Cuba, Bolívia, Nicarágua e Venezuela fundaram neste sábado em Caracas o Banco da Alba, a Alternativa Bolivarista para os Povos da América, lançada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, como um contraponto ao projeto americano da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).
"O Banco da Alba tomará decisões políticas, não estará preso a definições econômicas e financeiras, o que o diferencia do sistema financeiro internacional", afirmou o ministro venezuelano das Finanças, Rafael Isea. Terá um capital inicial de US$ 1 bilhão.
A 6ª reunião de cúpula do bloco, criado em 14 de dezembro de 2004 por Chávez e o presidente cubano, Fidel Castro, aprovou ainda a entrada da ilha caribenha de Dominica.
Chávez aproveitou a reunião de cúpula para atacar os Estados Unidos e a Colômbia, denunciando uma conspiração americana para atacar a Venezuela. Recebeu o apoio do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), um antigo inimigo dos EUA.
Ortega afirmou que a Colômbia está "ocupada militarmente pelos EUA", que "tratam de acabar com este espaço que a ALBA está abrindo na América Latina".
Já o presidente boliviano, Evo Morales, somou-se às acusações ao "império" alegando que, "por trás da luta contra o narcotráfico, estão os interesses dos EUA". Sob este pretexto, afirmou, os americanos "tratam de intervir" em países do continente.
Morales disse que é preciso acabar com o consumo de cocaína, mas insistiu em que a luta contra as drogas ilegais é "um grande instrumento do império para o controle geopolítico".
Em mais uma de suas provocações, Chávez mascou folhas de coca ao lado de Morales, que começou na política liderando o movimento dos produtores de coca contra a política de erradicação imposta pelos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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