Sob pressão da alta nos preços do petróleo, o índice de crescimento de preços no Japão dobrou de novembro para dezembro, chegando a 0,8% ao ano. Isso cria um dilema para o Banco do Japão no momento em que a segunda maior economia do mundo volta a dar sinais da estagnação que a paralisou nos anos 90.
Excluídos os preços de energia e de alimentos, houve uma deflação de 0,1% ao ano, mesma taxa de novembro.
O Banco do Japão está sob pressão para reduzir sua taxa básica de juros, atualmente em 0,5% ao ano, para estimular a economia. Mas alguns membros do seu comitê de política monetária estão mais preocupados com a inflação.
Ao depor nesta sexta-feira, 25 de janeiro, na Dieta, o parlamento japonês, o presidente do banco, Toshihiko Fukui, admitiu que o crescimento no ano fiscal que termina em 31 de março ficará em torno de 1%, abaixo da previsão oficial anterior de 1,8%.
Fukui rejeitou o argumento do deputado Kozo Yamamoto, um duro crítico da política monetária, que propõe um corte de juros imediato para evitar a recessão.
"Mesmo que a crise se agrave, vamos examinar calmamente as condições e tomar as decisões de política monetária apropriadas", declarou Fukui, cujo mandato termina em março. "Vamos conduzir a política monetária baseados na crença de que o Japão pode continuar a crescer de maneira estável".
Na interpretação dos analistas, ele quis dizer que, embora o banco não tenha urgência em aumentar os juros, é mais provável que o próximo movimento seja para cima.
As minutas do Banco do Japão revelam que alguns membros do comitê de política monetária acreditam que os consumidores estão aceitando aumentos de preços e que as empresas mostram maior tendência de repassar custos aos preços. Temem que "a taxa de inflação seja maior do que esperado, se as expectativas de inflação aumentarem".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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