Os 10 extremistas muçulmanos presos na semana passada em Barcelona planejavam realizar atentados terroristas suicidas combinados, no estilo da rede Al Caeda, na Espanha, Alemanha, França, Portugal e Reino Unido, afirmou o jornal espanhol El País citando um informante infiltrado no grupo.
"Se atacarmos o metrô [de Barcelona], os serviços de emergência não conseguirão chegar lá", disse um terrorista suicida citado pelo informante. "Nosso alvo preferencial é o transporte público."
Na semana passada, o ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, revelou que o ataque contra o metrô de Barcelona seria realizado entre 18 e 20 de novembro, mas ressalvou que a informação se baseava em uma única fonte, o agente infiltrado.
A célula terrorista desmantelada tinha seis homens-bomba, dois especialistas em explosivos e dois ideólogos, declarou na semana passada o procurador-geral da Espanha, Cándido Conde-Pumpido. Nove são paquistaneses e o outro é um indiano muçulmano.
Dois grupos de terroristas iriam para estações de metrô diferentes. As bombas seriam escondidas em mochilas pelos suicidas e detonadas por controle remoto por outros integrantes dos grupos.
Outros dois grupos de terroristas suicidas atacariam outra cidade espanhola. Pelo menos um homem-bomba foi designado para se explodir na Alemanha, três na França e um em Portugal. Não foram mencionadas cidades e datas para esses atentados.
Al Caeda assumiria a responsabilidade pelo atentado contra Barcelona através de Baitullah Mehsud, um comandante dos talebã paquistaneses apontado pelo governo do Paquistão como mandante do assassinato da líder oposicionista Benazir Bhutto.
"Só a liderança da organização sabe que exigências o emir fará depois do primeiro ataque", advertiu o líder da célula terrorista. "Se elas não forem aceita, haverá um segundo ataque e um terceiro. E depois, na Alemanha, na França, no Reino Unido e em Portugal. Há muita gente preparada a postos nestes países."
Desde os atentados de 11 de março de 2004 contra o sistema de transportes de Madri, que mataram 191 pessoas e feriram outras 1,8 mil, a polícia espanhola prendeu mais de 300 fundamentalistas muçulmanos suspeitos de terrorismo.
Os atentados, às vésperas das eleições legislativas, provocaram a derrota do governo conservador do primeiro-ministro José María Aznar, que os atribui ao grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade).
As próximas eleições serão realizadas em 9 de março.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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