Com 39% contra 35% dos votos, o nationalista radical Tomislav Nikolic venceu o atual presidente da Sérvia, Boris Tadic, no primeiro turno de uma eleição presidencial dominada pela questão da independência do Kossovo, uma província que está no centro do mito nacionalista sérvio mas onde a maioria hoje é albanesa.
Depois de uma cruel repressão ordenada pelo ditador sérvio Slobodan Milosevic no final dos anos 90 e de uma guerra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1999, a reconciliação entre sérvios e albaneses no Kossovo é praticamente impossível. A província marcha para declarar sua independência depois das eleições sérvias.
Os nacionalistas radicais ameaçam suspender o processo de integração à União Européia, se os países da UE reconhecerem a independência do Kossovo, e se aproximar da Rússia.
Esse clima de confrontação e a sensação de injustiça histórica são marcas do belicoso nacionalismo sérvio. Mais uma vez, a Sérvia se coloca numa encruzilhada entre Ocidente e Oriente.
Milosevic morreu do coração na prisão do tribunal internacional de Haia, na Holanda, enquanto aguardava julgamento por crimes contra a humanidade. O presidente do Partido Radical Sérvio, Vojislav Seselj, também está preso em Haia.
O segundo turno será realizada em 3 de fevereiro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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