A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria de um atentado que feriu três policiais ontem em Daca, a capital de Bangladesh, a República de Bengala. Desde 2017, o grupo não assumia a responsabilidade por um ataque neste país.
É mais um sinal de que o Estado Islâmico tenta expandir seu raio de ação depois dos atentados do Domingo de Páscoa no Sri Lanka e da divulgação de um vídeo de seu líder, Abu Baker al-Baghdadi, declarando que a luta continua, apesar da destruição do califado proclamado há cinco anos em terras da Síria e do Iraque.
Um grupo extremista muçulmano de Bangladesh, Jamaatul Mujahedin, realizou uma série de atentados no país entre 2015 e 2017, mas foi desbaratado pela polícia.
Al-Baghdadi não aparecia em vídeo desde que proclamou o califado na mesquita central de Mossul, no Iraque, em 29 de junho de 2014. Está envelhecido e sem a pose principesca de sua declaração como emir.
A aparição serviu para desmentir boatos sobre sua morte durante a campanha dos Estados Unidos e aliados para acabar com o califado. A expectativa é que sua convocação para uma "batalha longa" contra os cristãos e o Ocidente provoque uma ampla resposta dos jihadistas e candidatos a homem-bomba.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 30 de abril de 2019
Itália sai da recessão com crescimento fraco
A Itália, terceira maior economia da Zona do Euro e a oitava do mundo, logo à frente do Brasil, cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2019 e saiu da recessão, noticiou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas.
O governo populista da Itália deve aproveitar o indicador para justificar sua política fiscal expansionista, contrariando as regras do pacto de estabilidade que sustenta o euro. Mas com este ritmo a Itália tem a expansão mais fraca entre os países da Eurozona.
A economia italiana entrou em recessão com quedas nos dois últimos trimestres de 2018. Depois de muita discussão com a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), o governo liderado pelo Movimento 5 Estrelas e a Liga, de extrema direita, concordou em manter o déficit orçamentário em 2,04% do produto interno bruto. Mas previa um crescimento de 1%.
O governo populista da Itália deve aproveitar o indicador para justificar sua política fiscal expansionista, contrariando as regras do pacto de estabilidade que sustenta o euro. Mas com este ritmo a Itália tem a expansão mais fraca entre os países da Eurozona.
A economia italiana entrou em recessão com quedas nos dois últimos trimestres de 2018. Depois de muita discussão com a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), o governo liderado pelo Movimento 5 Estrelas e a Liga, de extrema direita, concordou em manter o déficit orçamentário em 2,04% do produto interno bruto. Mas previa um crescimento de 1%.
Imperador Akihito abdica ao trono do Japão
O imperador Akihito abdicou hoje ao trono do Japão, o que não acontecia desde 1817, marcando o fim da era Heisei (1989-2019), de "conquista da paz", e o início da era Reiwa, da "bela harmonia", com a ascensão de seu filho mais velho, Naruíto.
Akihito sucedeu ao pai, Hiroíto, que governou o Japão durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), quando em tese tinha poderes divinos e absolutos. O país foi acusado de vários crimes de guerra depois de atacar os Estados Unidos sem declarar guerra, em 7 de dezembro de 1941, invadir a China e vários países do Sudeste Asiático.
Depois das bombas atômicas em Hiroxima e Nagasáki, Hiroíto foi obrigado a assinar a rendição incondicional, em agosto de 1945. Ficou no trono como um símbolo do Japão, mas a Constituição imposta pelos EUA tirou quase todos os seus poderes.
Quando Akihito ascendeu ao Trono do Crisântemo, em 1989, era a época do Super-Japão, com uma indústria que desafiava a supremacia econômica dos EUA. Mas teve uma vida completamente diferente dos seus antecessores. Pode até mesmo casar com uma plebeia, a imperatriz Michiko.
Discretamente, Akihito se opôs à reforma constitucional pretendida pelo atual primeiro-ministro, Shinzo Abe, para o país poder voltar a usar suas Forças Armadas no exterior, projetando seu poderio militar.
Como não havia previsão constitucional para abdicação do imperador, foi preciso aprovar uma lei para permitir que Akihito, debilitado por problemas de saúde, deixasse o trono aos 85 anos.
Aos 59 anos, Naruíto é o herdeiro do trono da monarquia mais antiga do mundo. De acordo com a tradição, é o 125º descendente direto do imperador Jimu, que fundou o Império do Japão em 660 antes de Cristo.
Pela lei imperial japonesa, desde o fim do século 19, as mulheres não podem ascender ao trono. A filha mais velha de Naruíto é a princesa Aiko. Até pouco tempo, só havia princesas na família real. Agora, ela tem um primo, que se tornou o segundo na linha sucessória, depois do pai, o príncipe Fumihito, de 53 anos, irmão mais moço do novo imperador.
Há um movimento para que Aiko herde o trono.
Akihito sucedeu ao pai, Hiroíto, que governou o Japão durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), quando em tese tinha poderes divinos e absolutos. O país foi acusado de vários crimes de guerra depois de atacar os Estados Unidos sem declarar guerra, em 7 de dezembro de 1941, invadir a China e vários países do Sudeste Asiático.
Depois das bombas atômicas em Hiroxima e Nagasáki, Hiroíto foi obrigado a assinar a rendição incondicional, em agosto de 1945. Ficou no trono como um símbolo do Japão, mas a Constituição imposta pelos EUA tirou quase todos os seus poderes.
Quando Akihito ascendeu ao Trono do Crisântemo, em 1989, era a época do Super-Japão, com uma indústria que desafiava a supremacia econômica dos EUA. Mas teve uma vida completamente diferente dos seus antecessores. Pode até mesmo casar com uma plebeia, a imperatriz Michiko.
Discretamente, Akihito se opôs à reforma constitucional pretendida pelo atual primeiro-ministro, Shinzo Abe, para o país poder voltar a usar suas Forças Armadas no exterior, projetando seu poderio militar.
Como não havia previsão constitucional para abdicação do imperador, foi preciso aprovar uma lei para permitir que Akihito, debilitado por problemas de saúde, deixasse o trono aos 85 anos.
Aos 59 anos, Naruíto é o herdeiro do trono da monarquia mais antiga do mundo. De acordo com a tradição, é o 125º descendente direto do imperador Jimu, que fundou o Império do Japão em 660 antes de Cristo.
Pela lei imperial japonesa, desde o fim do século 19, as mulheres não podem ascender ao trono. A filha mais velha de Naruíto é a princesa Aiko. Até pouco tempo, só havia princesas na família real. Agora, ela tem um primo, que se tornou o segundo na linha sucessória, depois do pai, o príncipe Fumihito, de 53 anos, irmão mais moço do novo imperador.
Há um movimento para que Aiko herde o trono.
Chefe da inteligência da Venezuela adere à revolta contra Maduro
O general Manuel Ricardo Christopher Figuera, chefe do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), e outros dois generais apoiam o levante contra a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, noticiou o boletim de notícias Argus, especializado no setor de energia .
A situação ainda é incerta, com conflitos nas ruas de Caracas e outras cidades do país. Os rebeldes tomaram várias guarnições militares, mas a maioria das Forças Armadas parece leal a Maduro. Pelo menos uma pessoa morreu, mais de 70 saíram feridas e 25 soldados das Forças Armadas leais à oposição pediram asilo à Embaixada do Brasil em Caracas.
As últimas notícias indicam que a rebelião foi maior do que se imaginava inicialmente. O apoio de Figuera ao autoproclamado presidente interino Juan Guaidó é uma indicação clara de que o movimento oposicionista conseguiu abalar a unidade das Forças Armadas.
Figuera se tornou chefe do Sebin em outubro de 2018, quando Maduro demitiu o general Gustavo González López, mais ligado ao número dois do chavismo, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello. Há meses, a oposição tenta negociar o apoio de comandantes militares.
A situação ainda é incerta, com conflitos nas ruas de Caracas e outras cidades do país. Os rebeldes tomaram várias guarnições militares, mas a maioria das Forças Armadas parece leal a Maduro. Pelo menos uma pessoa morreu, mais de 70 saíram feridas e 25 soldados das Forças Armadas leais à oposição pediram asilo à Embaixada do Brasil em Caracas.
As últimas notícias indicam que a rebelião foi maior do que se imaginava inicialmente. O apoio de Figuera ao autoproclamado presidente interino Juan Guaidó é uma indicação clara de que o movimento oposicionista conseguiu abalar a unidade das Forças Armadas.
Figuera se tornou chefe do Sebin em outubro de 2018, quando Maduro demitiu o general Gustavo González López, mais ligado ao número dois do chavismo, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello. Há meses, a oposição tenta negociar o apoio de comandantes militares.
Líder da oposição na Venezuela se refugia em embaixadas
Num sinal de que a rebelião em curso não deve derrubar a ditadura de Nicolás Maduro de imediato, o líder da oposição Leopoldo López entrou na Embaixada do Chile em Caracas.
Preso desde 2014 e em prisão domiciliar desde 2017, López foi libertado ontem à noite por seus carcereiros como parte do movimento. Mais tarde, ele e a família foram para a representação diplomática da Espanha, país de que têm cidadania.
López é o principal líder do partido Vontade Popular, do presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó. É o homem por trás de Guaidó.
De madrugada, López foi à base aérea de La Carlota, a maior da capital venezuelana. Estava ao lado de Guaidó quando este convocou o povo e as Forças Armadas a se rebelar contra o regime chavista.
Mais tarde, os dois foram a uma manifestação na Praça França e lideraram uma marcha de protesto no Oeste de Caracas, enquanto as forças de segurança leais a Maduro dispersaram uma concentração oposicionista em Chacaito.
O ditador convocou os coletivos, as milícias populares criadas pelo regime, que teriam hoje 2 milhões de membros. Mas, de acordo com o jornal venezuelano El Nacional, poucos saíram para defender Maduro.
Preso desde 2014 e em prisão domiciliar desde 2017, López foi libertado ontem à noite por seus carcereiros como parte do movimento. Mais tarde, ele e a família foram para a representação diplomática da Espanha, país de que têm cidadania.
López é o principal líder do partido Vontade Popular, do presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó. É o homem por trás de Guaidó.
De madrugada, López foi à base aérea de La Carlota, a maior da capital venezuelana. Estava ao lado de Guaidó quando este convocou o povo e as Forças Armadas a se rebelar contra o regime chavista.
Mais tarde, os dois foram a uma manifestação na Praça França e lideraram uma marcha de protesto no Oeste de Caracas, enquanto as forças de segurança leais a Maduro dispersaram uma concentração oposicionista em Chacaito.
O ditador convocou os coletivos, as milícias populares criadas pelo regime, que teriam hoje 2 milhões de membros. Mas, de acordo com o jornal venezuelano El Nacional, poucos saíram para defender Maduro.
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Guaidó convoca rebelião e há luta nas ruas de Caracas
O presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido por 52 países, inclusive o Brasil, convocou hoje o povo e as Forças Armadas a uma rebelião contra a ditadura de Nicolás Maduro.
Algumas unidades militares aderiram à revolta, mas o ministro da Defesa, general Padrino López, fez pronunciamento em apoio a Maduro, ameaçando usar a força para controlar a rebelião.
Na madrugada, Guaidó fez um pronunciamento diante da base aérea de La Carlota, perto do aeroporto de Caracas, ao lado de soldados da Guarda Nacional Bolivariana que o apoiam e de Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular e padrinho de Guaidó. Em seguida, os dois foram a um comício na Praça da França.
Guaidó pediu à população para sair às ruas para derrubar o "usurpador Nicolás Maduro". O regime chavista acusou a oposição de golpe. Maduro convocou os coletivos, as milícias populares criadas para defender o regime, que teriam hoje 2 milhões de membros.
Em Chacao, uma parte rica da capital onde López foi prefeito, as milícias abriram fogo contra um grupo de manifestantes. Perto dali, em Chacaito, a polícia não conseguiu controlar os manifestantes.
Os Estados Unidos prometeram o fim das sanções aos membros do regime que aderirem a Guaidó. O secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que havia um avião pronto para levar Maduro para o exílio em Cuba, mas a Rússia o mandou ficar. E o assessor para Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, declarou que o governo Donald Trump espera uma transição pacífica na Venezuela.
Trump, por sua vez, ameaçou aumentar as sanções econômicas a Cuba se o regime comunista cubano continuar apoiando Maduro.
O Brasil também reiterou o apoio a Guaidó, enquanto Rússia, Cuba, Bolívia, Nicarágua e Turquia repudiaram o que descreveram como uma "tentativa de golpe".
A oposição venezuelana alega que Maduro é um "usurpador", um presidente ilegítimo porque foi eleito de modo fraudulento.
Se a rebelião tiver sucesso, a Venezuela terá um governo mais liberal que terá a tarefa hercúlea de reconstruir a economia do país, arrasada pelas políticas fracassadas que o finado caudilho Hugo Chávez chamava de "socialismo do século 21".
Se a rebelião fracassar, deve haver um endurecimento do regime, com repressão mais rigorosa aos dissidentes e aumento da participação de aliados externos como a Rússia na segurança do que resta do chavismo.
Algumas unidades militares aderiram à revolta, mas o ministro da Defesa, general Padrino López, fez pronunciamento em apoio a Maduro, ameaçando usar a força para controlar a rebelião.
Na madrugada, Guaidó fez um pronunciamento diante da base aérea de La Carlota, perto do aeroporto de Caracas, ao lado de soldados da Guarda Nacional Bolivariana que o apoiam e de Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular e padrinho de Guaidó. Em seguida, os dois foram a um comício na Praça da França.
Guaidó pediu à população para sair às ruas para derrubar o "usurpador Nicolás Maduro". O regime chavista acusou a oposição de golpe. Maduro convocou os coletivos, as milícias populares criadas para defender o regime, que teriam hoje 2 milhões de membros.
Em Chacao, uma parte rica da capital onde López foi prefeito, as milícias abriram fogo contra um grupo de manifestantes. Perto dali, em Chacaito, a polícia não conseguiu controlar os manifestantes.
Os Estados Unidos prometeram o fim das sanções aos membros do regime que aderirem a Guaidó. O secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que havia um avião pronto para levar Maduro para o exílio em Cuba, mas a Rússia o mandou ficar. E o assessor para Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, declarou que o governo Donald Trump espera uma transição pacífica na Venezuela.
Trump, por sua vez, ameaçou aumentar as sanções econômicas a Cuba se o regime comunista cubano continuar apoiando Maduro.
O Brasil também reiterou o apoio a Guaidó, enquanto Rússia, Cuba, Bolívia, Nicarágua e Turquia repudiaram o que descreveram como uma "tentativa de golpe".
A oposição venezuelana alega que Maduro é um "usurpador", um presidente ilegítimo porque foi eleito de modo fraudulento.
Se a rebelião tiver sucesso, a Venezuela terá um governo mais liberal que terá a tarefa hercúlea de reconstruir a economia do país, arrasada pelas políticas fracassadas que o finado caudilho Hugo Chávez chamava de "socialismo do século 21".
Se a rebelião fracassar, deve haver um endurecimento do regime, com repressão mais rigorosa aos dissidentes e aumento da participação de aliados externos como a Rússia na segurança do que resta do chavismo.
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segunda-feira, 29 de abril de 2019
Líder da oposição volta ao Congo pedindo campanha para afastar Tshisekedi
O principal candidato derrotado na eleição presidencial da República Democrática do Congo, Martin Fayulu, supostamente vítima de uma fraude maciça, voltou ontem a Kinshasa e prometeu liderar uma onda de manifestações de protesto para derrubar o presidente Félix Tshisekedi.
"Eu disse a vocês que vocês são mais fortes do que as armas. Os amigos sudaneses e argelinos não recorreram às armas", declarou Fayulu, referindo-se às rebeliões populares na Argélia e no Sudão. "Nós precisamos nos entender para dizer a Félix Tshisekedi que renuncie. Ele precisa sair."
Também ontem, os seis líderes da coalizão Lamuka, que apoiou Fayulu na eleição presidencial de dezembro de 2018, decidiram transformá-la numa aliança permanente. Eles acusam o ex-presidente Joseph Kabila de continuar mandando no país por força de um acordo com Tshisekedi para apoiar sua eleição em troca de garantias de impunidade.
Quando o mesmo grupo se reuniu na Suíça antes da eleição para firmar o pacto oposicionista, Tshisekedi estava junto. Depois, retirou sua assinatura.
A decisão de criar uma aliança permanente mostra a unidade das oposições e a incapacidade de Tshisekedi de ampliar o apoio a seu governo, que vai continuar dependendo do grupo leal a Kabila para se manter no cargo.
"Eu disse a vocês que vocês são mais fortes do que as armas. Os amigos sudaneses e argelinos não recorreram às armas", declarou Fayulu, referindo-se às rebeliões populares na Argélia e no Sudão. "Nós precisamos nos entender para dizer a Félix Tshisekedi que renuncie. Ele precisa sair."
Também ontem, os seis líderes da coalizão Lamuka, que apoiou Fayulu na eleição presidencial de dezembro de 2018, decidiram transformá-la numa aliança permanente. Eles acusam o ex-presidente Joseph Kabila de continuar mandando no país por força de um acordo com Tshisekedi para apoiar sua eleição em troca de garantias de impunidade.
Quando o mesmo grupo se reuniu na Suíça antes da eleição para firmar o pacto oposicionista, Tshisekedi estava junto. Depois, retirou sua assinatura.
A decisão de criar uma aliança permanente mostra a unidade das oposições e a incapacidade de Tshisekedi de ampliar o apoio a seu governo, que vai continuar dependendo do grupo leal a Kabila para se manter no cargo.
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Líder do Estado Islâmico reaparece em vídeo para mostrar que está vivo
Para mostrar que sobreviveu à destruição do califado que proclamou há cinco anos, o líder da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Abu Baker al-Baghdadi, apareceu num vídeo em que comenta a recente Batalha de Baguz e cumprimenta os homens-bomba que atacaram o Sri Lanka no Domingo de Páscoa.
Aparentemente bem de saúde, sentado ao lado de um fuzil Kalachnikov, Al-Baghdadi declarou no vídeo de 40 segundos que a luta continua: "Em verdade, a batalha do Islã e seu povo contra a cruz e seu povo é uma batalha longa. A Batalha de Baguz acabou. Mas mostrou a selvageria, a brutalidade e as intenções malignas dos cristãos em relação à comunidade muçulmana."
Com o colapso do protoestado que fundou depois de tomar uma área da Síria e do Iraque do tamanho do Reino Unido, o Estado Islâmico volta a ser uma organização terrorista clandestina, sem base territorial.
A própria liderança de Al-Baghdadi estaria sendo contestada. Ele teria fugido da Síria em 7 de janeiro, depois de um tiroteio entre seus seguidores e dissidentes, revela reportagem do jornal britânico The Guardian. Estaria refugiado na província de Ambar, no Iraque.
Apesar do colapso do califado, o Estado Islâmico ainda teria de 30 a 40 mil militantes espalhados pelo mundo e busca alianças com outros grupos extremistas muçulmanos na África, no Afeganistão, nas Filipinas e também no Sri Lanka, onde o governo inicialmente acusou um grupo local, mas logo admitiu que um ataque de tal magnitude não poderia ser realizado sem ajuda externa.
Aparentemente bem de saúde, sentado ao lado de um fuzil Kalachnikov, Al-Baghdadi declarou no vídeo de 40 segundos que a luta continua: "Em verdade, a batalha do Islã e seu povo contra a cruz e seu povo é uma batalha longa. A Batalha de Baguz acabou. Mas mostrou a selvageria, a brutalidade e as intenções malignas dos cristãos em relação à comunidade muçulmana."
Com o colapso do protoestado que fundou depois de tomar uma área da Síria e do Iraque do tamanho do Reino Unido, o Estado Islâmico volta a ser uma organização terrorista clandestina, sem base territorial.
A própria liderança de Al-Baghdadi estaria sendo contestada. Ele teria fugido da Síria em 7 de janeiro, depois de um tiroteio entre seus seguidores e dissidentes, revela reportagem do jornal britânico The Guardian. Estaria refugiado na província de Ambar, no Iraque.
Apesar do colapso do califado, o Estado Islâmico ainda teria de 30 a 40 mil militantes espalhados pelo mundo e busca alianças com outros grupos extremistas muçulmanos na África, no Afeganistão, nas Filipinas e também no Sri Lanka, onde o governo inicialmente acusou um grupo local, mas logo admitiu que um ataque de tal magnitude não poderia ser realizado sem ajuda externa.
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domingo, 28 de abril de 2019
Socialistas vencem eleições na Espanha
Dois anos depois de ser destituído da liderança do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de voltar numa eleição primária e de chegar ao poder numa moção de desconfiança, o primeiro-ministro Pedro Sánchez foi o grande vencedor das eleições gerais deste domingo na Espanha.
Com 99,98% dos votos apurados, o PSOE elegeu 123 (28,7%) dos 350 membros do Congresso dos Deputados. Mas vai precisar fazer alianças para governar. Sua parceira natural, a frente de esquerda Unidos Podemos, conquistou 42 cadeiras. A soma dá 165.
Nas terceiras eleições gerais em quatro anos, a participação foi de 75%. O grande derrotado foi 0 Partido Popular (PP), conservador, que caiu de 135 para 66 deputados (16,7%), no pior desempenho de sua história. Os Cidadãos, de centro-direita, elegeram 58 deputados (15,8%).
A grande novidade foi a volta da extrema direita ao Parlamento da Espanha depois do fim da ditadura do generalíssimo Francisco Franco Bahamonde, em 1975. O partido Vox, que no ano passado entrara no parlamento regional da Andaluzia, elegeu agora 24 deputados nacionais (10,3%).
Em seguida, vieram partidos regionais como a Esquerda Revolucionária da Catalunha (ERC). Com 15 deputados, a ERC é agora o maior partido independentista catalão, à frente dos Juntos pela Catalunha, que ficaram com sete cadeiras.
O Partido Nacionalista Basco (PNV), de centro-direita, a favor da independência do País Basco mas contra a violência da ETA (Euskadi Ta Askatasuna), também elegeu sete deputados.
Com a derrota da direita, Sánchez é o único em condições de formar um governo de maioria. "Com Rivera, não! Com Rivera, não", gritavam os militantes do PSOE, rejeitando uma aliança com os Cidadãos, liderados por Albert Rivera. O próprio Rivera descartou esta possibilidade.
Uma aliança entre o PSOE e Unidos Podemos teria 165 deputados, 11 a menos do que a maioria absoluta. A direita somada chegaria a 148, com PP, Cidadãos e Vox.
Sánchez chegou ao poder em 2 de junho de 2018 depois de derrubar o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy com um voto de desconfiança, com o apoio dos partidos a favor da independência da Catalunha. Foi obrigado a convocar eleições antecipadas quando perdeu o apoio dos catalães, que exigem a realização de um plebiscito sobre a independência. Isso dificulta qualquer acordo.
Desde a redemocratização, o PSOE e o PP se alternavam no poder. A Grande Recessão (2008-14) explodiu a bolha imobiliária. O sistema bancário espanhol estava quebrado. Em 2012, a Espanha pediu 100 bilhões de euros ao Mecanismo Europeu de Estabilidade. O desemprego chegou a 27% no primeiro trimestre e passou de 55% entre os jovens.
A pior crise da era pós-Franco fragmentou o sistema político espanhol. Surgiram dois novos partidos, Podemos à esquerda e Cidadãos, de centro-direita. Com a reação conservadora ao movimento pela independência da Catalunha somada à crise econômica, a extrema direita está de volta ao Parlamento.
Com 99,98% dos votos apurados, o PSOE elegeu 123 (28,7%) dos 350 membros do Congresso dos Deputados. Mas vai precisar fazer alianças para governar. Sua parceira natural, a frente de esquerda Unidos Podemos, conquistou 42 cadeiras. A soma dá 165.
Nas terceiras eleições gerais em quatro anos, a participação foi de 75%. O grande derrotado foi 0 Partido Popular (PP), conservador, que caiu de 135 para 66 deputados (16,7%), no pior desempenho de sua história. Os Cidadãos, de centro-direita, elegeram 58 deputados (15,8%).
A grande novidade foi a volta da extrema direita ao Parlamento da Espanha depois do fim da ditadura do generalíssimo Francisco Franco Bahamonde, em 1975. O partido Vox, que no ano passado entrara no parlamento regional da Andaluzia, elegeu agora 24 deputados nacionais (10,3%).
Em seguida, vieram partidos regionais como a Esquerda Revolucionária da Catalunha (ERC). Com 15 deputados, a ERC é agora o maior partido independentista catalão, à frente dos Juntos pela Catalunha, que ficaram com sete cadeiras.
O Partido Nacionalista Basco (PNV), de centro-direita, a favor da independência do País Basco mas contra a violência da ETA (Euskadi Ta Askatasuna), também elegeu sete deputados.
Com a derrota da direita, Sánchez é o único em condições de formar um governo de maioria. "Com Rivera, não! Com Rivera, não", gritavam os militantes do PSOE, rejeitando uma aliança com os Cidadãos, liderados por Albert Rivera. O próprio Rivera descartou esta possibilidade.
Uma aliança entre o PSOE e Unidos Podemos teria 165 deputados, 11 a menos do que a maioria absoluta. A direita somada chegaria a 148, com PP, Cidadãos e Vox.
Sánchez chegou ao poder em 2 de junho de 2018 depois de derrubar o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy com um voto de desconfiança, com o apoio dos partidos a favor da independência da Catalunha. Foi obrigado a convocar eleições antecipadas quando perdeu o apoio dos catalães, que exigem a realização de um plebiscito sobre a independência. Isso dificulta qualquer acordo.
Desde a redemocratização, o PSOE e o PP se alternavam no poder. A Grande Recessão (2008-14) explodiu a bolha imobiliária. O sistema bancário espanhol estava quebrado. Em 2012, a Espanha pediu 100 bilhões de euros ao Mecanismo Europeu de Estabilidade. O desemprego chegou a 27% no primeiro trimestre e passou de 55% entre os jovens.
A pior crise da era pós-Franco fragmentou o sistema político espanhol. Surgiram dois novos partidos, Podemos à esquerda e Cidadãos, de centro-direita. Com a reação conservadora ao movimento pela independência da Catalunha somada à crise econômica, a extrema direita está de volta ao Parlamento.
Neonazista ataca sinagoga na Califórnia
Um atirador abriu fogo com um fuzil de assalto ontem na sinagoga de Poway, no sul da Califórnia, nos Estados Unidos. Uma pessoa morreu e três saíram feridas. O terrorista, identificado como John Earnest, de 19 anos, entregou-se à polícia.
Em manifesto divulgado via Internet, Earnest se declara como "antissemista" e
"supremacista branco", apresenta planos para matar judeus e admite ser inspirado por Jesus Cristo e Adolf Hitler. Ele confessa que tocou fogo na mesquita de Escondido, a 15 quilômetros do último alvo.
Entre as motivações para a ação, o neonazista citou o massacre na sinagoga Tree of Life (Árvore da Vida), em Pittsburgh, em 27 de outubro de 2018, quando 11 pessoas foram mortas, no pior atentado contra judeus da história dos EUA, e o ataque terrorista contra duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, com 50 mortes, em 15 de março de 2019.
Nesse sábado, quatro feridos foram levados para o Centro Médico Palomar. Uma mulher morreu. Dois homens, um deles o rabino Yisrael Goldstein, e uma menina estão hospitalizados, mas não correm risco de vida.
Ao identificar o suspeito, o xerife do condado de São Diego, William Gore, falou que a arma deve ter tido problemas. Caso contrário, o neonazista teria matado muito mais gente. O atentado aconteceu no último dia do Pessach (Passagem), em que os judeus festejam a fuga do Egito para a liberdade.
Em manifesto divulgado via Internet, Earnest se declara como "antissemista" e
"supremacista branco", apresenta planos para matar judeus e admite ser inspirado por Jesus Cristo e Adolf Hitler. Ele confessa que tocou fogo na mesquita de Escondido, a 15 quilômetros do último alvo.
Entre as motivações para a ação, o neonazista citou o massacre na sinagoga Tree of Life (Árvore da Vida), em Pittsburgh, em 27 de outubro de 2018, quando 11 pessoas foram mortas, no pior atentado contra judeus da história dos EUA, e o ataque terrorista contra duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, com 50 mortes, em 15 de março de 2019.
Nesse sábado, quatro feridos foram levados para o Centro Médico Palomar. Uma mulher morreu. Dois homens, um deles o rabino Yisrael Goldstein, e uma menina estão hospitalizados, mas não correm risco de vida.
Ao identificar o suspeito, o xerife do condado de São Diego, William Gore, falou que a arma deve ter tido problemas. Caso contrário, o neonazista teria matado muito mais gente. O atentado aconteceu no último dia do Pessach (Passagem), em que os judeus festejam a fuga do Egito para a liberdade.
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sábado, 27 de abril de 2019
Ataque da polícia a célula terrorista termina com 15 mortes no Sri Lanka
Uma operação policial numa casa ocupada por extremistas muçulmanos terminou com 15 mortes, inclusive de seis crianças e três mulheres. Quatro terroristas suicidas se explodiram durante a batalha com a polícia na vila de Bolivarian, perto da cidade de Batticaloa, onde uma igreja foi um dos alvos dos atentados que mataram 359 pessoas no domingo de Páscoa no Sri Lanka.
O ataque indica que as forças de segurança estão obtendo mais informações sobre o grupo terrorista e que devem realizar mais operações. Desde os atentados, pelo menos 70 suspeitos foram presos.
A casa foi considerada suspeita pela mesquita local, que pediu a identificação dos moradores. Quando membros da comunidade muçulmana se aproximaram, em companhia da polícia, houve a primeira explosão, contaram moradores da área.
Meia hora depois, chegaram reforços das equipes de segurança. Outra casa a poucos quilômetros de distância foi alvo de uma operação de busca e apreensão ontem. Os agentes encontraram bandeiras da organização terrorista Estado Islâmico, coletes para atentados suicidas, detonadores e explosivos.
De início, as autoridades acusaram um grupo local, National Thowheeth Jammath, mas depois que o Estado Islâmico reivindicou a autoria dos atentados ficou evidente que havia algo maior por trás. Um pequeno grupo seria incapaz de realizar tantos ataques coordenados e de matar tanta gente.
Horas antes do ataque à célula terrorista, o presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, anunciou uma reestruturação dos serviços de segurança e um combate ao terrorismo em todas as frentes: "Todas as casas do país serão revistadas. Será feita uma lista dos moradores de cada casa para impedir que pessoas desconhecidas se escondam."
Dez dias antes dos atentados, os serviços secretos fizeram um memorando advertindo para o risco de ataques a igrejas, com nomes, telefones e endereços de suspeitos. Tanto o presidente quanto o primeiro-ministro, que são de partidos diferentes, alegam não ter recebido o alerta. A luta política interna do governo seria responsável pelo fracasso em evitar as ações terroristas.
O governo dos Estados Unidos fez um apelo aos americanos para que evitem viajar ao Sri Lanka e ordenou a retirada do país de todos os filhos de funcionários dos EUA em idade escolar.
O ataque indica que as forças de segurança estão obtendo mais informações sobre o grupo terrorista e que devem realizar mais operações. Desde os atentados, pelo menos 70 suspeitos foram presos.
A casa foi considerada suspeita pela mesquita local, que pediu a identificação dos moradores. Quando membros da comunidade muçulmana se aproximaram, em companhia da polícia, houve a primeira explosão, contaram moradores da área.
Meia hora depois, chegaram reforços das equipes de segurança. Outra casa a poucos quilômetros de distância foi alvo de uma operação de busca e apreensão ontem. Os agentes encontraram bandeiras da organização terrorista Estado Islâmico, coletes para atentados suicidas, detonadores e explosivos.
De início, as autoridades acusaram um grupo local, National Thowheeth Jammath, mas depois que o Estado Islâmico reivindicou a autoria dos atentados ficou evidente que havia algo maior por trás. Um pequeno grupo seria incapaz de realizar tantos ataques coordenados e de matar tanta gente.
Horas antes do ataque à célula terrorista, o presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, anunciou uma reestruturação dos serviços de segurança e um combate ao terrorismo em todas as frentes: "Todas as casas do país serão revistadas. Será feita uma lista dos moradores de cada casa para impedir que pessoas desconhecidas se escondam."
Dez dias antes dos atentados, os serviços secretos fizeram um memorando advertindo para o risco de ataques a igrejas, com nomes, telefones e endereços de suspeitos. Tanto o presidente quanto o primeiro-ministro, que são de partidos diferentes, alegam não ter recebido o alerta. A luta política interna do governo seria responsável pelo fracasso em evitar as ações terroristas.
O governo dos Estados Unidos fez um apelo aos americanos para que evitem viajar ao Sri Lanka e ordenou a retirada do país de todos os filhos de funcionários dos EUA em idade escolar.
sexta-feira, 26 de abril de 2019
EUA voltam a crescer em ritmo forte
Com aumento nas exportações e na formação de estoques, a economia dos Estados Unidos registrou um avanço no ritmo de 3,2% ao ano no primeiro trimestre de 2019, encaminhando-se para completar dez aos de crescimento ininterrupto neste ano.
Foi a maior expansão no primeiro trimestre em quatro anos, superando as previsões do centro financeiro da Wall Street, de 2,3%, e os 2,2% do trimestre anterior.
A alta nas exportações e a queda nas importações e a reposição de estoques neutralizaram a fraqueza no consumo e no investimento das empresas. As importações caíram na segunda metade do ano passado por causa das tarifas impostas pelo governo Donald Trump na guerra comercial com a China, mas parte do tarifaço foi suspensa por causa das negociações entre os dois países mais ricos do mundo.
O comércio exterior respondeu por um aumento de 1,03 ponto percentual ao produto interno bruto de janeiro a março de 2019. O consumo pessoal, responsável por dois terços do PIB dos EUA, cresceu apenas 1,2% na comparação anual, depois de registrar 2,5% no último trimestre de 2018. Mas o aumento nos estoques acrescentou 0,67 ponto percentual ao PIB.
Depois de um começo de ano difícil, com o fechamento parcial das atividades do governo federal e a desaceleração da economia internacional, a expectativa de um acordo com a China e o anúncio do Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, de que não deve aumentar os juros neste ano a economia americano retomou seu vigor.
"Embora o impulso do comércio exterior e dos gastos dos governos municipais não deve se repetir no segundo trimestre, a mensagem principal é que o consumo pessoal e os investimentos diminuem gradualmente", comentou o economista Brian Coulton, da agência de classificação de risco Fitch.
O investimento das empresas em computação, pesquisa, desenvolvimento de produtos, equipamentos e infraestrutura cresceu num ritmo anual de 2,7%, a metade dos 5,4% do fim do ano passado. E a paralisação parcial do governo federal por causa do desacerto entre a Casa Branca e o Congresso em torno da construção de um muro na fronteira com o México tirou 0,3 ponto percentual do crescimento do PIB.
Foi a maior expansão no primeiro trimestre em quatro anos, superando as previsões do centro financeiro da Wall Street, de 2,3%, e os 2,2% do trimestre anterior.
A alta nas exportações e a queda nas importações e a reposição de estoques neutralizaram a fraqueza no consumo e no investimento das empresas. As importações caíram na segunda metade do ano passado por causa das tarifas impostas pelo governo Donald Trump na guerra comercial com a China, mas parte do tarifaço foi suspensa por causa das negociações entre os dois países mais ricos do mundo.
O comércio exterior respondeu por um aumento de 1,03 ponto percentual ao produto interno bruto de janeiro a março de 2019. O consumo pessoal, responsável por dois terços do PIB dos EUA, cresceu apenas 1,2% na comparação anual, depois de registrar 2,5% no último trimestre de 2018. Mas o aumento nos estoques acrescentou 0,67 ponto percentual ao PIB.
Depois de um começo de ano difícil, com o fechamento parcial das atividades do governo federal e a desaceleração da economia internacional, a expectativa de um acordo com a China e o anúncio do Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, de que não deve aumentar os juros neste ano a economia americano retomou seu vigor.
"Embora o impulso do comércio exterior e dos gastos dos governos municipais não deve se repetir no segundo trimestre, a mensagem principal é que o consumo pessoal e os investimentos diminuem gradualmente", comentou o economista Brian Coulton, da agência de classificação de risco Fitch.
O investimento das empresas em computação, pesquisa, desenvolvimento de produtos, equipamentos e infraestrutura cresceu num ritmo anual de 2,7%, a metade dos 5,4% do fim do ano passado. E a paralisação parcial do governo federal por causa do desacerto entre a Casa Branca e o Congresso em torno da construção de um muro na fronteira com o México tirou 0,3 ponto percentual do crescimento do PIB.
quinta-feira, 25 de abril de 2019
Kim acusa EUA de má fé no encontro com Putin
Ao se reunir hoje com o ditador Vladimir Putin em Vladivostok, no Leste da Rússia, para evitar o isolamento diplomático, o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, acusou os Estados Unidos de agirem com má fé no encontro de cúpula com o presidente Donald Trump, realizado em 27 e 28 de fevereiro em Hanói, no Vietnã.
Sempre interessado em minar a supremacia dos EUA para posar como líder da uma potência mundial, Putin deu apoio à desnuclearização da Península Coreana. Além de desarmar o programa nuclear norte-coreano, isso implicaria o fim da presença militar americana na Coreia do Sul, que vem desde a Guerra da Coreia (1950-53).
Os resultados do encontro de cúpula Kim-Putin serão limitados por causa das sanções internacionais contra seus dois países, a preocupação da Rússia com a proliferação nuclear e o interesse da Coreia do Norte de manter as negociações com os EUA.
Kim tem na Rússia uma fonte importante de energia e um contrapeso à influência da China, responsável por mais de 90% do comércio internacional norte-coreano.
Tanto a China quanto a Rússia ajudam a Coreia do Norte a driblar as sanções impostas pelos EUA. Por concordar em princípio com o desarmamento nuclear no primeiro encontro de cúpula com Trump, em 12 de junho de 2018, em Cingapura, Kim parece ter convencido a China e a Rússia de que não é uma ameaça nuclear.
Estes dois países têm interesse em reduzir o poderio internacional dos EUA. Estariam ajudando a Coreia do Norte a evitar as sanções com a troca de mercadorias entre navios em alto mar e o uso de companhias de navegação com bandeiras de outros países.
A cúpula Kim-Trump fracassou porque a Coreia do Norte exigiu o fim pelo menos parcial das sanções internacionais. Os EUA exigem a total desnuclearização do país para suspender as sanções.
Sempre interessado em minar a supremacia dos EUA para posar como líder da uma potência mundial, Putin deu apoio à desnuclearização da Península Coreana. Além de desarmar o programa nuclear norte-coreano, isso implicaria o fim da presença militar americana na Coreia do Sul, que vem desde a Guerra da Coreia (1950-53).
Os resultados do encontro de cúpula Kim-Putin serão limitados por causa das sanções internacionais contra seus dois países, a preocupação da Rússia com a proliferação nuclear e o interesse da Coreia do Norte de manter as negociações com os EUA.
Kim tem na Rússia uma fonte importante de energia e um contrapeso à influência da China, responsável por mais de 90% do comércio internacional norte-coreano.
Tanto a China quanto a Rússia ajudam a Coreia do Norte a driblar as sanções impostas pelos EUA. Por concordar em princípio com o desarmamento nuclear no primeiro encontro de cúpula com Trump, em 12 de junho de 2018, em Cingapura, Kim parece ter convencido a China e a Rússia de que não é uma ameaça nuclear.
Estes dois países têm interesse em reduzir o poderio internacional dos EUA. Estariam ajudando a Coreia do Norte a evitar as sanções com a troca de mercadorias entre navios em alto mar e o uso de companhias de navegação com bandeiras de outros países.
A cúpula Kim-Trump fracassou porque a Coreia do Norte exigiu o fim pelo menos parcial das sanções internacionais. Os EUA exigem a total desnuclearização do país para suspender as sanções.
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quarta-feira, 24 de abril de 2019
Dois filhos de magnata foram homens-bomba no Sri Lanka
As autoridades do Sri Lanka identificaram oito dos nove terroristas responsáveis pelos atentados contra igrejas e hotéis de luxo no Domingo de Páscoa. Eles eram na maioria de famílias das classes média e alta. Dois eram filhos de um magnata que fez fortuna com temperos. A polícia prendeu 40 suspeitos, inclusive o magnata. O total de mortos subiu para 359.
Os irmãos se explodiram no hotel Shangri-La, em Colombo. O pai, Mohamed Ibrahim, foi preso horas depois, ainda no domingo. Um terrorista suicida estudou no Reino Unido e fez pós-graduação na Austrália.
Entre os nove terroristas, havia uma mulher que se matou junto com os dois filhos, explodindo um colete-bomba ao ser interpelada pela polícia num casa de propriedade de Ibrahim.
O ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, insiste na versão oficial que atribui o ataque a um grupo terrorista do país, National Thowheeth Jamaath, que até agora só havia atacado estátuas budistas. Mas admite que possa ter sido infiltrado pela organização terrorista Estado Islâmico, que reivindicou a autoria do atentado e apresentou um vídeo com os supostos homens-bomba.
A suspeita da maioria dos especialistas é que um grupo pequeno, sem grandes recursos nem experiência, não seria capaz de realizar uma ação desta magnitude, o pior atentado terrorista desde 11 de setembro de 1970 e o pior contra cristãos desde os anos 1970s.
Os ataques simultâneos atingiram três hotéis de luxo na capital, Colombo, e três igrejas, em Colombo, Negombo e Batticaloa. As autoridades do Sri Lanka estão sendo muito criticadas porque o serviço secreto da Índia alertou que extremistas muçulmanos planejavam atacar igrejas no país.
Como há uma rixa política entre o presidente Maithripala Sirisena e o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, a desavença está sendo apontada como principal causa da falha de segurança.
As forças de segurança encontraram explosivos em mais três locais de Colombo, inclusive no Aeroporto Internacional Bandaranaike, e 87 detonadores, sinal de que os terroristas pretendiam realizar mais ataques. Em estado de choque, o Sri Lanka mantém o alerta máximo.
Os irmãos se explodiram no hotel Shangri-La, em Colombo. O pai, Mohamed Ibrahim, foi preso horas depois, ainda no domingo. Um terrorista suicida estudou no Reino Unido e fez pós-graduação na Austrália.
Entre os nove terroristas, havia uma mulher que se matou junto com os dois filhos, explodindo um colete-bomba ao ser interpelada pela polícia num casa de propriedade de Ibrahim.
O ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, insiste na versão oficial que atribui o ataque a um grupo terrorista do país, National Thowheeth Jamaath, que até agora só havia atacado estátuas budistas. Mas admite que possa ter sido infiltrado pela organização terrorista Estado Islâmico, que reivindicou a autoria do atentado e apresentou um vídeo com os supostos homens-bomba.
A suspeita da maioria dos especialistas é que um grupo pequeno, sem grandes recursos nem experiência, não seria capaz de realizar uma ação desta magnitude, o pior atentado terrorista desde 11 de setembro de 1970 e o pior contra cristãos desde os anos 1970s.
Os ataques simultâneos atingiram três hotéis de luxo na capital, Colombo, e três igrejas, em Colombo, Negombo e Batticaloa. As autoridades do Sri Lanka estão sendo muito criticadas porque o serviço secreto da Índia alertou que extremistas muçulmanos planejavam atacar igrejas no país.
Como há uma rixa política entre o presidente Maithripala Sirisena e o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, a desavença está sendo apontada como principal causa da falha de segurança.
As forças de segurança encontraram explosivos em mais três locais de Colombo, inclusive no Aeroporto Internacional Bandaranaike, e 87 detonadores, sinal de que os terroristas pretendiam realizar mais ataques. Em estado de choque, o Sri Lanka mantém o alerta máximo.
Arábia Saudita executa 37 homens por crimes políticos
A monarquia absolutista da Arábia Saudita executou 37 homens por vários crimes políticos, noticiou hoje a televisão americana CNN. O Ministério do Interior revelou que um foi crucificado.
As execuções em massa têm por objetivo impedir a atividade política dentro do reino, uma monarquia feudal com características medievais, especialmente dos xiitas da Província Oriental. Ao mesmo tempo, mostram o desrespeito aos direitos humanos fundamentais e aumentam as preocupações de empresários e investidores ao fazerem negócios com o regime saudita.
O país raramente usa a crucificação para aplicar a pena de morte. O último caso era do ano passado, com um condenado por assassinato e estupro. Muitos executados foram presos entre 2012 e 2014, durante uma onda de protestos de muçulmanos xiitas na Província Oriental, rica em petróleo.
As execuções em massa têm por objetivo impedir a atividade política dentro do reino, uma monarquia feudal com características medievais, especialmente dos xiitas da Província Oriental. Ao mesmo tempo, mostram o desrespeito aos direitos humanos fundamentais e aumentam as preocupações de empresários e investidores ao fazerem negócios com o regime saudita.
O país raramente usa a crucificação para aplicar a pena de morte. O último caso era do ano passado, com um condenado por assassinato e estupro. Muitos executados foram presos entre 2012 e 2014, durante uma onda de protestos de muçulmanos xiitas na Província Oriental, rica em petróleo.
terça-feira, 23 de abril de 2019
Total de mortos pelo terror no Sri Lanka sobe para 321
A organização terrorista Estado Islâmico divulgou um vídeo reivindicando a autoria dos atentados contra igrejas e hotéis de luxo no Domingo de Páscoa no Sri Lanka, o antigo Ceilão. O total de mortos subiu para 321. Entre eles, havia 45 menores de idade.
Através de sua agência de propaganda, Amaq, os jihadistas afirmam que os terroristas suicidas que realizaram o ataque juraram lealdade ao grupo. Os oito homens-bomba foram identificados por seus nomes de guerra e estariam numa foto com a bandeira do EI ao fundo. A autenticidade da foto não foi comprovada.
Abu Ubeida, Abu Baraa e Abu Mukhtar se explodiram nos hotéis Cinnamon Grand, Shangri-La e Kingsbury. Abu Hamza, Abu Khalil e Abu Mohamad se detonaram em igrejas nas cidades de Colombo, Negombo e Batticaloa. Na versão do EI, um sétimo terrorista, Abu Abdallah, matou três policiais na periferia da capital, Colombo.
Até agora, 40 suspeitos foram presos, revelou o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe. O governo do Sri Lanka acusa o grupo jihadista local National Thowheeth Jamaath (NTJ) e um grupo extremista muçulmano indiano, Jamaat-ul-Mujahedin India.
Os ataques seriam uma retaliação ao massacre de 50 muçulmanos em duas mesquitas por um supremacista branco australiano em Christchurch, na Nova Zelândia, em 15 de março deste ano. Foram os piores atentados terroristas desde 11 de setembro de 2001.
Através de sua agência de propaganda, Amaq, os jihadistas afirmam que os terroristas suicidas que realizaram o ataque juraram lealdade ao grupo. Os oito homens-bomba foram identificados por seus nomes de guerra e estariam numa foto com a bandeira do EI ao fundo. A autenticidade da foto não foi comprovada.
Abu Ubeida, Abu Baraa e Abu Mukhtar se explodiram nos hotéis Cinnamon Grand, Shangri-La e Kingsbury. Abu Hamza, Abu Khalil e Abu Mohamad se detonaram em igrejas nas cidades de Colombo, Negombo e Batticaloa. Na versão do EI, um sétimo terrorista, Abu Abdallah, matou três policiais na periferia da capital, Colombo.
Até agora, 40 suspeitos foram presos, revelou o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe. O governo do Sri Lanka acusa o grupo jihadista local National Thowheeth Jamaath (NTJ) e um grupo extremista muçulmano indiano, Jamaat-ul-Mujahedin India.
Os ataques seriam uma retaliação ao massacre de 50 muçulmanos em duas mesquitas por um supremacista branco australiano em Christchurch, na Nova Zelândia, em 15 de março deste ano. Foram os piores atentados terroristas desde 11 de setembro de 2001.
segunda-feira, 22 de abril de 2019
EUA suspendem isenções à importação de petróleo do Irã
Os preços do petróleo atingiram hoje os níveis mais altos desde outubro de 2018, depois que os Estados Unidos anunciaram o fim das isenções às sanções a países que importem petróleo do Irã. Com a crise na Venezuela, o reinício da guerra civil na Síria e as sanções ao Irã, a oferta de petróleo está em queda.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril de petróleo do tipo West Texas Intermediate, padrão do mercado americano, subiu 2,3% para US$ 65,50, enquanto em Londres o petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, foi vendido a US$ 73,64, também com alta de 2,3%.
Em maio do ano passado, o presidente Donald Trump anunciou a retirada dos EUA do acordo assinado em 2015 para congelar por dez anos o programa nuclear militar iraniano e anunciou sanções a empresas iranianas e de todos os países que façam negócios com o Irã.
Num recuo parcial, o governo Trump deu em novembro um prazo de 180 dias para que países como a China, a Índia, o Japão, a Coreia do Sul e a Turquia continuassem importando petróleo iraniano. Este prazo vence em 1º de maio. Agora, a Casa Branca quer zerar as exportações de petróleo do Irã.
Os EUA esperam que aliados como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos aumentem a produção para manter a oferta global de petróleo.
"A pressão máxima sobre o regime iraniano significa pressão máxima. Por isso, os EUA não vão aceitar quaisquer exceções à importação de petróleo iraniano", declarou no Twitter o secretário de Estado, Mike Pompeo. "O mercado global está bem suprido. Estamos confiantes de que vai permanecer estável."
Desde o início de 2019, os preços do petróleo subiram 41%. A nova medida reforça esta tendência. As vendas externas do Irã devem cair abaixo dos 1,4 milhão de barris por dia exportados pela República Islâmica nos três primeiros meses do ano. Devem cair pela metade, mas dificilmente serão zeradas.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril de petróleo do tipo West Texas Intermediate, padrão do mercado americano, subiu 2,3% para US$ 65,50, enquanto em Londres o petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, foi vendido a US$ 73,64, também com alta de 2,3%.
Em maio do ano passado, o presidente Donald Trump anunciou a retirada dos EUA do acordo assinado em 2015 para congelar por dez anos o programa nuclear militar iraniano e anunciou sanções a empresas iranianas e de todos os países que façam negócios com o Irã.
Num recuo parcial, o governo Trump deu em novembro um prazo de 180 dias para que países como a China, a Índia, o Japão, a Coreia do Sul e a Turquia continuassem importando petróleo iraniano. Este prazo vence em 1º de maio. Agora, a Casa Branca quer zerar as exportações de petróleo do Irã.
Os EUA esperam que aliados como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos aumentem a produção para manter a oferta global de petróleo.
"A pressão máxima sobre o regime iraniano significa pressão máxima. Por isso, os EUA não vão aceitar quaisquer exceções à importação de petróleo iraniano", declarou no Twitter o secretário de Estado, Mike Pompeo. "O mercado global está bem suprido. Estamos confiantes de que vai permanecer estável."
Desde o início de 2019, os preços do petróleo subiram 41%. A nova medida reforça esta tendência. As vendas externas do Irã devem cair abaixo dos 1,4 milhão de barris por dia exportados pela República Islâmica nos três primeiros meses do ano. Devem cair pela metade, mas dificilmente serão zeradas.
domingo, 21 de abril de 2019
Terroristas matam 290 pessoas e ferem outras 500 no Sri Lanka
Na série de atentados mais violenta desde o fim da guerra civil, há dez anos, oito explosões atingiram três igrejas e três hotéis de luxo frequentados por estrangeiros neste Domingo de Páscoa no Sri Lanka, o antigo Ceilão.
Pelo menos 290 pessoas morreram e mais de 500 saíram feridas. Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques. A polícia suspeita de extremistas muçulmanos. Prendeu 24 suspeitos.
A partir das 8h45 (0h15 em Brasília), houve explosões na Igreja de Santo Antônio, em Colombo; a Igreja de São Sebastião, em Negombo; e a Igreja Zion, em Batticaloa; durante o horário de missa da manhã.
Os três hotéis de luxo atacados ficam na capital, Colombo: Shangri-La, Cinnamon Grand e Kingsbury. As outras duas explosões foram atribuídas pela polícia a terroristas em fuga. No domingo à noite, a polícia desativou uma bomba perto do Aeroporto Internacional Bandaranaike.
Dos 39 estrangeiros mortos, 25 foram identificados: oito indianos, três americanos, dois chineses, dois britânicos, dois turcos, um bengalês, um dinamarquês, um holandês, um japonês, um marroquino, um paquistanês, um polonês e um português.
Em pronunciamento oficial na televisão, o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe condenou "os ataques covardes de hoje" e fez um apelo à população para não espalhar notícias falsas e especulativas. As autoridades ainda não determinaram a autoria.
Os atentados coordenados e simultâneos contra civis têm a marca de grupos jihadistas como a rede Al Caeda e o Estado Islâmico. O Estado Islâmico costuma reivindicar até mesmo a autoria de ações armadas que não realizou.
Há dez dias, a polícia havia recebido um alerta de que um grupo extremista muçulmano, National Thowheeth Jamaath, planejava ataques a igrejas. Até agora, era mais conhecido por vandalizar e destruir estátuas budistas.
De acordo com o Centro Internacional para Estudos sobre a Violência Extremista, o NTJ não luta pela independência ou autonomia politica. Sua guerra é religiosa para impor sua visão puritana e punir os infiéis e pescadores.
De julho de 1983 a maio de 2009, o Exército do Sri Lanka enfrentou uma rebelião armada dos Tigres pela Libertação do Ilam Tamil, uma guerra civil entre a maioria singalesa e budista e a minoria tamil e hindu.
Mais de 50 mil pessoas morreram durante a guerra civil, mas a luta era entre budistas (70%) e hindus (13%). As minorias muçulmana (10%) e cristã (7%) estavam praticamente fora da briga.
Com cerca de 22 milhões de habitantes, o Sri Lanka é considerado o terceiro país mais religioso do mundo; 99% consideram a religião um aspecto muito importante da vida.
Pelo menos 290 pessoas morreram e mais de 500 saíram feridas. Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques. A polícia suspeita de extremistas muçulmanos. Prendeu 24 suspeitos.
A partir das 8h45 (0h15 em Brasília), houve explosões na Igreja de Santo Antônio, em Colombo; a Igreja de São Sebastião, em Negombo; e a Igreja Zion, em Batticaloa; durante o horário de missa da manhã.
Os três hotéis de luxo atacados ficam na capital, Colombo: Shangri-La, Cinnamon Grand e Kingsbury. As outras duas explosões foram atribuídas pela polícia a terroristas em fuga. No domingo à noite, a polícia desativou uma bomba perto do Aeroporto Internacional Bandaranaike.
Dos 39 estrangeiros mortos, 25 foram identificados: oito indianos, três americanos, dois chineses, dois britânicos, dois turcos, um bengalês, um dinamarquês, um holandês, um japonês, um marroquino, um paquistanês, um polonês e um português.
Em pronunciamento oficial na televisão, o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe condenou "os ataques covardes de hoje" e fez um apelo à população para não espalhar notícias falsas e especulativas. As autoridades ainda não determinaram a autoria.
Os atentados coordenados e simultâneos contra civis têm a marca de grupos jihadistas como a rede Al Caeda e o Estado Islâmico. O Estado Islâmico costuma reivindicar até mesmo a autoria de ações armadas que não realizou.
Há dez dias, a polícia havia recebido um alerta de que um grupo extremista muçulmano, National Thowheeth Jamaath, planejava ataques a igrejas. Até agora, era mais conhecido por vandalizar e destruir estátuas budistas.
De acordo com o Centro Internacional para Estudos sobre a Violência Extremista, o NTJ não luta pela independência ou autonomia politica. Sua guerra é religiosa para impor sua visão puritana e punir os infiéis e pescadores.
De julho de 1983 a maio de 2009, o Exército do Sri Lanka enfrentou uma rebelião armada dos Tigres pela Libertação do Ilam Tamil, uma guerra civil entre a maioria singalesa e budista e a minoria tamil e hindu.
Mais de 50 mil pessoas morreram durante a guerra civil, mas a luta era entre budistas (70%) e hindus (13%). As minorias muçulmana (10%) e cristã (7%) estavam praticamente fora da briga.
Com cerca de 22 milhões de habitantes, o Sri Lanka é considerado o terceiro país mais religioso do mundo; 99% consideram a religião um aspecto muito importante da vida.
Comediante judeu é eleito presidente da Ucrânia
Um humorista sem experiência política que pouco tempo atrás representava o presidente em programas de televisão foi eleito presidente da Ucrânia por ampla margem. De acordo com pesquisas de boca de urna, Volodymyr Zelensky teria recebido 73% dos votos contra 25% para o atual presidente, Petro Porochenko.
É uma ascensão extraordinária para o comediante de 41 anos, que anunciou sua candidatura na véspera do Ano Novo. "Prometo nunca trair vocês", declarou Zelensky ao festejar a vitória. Num recado à vizinha Rússia e desafio ao Kremlin, acrescentou: "A todos os países da antiga União Soviética, olhem para nós... Tudo é possível."
Como candidato antissistema, Zelensky se beneficiou do desgaste de Porochenko e da classe política ucraniana, desmoralizada por escândalos de corrupção e pela situação econômica do país depois da Revolução da Praça Maidan, que derrubou o presidente Viktor Yanukovich, mas provocou uma intervenção militar da Rússia, em fevereiro de 2014.
Por ordem de Moscou, soldados russos da Frota do Mar Negro estacionados em Sebastopol, na Crimeia, tomaram esta península, anexada ilegalmente pela Rússia em março de 2014. Em abril daquele ano, começou uma revolta insuflada pelo Kremlin no Leste da Ucrânia, causando uma guerra civil em que mais de 10 mil pessoas foram mortas.
A intervenção militar russa na Ucrânia levou os Estados Unidos e a União Europeia a adotarem sanções contra a Rússia, degradando as relações entre o Kremlin e o Ocidente a seu pior período desde o fim da Guerra Fria e da URSS, em 1991.
Zelensky conquistou 30% dos votos no primeiro turno, em 31 de março. Na campanha do segundo turno, Porochenko, um bilionário conhecido como o Rei do Chocolate, tentou sem sucesso apresentar o adversário como inexperiente.
O presidente eleito, a se confirmarem as pesquisas, batizou seu partido como Servidor do Povo, título do programa de TV em que representa um professor honesto combatendo a elite corrupta.
Ele promete acelerar as reformas econômicas e ampliar a integração à UE, mas não indicou como pretende se relacionar com o ditador da Rússia, Vladimir Putin, que age como se a Ucrânia pertencesse historicamente à Rússia.
É uma ascensão extraordinária para o comediante de 41 anos, que anunciou sua candidatura na véspera do Ano Novo. "Prometo nunca trair vocês", declarou Zelensky ao festejar a vitória. Num recado à vizinha Rússia e desafio ao Kremlin, acrescentou: "A todos os países da antiga União Soviética, olhem para nós... Tudo é possível."
Como candidato antissistema, Zelensky se beneficiou do desgaste de Porochenko e da classe política ucraniana, desmoralizada por escândalos de corrupção e pela situação econômica do país depois da Revolução da Praça Maidan, que derrubou o presidente Viktor Yanukovich, mas provocou uma intervenção militar da Rússia, em fevereiro de 2014.
Por ordem de Moscou, soldados russos da Frota do Mar Negro estacionados em Sebastopol, na Crimeia, tomaram esta península, anexada ilegalmente pela Rússia em março de 2014. Em abril daquele ano, começou uma revolta insuflada pelo Kremlin no Leste da Ucrânia, causando uma guerra civil em que mais de 10 mil pessoas foram mortas.
A intervenção militar russa na Ucrânia levou os Estados Unidos e a União Europeia a adotarem sanções contra a Rússia, degradando as relações entre o Kremlin e o Ocidente a seu pior período desde o fim da Guerra Fria e da URSS, em 1991.
Zelensky conquistou 30% dos votos no primeiro turno, em 31 de março. Na campanha do segundo turno, Porochenko, um bilionário conhecido como o Rei do Chocolate, tentou sem sucesso apresentar o adversário como inexperiente.
O presidente eleito, a se confirmarem as pesquisas, batizou seu partido como Servidor do Povo, título do programa de TV em que representa um professor honesto combatendo a elite corrupta.
Ele promete acelerar as reformas econômicas e ampliar a integração à UE, mas não indicou como pretende se relacionar com o ditador da Rússia, Vladimir Putin, que age como se a Ucrânia pertencesse historicamente à Rússia.
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sábado, 20 de abril de 2019
Polícia da Irlanda do Norte prende dois suspeitos de matar jornalista
Dois jovens de 18 e 19 anos foram presos hoje sob suspeita de participação no assassinato da jornalista Lyra McKee, baleada durante um protesto em Londonderry, na Irlanda do Norte, noticiou a agência Reuters. A polícia acredita que os responsáveis são ligados a um pequeno grupo de católicos republicanos dissidentes que se apresenta como o Novo Exército Republicano Irlandês (New IRA).
O temor é que pequenos grupos militantes tentem explorar o aumento de tensão provocado pelo plebiscito de 23 de junho de 2016, que aprovou a saída do Reino Unido da União Europeia. Se não houver acordo, poderá haver uma "fronteira dura" entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, abolida pelo Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, de 1998.
A Irlanda do Norte é historicamente dividida entre católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses favoráveis à unificação da Irlanda, de um lado, e protestantes, monarquistas e unionistas, defensores da união com a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales), do outro.
Há mais de dois anos, a Irlanda do Norte não tem o governo de união nacional previsto no acordo de paz por falta de acordo entre os partidos católicos e protestantes. A polícia suspeita do Novo IRA, um pequeno grupo de católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses contrário ao acordo de paz.
O Novo IRA também é acusado de explodir um carro-bomba diante de um tribunal em Londonderry, chamada apenas de Derry pelos nacionalistas irlandeses, em janeiro.
O temor é que pequenos grupos militantes tentem explorar o aumento de tensão provocado pelo plebiscito de 23 de junho de 2016, que aprovou a saída do Reino Unido da União Europeia. Se não houver acordo, poderá haver uma "fronteira dura" entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, abolida pelo Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, de 1998.
A Irlanda do Norte é historicamente dividida entre católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses favoráveis à unificação da Irlanda, de um lado, e protestantes, monarquistas e unionistas, defensores da união com a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales), do outro.
Há mais de dois anos, a Irlanda do Norte não tem o governo de união nacional previsto no acordo de paz por falta de acordo entre os partidos católicos e protestantes. A polícia suspeita do Novo IRA, um pequeno grupo de católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses contrário ao acordo de paz.
O Novo IRA também é acusado de explodir um carro-bomba diante de um tribunal em Londonderry, chamada apenas de Derry pelos nacionalistas irlandeses, em janeiro.
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sexta-feira, 19 de abril de 2019
Estado Islâmico reivindica ataque na República Democrática do Congo
Com o fim do califado no Oriente Médio, o Estado Islâmico tenta expandir suas atividades para outras regiões da Terra, inclusive no Centro da África. Ontem, a Amaq, agência oficial de propaganda da organização terrorista, reivindicou a responsabilidade por uma ação na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo.
Pelo relato da Amaq, militantes da Província do Estado Islâmico na África Central atacaram soldados do Exército do Congo, matando três e ferindo outros cinco, na localidade de Kamango. Militantes islamitas atacam a região há muitos anos, mas foi a primeira vez que a agência do Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por uma ação armada no Congo.
As Forças Democráticas Aliadas (ADF, do inglês), um grupo jihadista da vizinha Uganda, são mais ativas na região e têm adotado palavras de ordem e bandeiras do Estado Islâmico.
Ao perder os territórios que havia conquistado na Síria e no Iraque, uma área do tamanho do Reino Unido, o Estado Islâmico regrediu, voltando a ser apenas um grupo terrorista clandestino, sem uma base territorial. Os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris foram um sinal de que o projeto original do califado estava destinado ao fracasso.
A expansão internacional é a tentativa de conter o declínio. A própria Amaq admite que a série de ataques em outros países, inclusive no Congo, faz parte da Campanha de Vingança pela Abençoada Província do Levante.
Desde 1996, as ADF lideram uma revolta na fronteira entre o Congo e Uganda com o objetivo de impor a lei islâmica e sucesso limitado a algumas vilas remotas perdidas em meio à floresta tropical africana. A aliança com o Estado Islâmico não aumentou sua capacidade militar.
Pelo relato da Amaq, militantes da Província do Estado Islâmico na África Central atacaram soldados do Exército do Congo, matando três e ferindo outros cinco, na localidade de Kamango. Militantes islamitas atacam a região há muitos anos, mas foi a primeira vez que a agência do Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por uma ação armada no Congo.
As Forças Democráticas Aliadas (ADF, do inglês), um grupo jihadista da vizinha Uganda, são mais ativas na região e têm adotado palavras de ordem e bandeiras do Estado Islâmico.
Ao perder os territórios que havia conquistado na Síria e no Iraque, uma área do tamanho do Reino Unido, o Estado Islâmico regrediu, voltando a ser apenas um grupo terrorista clandestino, sem uma base territorial. Os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris foram um sinal de que o projeto original do califado estava destinado ao fracasso.
A expansão internacional é a tentativa de conter o declínio. A própria Amaq admite que a série de ataques em outros países, inclusive no Congo, faz parte da Campanha de Vingança pela Abençoada Província do Levante.
Desde 1996, as ADF lideram uma revolta na fronteira entre o Congo e Uganda com o objetivo de impor a lei islâmica e sucesso limitado a algumas vilas remotas perdidas em meio à floresta tropical africana. A aliança com o Estado Islâmico não aumentou sua capacidade militar.
quinta-feira, 18 de abril de 2019
Candidato da oposição é diplomado como prefeito de Istambul
Apesar dos protestos e recursos do governista Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), Ekrem Imamoglu, do oposicionista Partido Popular Republicano (CHP), foi diplomado ontem pelo Supremo Conselho Eleitoral como prefeito eleito de Istambul, a antiga Constantinopla, maior cidade da Turquia.
Há 25 anos, o AKP governava Istambul. É um alerta para o desgaste do partido do presidente Recep Tayyip Erdogan, que assumiu poderes ditatoriais depois de uma tentativa de golpe em 2016.
A eleição para prefeito de Istambul foi uma disputa apertada. Imamoglu ganhou por 13 mil votos num eleitorado de 8 milhões. O AKP ainda contesta o resultado oficial.
Há 25 anos, o AKP governava Istambul. É um alerta para o desgaste do partido do presidente Recep Tayyip Erdogan, que assumiu poderes ditatoriais depois de uma tentativa de golpe em 2016.
A eleição para prefeito de Istambul foi uma disputa apertada. Imamoglu ganhou por 13 mil votos num eleitorado de 8 milhões. O AKP ainda contesta o resultado oficial.
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quarta-feira, 17 de abril de 2019
Ex-presidente do Peru se mata para não ser preso por corrupção
O ex-presidente peruano Alan García Pérez se suicidou com um tiro na cabeça hoje para não ser preso por corrupção num desdobramento da Operação Lava Jato no país vizinho.
Outros dois ex-presidentes do Peru, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski, foram presos por receber suborno da construtora Odebrecht. Alejandro Toledo está refugiado nos Estados Unidos.
Uma candidata derrotada, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, condenado por corrupção e violação dos direitos humanos, está em prisão preventiva por receber dinheiro sujo da Odebrecht para a campanha eleitoral de 2011.
Ao ser interpelado pela polícia em sua casa, no aristocrático bairro de Miraflores, em Lima, hoje de manhã, García pediu para ir até o quarto telefonar para seu advogado e se deu um tiro na cabeça, contou o ministro do Interior do Peru, Carlos Morán, citado pelo jornal La República.
García foi levado para o Hospital Casimiro Ulloa. Horas depois, a ministra da Saúde, Zulema Tomás Gonzáles, anunciou a morte depois de três paradas cardíacas.
A Odebrecht depositou o dinheiro sujo na conta de Miguel Atala e de lá foi para Chalán, apelido de Luis Nava, ex-secretário particular de García. O ex-presidente negava ter conhecimento do depósito e da ilegalidade das transações.
Alan García era da Aliança Popular Revolucionária Americana (APRA), o principal partido populista da esquerda do Peru, fundado por Víctor Raúl Haya de la Torre. Do ponto de vista político e ideológico, era uma espécie de Leonel Brizola peruano.
García governou o Peru duas vezes. Na primeira, de 1985 a 1990, fez uma administração desastrosa, marcada pela hiperinflação de 7.694% em 1990 e a rebelião armada do grupo terrorista de esquerda Sendero Luminoso.
A crise profunda levou à eleição em 1990 de Alberto Fujimori, de origem japonesa, que deu um golpe de Estado em 1992, fechando o Congresso e a Corte Suprema. Mesmo assim, García, convertido à economia de mercado, foi reeleito em 2006 para um segundo mandato. Nessa campanha, teria recebido dinheiro ilícito da Odebrecht.
Seu ex-secretário Luis Nava e o ex-ministro Enrique Cornejo foram presos nas atuais diligências. Depois do Brasil, o Peru foi o país mais atingido pela Lava Jato. García tentou pedir asilo político ao Uruguai, mas foi rejeitado.
Outros dois ex-presidentes do Peru, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski, foram presos por receber suborno da construtora Odebrecht. Alejandro Toledo está refugiado nos Estados Unidos.
Uma candidata derrotada, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, condenado por corrupção e violação dos direitos humanos, está em prisão preventiva por receber dinheiro sujo da Odebrecht para a campanha eleitoral de 2011.
Ao ser interpelado pela polícia em sua casa, no aristocrático bairro de Miraflores, em Lima, hoje de manhã, García pediu para ir até o quarto telefonar para seu advogado e se deu um tiro na cabeça, contou o ministro do Interior do Peru, Carlos Morán, citado pelo jornal La República.
García foi levado para o Hospital Casimiro Ulloa. Horas depois, a ministra da Saúde, Zulema Tomás Gonzáles, anunciou a morte depois de três paradas cardíacas.
A Odebrecht depositou o dinheiro sujo na conta de Miguel Atala e de lá foi para Chalán, apelido de Luis Nava, ex-secretário particular de García. O ex-presidente negava ter conhecimento do depósito e da ilegalidade das transações.
Alan García era da Aliança Popular Revolucionária Americana (APRA), o principal partido populista da esquerda do Peru, fundado por Víctor Raúl Haya de la Torre. Do ponto de vista político e ideológico, era uma espécie de Leonel Brizola peruano.
García governou o Peru duas vezes. Na primeira, de 1985 a 1990, fez uma administração desastrosa, marcada pela hiperinflação de 7.694% em 1990 e a rebelião armada do grupo terrorista de esquerda Sendero Luminoso.
A crise profunda levou à eleição em 1990 de Alberto Fujimori, de origem japonesa, que deu um golpe de Estado em 1992, fechando o Congresso e a Corte Suprema. Mesmo assim, García, convertido à economia de mercado, foi reeleito em 2006 para um segundo mandato. Nessa campanha, teria recebido dinheiro ilícito da Odebrecht.
Seu ex-secretário Luis Nava e o ex-ministro Enrique Cornejo foram presos nas atuais diligências. Depois do Brasil, o Peru foi o país mais atingido pela Lava Jato. García tentou pedir asilo político ao Uruguai, mas foi rejeitado.
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Parlamento do Egito prorroga para seis anos o mandato do ditador Al-Sissi
A Assembleia Nacional do Egito aprovou ontem uma série de emendas constitucionais , inclusive a ampliação para seis anos do mandato presidencial. Assim, o mandato do ditador Abdel Fattah al-Sissi vai até 2024, quando ele terá direito de concorrer à reeleição, ficando no poder até 2030.
Outras emendas criam o cargo de vice-presidente e restabelecem o Conselho da Shura (Conselho Consultivo), um órgão de assessoramento com funções de câmara alta, de um Senado. Também impõem quotas para a representação de mulheres e minorias na Assembleia Nacional.
Todas estas emendas precisam ser aprovadas em referendo. Talvez a mais importante seja a que dá ao Conselho Supremo das Forças Armadas a palavra final sobre a nomeação do ministro da Defesa do Egito, que tem o maior Exército do mundo árabe.
O mandato das Forças Armadas ficou mais fortes, com a definição como "uma instituição do povo com a missão de garantir o território, a Constituição, a democracia, os direitos individuais, o Estado, o governo civil e os ganhos do povo." Não há nenhuma supervisão do poder civil sobre os militares. É o contrário.
Qualquer ação militar está justificada para salvaguardar o Egito. As Forças Armadas governam o país desde o golpe militar de 1952, que derrubou o rei Faruk. Houve um breve período em que os militares se afastaram, da queda de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, à queda de Mohamed Mursi, o presidente eleito democraticamente pela Irmandade Muçulmana.
Em 3 de julho de 2013, Al-Sissi deu o golpe e retomou o controle da política do Egito para os militares. Desde o tempo de Gamal Abdel Nasser (1956-70), o grande líder do nacionalismo árabe nos anos 1950s e 1960s, o Egito tem um Estado centralizado e autoritário, no modelo soviético.
Outras emendas criam o cargo de vice-presidente e restabelecem o Conselho da Shura (Conselho Consultivo), um órgão de assessoramento com funções de câmara alta, de um Senado. Também impõem quotas para a representação de mulheres e minorias na Assembleia Nacional.
Todas estas emendas precisam ser aprovadas em referendo. Talvez a mais importante seja a que dá ao Conselho Supremo das Forças Armadas a palavra final sobre a nomeação do ministro da Defesa do Egito, que tem o maior Exército do mundo árabe.
O mandato das Forças Armadas ficou mais fortes, com a definição como "uma instituição do povo com a missão de garantir o território, a Constituição, a democracia, os direitos individuais, o Estado, o governo civil e os ganhos do povo." Não há nenhuma supervisão do poder civil sobre os militares. É o contrário.
Qualquer ação militar está justificada para salvaguardar o Egito. As Forças Armadas governam o país desde o golpe militar de 1952, que derrubou o rei Faruk. Houve um breve período em que os militares se afastaram, da queda de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, à queda de Mohamed Mursi, o presidente eleito democraticamente pela Irmandade Muçulmana.
Em 3 de julho de 2013, Al-Sissi deu o golpe e retomou o controle da política do Egito para os militares. Desde o tempo de Gamal Abdel Nasser (1956-70), o grande líder do nacionalismo árabe nos anos 1950s e 1960s, o Egito tem um Estado centralizado e autoritário, no modelo soviético.
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segunda-feira, 15 de abril de 2019
Cientistas de Israel imprimem coração usando células de paciente
Uma equipe da Universidade de Telavive, em Israel, criou um coração com uma impressora em três dimensões usando células e material biológico de um paciente. Até agora, só tinha sido possível imprimir tecidos sem vasos sanguíneos, noticiou o jornal The Times of Israel.
"É a primeira vez que alguém conseguiu engenhar e imprimir um coração inteiro, com células, vasos sanguíneos, aurículas e ventrículos", declarou o professor Tal Dvir, da Escola de Biologia Celular Molecular e de Biotecnologia, do Departamento de Engenharia e Ciência dos Materiais do Centro de Nanociência e Nanotecnologia, e do centro Sagol para Biotecnologia Regenerativa, que chefiou a pesquisa.
Ele trabalhou com o professor Assaf Shapira, da Faculdade de Ciências da Vida da Universidade de Telavive, e com o doutorando Nadav Moor. A pesquisa foi publicada na revista científica Advanced Science.
O coração impresso tem o tamanho de um coração de coelho, mas os pesquisadores acreditam que será possível produzir um coração humano com a mesma tecnologia. A esperança é que "dentro de 10 anos haja impressoras de órgãos nos melhores hospitais do mundo e que estes procedimentos possam ser realizados rotineiramente", acrescentou o professor Dvir.
As doenças cardíacas são a maior causa de mortes nos Estados Unidos. Em Israel, são a segunda maior causa de mortes, depois do câncer. Em 2013, os problemas do coração foram responsáveis por 16% das mortes em Israel.
"É a primeira vez que alguém conseguiu engenhar e imprimir um coração inteiro, com células, vasos sanguíneos, aurículas e ventrículos", declarou o professor Tal Dvir, da Escola de Biologia Celular Molecular e de Biotecnologia, do Departamento de Engenharia e Ciência dos Materiais do Centro de Nanociência e Nanotecnologia, e do centro Sagol para Biotecnologia Regenerativa, que chefiou a pesquisa.
Ele trabalhou com o professor Assaf Shapira, da Faculdade de Ciências da Vida da Universidade de Telavive, e com o doutorando Nadav Moor. A pesquisa foi publicada na revista científica Advanced Science.
O coração impresso tem o tamanho de um coração de coelho, mas os pesquisadores acreditam que será possível produzir um coração humano com a mesma tecnologia. A esperança é que "dentro de 10 anos haja impressoras de órgãos nos melhores hospitais do mundo e que estes procedimentos possam ser realizados rotineiramente", acrescentou o professor Dvir.
As doenças cardíacas são a maior causa de mortes nos Estados Unidos. Em Israel, são a segunda maior causa de mortes, depois do câncer. Em 2013, os problemas do coração foram responsáveis por 16% das mortes em Israel.
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domingo, 14 de abril de 2019
Paraguai defende isolamento total da Venezuela para derrubar Maduro
O ministro do Exterior do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, declarou ontem ser a favor de uma política de total isolamento da Venezuela para forçar a queda do ditador Nicolás Maduro. Mais de 50 países, inclusive o Brasil e o Paraguai, reconheceram o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como o presidente legítimo da Venezuela.
"Nossa intenção é continuar com o trabalho de isolar o regime tão completamente para que não tenha nenhum oxigênio sobrando", afirmou Castiglioni, depois de receber o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em Assunção.
Para o chanceler paraguaio, Maduro usa o pouco oxigênio que lhe resta para "consolidar a repressão política" e "fazer as pessoas sofrerem".
Com a economia venezuelana em colapso e a queda na produção de petróleo, surpreende que Maduro ainda esteja no Palácio de Miraflores: "Ele não será capaz de se sustentar por muito tempo e vai cair inevitavelmente. Aquele regime vai ciar porque será impossível se manter", previu Castiglioni.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos esteve ontem com o presidente Mario Abdo Benítez e seu chanceler numa gira pela América do Sul que incluiu também visitas à Colômbia, ao Peru e ao Chile. O tema central da viagem foi a Venezuela.
"Nossa intenção é continuar com o trabalho de isolar o regime tão completamente para que não tenha nenhum oxigênio sobrando", afirmou Castiglioni, depois de receber o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em Assunção.
Para o chanceler paraguaio, Maduro usa o pouco oxigênio que lhe resta para "consolidar a repressão política" e "fazer as pessoas sofrerem".
Com a economia venezuelana em colapso e a queda na produção de petróleo, surpreende que Maduro ainda esteja no Palácio de Miraflores: "Ele não será capaz de se sustentar por muito tempo e vai cair inevitavelmente. Aquele regime vai ciar porque será impossível se manter", previu Castiglioni.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos esteve ontem com o presidente Mario Abdo Benítez e seu chanceler numa gira pela América do Sul que incluiu também visitas à Colômbia, ao Peru e ao Chile. O tema central da viagem foi a Venezuela.
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sábado, 13 de abril de 2019
Espanha prende ex-chefe da inteligência da Venezuela a pedido dos EUA
A Justiça da Espanha ordenou ontem que Hugo Carvajal, ex-chefe do serviço secreto da Venezuela no governo Hugo Chávez, aguarde na prisão o julgamento de um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos sob a acusação de tráfico de drogas. Ele foi detido anteontem.
Sua prisão deixa claro que não basta aderir à oposição para se livrar de possíveis processos. Em fevereiro, Carvajal deu seu apoio ao autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional dominada pela oposição.
Altos funcionários dos EUA disseram que ele tem informações valiosas sobre a ditadura de Nicolás Maduro e está disposto a cooperar. Carvajal era assessor de Chávez. Ele nega ligações com o tráfico de drogas e pretende contestar a extradição alegando ter família residente na Espanha.
Sua prisão deixa claro que não basta aderir à oposição para se livrar de possíveis processos. Em fevereiro, Carvajal deu seu apoio ao autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional dominada pela oposição.
Altos funcionários dos EUA disseram que ele tem informações valiosas sobre a ditadura de Nicolás Maduro e está disposto a cooperar. Carvajal era assessor de Chávez. Ele nega ligações com o tráfico de drogas e pretende contestar a extradição alegando ter família residente na Espanha.
sexta-feira, 12 de abril de 2019
Ditador deposto será julgado no Sudão, promete junta militar
A junta militar que derrubou ontem o ditador Omar Bachir, que estava no poder havia 30 anos, anunciou hoje que ele será julgado no Sudão e não extraditado para responder a processo no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, onde foi denunciado por crimes contra a humanidade e crimes de guerra por causa do genocídio de Darfur.
Sob pressão das ruas, o novo homem-forte do país, general Omar Zain al-Abidin, prometeu realizar eleições em dois anos. Ele afirmou que os militares que derrubaram Bachir "não têm fome de poder" e serão "guardiães das demandas do povo".
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o general convocou ao diálogo todos os partidos do Sudão, menos o Congresso Nacional, de Bachir, acusando-se de ser "responsável pelo que aconteceu".
A Associação dos Profissionais Sudaneses, uma das organizações da sociedade civil organizadora das manifestações de rua, rejeitou o convite ao diálogo alegando que a junta militar "não é capaz de promover a mudança".
O porta-voz da associação, Rachid Said, disse: "Fomos enganados por uma grupo de pessoas que tomou o poder do Exército. Este é um pequeno grupo ligado ao regime de Bachir. Tomaram o poder com a concordândia de Bachir."
Como várias facções do Exército, várias milícias e o poderoso Serviço Nacional de Segurança e Inteligência estavam comprometidos com o antigo regime, há fortes suspeitas em relação ao diálogo e a uma mudança efetiva.
Pelo menos 11 pessoas foram mortas ontem, sendo oito na província de Darfur, no Leste do Sudão, local de um genocídio no início do século. O total de mortes desde que os protestos começaram, em dezembro, chegou a 90.
O TPI denunciou Bachir por cinco acusações de crimes contra a humanidade, duas de crimes de guerra e três de genocídio supostamente ocorridos em Darfur entre 2003 e 2008.
A crise econômica, agravada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos, e a perda da renda do petróleo com a independência do Sudão do Sul, em 2011, contribuíram para o fim da ditadura de Bachir.
Com a queda do ditador sudanês e de Abdelaziz Bouteflika, que estava no poder há 20 anos na Argélia, fica no ar a dúvida de estar ocorrendo uma segunda Primavera Árabe como a de 2011, quando caíram ditaduras na Tunísia, no Egito, na Líbia e no Iêmen, e teve início a guerra civil na Síria.
Sob pressão das ruas, o novo homem-forte do país, general Omar Zain al-Abidin, prometeu realizar eleições em dois anos. Ele afirmou que os militares que derrubaram Bachir "não têm fome de poder" e serão "guardiães das demandas do povo".
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o general convocou ao diálogo todos os partidos do Sudão, menos o Congresso Nacional, de Bachir, acusando-se de ser "responsável pelo que aconteceu".
A Associação dos Profissionais Sudaneses, uma das organizações da sociedade civil organizadora das manifestações de rua, rejeitou o convite ao diálogo alegando que a junta militar "não é capaz de promover a mudança".
O porta-voz da associação, Rachid Said, disse: "Fomos enganados por uma grupo de pessoas que tomou o poder do Exército. Este é um pequeno grupo ligado ao regime de Bachir. Tomaram o poder com a concordândia de Bachir."
Como várias facções do Exército, várias milícias e o poderoso Serviço Nacional de Segurança e Inteligência estavam comprometidos com o antigo regime, há fortes suspeitas em relação ao diálogo e a uma mudança efetiva.
Pelo menos 11 pessoas foram mortas ontem, sendo oito na província de Darfur, no Leste do Sudão, local de um genocídio no início do século. O total de mortes desde que os protestos começaram, em dezembro, chegou a 90.
O TPI denunciou Bachir por cinco acusações de crimes contra a humanidade, duas de crimes de guerra e três de genocídio supostamente ocorridos em Darfur entre 2003 e 2008.
A crise econômica, agravada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos, e a perda da renda do petróleo com a independência do Sudão do Sul, em 2011, contribuíram para o fim da ditadura de Bachir.
Com a queda do ditador sudanês e de Abdelaziz Bouteflika, que estava no poder há 20 anos na Argélia, fica no ar a dúvida de estar ocorrendo uma segunda Primavera Árabe como a de 2011, quando caíram ditaduras na Tunísia, no Egito, na Líbia e no Iêmen, e teve início a guerra civil na Síria.
quinta-feira, 11 de abril de 2019
Fundador do WikiLeaks é preso e pode ser extraditado para os EUA
Depois de sete anos asilado na Embaixada do Equador em Londres, o anarquista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, uma empresa dedicada a piratear segredos de Estado e de grandes empresas, foi preso hoje. Ele pode ser extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de conspiração para invadir computadores e roubar documentos sigilosos.
O Equador suspendeu o asilo e autorizou a polícia britânica a entrar na embaixada e prender Assange, acusado no Reino Unido de violar os termos de sua liberdade condicional. Quando entrou na embaixada, Assange tinha contra si um mandado de prisão pan-europeu emitido pela Procuradoria-Geral da Suécia, que pretendia interrogá-lo por acusação de crimes sexuais.
Mais tarde, a Suécia retirou as acusações, mas Assange não poderia deixar a embaixada sem ser preso pela polícia britânica por violar os termos de sua liberdade condicional enquanto aguardava o julgamento do pedido de extradição para a Suécia.
Nos EUA, Assange é acusado de conspiração para violar computadores e roubar documentos sigilosos no caso que levou à prisão o soldado Bradley Manning, que mudou de sexo e hoje se chama Chelsea Manning. Mais de 250 mil documentos sigilosos do Departamento de Estado foram revelados pelo WikiLeaks.
Durante a campanha eleitoral de 2016, o então candidato Donald Trump pediu publicamente ao WikiLeaks que pirateasse o correio eletrônico da candidata democrata, Hillary Clinton, que usou um servidor privado quando era secretária de Estado.
"Eu amo o WikiLeaks", declarou Trump, que hoje tentou se distanciar de Assange. O WikiLeaks divulgou mensagens de correio eletrônico do Partido Democrata dos EUA pirateados pelo serviço secreto militar da Rússia em suas manobras para favorecer Trump. Assange afirmou que trabalhava contra Hillary para evitar uma nova guerra mundial.
O grande debate é se Assange agiu apenas para divulgar informações. Neste caso, estaria protegido pelo direito à liberdade de expressão garantido pela Constituição americana.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou "energicamente a detenção de Julian Assange e a violação da liberdade de expressão". O australiano se refugiou na embaixada equatoriana quando o país era governado pelo chavista Rafael Correa, aliado de Morales e da ditadura venezuelana. Seu sucessor e ex-aliado Lenin Moreno rompeu com Correa e hoje apoia o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
O Equador suspendeu o asilo e autorizou a polícia britânica a entrar na embaixada e prender Assange, acusado no Reino Unido de violar os termos de sua liberdade condicional. Quando entrou na embaixada, Assange tinha contra si um mandado de prisão pan-europeu emitido pela Procuradoria-Geral da Suécia, que pretendia interrogá-lo por acusação de crimes sexuais.
Mais tarde, a Suécia retirou as acusações, mas Assange não poderia deixar a embaixada sem ser preso pela polícia britânica por violar os termos de sua liberdade condicional enquanto aguardava o julgamento do pedido de extradição para a Suécia.
Nos EUA, Assange é acusado de conspiração para violar computadores e roubar documentos sigilosos no caso que levou à prisão o soldado Bradley Manning, que mudou de sexo e hoje se chama Chelsea Manning. Mais de 250 mil documentos sigilosos do Departamento de Estado foram revelados pelo WikiLeaks.
Durante a campanha eleitoral de 2016, o então candidato Donald Trump pediu publicamente ao WikiLeaks que pirateasse o correio eletrônico da candidata democrata, Hillary Clinton, que usou um servidor privado quando era secretária de Estado.
"Eu amo o WikiLeaks", declarou Trump, que hoje tentou se distanciar de Assange. O WikiLeaks divulgou mensagens de correio eletrônico do Partido Democrata dos EUA pirateados pelo serviço secreto militar da Rússia em suas manobras para favorecer Trump. Assange afirmou que trabalhava contra Hillary para evitar uma nova guerra mundial.
O grande debate é se Assange agiu apenas para divulgar informações. Neste caso, estaria protegido pelo direito à liberdade de expressão garantido pela Constituição americana.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou "energicamente a detenção de Julian Assange e a violação da liberdade de expressão". O australiano se refugiou na embaixada equatoriana quando o país era governado pelo chavista Rafael Correa, aliado de Morales e da ditadura venezuelana. Seu sucessor e ex-aliado Lenin Moreno rompeu com Correa e hoje apoia o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
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UE amplia prazo para saída do Reino Unido até 31 de outubro
O Conselho Europeu, que reúne os líderes dos países da União Europeia, prorrogou até 31 de outubro de 2019 o prazo para o Reino Unido deixar o bloco. É uma "extensão flexível". A primeira-ministra Theresa May pressiona os deputados do Partido Conservador a aprovar o acordo que negociou com os sócios europeus para o país sair logo, sem realizar eleições para o Parlamento Europeu em maio.
De volta a Londres, May será alvo de novas pressões da ala mais extremista e eurocética do partido para renunciar ao cargo. A ala direitista do partido teme que o Reino Unido não saia da UE ou fique preso às regras do bloco, com que tem a metade de seu comércio exterior.
O único país que resistiu à prorrogação do prazo foi a França. O presidente Emmanuel Macron declarou que a hesitação do Reino Unido prejudica o esforço de "renascimento da Europa".
Para o presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk, que defendia um prazo de um ano, agora o Reino Unido tem tempo suficiente para aprovar o acordo negociado por May, realizar novas eleições ou "cancelar totalmente a Brexit". Tusk é um dos defensores da permanência do Reino Unido na UE.
O novo prazo também dá uma chance aos defensores de um segundo plebiscito para o eleitorado britânico decidir que tipo de divórcio quer ou até para manter o país na UE. A Brexit fica adiada, talvez até o Dia das Bruxas.
De volta a Londres, May será alvo de novas pressões da ala mais extremista e eurocética do partido para renunciar ao cargo. A ala direitista do partido teme que o Reino Unido não saia da UE ou fique preso às regras do bloco, com que tem a metade de seu comércio exterior.
O único país que resistiu à prorrogação do prazo foi a França. O presidente Emmanuel Macron declarou que a hesitação do Reino Unido prejudica o esforço de "renascimento da Europa".
Para o presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk, que defendia um prazo de um ano, agora o Reino Unido tem tempo suficiente para aprovar o acordo negociado por May, realizar novas eleições ou "cancelar totalmente a Brexit". Tusk é um dos defensores da permanência do Reino Unido na UE.
O novo prazo também dá uma chance aos defensores de um segundo plebiscito para o eleitorado britânico decidir que tipo de divórcio quer ou até para manter o país na UE. A Brexit fica adiada, talvez até o Dia das Bruxas.
quarta-feira, 10 de abril de 2019
Presidente interino da Argélia convoca eleição para 4 de julho
O presidente interino da Argélia, Abdelkader Bensalah, anunciou hoje a realização de eleição presidencial em 4 de julho. Ele substituiu Abdelaziz Bouteflika, afastado do cargo sob pressão de uma onda de manifestações de rua depois de ficar 20 anos no cargo.
A Frente de Libertação Nacional (FLN), que liderou a guerra de independência contra a França (1954-62), governa o país desde 1962. A oposição e os manifestantes temem mais uma manobra para manter o regime de partido único.
Bouteflika, que sofreu um acidente vascular cerebral em 2013 e não é visto em público desde aquela época, renunciou em 2 de abril. A Constituição da Argélia exige que o presidente interino convoque eleições dentro de 90 dias a partir da posse.
A Frente de Libertação Nacional (FLN), que liderou a guerra de independência contra a França (1954-62), governa o país desde 1962. A oposição e os manifestantes temem mais uma manobra para manter o regime de partido único.
Bouteflika, que sofreu um acidente vascular cerebral em 2013 e não é visto em público desde aquela época, renunciou em 2 de abril. A Constituição da Argélia exige que o presidente interino convoque eleições dentro de 90 dias a partir da posse.
EUA e China criam escritórios para fiscalizar acordo comercial
Os Estados Unidos e a China superaram hoje mais um obstáculos para acabar com a guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump. Os dois países mais ricos do mundo vão instalar escritórios para fiscalizar o acordo comercial em negociação, anunciou hoje o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
A decisão foi acertada ontem entre o próprio Mnuchin e o vice-primeiro-ministro chinês encarregado das negociações, Liu He. O secretário e o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, querem concluir até maio o acordo, a ser assinado por Trump e o ditador Xi Jinping.
A fiscalização do cumprimento dos acordos é um tema central das negociações. Os EUA querem garantias de que a China fará o que prometer e o direito de impor tarifas retaliatórias em caso de não cumprimento. A China relutava temendo lesões à sua soberania e a reação da linha dura do Partido Comunista.
O escritório do representante comercial, a Casa Branca e a Embaixada da China em Washington não comentaram a declaração do secretário do Tesouro. A China exige a remoção de todas as sobretaxas impostas pelos EUA às exportações chinesas.
Para os EUA, as questões centrais são o respeito à propriedade intelectual, o fim da transferência forçada de tecnologia, maior acesso ao mercado chinês, o fim das discriminações a empresas americanas e o aumento da compra de produtos dos EUA pela China para reduzir o déficit comercial do país.
A decisão foi acertada ontem entre o próprio Mnuchin e o vice-primeiro-ministro chinês encarregado das negociações, Liu He. O secretário e o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, querem concluir até maio o acordo, a ser assinado por Trump e o ditador Xi Jinping.
A fiscalização do cumprimento dos acordos é um tema central das negociações. Os EUA querem garantias de que a China fará o que prometer e o direito de impor tarifas retaliatórias em caso de não cumprimento. A China relutava temendo lesões à sua soberania e a reação da linha dura do Partido Comunista.
O escritório do representante comercial, a Casa Branca e a Embaixada da China em Washington não comentaram a declaração do secretário do Tesouro. A China exige a remoção de todas as sobretaxas impostas pelos EUA às exportações chinesas.
Para os EUA, as questões centrais são o respeito à propriedade intelectual, o fim da transferência forçada de tecnologia, maior acesso ao mercado chinês, o fim das discriminações a empresas americanas e o aumento da compra de produtos dos EUA pela China para reduzir o déficit comercial do país.
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terça-feira, 9 de abril de 2019
Índia boicota fórum sobre iniciativa chinesa Um Cinturão Uma Estrada
A Índia não vai enviar representantes ao fórum sobre a Iniciativa um Cinturão uma Estrada, um megaprojeto de investimentos de infraestrutura do governo da China para recriar o Caminho da Seda e uma rota marítima para suas exportações chegarem até a Europa.
Por várias vezes, a China tentou atrair a Índia para a iniciativa. O boicote ao encontro deixa claro que a Índia não mudou de ideia.
O governo indiano boicotou o primeiro fórum, em 2017, e se opõe ao Corredor Econômico China-Paquistão, que passa por uma parte da região da Caxemira reivindicada pela Índia. O projeto também sofre oposição no Paquistão por medo do endividamento do país, que deve ser de US$ 20 bilhões.
Maior rival estratégico da China, os Estados Unidos são contra a Iniciativa Um Cinturão, Uma Estrada. Acusam o regime comunista chinês de querer controlar outros países através do endividamento.
Por várias vezes, a China tentou atrair a Índia para a iniciativa. O boicote ao encontro deixa claro que a Índia não mudou de ideia.
O governo indiano boicotou o primeiro fórum, em 2017, e se opõe ao Corredor Econômico China-Paquistão, que passa por uma parte da região da Caxemira reivindicada pela Índia. O projeto também sofre oposição no Paquistão por medo do endividamento do país, que deve ser de US$ 20 bilhões.
Maior rival estratégico da China, os Estados Unidos são contra a Iniciativa Um Cinturão, Uma Estrada. Acusam o regime comunista chinês de querer controlar outros países através do endividamento.
Novas projeções indicam vitória de Netanyahu em Israel
Diante dos primeiros resultados oficiais, novas projeções dos canais 12 e 13 da televisão israelense apontam a vitória do primeiro-ministro ultradireitista Benjamin Netanyahu nas eleições desta terça-feira em Israel.
O partido Likud, de Netanyahu, deve eleger 35 deputados da Knesset contra 34 da aliança Azul e Branca, de oposição e terá melhores condições de formar uma coalizão para chegar à maioria de pelo menos 61 deputados, noticiou o jornal The Times of Israel.
As duas emissoras colocam o partido religioso Shas em terceiro, com oito cadeiras, seguido pelo Judaísmo Unido da Torah, com sete, ambos aliados em potencial do primeiro-ministro. Os partidos Nova Direita, Zehut e Gesher não superaram a cláusula de barreira, de 3,25%, e devem ficar fora do parlamento.
Pelas projeções atualizadas do Canal 12, a direita deve eleger 63 dos 120 deputados e a centro-esquerda 57. O Canal 13 dá 65 cadeiras à coligação de direita. Quando saíram as pesquisas de boca de urna, o Canal 12 previa 37 cadeiras para a aliança Azul e Branca e 33 para o Likud. O Canal 13 previu um empate em 36 deputados para cada um.
Em porcentagem, apurados 3,4 milhões de votos, o Likud lidera com 27% contra 25,9% da aliança oposicionista, liderada pelo general Benny Gantz, ex-comandante do Exército de Israel, e pelo ex-apresentador de TV Yair Lapid.
Como vencedor, mesmo por pequena margem, de apenas um deputado, Netanyahu tem prioridade para tentar articular o novo governo. Se conquistar um quinto mandato, vai superar o fundador de Israel, David ben Gurion, e se tornar o primeiro-ministro que governou o país por mais tempo.
Na reta final da campanha, Netanyahu prometeu anexar as colônias judaicas na Cisjordânia ocupada, enterrando de vez a chance de criação de um país independente para o povo palestino.
Nas próximas semanas, o governo Donald Trump deve apresentar a nova proposta dos Estados Unidos para a paz entre árabes e israelenses. A expectativa é que tente ressuscitar a proposta de formação de uma federação com a Jordânia para acolher os palestinos. Não é uma receita para a paz.
O partido Likud, de Netanyahu, deve eleger 35 deputados da Knesset contra 34 da aliança Azul e Branca, de oposição e terá melhores condições de formar uma coalizão para chegar à maioria de pelo menos 61 deputados, noticiou o jornal The Times of Israel.
As duas emissoras colocam o partido religioso Shas em terceiro, com oito cadeiras, seguido pelo Judaísmo Unido da Torah, com sete, ambos aliados em potencial do primeiro-ministro. Os partidos Nova Direita, Zehut e Gesher não superaram a cláusula de barreira, de 3,25%, e devem ficar fora do parlamento.
Pelas projeções atualizadas do Canal 12, a direita deve eleger 63 dos 120 deputados e a centro-esquerda 57. O Canal 13 dá 65 cadeiras à coligação de direita. Quando saíram as pesquisas de boca de urna, o Canal 12 previa 37 cadeiras para a aliança Azul e Branca e 33 para o Likud. O Canal 13 previu um empate em 36 deputados para cada um.
Em porcentagem, apurados 3,4 milhões de votos, o Likud lidera com 27% contra 25,9% da aliança oposicionista, liderada pelo general Benny Gantz, ex-comandante do Exército de Israel, e pelo ex-apresentador de TV Yair Lapid.
Como vencedor, mesmo por pequena margem, de apenas um deputado, Netanyahu tem prioridade para tentar articular o novo governo. Se conquistar um quinto mandato, vai superar o fundador de Israel, David ben Gurion, e se tornar o primeiro-ministro que governou o país por mais tempo.
Na reta final da campanha, Netanyahu prometeu anexar as colônias judaicas na Cisjordânia ocupada, enterrando de vez a chance de criação de um país independente para o povo palestino.
Nas próximas semanas, o governo Donald Trump deve apresentar a nova proposta dos Estados Unidos para a paz entre árabes e israelenses. A expectativa é que tente ressuscitar a proposta de formação de uma federação com a Jordânia para acolher os palestinos. Não é uma receita para a paz.
ONU adia conferência nacional sobre reconciliação da Líbia
Diante da ofensiva do autointitulado Exército Nacional da Líbia, liderado pelo general Khalifa Hifter, rumo à capital, as Nações Unidas suspenderam uma conferência nacional para reconciliar o país, organizar eleições e tentar reconstruir o sistema político.
A conferência estava marcada para 12 a 14 de abril, mas o general rebelde, que domina a região de Bengázi, no Leste da Líbia, tenta derrubar o Governo do Acordo Nacional, reconhecido internacionalmente.
O país vive em estado de anarquia e guerra civil desde a queda e a morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011. A ofensiva e a suspensão do encontro indicam um colapso do diálogo. Atrasam ainda mais a estabilização do país. Criam o risco de mais um longo impasse.
Hifter mandou suas forças avançarem rumo a Trípoli na quinta-feira, 4 de abril, e enfrenta milícias ligadas ao Governo do Acordo Nacional na tentativa de unificar o país sob seu comando.
A conferência estava marcada para 12 a 14 de abril, mas o general rebelde, que domina a região de Bengázi, no Leste da Líbia, tenta derrubar o Governo do Acordo Nacional, reconhecido internacionalmente.
O país vive em estado de anarquia e guerra civil desde a queda e a morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011. A ofensiva e a suspensão do encontro indicam um colapso do diálogo. Atrasam ainda mais a estabilização do país. Criam o risco de mais um longo impasse.
Hifter mandou suas forças avançarem rumo a Trípoli na quinta-feira, 4 de abril, e enfrenta milícias ligadas ao Governo do Acordo Nacional na tentativa de unificar o país sob seu comando.
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segunda-feira, 8 de abril de 2019
UE apela a general líbio para suspender ofensiva contra a capital
A União Europeia fez um apelo hoje ao general Khalifa Hifter, comandante do autointitulado Exército Nacional da Líbia, para suspender seu ataque à capital, Trípoli, e assim evitar o reinício da guerra civil no país, que vive em estado de anarquia desde a queda e morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011.
O general, que domina a região de Bengázi, no Leste da Líbia, lançou na quinta-feira uma ofensiva contra o Governo do Acordo Nacional, reconhecido internacionalmente, que controla Trípoli. Ontem, Hifter anunciou ter assumido o controle do aeroporto da capital. Um avião de suas forças bombardeou o aeroporto, colocando civis em fuga.
As Nações Unidas também pediram o fim da ofensiva e a retomada do diálogo entre os governos paralelos para organizar eleições que permitam reconstruir o sistema político do país.
O general, que domina a região de Bengázi, no Leste da Líbia, lançou na quinta-feira uma ofensiva contra o Governo do Acordo Nacional, reconhecido internacionalmente, que controla Trípoli. Ontem, Hifter anunciou ter assumido o controle do aeroporto da capital. Um avião de suas forças bombardeou o aeroporto, colocando civis em fuga.
As Nações Unidas também pediram o fim da ofensiva e a retomada do diálogo entre os governos paralelos para organizar eleições que permitam reconstruir o sistema político do país.
domingo, 7 de abril de 2019
Trump demite secretária de Segurança Interna dos EUA
O presidente Donald Trump anunciou hoje que a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kirstjen Nielsen, vai deixar o cargo, depois de acusá-la pelo aumento do fluxo de imigrantes que tentam entrar no país pela fronteira sul. Ela será substituída pelo comissário de Aduanas e Proteção da Fronteira, Kevin McAleenan.
Ao demitir a secretária, o presidente declarou que quer "ir numa direção mais dura" no combate à imigração ilegal. "Espero que o próximo secretário tenha o apoio do Congresso e dos tribunais para emendar as leis que bloquearam nossa habilidade de garantir plenamente a segurança das fronteiras dos EUA".
Nielsen foi indicada pelo então ministro-chefe da Casa Civil da Casa Branca, general John Kelly, quando ele estava no auge de seu prestígio. Kelly deixou o governo no fim do ano passado depois de defendê-la dos ataques o assessor presidencial linha-dura Stephen Miller.
Trump sempre a considerou fraca na repressão à onda de imigrantes da América Central, uma situação que o presidente manipula para agradar a seu eleitorado branco conservador sem curso superior. O presidente queria demiti-la em novembro, quando aumentou o fluxo de imigrantes.
"Está mais claro do que nunca agora que as políticas de imigração e segurança das fronteiras do governo Trump - que ela aplicou e ajudou a formular - são um fracasso total e ajudaram a criar a crise humanitária na fronteira", comentou o deputado democrata Bennie Thompson.
"É realmente desafortunado que Nielson tenha se recusado a assumir a responsabilidade por suas ações e tenha sido simplesmente incapaz de se erguer contra o presidente, sua obsessão de sua política anti-imigração equivocada e sua obsessão de construir um muro", acrescentou Thompson.
A secretária deu entrevista na Casa Branca em junho, quando crianças estavam sendo separadas dos pais, que estavam sendo presos. Ela afirmou que o governo não tinha uma política de separar famílias na fronteira. Dias depois, Trump suspendeu a prática cruel e desumana diante de protestos generalizados.
Especialista em segurança cibernética, ela havia trabalhado na segurança dos transportes no governo George W. Bush (2001-9) e defendia um aumento da segurança nas eleições depois da interferência da Rússia em 2016.
Ao demitir a secretária, o presidente declarou que quer "ir numa direção mais dura" no combate à imigração ilegal. "Espero que o próximo secretário tenha o apoio do Congresso e dos tribunais para emendar as leis que bloquearam nossa habilidade de garantir plenamente a segurança das fronteiras dos EUA".
Nielsen foi indicada pelo então ministro-chefe da Casa Civil da Casa Branca, general John Kelly, quando ele estava no auge de seu prestígio. Kelly deixou o governo no fim do ano passado depois de defendê-la dos ataques o assessor presidencial linha-dura Stephen Miller.
Trump sempre a considerou fraca na repressão à onda de imigrantes da América Central, uma situação que o presidente manipula para agradar a seu eleitorado branco conservador sem curso superior. O presidente queria demiti-la em novembro, quando aumentou o fluxo de imigrantes.
"Está mais claro do que nunca agora que as políticas de imigração e segurança das fronteiras do governo Trump - que ela aplicou e ajudou a formular - são um fracasso total e ajudaram a criar a crise humanitária na fronteira", comentou o deputado democrata Bennie Thompson.
"É realmente desafortunado que Nielson tenha se recusado a assumir a responsabilidade por suas ações e tenha sido simplesmente incapaz de se erguer contra o presidente, sua obsessão de sua política anti-imigração equivocada e sua obsessão de construir um muro", acrescentou Thompson.
A secretária deu entrevista na Casa Branca em junho, quando crianças estavam sendo separadas dos pais, que estavam sendo presos. Ela afirmou que o governo não tinha uma política de separar famílias na fronteira. Dias depois, Trump suspendeu a prática cruel e desumana diante de protestos generalizados.
Especialista em segurança cibernética, ela havia trabalhado na segurança dos transportes no governo George W. Bush (2001-9) e defendia um aumento da segurança nas eleições depois da interferência da Rússia em 2016.
sábado, 6 de abril de 2019
General Hifter anuncia ter assumido o controle do aeroporto de Trípoli
Dois dias depois de mandar suas forças marcharem rumo à capital, o general Khalifa Hifter, comandante do autointitulado Exército Nacional da Líbia, anunciou hoje ter tomado o aeroporto de Trípoli.
O enviado especial das Nações Unidas insiste na abertura de negociações com o Governo do Acordo Nacional, reconhecido internacionalmente, para realização de eleições nacionais.
A Líbia vive em estado de anarquia desde a queda e morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011, com milícias rivais disputando o poder. Hifter domina a região de Bengázi, no Leste do país. Sua ofensiva visa a reunificar a Líbia, mas pode ser o início de um novo período de guerra civil, violência e anarquia.
O Governo do Acordo Nacional é fruto de um acordo assinado em 17 de dezembro de 2015 sob a supervisão do Conselho de Segurança da ONU.
Kadafi foi deposto por uma intervenção militar internacional liderada pelos Estados Unidos, a França e o Reino Unido, com a autorização do Conselho de Segurança, para evitar em massacre de civis em caso de vitória do ditador. Mas não houve uma missão de paz para pacificar o país, reconstruir o Estado, organizar partidos políticos e a sociedade civil de modo a preparar a Líbia para eleições democráticas.
O presidente Barack Obama considera um dos piores erros de seu governo não ter cuidado do pós-guerra civil na Líbia. A paz não chegou até hoje.
O enviado especial das Nações Unidas insiste na abertura de negociações com o Governo do Acordo Nacional, reconhecido internacionalmente, para realização de eleições nacionais.
A Líbia vive em estado de anarquia desde a queda e morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011, com milícias rivais disputando o poder. Hifter domina a região de Bengázi, no Leste do país. Sua ofensiva visa a reunificar a Líbia, mas pode ser o início de um novo período de guerra civil, violência e anarquia.
O Governo do Acordo Nacional é fruto de um acordo assinado em 17 de dezembro de 2015 sob a supervisão do Conselho de Segurança da ONU.
Kadafi foi deposto por uma intervenção militar internacional liderada pelos Estados Unidos, a França e o Reino Unido, com a autorização do Conselho de Segurança, para evitar em massacre de civis em caso de vitória do ditador. Mas não houve uma missão de paz para pacificar o país, reconstruir o Estado, organizar partidos políticos e a sociedade civil de modo a preparar a Líbia para eleições democráticas.
O presidente Barack Obama considera um dos piores erros de seu governo não ter cuidado do pós-guerra civil na Líbia. A paz não chegou até hoje.
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Netanyahu promete anexar colônias da Cisjordânia ocupada
Sob pressão na reta final da campanha para as eleições de terça-feira, 9 de abril, com pesquisas indicando vitória da oposição, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje que vai "ampliar a soberania israelense", anexando definitivamente as colônias judaicas na Cisjordânia ocupada na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Em entrevista ao canal 12 da televisão de Israel, Netanyahu descartou a criação de um Estado nacional palestino, prometeu controlar a segurança na Cisjordânia e estender a soberania israelense aos mais de 400 mil colonos assentados no território árabe ocupado. Na sua visão, um país palestino "ameaçaria nossa existência".
O reconhecimento pelos Estados Unidos no mês passado da anexação ilegal por Israel das Colinas do Golã, ocupadas na mesma guerra, criou um precedente perigoso ao violar uma norma da sociedade internacional pós-Segunda Guerra Mundial. A Carta das Nações diz expressamente que "é vedada a guerra de conquista".
Netanyahu havia avisado o presidente Donald Trump. Não pretende retirar nem nenhuma pessoa das colônias instaladas na Cisjordânia. O radicalismo de Netanyahu no fim da campanha é uma tentativa de tirar votos dos partidos de extrema direita e atraí-los para o Likud.
A coalizão Azul e Branco, liderada pelo general Benny Gantz, ex-comandante militar de Israel, e pelo ex-apresentador de televisão Yair Lapid, está na frente nas últimas pesquisas. Deve eleger entre 28 e 32 deputados, enquanto o Likud teria de 28% a 31%. Mas o primeiro-ministro tem mais chances de formar uma coalizão com pelo menos 61 deputados, a maioria absoluta da Knesset, de 120 cadeiras.
Em entrevista ao canal 12 da televisão de Israel, Netanyahu descartou a criação de um Estado nacional palestino, prometeu controlar a segurança na Cisjordânia e estender a soberania israelense aos mais de 400 mil colonos assentados no território árabe ocupado. Na sua visão, um país palestino "ameaçaria nossa existência".
O reconhecimento pelos Estados Unidos no mês passado da anexação ilegal por Israel das Colinas do Golã, ocupadas na mesma guerra, criou um precedente perigoso ao violar uma norma da sociedade internacional pós-Segunda Guerra Mundial. A Carta das Nações diz expressamente que "é vedada a guerra de conquista".
Netanyahu havia avisado o presidente Donald Trump. Não pretende retirar nem nenhuma pessoa das colônias instaladas na Cisjordânia. O radicalismo de Netanyahu no fim da campanha é uma tentativa de tirar votos dos partidos de extrema direita e atraí-los para o Likud.
A coalizão Azul e Branco, liderada pelo general Benny Gantz, ex-comandante militar de Israel, e pelo ex-apresentador de televisão Yair Lapid, está na frente nas últimas pesquisas. Deve eleger entre 28 e 32 deputados, enquanto o Likud teria de 28% a 31%. Mas o primeiro-ministro tem mais chances de formar uma coalizão com pelo menos 61 deputados, a maioria absoluta da Knesset, de 120 cadeiras.
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EUA vão declarar que Guarda Revolucionária Iraniana é grupo terrorista
Para aumentar ainda mais a pressão sobre o regime teocrático do Irã, os Estados Unidos devem designar a Guarda Revolucionária Iraniana como um grupo terrorista talvez já na segunda-feira, 8 de abril, noticiou hoje a agência Reuters citando como fonte altos funcionários americanos.
Será a primeira vez que os EUA caracterizam uma força armada de outro país como grupo terrorista. A decisão pode levar inimigos do país a declarar serviços secretos americanos como a CIA (Agência Central de Inteligência) como terroristas.
Os EUA já colocaram dezenas de pessoas e entidades ligadas à Guarda Revolucionária Iraniana em listas negras, mas não a guarda em si. O anúncio virá um mês antes do primeiro aniversário da retirada dos EUA acordo firmado pelas grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha com o Irã para congelar o programa nuclear militar do Irã por dez anos.
Será a primeira vez que os EUA caracterizam uma força armada de outro país como grupo terrorista. A decisão pode levar inimigos do país a declarar serviços secretos americanos como a CIA (Agência Central de Inteligência) como terroristas.
Os EUA já colocaram dezenas de pessoas e entidades ligadas à Guarda Revolucionária Iraniana em listas negras, mas não a guarda em si. O anúncio virá um mês antes do primeiro aniversário da retirada dos EUA acordo firmado pelas grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha com o Irã para congelar o programa nuclear militar do Irã por dez anos.
sexta-feira, 5 de abril de 2019
EUA geram mais 196 mil empregos e desemprego fica em 3,8%
Depois de um resultado fraco em fevereiro, o mercado de trabalho dos Estados Unidos retomou o vigor em março, gerando 196 mil vagas de emprego a mais do que fechou, enquanto o aumento dos salários diminuiu, revelou hoje o relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho. O índice de desemprego, medido em outra pesquisa, ficou estável em 3,8%.
O desempenho superou a expectativa do mercado, que esperava 177 mil postos de trabalho a mais. O número de fevereiro foi revisado de 20 para 33 mil. No ano passado, o ganho ficou na média de 223 mil vagas por mês.
Nos últimos 12 meses, os salários cresceram em média 3,2%, um pouco abaixo dos 3,4% de fevereiro, que foi o ritmo mais forte desde abril de 2009. As bolsas reagiram positivamente. No momento, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, sobe 0,14%. O rendimento dos títulos de dez anos da dívida pública americana caiu de 2,54% para 2,50%.
A desaceleração do crescimento nos EUA, na China e na Europa preocupam analistas e investidores. Com o fraco desempenho do mercado de trabalho americano, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, anunciou que não fará mais altas de juros neste ano. A inflação baixa e a recuperação da oferta de empregos pode levar a autoridade monetária a repensar a questão.
O desempenho superou a expectativa do mercado, que esperava 177 mil postos de trabalho a mais. O número de fevereiro foi revisado de 20 para 33 mil. No ano passado, o ganho ficou na média de 223 mil vagas por mês.
Nos últimos 12 meses, os salários cresceram em média 3,2%, um pouco abaixo dos 3,4% de fevereiro, que foi o ritmo mais forte desde abril de 2009. As bolsas reagiram positivamente. No momento, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, sobe 0,14%. O rendimento dos títulos de dez anos da dívida pública americana caiu de 2,54% para 2,50%.
A desaceleração do crescimento nos EUA, na China e na Europa preocupam analistas e investidores. Com o fraco desempenho do mercado de trabalho americano, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, anunciou que não fará mais altas de juros neste ano. A inflação baixa e a recuperação da oferta de empregos pode levar a autoridade monetária a repensar a questão.
Reino Unido pede adiamento do prazo para sair da UE até 30 de junho
A primeira-ministra conservadora Theresa May pediu hoje uma prorrogação até 30 de junho do prazo para a retirada do Reino Unido da União Europeia (UE) se o Parlamento Britânico não aprovar o acordo de saída até 12 de abril, o prazo atual. O adiamento obrigaria o país a realizar em maio eleições para o Parlamento Europeu.
O pedido indica que May não tem esperança de conseguir aprovação para o acordo concluído em novembro de 2018 com os outros 27 países-membros do bloco europeu. A proposta foi rejeitada três vezes e todas as alternativas foram rejeitadas pela Câmara dos Comuns.
Desde 2 de abril, a primeira-ministra tenta um acordo com o líder da oposição, Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista. A manobra não é bem vista pela ala mais extremista e antieuropeia do Partido Conservador. O plebiscito de 23 de junho de 2016 foi convocado pelo então primeiro-ministro, David Cameron, na expectativa de pacificar o partido. Acabou provocando o atual caos na política britânica.
May vai usar a ameaça de eleições europeias e de um adiamento de longo prazo para tentar enquadrar seus radicais.
Ontem, o presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk sugeriu um adiamento por um ano, um prazo suficientemente longo para o Reino Unido decidir seu futuro. Tusk faz parte do grupo contrário à Brexit (saída britânica). Um prazo tão longo permitiria reverter o processo.
A questão será discutida na próxima reunião de cúpula da UE, em 10 de abril.
O pedido indica que May não tem esperança de conseguir aprovação para o acordo concluído em novembro de 2018 com os outros 27 países-membros do bloco europeu. A proposta foi rejeitada três vezes e todas as alternativas foram rejeitadas pela Câmara dos Comuns.
Desde 2 de abril, a primeira-ministra tenta um acordo com o líder da oposição, Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista. A manobra não é bem vista pela ala mais extremista e antieuropeia do Partido Conservador. O plebiscito de 23 de junho de 2016 foi convocado pelo então primeiro-ministro, David Cameron, na expectativa de pacificar o partido. Acabou provocando o atual caos na política britânica.
May vai usar a ameaça de eleições europeias e de um adiamento de longo prazo para tentar enquadrar seus radicais.
Ontem, o presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk sugeriu um adiamento por um ano, um prazo suficientemente longo para o Reino Unido decidir seu futuro. Tusk faz parte do grupo contrário à Brexit (saída britânica). Um prazo tão longo permitiria reverter o processo.
A questão será discutida na próxima reunião de cúpula da UE, em 10 de abril.
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Banco central da Índia reduz taxa básica de juros para 6% ao ano
A uma semana do início das eleições gerais, o Banco da Reserva da Índia (BRI) reduziu ontem sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para 6% ao ano e pressionou os bancos privados a repassarem o corte aos consumidores, noticiou o jornal The Economic Times.
Ao justificar a medida, o presidente do banco central, Shaktikanta Das, citou a desaceleração do crescimento, a debilidade do investimento e a redução no fluxo de crédito para pequenas e médias empresas.
Com a proximidade das eleições, a oposição deve acusar Das de fazer o jogo do primeiro-ministro Narendra Modi, que mudou o presidente do banco central na expectativa de que um crescimento mais robusto lhe garanta a reeleição. Nos Estados Unidos, o Conselho da Reserva Federal (Fed) não mexe nas taxas de juros em período eleitoral.
A estagnação da renda dos agricultores, a baixa geração de empregos e a fraqueza no investimento ameaçam a vitória do Partido Bharatiya Janata (BJP), nacionalista hindu e conservador, parte da onda neopopulista de direita.
Modi se elegeu há cinco anos prometendo defender os valores tradicionais da Índia e acelerar o desenvolvimento econômico. Seu maior adversário é Rahul Gandhi, do Partido do Congresso, filho, neto e bisneto dos primeiros-ministros Rajiv Gandhi, Indira Gandhi e Jawaharlal Nehru.
Em 2014, Rahul liderou o Partido do Congresso em sua maior derrota. A bancada encolheu de 206 para 44 deputados na Lok Sabha, a Câmara do Parlamento da Índia, que tem hoje 545 cadeiras.
Nas últimas pesquisas, a Aliança Democrática Nacional, liderada pelo BJP de Modi, teve de 34% a 41% votos contra 28% a 31% para a Aliança Progressista Unida, de Rahul, com 28% a 38% dos votos indo para partidos menores, alguns regionais. A metade das pesquisa indica que talvez nenhuma aliança consiga maioria absoluta.
A Índia é o país que mais cresce entre as dez maiores economias do mundo, mas ainda não é o suficiente para resgatar centenas de milhões de indianos que vivem na miséria.
O Escritório Central de Estatísticas reduziu de a estimativa de avanço do produto interno bruto de 7,2% para 7% no ano fiscal encerrado em 31 de março de 2019 por causa do baixo crescimento das exportações em janeiro e fevereiro. A meta do governo é 7,5% ao ano.
Em 2018, o PIB indiano cresceu 7,3% para um total de US$ 2,69 trilhões. É a sétima maior economia do mundo, depois de EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, pelo ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ultrapassou a Itália e o Brasil.
Maior democracia do mundo, com 1,34 bilhão de habitantes e cerca de 900 mil eleitores. A votação será dividida em sete dias - 11, 18, 23 e 29 de abril e 6, 12 e 19 de maio - de modo que o Exército possa se deslocar pelo país para garantir a segurança das eleições. A apuração oficial começa em 23 de maio e os resultados devem sair três dias depois.
Ao justificar a medida, o presidente do banco central, Shaktikanta Das, citou a desaceleração do crescimento, a debilidade do investimento e a redução no fluxo de crédito para pequenas e médias empresas.
Com a proximidade das eleições, a oposição deve acusar Das de fazer o jogo do primeiro-ministro Narendra Modi, que mudou o presidente do banco central na expectativa de que um crescimento mais robusto lhe garanta a reeleição. Nos Estados Unidos, o Conselho da Reserva Federal (Fed) não mexe nas taxas de juros em período eleitoral.
A estagnação da renda dos agricultores, a baixa geração de empregos e a fraqueza no investimento ameaçam a vitória do Partido Bharatiya Janata (BJP), nacionalista hindu e conservador, parte da onda neopopulista de direita.
Modi se elegeu há cinco anos prometendo defender os valores tradicionais da Índia e acelerar o desenvolvimento econômico. Seu maior adversário é Rahul Gandhi, do Partido do Congresso, filho, neto e bisneto dos primeiros-ministros Rajiv Gandhi, Indira Gandhi e Jawaharlal Nehru.
Em 2014, Rahul liderou o Partido do Congresso em sua maior derrota. A bancada encolheu de 206 para 44 deputados na Lok Sabha, a Câmara do Parlamento da Índia, que tem hoje 545 cadeiras.
Nas últimas pesquisas, a Aliança Democrática Nacional, liderada pelo BJP de Modi, teve de 34% a 41% votos contra 28% a 31% para a Aliança Progressista Unida, de Rahul, com 28% a 38% dos votos indo para partidos menores, alguns regionais. A metade das pesquisa indica que talvez nenhuma aliança consiga maioria absoluta.
A Índia é o país que mais cresce entre as dez maiores economias do mundo, mas ainda não é o suficiente para resgatar centenas de milhões de indianos que vivem na miséria.
O Escritório Central de Estatísticas reduziu de a estimativa de avanço do produto interno bruto de 7,2% para 7% no ano fiscal encerrado em 31 de março de 2019 por causa do baixo crescimento das exportações em janeiro e fevereiro. A meta do governo é 7,5% ao ano.
Em 2018, o PIB indiano cresceu 7,3% para um total de US$ 2,69 trilhões. É a sétima maior economia do mundo, depois de EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, pelo ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ultrapassou a Itália e o Brasil.
Maior democracia do mundo, com 1,34 bilhão de habitantes e cerca de 900 mil eleitores. A votação será dividida em sete dias - 11, 18, 23 e 29 de abril e 6, 12 e 19 de maio - de modo que o Exército possa se deslocar pelo país para garantir a segurança das eleições. A apuração oficial começa em 23 de maio e os resultados devem sair três dias depois.
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quinta-feira, 4 de abril de 2019
EUA e China podem anunciar encontro de cúpula ainda hoje
O presidente Donald Trump recebe hoje à tarde na Casa Branca o vice-primeiro-ministro da China encarregado das negociações econômicas, Liu He, para selar um acordo e pôr fim à guerra comercial entre os dois países mais ricos do mundo. Um encontro de cúpula entre Trump e o ditador Xi Jinping para assinar o acordo pode ser anunciado ainda hoje.
A expectativa é que a China tenha até 2025 para cumprir os compromissos de comprar mais produtos primários dos Estados Unidos e permitir que empresas americanas sejam donas de companhias chinesas, antecipou ontem a agência de notícias Bloomberg.
Ainda há questões em aberto, como o cronograma para eliminação das tarifas de importação retaliatórias impostas pelos dois países no ano passado, afetando exportações de US$ 360 bilhões, os mecanismos de fiscalização do cumprimento do acordo, a proteção à propriedade intelectual e a transferência forçada de tecnologia.
Um jantar de Trump e Xi durante a reunião do Grupo dos Vinte em Buenos Aires, em 30 de novembro, quando o presidente americano suspendeu um novo aumento de tarifas por 90 dias, deu início à fase mais substantiva de negociações. O novo prazo era 1º de março, mas foi prorrogado.
O fracasso do segundo encontro de cúpula de Trump com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, no fim de fevereiro, em Hanói, no Vietnã, assustou os chineses. Eles passaram a temer que o presidente dos EUA emparedasse o líder da China se a reunião de cúpula dos dois países fosse realizada antes do acordo estar fechado.
Agora, a esperança é que Trump e o vice-primeiro-ministro anunciem hoje a conclusão das negociações.
NOTA: Trump reconheceu que houve progresso, mas considerou cedo para marcar a reunião de cúpula.
A expectativa é que a China tenha até 2025 para cumprir os compromissos de comprar mais produtos primários dos Estados Unidos e permitir que empresas americanas sejam donas de companhias chinesas, antecipou ontem a agência de notícias Bloomberg.
Ainda há questões em aberto, como o cronograma para eliminação das tarifas de importação retaliatórias impostas pelos dois países no ano passado, afetando exportações de US$ 360 bilhões, os mecanismos de fiscalização do cumprimento do acordo, a proteção à propriedade intelectual e a transferência forçada de tecnologia.
Um jantar de Trump e Xi durante a reunião do Grupo dos Vinte em Buenos Aires, em 30 de novembro, quando o presidente americano suspendeu um novo aumento de tarifas por 90 dias, deu início à fase mais substantiva de negociações. O novo prazo era 1º de março, mas foi prorrogado.
O fracasso do segundo encontro de cúpula de Trump com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, no fim de fevereiro, em Hanói, no Vietnã, assustou os chineses. Eles passaram a temer que o presidente dos EUA emparedasse o líder da China se a reunião de cúpula dos dois países fosse realizada antes do acordo estar fechado.
Agora, a esperança é que Trump e o vice-primeiro-ministro anunciem hoje a conclusão das negociações.
NOTA: Trump reconheceu que houve progresso, mas considerou cedo para marcar a reunião de cúpula.
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Parlamento Britânico aprova pedido de adiamento da saída da UE
Por apenas um voto, 313 a 312, a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico decidiu ontem pedir uma prorrogação do prazo para a saída do Reino Unido da União Europeia para evitar uma retirada sem acordo, noticiou a televisão pública BBC.
A UE resiste a ampliar o prazo de saída sem que o Parlamento Britânico aprove o acordo do divórcio concluído em novembro de 2018, depois de longas negociações do governo da primeira-ministra Theresa May com os outros 27 sócios da UE.
A proposta apresentada pela deputada trabalhista Yvette Cooper e do conservador Oliver Letwin enfrentou a objeção da ala mais extremista do Partido Conservador e do governo May. Falta agora a aprovação da Câmara dos Lordes.
No primeiro pedido de adiamento, a UE concordou que o novo prazo de saída seria 22 de maio, se a Câmara aprovasse o acordo negociado com May. Caso contrário, a saída terá de ser em 12 de abril, o que praticamente inviabiliza qualquer acordo. Seria uma saída dura, capaz de causar sérios prejuízos a ambas as partes.
Se pedir uma prorrogação além de 22 de maio, o Reino Unido terá de realizar eleições para o Parlamento Europeu, para desespero dos eurocéticos.
A UE resiste a ampliar o prazo de saída sem que o Parlamento Britânico aprove o acordo do divórcio concluído em novembro de 2018, depois de longas negociações do governo da primeira-ministra Theresa May com os outros 27 sócios da UE.
A proposta apresentada pela deputada trabalhista Yvette Cooper e do conservador Oliver Letwin enfrentou a objeção da ala mais extremista do Partido Conservador e do governo May. Falta agora a aprovação da Câmara dos Lordes.
No primeiro pedido de adiamento, a UE concordou que o novo prazo de saída seria 22 de maio, se a Câmara aprovasse o acordo negociado com May. Caso contrário, a saída terá de ser em 12 de abril, o que praticamente inviabiliza qualquer acordo. Seria uma saída dura, capaz de causar sérios prejuízos a ambas as partes.
Se pedir uma prorrogação além de 22 de maio, o Reino Unido terá de realizar eleições para o Parlamento Europeu, para desespero dos eurocéticos.
quarta-feira, 3 de abril de 2019
Setor de serviços da China cresce no ritmo mais forte em 14 meses
O setor de serviços da economia da China teve em março o ritmo de crescimento mais forte desde janeiro de 2018. O índice Caixin-Markit ficou em 54,4 pontos, num "avanço sólido e acelerado", depois de registrar 51,1 em fevereiro. Números acima de 50 apontam crescimento.
A confiança dos empresários do setor subiu ao nível mais alto em três meses. O índice Caixin-Markit do setor manufatureiro mostrou na segunda-feira a volta do crescimento da produção industrial, com alta de 50,7 em fevereiro para 52,9 em março, o maior desde junho de 2018.
São sinais positivos, mas o diretor de análise macroeconômica do grupo CEMB, Zhengsheng Zhong, prefere esperar mais dados para "determinar se a economia chinesa se estabilizou".
Os sinais positivos e a expectativa de um acordo nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China levaram a uma alta nas bolsas da Ásia nesta quarta-feira. A maioria das questões foi resolvido, noticiou o jornal inglês Financial Times.
A confiança dos empresários do setor subiu ao nível mais alto em três meses. O índice Caixin-Markit do setor manufatureiro mostrou na segunda-feira a volta do crescimento da produção industrial, com alta de 50,7 em fevereiro para 52,9 em março, o maior desde junho de 2018.
São sinais positivos, mas o diretor de análise macroeconômica do grupo CEMB, Zhengsheng Zhong, prefere esperar mais dados para "determinar se a economia chinesa se estabilizou".
Os sinais positivos e a expectativa de um acordo nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China levaram a uma alta nas bolsas da Ásia nesta quarta-feira. A maioria das questões foi resolvido, noticiou o jornal inglês Financial Times.
terça-feira, 2 de abril de 2019
Brexit custa 600 milhões de libras por semana ao Reino Unido
Com base nos cortes de investimentos e no consumo doméstico, o Reino Unido perde 600 milhões de libras (R$ 3 bilhões) por semana desde o plebiscito de 23 de junho de 2016, que aprovou a saída do país da União Europeia, concluiu um estudo do banco de investimentos americano Goldman Sachs. O produto interno bruto está 2,4% abaixo do que estaria sem Brexit.
A expectativa é que US$ 1 trilhão (R$ 3,85 trilhões) deixem o centro financeiro de Londres. A companhia aérea de voos baratos Easy Jet registrou seu pior resultado no primeiro trimestre de 2019, com prejuízo de 275 milhões de libras (R$ 1,4 trilhão). A empresa de turismo Thomas Cook reduziu a propaganda na televisão em 74% neste ano citando "incerteza do consumidor, especialmente no Reino Unido". E as indústrias automobilísticas japonesas Honda e Nissan fecharam fábricas.
"As perdas na produção se concentram no investimento e no consumo pessoal", observou SvenJari Stehn, economista do Goldman Sachs em Londres. "O enorme impacto sobre o investimento sugere que a incerteza associada à Brexit pode ser uma das principais fontes do custo econômica da Brexit."
O caos e a incerteza no Reino Unido afetaram as outras grandes economias da Europa, especialmente nas economias mais ligadas ao país: "O freio do crescimento mais fraco no Reino Unido foi sentido com mais força em países como a Alemanha e a França."
Mas não se limitou a esses países e nem à Europa: "O choque de falta de confiança global, teve um grande impacto sobre outras economias, como Itália e Espanha, por causa da venda de ativos de risco. Seus efeitos foram muito além, com Estados Unidos, Japão e Canadá experimentando trava no PIB."
Se o Reino Unido ficar na UE, os custos e prejuízos ligados à Brexit podem ser recuperados e a confiança das empresas retomada. Um acordo de transição para a saída da UE permitiria uma recuperação parcial.
"Na hipótese de uma saída sem acordo, o Reino Unido sofrerá grandes perdas na produção, em conjunção com um choque substancial na confiança global e uma nítida depreciação da libra", previu o Goldman Sachs.
Hoje a primeira-ministra Theresa May anunciou que vai pedir uma prorrogação do prazo de saída até 22 de maio. A UE havia concordado, se a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico aprovasse o acordo fechado em novembro de 2018. Sem a aprovação o prazo atual vence em 12 de abril.
A expectativa é que US$ 1 trilhão (R$ 3,85 trilhões) deixem o centro financeiro de Londres. A companhia aérea de voos baratos Easy Jet registrou seu pior resultado no primeiro trimestre de 2019, com prejuízo de 275 milhões de libras (R$ 1,4 trilhão). A empresa de turismo Thomas Cook reduziu a propaganda na televisão em 74% neste ano citando "incerteza do consumidor, especialmente no Reino Unido". E as indústrias automobilísticas japonesas Honda e Nissan fecharam fábricas.
"As perdas na produção se concentram no investimento e no consumo pessoal", observou SvenJari Stehn, economista do Goldman Sachs em Londres. "O enorme impacto sobre o investimento sugere que a incerteza associada à Brexit pode ser uma das principais fontes do custo econômica da Brexit."
O caos e a incerteza no Reino Unido afetaram as outras grandes economias da Europa, especialmente nas economias mais ligadas ao país: "O freio do crescimento mais fraco no Reino Unido foi sentido com mais força em países como a Alemanha e a França."
Mas não se limitou a esses países e nem à Europa: "O choque de falta de confiança global, teve um grande impacto sobre outras economias, como Itália e Espanha, por causa da venda de ativos de risco. Seus efeitos foram muito além, com Estados Unidos, Japão e Canadá experimentando trava no PIB."
Se o Reino Unido ficar na UE, os custos e prejuízos ligados à Brexit podem ser recuperados e a confiança das empresas retomada. Um acordo de transição para a saída da UE permitiria uma recuperação parcial.
"Na hipótese de uma saída sem acordo, o Reino Unido sofrerá grandes perdas na produção, em conjunção com um choque substancial na confiança global e uma nítida depreciação da libra", previu o Goldman Sachs.
Hoje a primeira-ministra Theresa May anunciou que vai pedir uma prorrogação do prazo de saída até 22 de maio. A UE havia concordado, se a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico aprovasse o acordo fechado em novembro de 2018. Sem a aprovação o prazo atual vence em 12 de abril.
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Aviões de caça chineses intimidam Taiwan
Dois aviões de caça J-11 da Força Aérea da China cruzaram a fronteira no Estreito de Taiwan no domingo e se negaram a mudar de curso durante dez minutos. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, descreveu a incursão como "provocativa e imprudente" e ordenou a expulsão dos jatos da China se voltarem a cruzar a fronteira.
Foi a mais séria incursão da Força Aérea do Exército Popular de Libertação no espaço aéreo de Taiwan neste século. Os caças chineses costumavam cruzar a fronteira até 1999, quando os dois países concordaram em acabar com esta prática. As incursões posteriores foram consideradas acidentais.
Desta vez, a duração indica que foi proposital. A decisão do regime comunista chinês de romper o acordo é um teste para a reação de Taiwan e uma pressão para que a ilha que a ditadura de Beijim considera uma província rebelde peça para negociar.
O risco é de uma nova onda de provocações capazes de aumentar a tensão nas relações China-Taiwan. Como os EUA têm o compromisso de defender a ilha, correm o risco de serem atraídos para o conflito.
As relações se deterioraram com a eleição de Tsai, do Partido Democrático Progressista (PDP), favorável à independência da Taiwan, que a China adverte que seria uma declaração de guerra. A resposta da ditadura comunista foi aumentar as ações militares no estreito.
Em reação, o governo Trump aumentou as patrulhas navais na região e deu a aprovação inicial para Taiwan comprar mais de 600 caças-bombardeiros americanos F-16. Com a escalada de tensões, a China deve ampliar as patrulhas navais e as manobras militares no Estreito de Taiwan.
No Ano Novo, o ditador chinês, Xi Jinping, descreveu a unificação como a "grande tendência da história", advertiu que Taiwan "precisa e vai ser" parte da China e não descartou o uso da força.
Quando a revolução comunista tomou o poder na China continental, em 1º de outubro de 1949, os nacionalistas derrotados fugiram para Taiwan sob a liderança de China Kai-shek.
Desde então, o regime comunista insiste na reunificação do país e boicota Taiwan sistematicamente em foros internacionais. Para um país manter relações com a China, precisa romper com Taiwan. É a política do regime comunista de que só existe uma China.
Com a democratização da ilha e a eleição direta do presidente, a partir de 1996, o anseio de independência cresceu. As atitudes de Beijim em relação a Hong Kong, a ex-colônia britânica devolvida em 1997, onde o regime comunista prometeu manter o sistema por 50 anos, desestimulam qualquer possibilidade de reunificação.
De olho nas eleições municipais de novembro, o governo de Taiwan pretende proibir serviços de vídeo de companhias chinesas de alta tecnologia para impedir a interferência da China, a desinformação e a propaganda de Beijim na política interna do país.
"As notícias falsas causam muita confusão entre o governo e a sociedade e ameaçam nossa democracia", comentou a Presidência de Taiwan. "Não podemos resolver o problema da desinformação simplesmente mudando a lei. Temos de fazer mais", declarou a porta-voz Kolas Yotaka.
Foi a mais séria incursão da Força Aérea do Exército Popular de Libertação no espaço aéreo de Taiwan neste século. Os caças chineses costumavam cruzar a fronteira até 1999, quando os dois países concordaram em acabar com esta prática. As incursões posteriores foram consideradas acidentais.
Desta vez, a duração indica que foi proposital. A decisão do regime comunista chinês de romper o acordo é um teste para a reação de Taiwan e uma pressão para que a ilha que a ditadura de Beijim considera uma província rebelde peça para negociar.
O risco é de uma nova onda de provocações capazes de aumentar a tensão nas relações China-Taiwan. Como os EUA têm o compromisso de defender a ilha, correm o risco de serem atraídos para o conflito.
As relações se deterioraram com a eleição de Tsai, do Partido Democrático Progressista (PDP), favorável à independência da Taiwan, que a China adverte que seria uma declaração de guerra. A resposta da ditadura comunista foi aumentar as ações militares no estreito.
Em reação, o governo Trump aumentou as patrulhas navais na região e deu a aprovação inicial para Taiwan comprar mais de 600 caças-bombardeiros americanos F-16. Com a escalada de tensões, a China deve ampliar as patrulhas navais e as manobras militares no Estreito de Taiwan.
No Ano Novo, o ditador chinês, Xi Jinping, descreveu a unificação como a "grande tendência da história", advertiu que Taiwan "precisa e vai ser" parte da China e não descartou o uso da força.
Quando a revolução comunista tomou o poder na China continental, em 1º de outubro de 1949, os nacionalistas derrotados fugiram para Taiwan sob a liderança de China Kai-shek.
Desde então, o regime comunista insiste na reunificação do país e boicota Taiwan sistematicamente em foros internacionais. Para um país manter relações com a China, precisa romper com Taiwan. É a política do regime comunista de que só existe uma China.
Com a democratização da ilha e a eleição direta do presidente, a partir de 1996, o anseio de independência cresceu. As atitudes de Beijim em relação a Hong Kong, a ex-colônia britânica devolvida em 1997, onde o regime comunista prometeu manter o sistema por 50 anos, desestimulam qualquer possibilidade de reunificação.
De olho nas eleições municipais de novembro, o governo de Taiwan pretende proibir serviços de vídeo de companhias chinesas de alta tecnologia para impedir a interferência da China, a desinformação e a propaganda de Beijim na política interna do país.
"As notícias falsas causam muita confusão entre o governo e a sociedade e ameaçam nossa democracia", comentou a Presidência de Taiwan. "Não podemos resolver o problema da desinformação simplesmente mudando a lei. Temos de fazer mais", declarou a porta-voz Kolas Yotaka.
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segunda-feira, 1 de abril de 2019
Indústrias da China e dos EUA voltam a crescer
A produção industrial das duas maiores economias do mundo voltaram a crescer, os Estados Unidos e a China, dando esperanças menor desaceleração da economia mundial. As bolsas de valores reagiram positivamente.
Na China, inesperadamente, o índice Caixin-Markit dos gerentes de compras da indústria manufatureira registrou 50,8 em março, depois de ficar em 49,9 em fevereiro. Números acima de 50 indicam expansão. O emprego na indústria chinesa, hoje a maior do mundo, cresceu pela primeira vez em mais de cinco anos.
Sob pressão da guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump, o governo chinês adotou uma série de medidas de incentivo e ampliou o acesso ao crédito para pequenas e médias empresas. No começo do ano, a expectativa era sombria.
Nos EUA, o mesmo índice da atividade fabril voltou a crescer depois da cair ao menor nível desde novembro de 2016, mês da eleição de Trump. Houve aumento nas encomendas, na produção e no emprego. O setor manufatureiro registrava a maior desaceleração nos últimos meses.
O índice amplo S&P 500, da Bolsa da Valores de Nova York, teve alta de 1,2% depois de fechar o primeiro trimestre com o melhor resultado desde 1998. Na Europa, o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, avançou 0,5% e o Xetra Dax 30, da Bolsa da Frankfurt, subiu 1,4%.
Na Ásia, houve alta de 2,6% em Xangai para o maior nível desde março de 2018, de 1,8% em Hong Kong e de 1,5% em Tóquio.
Na China, inesperadamente, o índice Caixin-Markit dos gerentes de compras da indústria manufatureira registrou 50,8 em março, depois de ficar em 49,9 em fevereiro. Números acima de 50 indicam expansão. O emprego na indústria chinesa, hoje a maior do mundo, cresceu pela primeira vez em mais de cinco anos.
Sob pressão da guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump, o governo chinês adotou uma série de medidas de incentivo e ampliou o acesso ao crédito para pequenas e médias empresas. No começo do ano, a expectativa era sombria.
Nos EUA, o mesmo índice da atividade fabril voltou a crescer depois da cair ao menor nível desde novembro de 2016, mês da eleição de Trump. Houve aumento nas encomendas, na produção e no emprego. O setor manufatureiro registrava a maior desaceleração nos últimos meses.
O índice amplo S&P 500, da Bolsa da Valores de Nova York, teve alta de 1,2% depois de fechar o primeiro trimestre com o melhor resultado desde 1998. Na Europa, o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, avançou 0,5% e o Xetra Dax 30, da Bolsa da Frankfurt, subiu 1,4%.
Na Ásia, houve alta de 2,6% em Xangai para o maior nível desde março de 2018, de 1,8% em Hong Kong e de 1,5% em Tóquio.
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Maduro raciona eletricidade por 30 dias para conter apagão na Venezuela
O ditador Nicolás Maduro anunciou no domingo um racionamento de eletricidade por 30 dias para evitar os cortes incessantes em larga escala que quase paralisam o país desde o início de março. É mais um sinal do colapso econômico da Venezuela, noticiou o jornal venezuelano El Nacional.
"Aprovei um plano de 30 dias prevendo o racionamento de eletricidade para buscar um equilíbrio entre o transporte, a distribuição e o consumo, com atenção especial voltada para o abastecimento de água", declarou o ditador na televisão.
Maduro suspendeu as aulas nas escolas nesta segunda-feira, "podendo voltar na terça ou na quarta-feira", e reduziu a jornada de trabalho. O ditador atribuiu os sucessivos apagões a "ataques terroristas" dentro de uma "guerra elétrica deflagrada contra o país."
"Ontem, no sábado, sofremos um ataque na mesma hora, também com caráter eletromagnético", alegou Maduro, sem indicar quem seriam os possíveis responsáveis por atos terroristas.
"Aprovei um plano de 30 dias prevendo o racionamento de eletricidade para buscar um equilíbrio entre o transporte, a distribuição e o consumo, com atenção especial voltada para o abastecimento de água", declarou o ditador na televisão.
Maduro suspendeu as aulas nas escolas nesta segunda-feira, "podendo voltar na terça ou na quarta-feira", e reduziu a jornada de trabalho. O ditador atribuiu os sucessivos apagões a "ataques terroristas" dentro de uma "guerra elétrica deflagrada contra o país."
"Ontem, no sábado, sofremos um ataque na mesma hora, também com caráter eletromagnético", alegou Maduro, sem indicar quem seriam os possíveis responsáveis por atos terroristas.
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