundador da corrente lambertista do trotskismo, origem do grupo estudantil Liberdade e Luta (Libelu), onde militaram expoentes do PT e do governo Lula como os ex-ministros Antonio Palocci e Luis Gushiken, e o assessor de Lula Cezar Alvarez.

Pierre Boussel, seu nome de batismo, foi um dirigente histórico do partido e da Organização Comunista Internacionalista. Na eleição presidencial de 1988, recebeu 0,38% dos votos.

Sua última intervenção importante no debate público foi em novembro de 2001, quando falou do passado trotskista do então primeiro-ministro e candidato a presidente pelo Partido Socialista, Lionel Jospin.

Lambert confirmou ter autorizado o chamado entrismo de Jospin no PS em "1971-72, como de outros": "Ele entrou no PS com minha aprovação. Era um militante como outros, cumprindo uma tarefa".

"Até o último momento, o camarada Pierre Lambert foi parte ativa do combate pela emancipação operária, a que aderiu aos 14 anos, e da luta da Quarta Internacional, da qual foi o principal ativista durante numerosas décadas", declarou um comunicado divulgado hoje pela seção francesa do Secretariado Internacional da 4ª Internacional e o Partido dos Trabalhadores.

Romney volta à corrida à Casa Branca

Com uma importante vitória no estado de Michigan, onde nasceu e seu pai foi governador, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney reanimou seu sonho de ser o primeiro mórmon a conquistar a Presidência dos Estados Unidos.

Depois de dois segundos lugares em Iowa e Novo Hampshire, Romney está de volta à disputa pela candidatura do Partido Republicano à eleição presidencial de novembro deste ano.

Romney recebeu 39% dos votos, batendo o senador John McCain (30%), vencedor em Novo Hampshire, e o ex-governador de Arkansas e ex-pastor evangélico Mike Huckabee (16%), ganhador em Iowa.

Emocionado, Romney declarou ser "uma vitória do otimismo sobre o pessimismo de Washington".

Três grandes candidatos à Casa Branca, McCain e os principais aspirantes democratas, Hillary Clinton e Barack Obama, são senadores. Romney tratou de associá-los à burocracia do governo federal, com a capital dos EUA.

Leia mais no jornal americano The Washington Post.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Europa deve restringir importação de biocombustíveis

A União Européia deve proibir a importação de biocombustíveis de determinadas origens como florestas, pântanos e pradarias. Um projeto neste sentido deve ser apresentado na próxima semana, antecipa o jornal The New York Times.

EUA consideram seguros alimentos clonados

Um relatório há muito esperado da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) do governo dos Estados Unidos conclui que o consumo de alimentos de animais clonados e seus descendentes não apresenta qualquer risco adicional à saúde humana.

Leia mais no jornal The Washington Post.

Alemanha cresceu 2,5% em 2007

O governo da Alemanha anunciou hoje oficialmente que a economia do país, a maior da Europa, cresceu 2,5% em 2007.

Para 2008, as autoridades alemãs prevêem um crescimento um pouco acima de 2%.

A Alemanha é o maior exportador mundial de bens industriais. Disputa com a China a posição de terceira maior economia do mundo em termos nominais. Pelo critério de paridade do poder de compra, a China é a segunda maior economia, atrás apenas dos Estados Unidos.

Dólar e bolsa caem com queda de consumo nos EUA

A Bolsa de Valores de Nova Iorque opera em baixa por causa do anúncio de um de prejuízo de US$ 9,8 bilhões no último trimestre do ano pelo Citigroup e de uma redução nas vendas no mês de dezembro, outro sinal de que a maior economia do mundo pode estar em recessão.

Com uma queda de 0,4% em dezembro, a primeira desde junho, o comércio varejista dos Estados Unidos fecha o ano de 2007 como o pior desde 2002. A contração reflete a preocupação do consumidor americano com a crise no setor habitacional e o conseqüente aperto de crédito.

Sharif ataca aliança EUA-Paquistão

O líder da oposição muçulmana moderada no Paquistão, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, acusou ontem o ditador Pervez Musharraf de seguir "cegamente" as ordens dos Estados Unidos, ordenando operações anterrorirstas que deixaram o país "banhado em sangue".

Enquanto Sharif fazia campanha para as eleições legislativas de 18 de fevereiro, soldados do Exército do Paquistão enfrentavam extremistas muçulmanos na fronteira com o Afeganistão. Pelo menos 30 pessoas morreram no combate.

"Musharraf destruiu o Paquistão", declarou o ex-primeiro-ministro, deposto pelo general-presidente num golpe militar em 1998. "Ele segue cegamente as ordens dos EUA. O Paquistão inteiro está banhado em sangue".

Novo líder sul-coreano quer crescimento de 6%

O presidente eleito da Coréia do Sul, Lee Myung Bak, que toma posse em 25 de fevereiro, pretende acelerar o crescimento econômico com desregulamentação e outros mecanismos para atrair investimentos privados.

Sua meta para 2008 é 6%, acima da previsão de 4,8% do governo atual. A longo prazo, visa a um crescimento de 7%.

"A taxa de crescimento vai aumentar e serão gerados mais empregos se liberalizarmos a regulamentação e as empresas investirem mais", declarou o futuro presidente. "Não vamos usar muitas medidas de estímulo econômico. Vamos tentar garantir a estabilidade para os propulsores do crescimento", do setor privado.

Nos seus cinco anos de mandato, Lee pretende aumentar a renda média por habitante da Coréia do Sul de US$ 18 mil para US$ 30 mil por ano.

Com a ameaça de recessão nos Estados Unidos, o mercado considera 6% para este ano uma meta ambiciosa demais.