quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Guerra de Israel no Líbano em 2006 fracassou

Israel cometeu graves erros na fracassada invasão do Líbano de 12 de julho a 14 de agosto de 2006 para atacar a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), e o insucesso da operação fortaleceu os inimigos do Estado judaico, concluiu uma comissão de inquérito presidida pelo juiz superior Eliyahu Winograd. O relatório final evitou apontar diretamente o primeiro-ministro Ehud Olmert.

Pelo menos 1,2 mil libaneses, na maioria civis, e 160 soldados israelenses morreram nos 34 dias de combates.

Mais do que isso, a guerra acabou com o mito da invencibilidade israelense.

A mais poderosa máquina militar do Oriente Médio não foi capaz de dominar e vencer um grupo altamente disciplinado de guerrilheiros movidos pelo fundamentalismo islâmico. Essa foi a maior derrota para Israel.

"A visão geral da guerra é uma mistura de falhas na conduta das lideranças políticas e militares, de desempenho falho dos militares, especialmente das forças terrestres, e de deficiências na preparação de Israel", critica o Relatório Winograd. "Descobrimos sérios fracassos e falhas por falta de planejamento e de raciocínio estratégico."

Apesar de tudo, a comissão optou por não culpar indivíduos, buscando maneiras de evitar a repetição dos erros. Mas ressalvou: "O fato de evitarmos apontar responsabilidades individuais não significa que elas não existam." Olmert e o então ministro da Defesa, Amir Peretz, foram as autoridades civis que conduziram a guerra.

Grande parte das 629 páginas do relatório foram dedicadas a criticar uma ofensiva terrestre de última hora, lançada pouco antes de entrar em vigor o cessar-fogo imposto pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Pelo menos 30 soldados israelenses morreram nessa operação.

As oposições à direita e à esquerda concordaram que o fracasso compromete o primeiro-ministro Olmert. Se o pacifista Yossi Beilin entende que a guerra não deveria ter sido realizada, o partido linha-dura Likud, de onde Olmert saiu, afirma que só resta ao primeiro-ministro pedir demissão e convocar eleições antecipadas.

Leia mais no jornal israelense Haaretz.

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